CERTIFICAÇÃO NBR ISO 9001 PARA AS ATIVIDADES REALIZADAS NO REATOR NUCLEAR IEA-R1
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- João Lucas Fortunato de Vieira
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1 2005 nternational uclear tlantic Conference - C 2005 antos, P, Brazil, ugust 28 to eptember 2, 2005 CÇÃ BL D G UCL - B B: CFCÇÃ B 9001 P VDD LZD UCL -1 osemeire P. Paiva e ereza C. alvetti nstituto de Pesquisas nergéticas e ucleares (P / C - P) v. Professor Lineu Prestes ão Paulo, P rppaiva@ipen.br e salvetti@ipen.br UM eator uclear de Pesquisa -1 obteve a certificação B 9001: 2000 pela Fundação Carlos lberto Vanzollini, certificada M, em dezembro de escopo de certificação compreende a peração e Manutenção do eator -1 e Prestação de erviços de rradiação. ste trabalho apresenta as principais etapas de implantação do sistema de gestão da qualidade (GQ), dificuldades e resultados obtidos no processo. 1. DUÇÃ Desde a sua inauguração em 1957, o reator -1 teve sua utilização voltada à comunidade científica, sendo basicamente dedicado à pesquisa, desenvolvimento e ensino. os últimos anos, com o aumento da produção comercial de radiofármacos pelo Centro de adiofarmácia (C) do P, passou a ser reconhecido como um prestador de serviço para aquele Centro e receber um tratamento mais comercial pela Direção do nstituto. partir da obtenção da certificação 9002 pelo C em 1999, a Direção do P considerou conveniente investir na certificação de seus fornecedores internos. este contexto, o Centro do eator de Pesquisas (CPq) iniciou em 2001 a implantação de um istema de Gestão da Qualidade (GQ) baseado na norma B 9001 versão 2000 [1], para as atividades relacionadas à operação e manutenção do eator uclear -1 e a prestação de serviços de irradiação. ste GQ foi estruturado de maneira a incorporar ferramentas já implementadas para atendimento aos requisitos relativos a segurança nuclear e radiológica, estabelecidos pelo organismo regulador para uma instalação nuclear. objetivo deste trabalho é apresentar as principais etapas desta implantação, relatando as dificuldades e os resultados obtidos no processo.
2 2. MDLG ULD GD implantação do GQ passou por várias fases, como: sensibilização e capacitação das pessoas envolvidas, definição de responsabilidades, definição e documentação de processos e políticas, implantação de processos e políticas, realização de auditorias internas e externas, análise crítica e melhoria contínua em todas as fases ensibilização e Capacitação das Pessoas nvolvidas Um GQ não pode ser implantado sem que as pessoas envolvidas estejam sensibilizadas e motivadas para suas vantagens. sta sensibilização é uma atividade contínua e tem sido feita por meio de reuniões formais e conversas informais, onde se procura esclarecer as vantagens da implantação do GQ. nicialmente houve uma tendência negativa, entretanto, com a obtenção dos primeiros resultados houve uma inversão nesta tendência. capacitação das pessoas focalizou as ferramentas para implantação do GQ, tais como: treinamento na orma B 9001: 2000 [1], treinamento na documentação do GQ e tratamento de não conformidades Definição da strutura do GQ Foram realizadas várias reuniões e discussões entre as lideranças do CPq e do P, para estabelecer a estrutura do GQ e suas interfaces com os sistemas corporativos, de forma a garantir a coerência entre eles. Foi adotada uma abordagem de processos, conforme ilustrado na Figura 1. C L e P D Melhoria Continua do istema de Gestão da Qualidade do Foco no Cliente CPq direção define os processos para os requisitos do GQ a partir da Cliente aluno Processos de nálise esponsabilidade Crítica pela da Direção Direção Cliente de P & D s resultados são medidos, s recursos são determinados avaliados e corrigidos por Comunidade Q dentro dos meio dos Científica U Processos de Gestão de Processos de Medição, Cliente ecursos nálises e Melhoria de produtos e serviços qualidade do produto é assegurada por meio dos xig. Legais e egulamentares: Processos de ntrada Qualidade, ealização do egurança Produto adioproteção aída Produto Produtos Formação de ecursos Humanos stágio e P reinamento Produção D científico- F U tecnológica Ç Produtos de à Catálogo ovos Produtos Figura 1. bordagem de processo adotada pelo GQ-CPq. C L e P D C 2005, antos, P, Brazil.
