ENQUALAB 2013 QUALIDADE & CONFIABILIDADE NA METROLOGIA AUTOMOTIVA. Elaboração em planos de Calibração Interna na Indústria Automotiva
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1 ENQUALAB 2013 QUALIDADE & CONFIABILIDADE NA METROLOGIA AUTOMOTIVA Elaboração em planos de Calibração Interna na Indústria Automotiva Joel Alves da Silva, Diretor Técnico JAS-METRO Soluções e Treinamentos em Metrologia e Qualidade Av. Pereira Barreto, 1395, Santo André, São Paulo treinamento@jasmetro.com.br, (11) / (11) Resumo: O objetivo desse trabalho será apresentar uma sistemática de elaboração da programação, planejamento, execução, registro e controle de calibração dos padrões internos e dos instrumentos críticos para a qualidade e confiabilidade do sistema de medição. Será apresentada uma metodologia do requisito 7.6 da norma ISO/TS com adequação completa dos itens exigidos para o laboratório interno. Algumas abordagens são destacadas a seguir: 1. Identificação e Localização; 2. Determinação da Criticidade de Equipamentos e/ou Instrumentos; 3. Programação de Calibração; 4. Sistema de Rastreabilidade; 5. Procedimentos de calibração/ajuste; 6. Frequência de calibração/ajuste; 7. Execução das calibrações; 8. Certificados de Calibração; 9. Critério de aceitação para instrumentos críticos e padrões de trabalho; 10. Tratamento de desvio; 11. Vantagens da calibração interna; 12. Registros. Este artigo descreverá algumas diretrizes para orientar e atender a norma automotiva, consequentemente dará ao sistema de qualidade maior confiabilidade nos resultados de calibração. São eles: 1. Identificação e Localização Conforme o requisito da norma ISO/TS deve haver um controle de equipamentos de monitoramento para atender e assegurar aos requisitos de conformidade do produto. As grandezas que devem ser controladas e monitoradas é o primeiro passo para iniciar o planejamento. Em seguida, determinar os tipos de calibrações internas e externas para definir a estratégia de trabalho, escopo e quais os equipamentos serão calibrados internamente. Deve haver uma definição do escopo incluído na documentação do sistema de gestão da qualidade do(s) laboratório(s) interno(s) da organização que descreve os serviços de inspeção, teste ou calibração. O laboratório deve especificar e implementar, no mínimo, requisitos técnicos para: adequação dos procedimentos do laboratório, competência do pessoal do laboratório, capacidade de executar corretamente estes serviços, rastreável à norma de processo relevante, e
2 análise crítica dos registros relacionados. 2. Determinação da Criticidade de Equipamentos e/ou Instrumentos De acordo com os requisitos de conformidade do produto determinam-se quais equipamentos e dispositivos de medição deverão ter seu controle e monitoramento definidos. Estes podem ser definidos com a tolerância de processo, característica crítica de controle, de segurança, entre outras que se fizerem necessárias de acordo com cada processo. 3. Programação de Calibração A programação de calibrações a serem definidas pelo laboratório interno se dará inicialmente pelo levantamento dos padrões que deverão fazer as calibrações de acordo com as grandezas e unidades. Devem ser definidos os intervalos de cada equipamento e dispositivo de medição para garantir os resultados dentro das especificações. Após definidos os equipamentos e dispositivos de medição a serem calibrados pode ser elaborado o gerenciamento de todo sistema de medição/calibração de acordo com um cronograma ou sistema de controle compatível (software). 4. Sistema de Rastreabilidade Identificação dos padrões para a calibração de cada equipamento e dispositivo de medição devem ser calibrados ou verificados a intervalos especificados, contra padrões de medição rasteáveis a padrões de medição internacionais ou nacionais, preferencialmente em laboratórios RBC ou RBLE acreditados na NBR ISO/IEC 17025; quando esse padrão não existir, a base usada para calibração ou verificação deve ser registrada. 5. Procedimentos de calibração/ajuste Deve ser desenvolvido um procedimento de calibração para o laboratório de forma a garantir a capacidade de executar corretamente os serviços do escopo de acordo com a competência do pessoal. O procedimento deve fazer parte do sistema da qualidade e documentado para definir os controles necessários para a identificação, armazenamento, proteção, recuperação, retenção e disposição dos registros. Deve criar registros que influenciam diretamente nos resultados e não afete a qualidade dos serviços. Os registros estabelecidos para prover evidências da conformidade com requisitos e da operação eficaz do sistema de gestão da qualidade devem ser controlados. 6. Frequência de calibração/ajuste A frequência de calibração de cada equipamento será variável de acordo com alguns aspectos de utilização. São eles: Agressidade do ambiente; Frequência de medição; Criticidade do processo; Manuseio; Etc; 7. Execução das calibrações O pessoal que executará as calibrações deve ter a competência comprovada de acordo com a descrição descrita no escopo. Essa competência abrange capacidade de realizar calibrações em grandezas específicas, monitorar o sistema conforme o tipo de
