ANÁLISE DOS REQUISITOS NORMATIVOS PARA A GESTÃO DE MEDIÇÃO EM ORGANIZAÇÕES
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- Vítor Gabriel Prada Salgado
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1 V CONGRESSO BRASILEIRO DE METROLOGIA Metrologia para a competitividade em áreas estratégicas 9 a 13 de novembro de Salvador, Bahia Brasil. ANÁLISE DOS REQUISITOS NORMATIVOS PARA A GESTÃO DE MEDIÇÃO EM ORGANIZAÇÕES Eduardo Kibrit CTMSP, São Paulo, Brasil, kibrit@ctmsp.mar.mil.br Sumário: Este trabalho apresenta, caracteriza e analisa os requisitos normativos para a gestão de medição em organizações, considerando os requisitos das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Palavras-chave: gestão, medição, metrologia. 1. INTRODUÇÃO Um sistema de gestão de medição eficaz assegura que o equipamento de medição e os processos de medição são adequados para seu uso pretendido e é importante para atingir os objetivos da qualidade do produto e gerenciar o risco de resultado de medição incorreta. O objetivo de um sistema de gestão de medição é gerenciar o risco de que o equipamento de medição e os processos de medição possam produzir resultados incorretos afetando a qualidade dos produtos de uma organização. Os métodos usados para o sistema de gestão de medição variam da verificação básica do equipamento à aplicação de técnicas estatísticas no controle do processo de medição. Neste artigo, estaremos apresentando os requisitos normativos para a de gestão de medição em organizações estabelecidos nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 2. OBJETIVO O objetivo deste trabalho é identificar, caracterizar e analisar os requisitos de gestão de medição estabelecidos nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para aplicação em organizações. 3. MÉTODOS O presente trabalho caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica. São identificadas as normas técnicas aplicáveis, em seguida estas normas são caracterizadas e seus requisitos analisados. 3.1 Identificação das normas aplicáveis De acordo com o banco de normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), as seguintes normas são aplicáveis à gestão de medição em organizações e serão estudadas neste trabalho: a. NBR ISO 9001:2008 Sistemas de gestão da qualidade Requisitos [1]; b. NBR ISO 10012:2004 Sistemas de gestão de medição Requisitos para processos de medição e equipamento de medição [2]; c. NBR ISO/IEC 17025:2005 Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração [3]. 3.2 Caracterização das normas aplicáveis A seguir, as normas aplicáveis são caracterizadas quanto ao seu objetivo, campo de aplicação, estrutura e conteúdo NBR ISO 9001:2008 Sistemas de gestão da qualidade Requisitos [1] Esta norma especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade, quando uma organização necessita demonstrar sua capacidade para fornecer produtos que atendam de forma consistente aos requisitos do cliente e requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis e pretende aumentar a satisfação do cliente por meio da aplicação eficaz do sistema, incluindo processos para melhoria contínua do sistema, e assegurar a conformidade com os requisitos do cliente e os requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis. Todos os requisitos desta norma são genéricos e podem ser aplicados em todas a s organizações, independentemente do seu tipo, do seu porte e do produto que fornecem. Esta norma tem foco nos processos que influenciam a qualidade de produtos não tem foco nos produtos propriamente ditos. Os requisitos do sistema de gestão da qualidade especificados nesta norma são complementares aos requisitos dos produtos. Referência ao controle de equipamento de monitoramento e medição é feita no tópico 7.6 desta norma. A organização deve determinar o monitoramento e a medição a serem realizados e o equipamento de monitoramento e medição necessário para fornecer evidências da conformidade do produto com os requisitos determinados. A organização deve estabelecer processos para assegurar que o monitoramento e a medição possam ser realizados e sejam executados de maneira consistente com os requisitos de monitoramento e medição. 1