3 GQ do CPq obedece a diretrizes estabelecidas em dois níveis: corporativo (P) e setorial (CPq). o nível corporativo foi definida como norma de conformidade a B 9004 [2] e setorialmente a B 9001 [1]. lém disto foi considerada a necessidade de atendimento a requisitos de segurança nuclear e radioproteção relativos a uma instalação nuclear, sendo incorporados também os requisitos da nstrução ormativa C 01 [3] e outras normas C aplicáveis rganização e esponsabilidades CPq é constituído por um corpo gerencial composto por um gerente e três gerentes adjuntos, sendo assessorado por um Conselho Consultivo (aspectos técnicos), um Comitê de egurança nterno (aspectos relacionados a segurança nuclear e radioproteção) e um epresentante da Direção (D) (aspectos relacionados ao GQ), e assistido pelos vários setores do P, nos chamados processos corporativos: Compra, Vendas, tendimento a Clientes, uditorias e reinamento. Conta ainda com uma equipe de radioproteção residente. odas as responsabilidades foram claramente estabelecidas e documentadas em procedimentos específicos laboração da Documentação Para a preparação da documentação relativa aos processos, principalmente os corporativos, foram formados grupos tarefa, compostos por representantes dos setores afetados pelos respectivos processos. s documentos operacionais do reator foram elaborados pelas pessoas que executam as atividades, com a supervisão do D, tendo como base a documentação anteriormente apresentada ao organismo regulador para obtenção da autorização para operação da instalação. Uma das dificuldades encontradas nesta fase foi vencer a cultura existente quanto ao nível de detalhamento necessário na descrição das atividades. Da documentação que suporta este sistema de gestão constam: Manual da Qualidade, Planos do egócio e de ção, Procedimentos Gerenciais e peracionais, nstruções de rabalho e documentos relacionados diretamente a egurança do eator, como o elatório de nálise de egurança do eator -1, num total de aproximadamente 150 documentos, conforme apresentado na Figura 2. lém dos documentos gerados internamente ao Centro, são usados documentos que dão suporte ao istema de Gestão ntegrada do P, no que se refere às diretrizes corporativas. oda a documentação do GQ está disponível em meio eletrônico, podendo ser acessada por meio da rede interna de computadores do P (ntranet). sta documentação é controlada por meio de listas mestras, que apresentam o título do documento, sua codificação no sistema, número da revisão vigente e data de entrada em vigor. C 2005, antos, P, Brazil.
4 stratégicos Política da Qualidade Plano do egócio Manual da Qualidade áticos peracionais Plano da Qualidade (PGQ-C) Plano de ção Plano de egurança (, PCM) Procedimento Gerencial Plano da Qualidade peracional Procedimento peracional (P-CPq; P-C) Documento xterno nstrução de rabalho specificações écnicas egistros Figura 2. strutura de documentação do GQ do CPq Política e objetivos da qualidade política e os objetivos da qualidade estabelecidos para o CPq pela sua Gerência, baseiamse no compromisso de atendimento aos requisitos dos clientes e partes interessadas, com a operação segura do reator, com a qualidade dos serviços executados e com melhoria contínua, sendo válidos para todas as atividades executadas pelo Centro, e estão apresentados no Plano do egócio do CPq Plano do negócio e plano de ação Gerência do CPq definiu nos Plano do egócio e de ção do Centro os objetivos e metas a serem atingidas, bem como as estratégias a serem adotadas para que estas sejam atingidas. stes objetivos e metas têm sido analisados periodicamente Manual da qualidade do CPq (MQ-CPq) Manual da Qualidade fornece as diretrizes gerais para todas as atividades desenvolvidas no CPq elatório de análise de segurança () ste documento descreve o eator -1, apresentando as bases de projeto, limites de operação e uma análise de segurança como um todo, para fins de certificação do atendimento aos requisitos de segurança e radioproteção estabelecidos pela C 01 [3] e demais normas e regulamentos pertinentes Plano de garantia da qualidade (PGQ) C 2005, antos, P, Brazil.
