José Domingos Benzane. Barroco em Portugal. Licenciatura em Ensino de Português com Habilitações em Inglês

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1 José Domingos Benzane Barroco em Portugal Licenciatura em Ensino de Português com Habilitações em Inglês Universidade Pedagógica de Moçambique Gaza 2014

2 1 José Domingos Benzane Barroco em Portugal Trabalho investigativo a ser apresentado no Departamento de CLCA, na cadeira de LPB, sob orientação do dr.cuambe Universidade Pedagógica de Moçambique Gaza

3 2014 2

4 3 Índice 0.Introdução Objectivos Metodologia Conceito do Barroco Contexto sócio - histórico Origem e difusão Temáticas predominantes Caracteristicas estético formais Ideologia A poesia das Academias Literárias Principais autores e obras da época barroca A Fénix renascida e Postilhão de Apolo Análise textual Conclusão Bibliografia...16

5 4 0.Introdução A literatura barroca, como meio de conhecimento da realidade, exige do artista sentidos e razão aguçados e uma linguagem capaz de traduzir as analogias e os contrastes da arte. O presente trabalho versa sobre o tema Barroco em Portugal, incumbido ao grupo no contexto de avaliação. Este trabalho surge no âmbito dos estudos da Literatura Portuguesa e Brasileira, no contexto de análise dos movimentos Literários, concretamente a literatura barroca em Portugal. O mesmo decorre na necessidade de explorar e aclarar o tema em análise, onde para melhor compreendermos este fenómeno em estudo, far-se-á a abordagem sobre os conhecimentos relativos ao conceito do barroco, o contexto sócio histórico, origem e difusão, as temáticas predominantes, características estético literárias, ideologia, a produção literária no barroco português, principais autores e por fim far-se-á a análise de dois textos que melhor espelham as características da época barroca. 0.1.Objectivos Geral Compreender barroco como uma das correntes ou período literários da época clássica, seu surgimento e evolução. Específicos 1. Compreender o contexto do surgimento e evolução do barroco, 2. Identificar as principais características do barroco, temáticas, ideologia e os autores mais representativos. 3. Analisar dois textos que espelham melhor as características da época barroca. 0.2.Metodologia Para a concretização deste trabalho foi graças a consulta bibliográfica, que consistiu na busca de diferentes pressupostos teóricos - científicos propostos por vários autores e tendo seguido logo depois disso a análise de dois textos para uma imediata confrontação aos aspectos relacionados com as características barrocas da época.

6 5 1.Conceito do Barroco A etimologia da palavra Barroco procede do latim verruca, palavra que se referia a uma pequena elevação, mancha ou alteração numa superfície lisa, onde mais tarde passou a denominar uma determinada imperfeição das pedras preciosas. Segundo o Dicionário electrónico Houaiss o termo Barroco surge do empréstimo erudito ao francês baroque que significa estilo rebuscado, este estilo surgido no séc. XVI se caracteriza pela abundância de ornatos, ousada elaboração formal, uso de recursos retóricos e jogos de palavras reflexos, nas formas e preocupações, da estética da Contra-reforma católica. Para alguns teóricos a palavra barroco tem uma etimologia ambígua. Segundo Hartmann o lexema tem origem na península ibérica, assim sendo, tanto o termo castelhano barrueco como o português barroco significavam Inicialmente para designar um tipo de pérola de formato anómalo, imagem que acabou sendo utilizada para caracterizar, de modo depreciativo, as inovações artísticas produzidas após o Renascimento. Por outro lado, o grande estudioso desse período, o suíço Heinrich wollflin, defensor da filosofia escolástica, acreditava que a palavra barroco designava um esquema mnemónico que facilitava a memorização de silogismos nos quais a premissa menor era sempre particular e negativa, portanto, a conclusão era negativa. Como exemplo citamos: Todos os poetas escrevem poemas de amor. Aquele poeta não escreveu um poema de amor. Logo, ele não é poeta. O termo barroco no seu sentido lato, entende-se que se trata de todas as manifestações literárias (literatura, música, pintura, escultura e arquitectura) do final do século XVI até meados do século XVIII, em Portugal. Este período também é denominado de Seiscentismo, que inicia-se com a unificação da Península Ibérica e termina em 1756 com a fundação da Arcádia Lusitana. Portanto, o barroco é considerado um período literário no qual os escritores procuram conciliar o espírito medieval de base teocêntrica e o espírito clássico, renascentista, de essência pagã e antropocêntrica. É uma tentativa de unificar a dualidade humana, o homem dividido entre o apelo do corpo e a necessidade da alma, pondo em crise o conhecimento da realidade. (MOISÉS, Massaud)