2 Quando necessário para assegurar resultados válidos, o equipamento de medição deve: a. Ser calibrado ou verificado, ou ambos, a intervalos especificados, ou antes do uso, contra padrões de medição rastreáveis a padrões de medição internacionais ou nacionais; quando esse padrão não existir, a base usada para calibração ou verificação deve ser registrada; b. Ser ajustado ou reajustado, quando necessário; c. Ter identificação para determinar sua situação de calibração; d. Ser protegido contra ajustes que invalidariam o resultado da medição; e e. Ser protegido contra dano e deterioração durante o manuseio, manutenção e armazenamento. Adicionalmente, a organização deve avaliar e registrar a validade dos resultados de medições anteriores quando constatar que o equipamento não está conforme com os requisitos. A organização deve tomar ação apropriada no equipamento e em qualquer produto afetado. Registros dos resultados de calibração e verificação devem ser mantidos. Quando programa de computador for usado no monitoramento e medição de requisitos especificados, deve ser confirmada a capacidade para atender à aplicação pretendida. Isto deve ser feito antes do uso inicial e reconfirmado, se necessário. A confirmação da capacidade do programa de computador para atender à aplicação pretendida incluiria, tipicamente, sua verificação e gestão da configuração para manter sua adequação ao uso NBR ISO 10012:2004 Sistemas de gestão de medição Requisitos para processos de medição e equipamento de medição [2] Esta norma especifica requisitos genéricos e fornece orientação para a gestão de processos de medição e comprovação metrológica de equipamento de medição usado para dar suporte e demonstrar conformidade com requisitos metrológicos. Ela especifica requisitos de gestão da qualidade de um sistema de gestão de medição que pode ser usado por uma organização que executa medições como parte de um sistema de gestão global, e para assegurar que os requisitos metrológicos são atendidos. A Figura 1 apresenta um modelo de sistema de gestão de medição com a estrutura básica da norma NBR ISO 10012:2004. A Seção 5 trata da responsabilidade da direção, a Seção 6 trata da gestão de recursos, a Seção 7 trata da comprovação metrológica e realização dos processos de medição, e a Seção 8 trata da análise e melhoria do sistema de gestão de medição. O sistema de gestão de medição consiste no controle de processos de medição designados e na comprovação metrológica de equipamento de medição. Figura 1. Modelo de sistema de gestão de medição. A Seção 5 descreve que a função metrológica deve ser definida pela organização. O sistema de gestão de medição deve assegurar que os requisitos metrológicos dos clientes são atendidos e demonstrados. A gestão da função metrológica deve definir e estabelecer objetivos da qualidade mensuráveis para o sistema de gestão de medição. A alta direção da organização deve assegurar a análise crítica sistemática do sistema de gestão de medição em intervalos planejados, para assegurar sua contínua pertinência, adequação e eficácia. A Seção 6 define responsabilidades e autoridades para a gestão de recursos humanos, de informação, materiais e de fornecedores externos. A gestão da função metrológica deve definir e documentar as responsabilidades de todo o pessoal designado para o sistema de gestão de medição e deve assegurar que o pessoal envolvido no sistema de gestão de medição tenha demonstrado ter habilidade para desempenhar as tarefas designadas. Os procedimentos do sistema de gestão de medição devem ser documentados na extensão necessária e validados para assegurar a implementação adequada, sua consistência de aplicação e a validade dos resultados de medição. Programas de computador usados nos procedimentos de medição e cálculos de resultados devem ser documentados, identificados e controlados para assegurar sua adequabilidade para o uso continuado. Devem ser mantidos registros contendo informações requeridas para a operação do sistema de gestão de medição. Equipamentos de medição e procedimentos técnicos usados no sistema de gestão de medição devem ser claramente identificados, individual e coletivamente. Todo equipamento de medição necessário para satisfazer requisitos metrológicos especificados deve estar disponível e identificado no sistema de gestão de medição. As condições ambientais requeridas para a operação eficaz dos processos de medição cobertos pelo sistema de gestão de medição devem ser documentadas. A gestão da função metrológica deve definir e documentar os requisitos para produtos e serviços a serem 2