5 Plano de garantia da qualidade é considerado um Plano da Qualidade específico para fins de certificação do atendimento aos requisitos da instrução normativa C 01 no que se refere à apresentação do istema de Garantia da Qualidade aplicável ao eator Procedimentos gerenciais (PG) ão documentos estratégicos que detalham as diretrizes a serem seguidas. elaboração e revisão dos procedimentos gerenciais tanto em nível corporativo (P) como setorial (CPq), tiveram a participação efetiva de funcionários do CPq Procedimentos operacionais (P) e instruções de trabalho () stes documentos foram elaborados pelas pessoas que realizam as atividades descritas, com supervisão do D do Centro egistros s registros são gerados em todas as atividades como forma de evidenciar a conformidade com as diretrizes e os requisitos estabelecidos. 2.5 mplantação do GQ partir da definição e documentação dos procedimentos, as pessoas envolvidas foram treinadas nos mesmos, passando a executá-los, segundo as diretrizes estabelecidas. Foram adotados sistemas informatizados para o acompanhamento das manutenções preventivas e corretivas e calibração de equipamentos e do tratamento de não conformidades e melhoria contínua (CMC) do GQ. esta fase houve alguma dificuldade em conscientizar o pessoal envolvido da importância dos registros como forma de evidenciar a conformidade das práticas às diretrizes, políticas e procedimentos estabelecidos uditorias Como previsto em norma, foram executadas auditorias internas no GQ para verificar o cumprimento aos requisitos, eventuais não conformidades ou pontos de melhoria de forma a garantir a melhoria contínua do sistema. stas auditorias seguiram procedimento corporativo específico e foram realizadas por pessoal treinado e independente do CPq. pós sua consolidação, o GQ do CPq passou por quatro auditorias, sendo duas internas, uma pré-auditoria para diagnóstico pela Fundação Carlos lberto Vanzolini (FCV) e a auditoria de certificação propriamente dita, pela FCV. pós a certificação foram realizadas auditorias internas anuais para acompanhar a manutenção e melhoria do GQ e duas auditorias pela FCV que também avaliaram a manutenção e melhoria do GQ, após certificação. C 2005, antos, P, Brazil.
6 2.7. nálise Crítica do Desempenho s resultados alcançados, os pontos de melhoria identificados e a definição dos pontos a serem abordados no futuro têm sido sistematicamente analisados nas reuniões de nálise Crítica de Desempenho, pela gerência do CPq. Destas reuniões participam os Diretores responsáveis pelos assuntos em pauta, o Conselho Consultivo, os responsáveis pelos processos considerados corporativos e o D do Centro, sendo presididas pelo Gerente do CPq e conduzidas pelo D do Centro. Destas reuniões saem as ações corretivas ou de melhoria que realimentam o sistema promovendo a Melhoria Contínua do GQ. 3. CCLUÃ implantação do istema de Gestão da Qualidade resultou na obtenção do certificado 2610 para a peração e Manutenção do eator -1 e Prestação de erviços de rradiação, outorgado pela Fundação Carlos lberto Vanzolini, em 13 de Dezembro de os anos de 2003 e 2004, o GQ passou por auditorias de acompanhamento pela FCV, que determinou a manutenção da certificação obtida. GDCM s autores agradecem à Coordenação da Qualidade, egurança e Meio mbiente e aos funcionários dos grupos de operação e manutenção do reator e dos setores corporativos do P. FÊC 1. ssociação Brasileira de ormas écnicas (B), istemas de gestão da qualidade equisitos (B 9001), io de Janeiro, Brasil (2000). 2. ssociação Brasileira de ormas écnicas (B), istemas de gestão da qualidade - Diretrizes para melhorias de desempenho (B 9004), io de Janeiro, Brasil (2000). 3. Comissão acional de nergia uclear (C), Certificação do atendimento aos requisitos de segurança e radioproteção pelas instalações nucleares e radiativas da C (C 01), io de Janeiro, Brasil (1994). C 2005, antos, P, Brazil.
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