7 6 1.1.Contexto sócio - histórico O barroco teve a sua época de grande esplendor, na Itália devido à acção de seus criadores Bernini e Barromini. Da Itália, ele se introduz na Espanha pela mão de italianos e espanhóis que lá tinham vivido. O mesmo ocorreria indirectamente em Portugal, devido aos arquitectos e artistas italianos para o mesmo levado. Mas da Espanha, o Barroco passa directamente para Portugal. Dois factores contribuíram para isso: a vizinhança e, por consequência, a facilidade de intercâmbio artístico. O início do século XVI foi glorioso para Portugal com os descobrimentos, passando a um período negro com dependência da Espanha. Historicamente esta época inicia-se com a crise ocasionada pelo desaparecimento de D. Sebastião ( ) na batalha de Alcácer-Quibir, na África em Cria-se o mito do sebastianismo, ou seja, a lenda de que D. Sebastião voltaria para transformar Portugal no Quinto Império. A seguir em 1589, D. Filipe II da Espanha unifica a Península Ibérica e incorpora Portugal aos seus domínios. Portugal permanece sob o domínio espanhol de 1580 a Mas, em 1640, ocorre a Guerra da Restauração e o país recupera sua autonomia. O Duque de Bragança é aclamado D. João IV. Com o falecimento de D. João IV (1656), Afonso VI toma a coroa. Em 1668, finalmente com o Tratado de Lisboa, a Espanha reconhece a independência de Portugal, agora sob a regência de D. Pedro. Nesta época, o medo impera com o tribunal da Santa Inquisição, que impõe seus preceitos e dogmas. A Companhia de Jesus se fortalece com a Contra-Reforma e os jesuítas passam o ter o monopólio do ensino, assim como a censura eclesiástica em suas mãos. Em Portugal, os fatos que mudam a concepção do homem diante da vida são a fundação da Companhia de Jesus, em 1540, as decisões do Concílio de Trento, de 1545 a 1563, e a Contra- Reforma. A Contra-Reforma faz uma tentativa de conciliar o homem renascentista com a religiosidade medieval. O homem olha o céu, sem perder a perspectiva das conquistas da terra. Nessa crise situa-se o homem do barroco.

8 7 1.3.Origem e difusão O Barroco recebe várias denominações, de acordo com o país e a influência sofrida: Gongorismo (Espanha), com Luís de Góngora e Argote ( ), Marinismo (Itália), com Gianbattista Marini ( ), Preciosismo (França), pelo culto à forma rebuscada de Luís XIV, o Rei-Sol, Eufuísmo (Inglaterra), derivado de Euphues or The Anatomy of Wit de John Lyly ( ), estilo inglês da época da rainha Isabel, e Silesianismo (Alemanha), por causa dos escritores da Silésia. Se o Barroco tem de ser situado no tempo e no espaço, diremos que em grande parte é o fruto da Contra-Reforma do século XVI, mesmo que só tenha alcançado a maturidade no século XVII e se tenha prolongado pelo século XVIII com o nome de Rocaille ou Rococó. Nasceu na Itália, onde a decadência da igreja não tinha passado despercebida. Após a formação da Companhia de Jesus também conhecida como Ordem Jesuíta, fundada em 1540 por Inácio Loyola, seguindo uma disciplina essencialmente militar, tornou-se uma arma eficaz na luta da Igreja contra os heréticos. A igreja renovada e tendo voltado a uma grande severidade, afirmou a sua supremacia, a sua unidade e a sua autoridade, onde a fé devia-se atingir mais pela emoção dos sentidos do que pelo pensamento. Por esta razão que o primeiro cliente dos arquitectos, dos escultores e pintores do século XVII e XVIII, antes dos soberanos e dos príncipes, foi a Igreja. Sujeita as preocupações da Contra-Reforma, a arte ia tender como objectivo essencial de provocar o fervor entre multidões, criar surpresas, o encantamento e o deslumbramento. Nascido em Roma, o barroco será difundido por toda Europa, tomando os mais variados aspectos. Por toda a parte onde o Renascimento não tinha conseguido eliminar as intensidades da Idade Media, o Barroco implantar-se-á, encontrando expressões ricas e originais. O barroco é fruto duma atitude espiritual complexa, carregada de elementos renascentistas, evoluídos ou alterados, atitude que leva o homem a exprimir-se, na pintura, na arquitectura, na poesia, e na vida, segundo um modo sui generis. Portanto, os limites cronológicos do Barroco português podem fixar-se, sem rigidez, entre os anos 1580 e Não obstante, o caso