3 fornecidos por fornecedores externos para o sistema de gestão de medição. A Seção 7 define diretrizes para a comprovação metrológica e realização do processo de medição. A comprovação metrológica deve ser projetada e implementada para assegurar que características metrológica do equipamento de medição satisfaçam os requisitos metrológicos do processo de medição. A comprovação metrológica compreende a calibração e a verificação do equipamento de medição. Processos de medição que são partes do sistema de gestão de medição devem ser planejados, validados, implementados, documentados e controlados. A especificação completa de cada processo de medição deve incluir a identificação de todo o equipamento pertinente, procedimentos de medição, programas de computador para medição, condições de uso, habilidades do operador e todos os outros fatores que afetam a confiabilidade do resultado de medição. O controle dos processos de medição devem ser conduzido de acordo com procedimentos documentados. Os requisitos metrológicos devem ser determinados com base nos requisitos do cliente, da organização, estatutários e regulamentares. Os processos de medição projetados para satisfazer estes requisitos especificados devem ser documentados, validados como apropriado e realizados sob condições controladas. A função metrológica deve manter registros para demonstrar conformidade com os requisitos do processo de medição A incerteza de medição deve ser estimada para cada processo de medição abrangido pelo sistema de gestão de medição. Estimativas da incerteza devem ser registradas. A análise de incertezas de medição deve ser completada antes da comprovação metrológica do equipamento de medição e da validação do processo de medição. Todas as fontes conhecidas da variabilidade de medição devem ser documentadas. Todos os resultados de medição devem ser rastreáveis ao Sistema Internacional (SI), quando aplicável. Registros de rastreabilidade de resultados de medições devem ser mantidos por tanto tempo quanto requerido pelo sistema de gestão de medição, pelo cliente ou por requisitos estatutários e regulamentares. A Seção 8 estabelece requisitos para análise e melhoria do sistema de gestão de medição. A função metrológica deve planejar e implementar o monitoramento, análise e melhorias necessárias para assegurar conformidade do sistema de gestão de medição e melhorar continuamente o sistema de gestão de medição. As atividades de monitoramento e análise incluem a avaliação da satisfação do cliente, a auditoria do sistema de gestão de medição, e o uso de técnicas estatísticas. A função metrológica deve assegurar a detecção de quaisquer não-conformidades no sistema de gestão de medição e deve tomar ações imediatas. A função metrológica deve planejar e gerenciar a melhoria contínua do sistema de gestão de medição com base nos resultados das auditorias, análise crítica pela administração e outros fatores pertinentes, tais como, retroalimentação dos clientes. A função metrológica deve analisar criticamente e identificar oportunidades potenciais para a melhoria do sistema de gestão de medição e modificálo se necessário NBR ISO/IEC 17025:2005 Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração [3] Esta norma especifica os requisitos gerais para a competência em realizar ensaios e/ou calibrações, incluindo amostragem. Ela cobre ensaios e calibrações realizados utilizando métodos normalizados, métodos não normalizados e métodos desenvolvidos pelo laboratório. Ela é aplicável a todas as organizações que realizam ensaios e/ou calibrações e deve ser utilizada por laboratórios no desenvolvimento do seu sistema de gestão para qualidade, operações técnicas e administrativas. Ela contempla requisitos de competência técnica que não são contemplados pela NBR ISO 9001:2008 [1]. A estrutura da norma NBR ISO/IEC 17025:2005 [3] consiste de duas seções principais, a Seção 4 que trata de requisitos da direção e Seção 5 que trata de requisitos técnicos. A Seção 4 Requisitos da direção consiste de 15 tópicos, descritos abaixo: 4.1 Organização: Funções e responsabilidades do laboratório, seu pessoal gerencial e pessoal técnico; 4.2 Sistema de gestão: O laboratório deve implementar um sistema de gestão adequado aos serviços realizados; 4.3 Controle de documentos: Elaboração, aprovação, emissão e alterações de documentos; 4.4 Análise crítica de pedidos, propostas e contratos: O laboratório deve estabelecer e manter procedimentos para a análise crítica de pedidos, propostas e contratos; 4.5 Subcontratação de ensaios e calibrações: Quando necessário, o laboratório deve subcontratar serviços com subcontratados competentes; 4.6 Aquisição de serviços e suprimentos: Política e procedimento devem ser elaborados para a seleção de aquisição de serviços e suprimentos que afetem a qualidade de ensaios e/ou calibrações. Suprimentos adquiridos devem ser verificados antes do uso. O laboratório deve avaliar os fornecedores de suprimentos e serviços críticos; 4.7 Atendimento ao cliente: Os clientes devem ter acesso às áreas relevantes do laboratório para testemunhar a realização dos ensaios e/ou calibrações e seus comentários devem ser considerados; 4.8 Reclamações: O laboratório deve ter uma política e um procedimento para a resolução de reclamações recebidas de clientes; 3