9 8 peninsular, numa perspectiva ibérica, deve situar-se e avaliar a literatura de Seiscentos, que é, nessa altura bilingue, com um novo ritmo e uma estruturação da frase diferente. O que pode ser notado na prosa seiscentista influenciada maioritariamente por Gôngora, que é considerado o grande mentor dos poetas maiores e menores do barroco, facto notável em muitas das composições recolhidas por Matias Aires da Silva nos cinco volumes da Fénix e as que o postilhão de Apolo alberga. 1.4.Temáticas predominantes O Barroco se expressa a partir de vários dualismos, sendo os principais os binarismos: razão e emoção, medievalismo e renascimento, e conceptismo e cultismo. De acordo com COUTINHO, os temas predominantes se relacionam com a transitoriedade da vida, havendo, portanto, a preocupação constante com a morte, como na Idade Média. Isto leva a um sentimento de religiosidade, mas também ao conflito entre profano e divino num paradoxo, entre polos contrários, entre antíteses. Por um lado, há a preocupação de fazer o homem trilhar os caminhos do espiritualismo, por outro, tentando encaixar-se nessa vida efêmera, o homem desenvolve o gosto espetáculo trágico pelo grandioso, e sangrento. Os outros temas também constantes na literatura barroca são o heroísmo, o ascetismo, o misticismo, o erotismo, sendo que, a maior parte das vezes, aparecem de forma dual, contraditória ou paradoxal. 1.5.Caracteristicas estético formais Dualismo ou bifrontismo - É expressão de um homem repartido entre forças e princípios rivais: esta vida e a outra vida; o mundo daqui e o de além; o natural e o sobrenatural. O corpo tenta a alma e quer queimá-la com a paixão; a alma castiga o corpo pecador, castiga-o com fogo porque quer purificá-lo e reduzi-lo a cinzas. Desse espírito dualista decorrem: na Literatura, a sobrecarga de antíteses, paradoxos e oximoros; na Pintura, o jogo de luz e sombra, de claro e escuro; na Escultura e na Arquitectura, a exacerbação dos contrastes alto-relevo e baixo-relevo, formas côncavas e convexas; na Música, os esquemas polifónicos geradores do contraponto e da fuga.

10 9 Fusionismo - É uma espécie de alquimia dos contrários, visa a transformar toda diferença em oposição, toda oposição em simetria e toda simetria em identidade. O diferente torna-se idêntico, o outro torna-se o mesmo, como a imagem reflectida no espelho, que contém em si o idêntico e o diferente, a igualdade invertida. Pessimismo - dúvida e incerteza - Vivendo na órbita do medo e da dúvida, a arte barroca expressa uma visão desencantada do homem e do mundo. Retoma-se a concepção bíblica de que o homem é pó e ao pó reverterá. Como antes, na Idade Média, e depois, no Romantismo, a morte é uma preocupação constante, ao lado da dolorosa consciência da fugacidade do tempo e da incerteza da vida. Feísmo - Rompendo o equilíbrio clássico, opondo-se à harmonia, sobriedade, simetria, clareza e elegância dos clássicos, o Barroco tem acentuada predilecção pelos aspectos cruéis, dolorosos e sangrentos, pelo locus horrendus, substituindo o locus amoenus. Há uma atracção pelo "belo horrendo", pelo espectáculo trágico, deformando as imagens pelo exagero. Nessa direcção, a intensidade, a violência e o impulso pessoal afastam o Barroco da disciplina clássica, impondo uma expressão tumultuada e turbulenta, próxima do Romantismo. O sublime e o grotesco, o idealismo puro e o erotismo escatológico são ainda formas extremas dessa concepção do homem como "santo pecador", como "anjo demoníaco". Tensão religiosa - Intensifica-se no Barroco, aspectos que já vinham sendo percebidos no Humanismo e no Classicismo: Antropocentrismo X Teocentrismo. A igreja católica, através da Contra-Reforma, tenta recuperar o teocentrismo medieval (Deus como centro de todas as coisas) e o homem barroco não deseja perder a visão antropocêntrica renascentista (O homem como o centro de todas as coisas), assim o Barroco tenta atingir a síntese desses valores, ou seja, tenta conciliar razão e fé, corpo e alma, espiritualismo e materialismo. Poderíamos dizer que seria, em outras palavras, a racionalização da fé, a busca da salvação através da lógica.