4 4.9 Controle de trabalhos de ensaio e/ou calibração nãoconforme: Devem ser elaborados procedimentos para o tratamento de não-conformidades. Um plano de ação corretiva deve ser implementado; 4.10 Melhoria: O laboratório deve aprimorar continuamente a eficácia do seu sistema de gestão; 4.11 Ação corretiva: Planos de ação corretiva devem ser implementados em caso de trabalho não-conforme. Deve ser realizada uma investigação para determinar a causa do problema. Ações devem ser tomadas para prevenir a reocorrência do problema. As ações devem estar baseadas em análise de risco; 4.12 Ação preventiva: Identificação de melhorias necessárias e potenciais fontes de não-conformidades. A ação preventiva pode envolver análise de dados, incluindo análise de tendência e risco, e resultados de ensaios de proficiência; 4.13 Controle de registros: O laboratório deve estabelecer e manter procedimentos para identificar, coletar, indexar, acessar, arquivar, armazenar, manter e dispor os registros técnicos e da qualidade. Os registros devem ser protegidos de forma a prevenir danos. Os registros podem estar em papel ou meio eletrônico. O laboratório deve ter procedimentos para proteger e fazer cópias de segurança dos registros e prevenir o acesso não autorizado nesses registros. Os registros não devem ser apagados ou rasurados em caso de correções. As alterações devem ser assinadas; 4.14 Auditorias internas: O laboratório deve, periodicamente e de acordo com um cronograma e um procedimento predeterminados, realizar auditorias internas das suas atividades para verificar se suas operações continuam a atender os requisitos do sistema de gestão; 4.15 Análise crítica pela direção: Alta Direção do laboratório deve realizar periodicamente uma análise crítica do sistema de gestão do laboratório e das atividades de ensaio e/ou calibração, para assegurar sua contínua adequação e eficácia, e para introduzir mudanças ou melhorias necessárias. A Seção 5 Requisitos técnicos consiste de 10 tópicos, descritos abaixo: 5.1 Generalidades: Diversos fatores determinam a correção e a confiabilidade dos ensaios e/ou calibrações realizados pelo laboratório. O laboratório deve ter em conta estes fatores no desenvolvimento de métodos de ensaio e calibração e procedimentos, para a formação e qualificação de pessoal, e para a seleção e calibração dos equipamentos que utiliza; 5.2 Pessoal: Requisitos para a competência do pessoal, base na formação, treinamento, experiência e habilidades demonstradas. Formulação de metas referentes à formação, treinamento e habilidades. Política e procedimentos para identificar as necessidades de treinamento. O pessoal deve ser contratado pelo laboratório. Descrições das funções do pessoal com suas responsabilidades. Tarefas específicas devem ser realizadas por pessoal autorizado; 5.3 Acomodações e condições ambientais: As condições ambientais das áreas de ensaio e calibração não devem afetar adversamente a qualidade de qualquer medição. O laboratório deve monitorar, controlar e registrar as condições ambientais. Áreas nas quais existam atividades incompatíveis devem ser separadas. O acesso às áreas de ensaio e/ou calibração devem ser limitado ao pessoal autorizado; 5.4 Métodos de ensaio e calibração e validação de métodos: O laboratório deve utilizar métodos e procedimentos apropriados para todos os ensaios e/ou calibrações dentro do seu escopo. Estes incluem amostragem, manuseio, transporte, armazenamento e preparação dos itens a serem ensaiados e/ou calibrados e, onde apropriado, uma estimativa da incerteza de medição, bem como as técnicas estatísticas para análise dos dados de ensaio e/ou calibração; 5.5 Equipamentos: Os equipamentos de ensaio e calibração devem ser adequados para realizar ensaios e/ou calibrações selecionados e estar bem caracterizados;. 