11 Características estético - linguísticos Reflectindo a influência dos modelos espanhóis, o cultismo em Portugal denomina-se Gongorismo, palavra derivada de Luís de Góngora e Argote ( ), nome do maior poeta barroco espanhol. Cultismo ou Gongorismo - É o aspecto do Barroco voltado para o jogo de palavras e imagens, virada para a rebusca da forma, para a ornamentação exagerada, para o preciosismo vocabular, para a erudição minuciosa, enfim, para surpreender o leitor com a espantosa habilidade verbal do autor. Retrata a realidade de maneira indirecta, realçando mais a forma de representar que o representado. É a vertente do Barroco que procura envolver o leitor pelos estímulos sensoriais, descrevendo o mundo por meio de sensações, especialmente as de cor e som, num estado de "delírio cromático". Esse processo de identificação (ilusória, sensorial, não - racional) apoia-se em metáforas, trocadilhos, paronomásias, perífrases ou circunlóquios, antíteses violentas, hipérboles, sinestesias, prosopopeias e gradações. Além desses processos semânticos, o autor barroco prefere inverter a ordem directa da frase, imitando a sintaxe latina. Daí a frequência dos hipérbatos. Vale-se ainda, no plano sintáctico, de omissões (elipses e zeugmas) e de repetições (anáforas, epístrofes, anadiploses e quiasmos). No plano sonoro, o Barroco não economiza aliterações, assonâncias, ecos e coliterações. Conceptismo - É o aspecto do Barroco voltado para o jogo de ideias, para a argumentação subtil que visa a convencer pelo raciocínio. Configura uma atitude mais intelectual, destinada a reconhecer e conceituar os objectos. Enquanto o cultismo procura descrever, apreender o como dos objectos, por meio da captação de seus aspectos sensoriais (contorno, forma, cor, volume), o conceptismo pesquisa a essência dos objectos, quer saber o que são, buscando apreender a face oculta das coisas, apenas acessível ao pensamento, ou seja, aos conceitos. Evitando a aparência brilhante do cultismo, o conceptismo economiza palavras e imagens e opera os mecanismos da Lógica (silogismos, sofismas, paradoxos etc.), postos a serviço principalmente da religião. Da mesma forma, o conceptismo é também conhecido por Quevedismo, em alusão ao poeta Francisco Quevedo e Villegas ( ).

12 Ideologia O século XVI até meados do século XVIII é considerado época de violentos conflitos espirituais, a religiosidade barroca é tensa, exacerbada e conflituosa. O misticismo, fanatizado pela actuação vigorosa da Igreja Católica Contra-Reformista, impõe a visão do homem como pecador imundo, que só se redime pela renúncia aos prazeres mundanos, pela fé, pela penitência e, no limite, pela auto-flagelação. Mas essa herança medieval, teocêntrica, esbarra no legado renascentista, racionalista e antropocêntrico. Assim, o homem barroco tende a racionalizar a fé, a se valer de argumentos racionais na busca da salvação, manipulando, por meio dos recursos da lógica, os dogmas religiosos e as metáforas bíblicas na busca do perdão divino. Segundo COUTINHO, ao passo que na idade Média a arte e a literatura preconizavam a espiritualidade, a Renascença passou a propagar valores terrenos por meio de uma arte sensualista e voltada para a imitação da natureza, o que levou a uma espécie de oposição entre a fé, predominante na visão de mundo medieval, e a razão, predominante no Renascimento. O Barroco, por sua vez, procura conciliar esses dois universos, o que o torna um movimento complexo e contraditório. 1.8.A poesia das Academias Literárias O quadro do barroco lusitano não ficaria completo se a proliferação das academias literárias não forem consideradas. Fenómeno que se manifestou em quase todas as literaturas do tempo, as academias eram redutos de intelectuais, sobretudo de oradores e poetas medíocres. Das academias mais célebres da época, apenas duas merecem ser lembradas: a Academia dos Singulares ( ) e a Academia dos Generosos ( e ), ambas situadas em Lisboa, ligadas as casas aristocráticas e ao ambiente eclesiástico. Na poesia academista foram mais representativos poetas como: Frei Jerónimo Baía, António Barbosa Bacelar, André Nunes da Silva, Francisco de Vasconcelos e Soror Violante do Céu. Mas o melhor da literatura do tempo foi realizado fora dessas agremiações literárias.

13 Principais autores e obras da época barroca A maioria dos poetas portugueses do período barroco, deixou dispersa a sua poesia, não tendo publicado em edição própria por diversas razões, algumas das quais ligadas as difíceis condições em que a imprensa vivia, em especial o alto preço de cada edição e a censura inquisitorial. Só no século XVIII, graças ao crescimento económico e ao relaxamento da vigilância da santa inquisição, as poesias da literatura barroca portuguesa são reunidas e publicadas em duas antologias: Fénix Renascida e Postilhão de Apolo. São considerados os escritores mais importantes do Barroco português: o Padre António Vieira (cartas, sermões e profecias); Francisco Rodrigues Lobo (Arte de furtar e Fénix Renascida); D. Francisco Manuel de Melo (Auto do Fidalgo Aprendiz, Cartas Familiares e Carta de Guia de Casados); Pe. Manuel Bernardes (Nova Floresta); Manuel de Sousa Coutinho ou Frei Luís de Sousa (Vida de Fre Bartolomeu dos Mártires); António José da Silva, o Judeu (Vida do Grande D. Quixote de La Mancha e do gordo Sancho Pança e Guerras do Alecrim e da Manjerona) e Sóror Mariana Alcoforado (Cartas Portuguesas) A Fénix renascida e Postilhão de Apolo Trata-se de duas antologias muito importantes. A fénix renascida é uma espécie de cancioneiro em cinco volumes, compilado por Matias Pereira da Silva, publicados em 1716, 1717, 1718, 1721 e 1728, com poesias cultistas e conceptistas, bem representativas da época barroca. Já Postilhão de Apolo (Ecos I e II) foi publicado em dois volumes,em 1761 e 1962, por José Maregelo de Osan, anagrama de José Ângelo de Moraes.

14 13 2.Análise textual A uma Ausência Sinto-me, sem sentir todo abrasado No rigoroso fogo que me alenta; O mal que me consome me sustenta, O bem que entretém me dá cuidado. Ando sem me mover, falo calado, O que mais perto vejo, se me ausenta, E o que estou sem ver, mais me atormenta, Alegro-me de ver-me atormentado. Choro no mesmo ponto em que me rio, No mor risco me anima á confiança, Do que menos se espera estou mais certo Mas, se de confiado desconfio, É porque, entre os receios da mudança, Ando perdido em mim como em deserto. (António Barbosa Bacelar) Texto A Características estético linguísticos Influenciado pelo cultismo, nota-se neste texto na 1ª e 2ª estrofe a presença de paradoxos/ oximoros ou contradições (sinto-me, sem sentir; ando sem me mover; falo calado; Alegro-me de ver-me atormentado). E na 3ª e 4ª estrofe há Presenças de antíteses (mal X bem; choro X rio), estas dualidades ilustram um indivíduo dividido internamente, vivendo conflitos interiores (da alma); Características estético formais Pessimismo: Ando perdido em mim como em deserto. Quanto a estrutura/forma O texto A é versificado, tem 14 versos, com predominância de 10 sílabas métricas em cada verso, apresenta uma estrutura fixa com duas quadras e dois tercetos. O seu esquema rimático é ABBA/ABBA nas quadras e CDE/CDE nos tercetos. Quanto a temática O sujeito poético encontra-se dividido num mundo visceralmente antagónico, ilustrando conflitos internos em que o pessimismo reina em seu ser.

15 14 Quanto ao género Trata-se de uma forma poética fixa, pois a sua estrutura é composta por catorze versos, distribuídos em duas quadras e dois tercetos, entretanto é um soneto. Quanto a Época e ao Período Literário O poema A uma Ausência é da Época clássica e quanto ao Período enquadra-se no Barroco, pois a ideia central deste texto leva-nos as temáticas predominantes do barroco em que o homem sempre estava em conflito consigo mesmo. Texto B Formoso Tejo meu, quão diferente te vejo e vi, me vês agora e viste: turvo te vejo a ti, tu a mim triste, claro ti vi eu já, tu a mim contente. A ti foi ti trocando a grossa enchente a quem teu largo campo não resiste; a mim trocou-me a vista em que consiste o meu viver contente ou descontente! Já que somos no mal participantes, sejamo-lo no bem. Oh, quem me dera que fôramos em tudo semelhantes! Mas lá virá a fresca Primavera: Tu tornaras a ser quem eras dantes, Eu não sei se serei quem dantes era. (Francisco Rodrigues Lobo) Características estético linguísticas Antíteses: na 1ª estrofe há colisão entre palavras com sentidos opostos em alusão ao que foi e ao que é (formoso/diferente, turvo/claro, triste/contente). Eufemismo: no 1º verso da 1ª quadra percebe-se a ocorrência da atenuação duma ideia (diferente = turvo/feio) Prosopopeia: nota-se na 1ª estrofe a atribuição de qualidades/ acções e sentimentos próprios de humanos a um ser inanimado ( me vês agora e viste/ tu a mim triste/ tu a mim contente. Características estético formais Pessimismo: Eu não sei se serei quem dantes era.