5.6 Rastreabilidade de medição: São descritos requisitos gerais para obter a rastreabilidade apropriada do equipamento de ensaio e padrões de referência. Requisitos específicos são especificados para calibração, ensaio, e padrões e materiais de referência; 5.7 Amostragem: O laboratório deve ter um plano e procedimentos para amostragem, quando ele realiza amostragem de substâncias, materiais ou produtos para ensaio ou calibração subseqüente; 5.8 Manuseio de itens de ensaio e calibração: O laboratório deve ter procedimentos para o transporte, recebimento, manuseio, proteção, armazenamento, retenção e/ou remoção dos itens de ensaio e/ou calibração; 5.9 Garantia da qualidade de resultados de ensaio e calibração: O laboratório deve ter procedimentos de controle da qualidade para monitorar a validade dos ensaios e calibrações realizados; 5.10 Apresentação de resultados: Os resultados de cada ensaio, calibração, ou séries de ensaios ou calibrações realizadas pelo laboratório devem ser relatados com exatidão, clareza, objetividade, sem ambigüidade e de acordo com quaisquer instruções específicas nos métodos de ensaio ou calibração. Os resultados devem ser relatados, normalmente, num relatório de ensaio ou num certificado de calibração. 4. RESULTADOS A pesquisa bibliográfica realizada mostrou-se satisfatória, pois identificou as principais normas usadas para a gestão de medição aplicadas no Brasil. A norma NBR ISO 9001:2008 [1] apresenta requisitos para sistemas de gestão da qualidade, incluindo requisitos 4
5 para o controle de equipamento de monitoramento e medição. A norma NBR ISO 10012:2004 [2] estabelece requisitos para sistemas de gestão de medição, incluindo requisitos para os processos de medição e equipamento de medição. A norma NBR ISO/IEC 17025:2005 [3] apresenta requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração. A caracterização das normas estudadas neste trabalho permitiu a identificação das semelhanças e diferenças de seus requisitos quanto ao objetivo, campo de aplicação, estrutura e conteúdo. Com base nesta caracterização, foi feita uma discussão dos requisitos das normas aplicáveis que é abordada no próximo capítulo deste texto. 5. DISCUSSÃO Todas as normas aplicáveis apresentam requisitos de boas práticas para a gestão de medição, embora haja algumas diferenças de foco e campo de aplicação. A norma NBR ISO 9001:2008 [1] tem foco na implementação de um sistema de gestão da qualidade em uma organização. A norma NBR ISO 10012:2004 [2] tem foco na implementação de um sistema de gestão de medição aplicável aos processos de medição de uma organização. A norma NBR ISO/IEC 17025:2005 [3] tem foco na demonstração da competência de laboratórios de ensaio e calibração. A norma NBR ISO 9001:2008 [1] é aplicável a uma organização como um todo. A norma NBR ISO 10012:2004 [2] é aplicável aos processos de medição especificados por uma organização. A norma NBR ISO/IEC 17025:2005 [3] é aplicável a um único laboratório. consequente economia para clientes e fornecedores, permitindo avaliar e estabelecer requisitos técnicos destinados a assegurar a qualidade do produto Desta forma, independentemente das características do sistema de gestão aplicado por qualquer organização, as atividades metrológicas devem ter atenção especial neste sistema. AGRADECIMENTOS Agradeço ao Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo CTMSP por ter permitido minha participação neste Congresso e à Sociedade Brasileira de Metrologia pela realização do evento. REFERÊNCIAS [1] Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Sistemas de gestão da qualidade Requisitos, NBR ISO 9001:2008, Dezembro [2] Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Sistemas de gestão de medição Requisitos para processos de medição e equipamento de medição, NBR ISO 10012:2004, Maio [3] Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração, NBR ISO/IEC 17025:2005, Outubro CONCLUSÃO O objetivo geral deste trabalho foi identificar, caracterizar e analisar os requisitos normativos da ABNT para a gestão da medição. Para atingir o objetivo geral deste trabalho, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, utilizando-se como referência, o banco de normas técnicas da ABNT, de modo a identificar as normas técnicas aplicáveis. Uma vez identificadas as normas técnicas aplicáveis, seus requisitos foram caracterizados e analisados. Uma discussão sobre os requisitos das normas técnicas aplicáveis mostrou que estas apresentam boas práticas para a gestão de medição, sendo que a maior diferença entre elas está no foco e no campo de aplicação. O uso harmonioso da metrologia conduz, necessariamente, à redução dos custos associados à produção de bens e serviços, mediante a sistematização, racionalização e ordenação das atividades, com a 5
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