16 15 Quanto a estrutura/forma O texto B é versificado, com uma estrutura fixa, tem 14 versos, distribuídos em 2 quartetos e 2 tercetos, com predominância de 10 sílabas métricas em cada verso. O seu esquema rimático é: ABBA/ABBA nas quadras e CDC/DCD nos tercetos. Quanto a temática/conteúdo O Eu-lírico sofre internamente pela perda de algo ou alguém indispensável, fruto ou referência da sua contemplação, provavelmente a sua amada. Onde na ultima estrofe do texto exalta o pessimismo e a incerteza em relação ao seu próprio destino. Quanto ao género Trata-se de uma forma poética fixa, pois a sua estrutura é constituída por catorze versos, distribuídos em duas quadras e dois tercetos, todavia é um soneto. Quanto a Época e ao Período Literário. O poema apresentado por Rodrigues Lobo é da Época clássica e quanto ao Período enquadra-se no Barroco, pois ao longo deste poema são apresentados aspectos marcantes como o uso exagerado de figuras de estilo, jogo de contrários ou seja antíteses, o pessimismo, a fugacidade e entre outros aspectos como forma de avivar mais o texto, elementos estes que muito caracterizam o barroco.

17 16 3.Conclusão Após os estudos feitos o grupo concluiu que o Barroco é um fenómeno artístico cronologicamente delimitado, nascido em Roma e difundido por toda Europa. Este movimento, tendo surgido na Espanha, foi introduzido em Portugal durante o reinado filipino. Sua génese remonta a meados do século XVI e XVII e enraíza-se na crise espiritual, moral e cultural desencadeada pelo progresso e pela decomposição dos valores da Renascença. Com referência à forma predomina, em Portugal, o uso do cultismo, influenciado por Góngora. Trata-se de um cultismo excessivo, no qual os poetas trabalham as frases com exagêro. Para o Barroco, ser simples é indício de pobreza. Por isso a fraseologia é excêntrica. Por outro lado, há a influência do conceptismo de Lope de Quevedo, com uso de expressões sutis e de conceitos baseados nos silogismos. A literatura era valorizada pelo uso de frases ambíguas ou de figuras de pensamento. Nessa quadra, encontramos algumas figuras de relevante porte, como: Padre António Vieira; Francisco Rodrigues Lobo; D. Francisco Manuel de Melo; Pe. Manuel Bernardes; Manuel de Sousa Coutinho ou Frei Luís de Sousa; António José da Silva, Sóror Mariana Alcoforado, etc. Não obstante o poder aglutinador das academias literárias, das quais a primeira foi a dos Generosos (fundada em 1647 por D. António Álvares da Cunha). O Barroco destaca-se pela ênfase posta na problemática inerente à efemeridade da existência. O mundo é passageiro, tornando-se a fugacidade do tempo um tema obsessivo. Este tempo irreversível provoca angústia, a qual, por sua vez, é responsável pelos estados contraditórios da alma humana. A vida é uma ilusão, e os disfarces são necessários para sobreviver. Há uma tentativa de preencher este vazio com uma busca pelo que é permanente e eterno, que só pode ser encontrado no Deus absoluto. Esta problemática está presente, de uma forma ou de outra, quer como ficção ou prosa doutrinária, nos textos portugueses.

18 17 4.Bibliografia LOPES, Óscar; SARAIVA, António José. História da Literatura Portuguesa. Portugal:Porto Editora, s. d. MOISÉS, Massaud. (dir). A Literatura Portuguesa em Perspectiva: classicismo, barroco, arcadismo. vol. 2, São Paulo: Atlas, MOISÉS, Massaud, A Literatura Portuguesa através dos textos. 5ª ed. São Paulo: Editora Cultriz, 1972 SILVEIRA, Francisco Maciel. Literatura Barroca. São Paulo: Global, JACINTO, C. e LANÇA, Gabriela. A Análise do Texto. Porto editora, História da Literatura Portuguesa, Editora Atlas, Vol.3. GOMES, Baptista P..Signos - Português B 12º ano. Lisboa Ed.

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