3 sistema, conhecer o cálculo de incerteza de medição e outras funções que dependerão do tipo de calibração que o técnico realizará de acordo com cada empresa. Todo equipamento após definição do programa deve ser calibrado ou verificado, ou ambos, a intervalos especificados, ser ajustados, identificação do status da calibração, lacres ou outra forma para proteger os resultados e armazená-lo de forma a não sofrer danos. 8. Certificados de Calibração; Nos certificados de calibração interna podem ser apresentados os resultados de modo simplificado e objetivo, com as informações que devem estar disponíveis no laboratório com os seguintes requisitos: Título; Nome e endereço do laboratório e o local onde foram realizados os serviços; Identificação unívoca do documento, e em cada página, uma identificação que assegure que a página faz parte do documento, e uma clara identificação do final; Identificação do método, procedimento ou instrução utilizado; Descrição, condição e identificação não ambígua do item; Resultados com as unidades de medida; Nome, função e assinatura ou identificação equivalente da pessoa autorizada a emitir o documento de acordo com o sistema informatizado; Declaração de que os resultados se referem somente aos itens ensaiados ou calibrados (se aplicável); Condições ambientais em que ocorreram as calibrações; Incerteza das medições e/ou declaração de conformidade com uma especificação metrológica; Evidências de que as medições são rastreáveis descrição dos padrões utilizados. O certificado de calibração interna pode gerar uma etiqueta de calibração com o intervalo entre calibrações. 9. Critério de aceitação para instrumentos críticos e padrões de trabalho; Deve-se avaliar e registrar a validade dos resultados de medições anteriores quando constatar que o dispositivo não está conforme com os requisitos. O laboratório deve tomar ação apropriada no dispositivo e em qualquer produto afetado. Os métodos analíticos e o critério de aceitação usado devem estar conforme aqueles requisitos dos manuais de referência do cliente sobre análise de sistemas de medição. Para um instrumento utilizado nas inspeções de processos, o resultado de medição deve ser pelo menos estabelecido em função da resolução do instrumento. Uma prática utilizada é considerar 1/10 da menor tolerância a ser avaliada no laboratório. Definir uma Incerteza Máxima Admissível (IMA) A norma NBR ISO 10012* versão 1993, tinha a informação de definição da Incerteza Máxima Admissível (IMA) utilizar de 1/3 da menor tolerância (IT) de fabricação onde o instrumento fosse utilizado. Atualmente essa metodologia é aplicável em muitas situações, mas quem define é a empresa que detém o know how. 10. Tratamento de desvio;
4 A determinação dos requisitos relacionados ao produto tem implicação direta na qualidade e pode afetar nos resultados de avaliação. A consequência é a possibilidade de aprovar peças ruins e rejeitar peças boas. 11. Vantagens da calibração interna; Alguns pontos antes de avaliar as vantagens da calibração interna é analisar a quantidade de equipamentos a serem calibrados, verificar a existência de padrões de calibração, infraestrutura do laboratório, o sistema informatizado, pessoal que executará os serviços. A partir dessa avaliação pode se fazer um estudo comparativo do gasto que a empresa faz mensalmente e anualmente para realizar as calibrações. Se a empresa faz seus serviços terceirizados por um laboratório ou outra forma. Em seguida, a empresa faz um estudo para avaliar a possibilidade de realizar as calibrações internamente. Algumas das vantagens é a disponibilização de equipamentos de imediato, know how, custo benefício que dependerá do estudo, troca de equipamento após calibração com critérios não atendidos, confiabilidade dos resultados, prazo das calibrações minimizadas e dentre outras. O fato que em algumas empresas é difícil realizar todas as calibrações de equipamentos internamente devido à robustez ou pela quantidade. Em algumas empresas desenvolvemos trabalhos que minimizaram em até 50% do custo de calibração em laboratórios externos. Figura 1 Treinamento de calibração interna na prática Parte Incerteza de Medição 12. Registros. Os registros dos resultados de calibração devem ser mantidos seja em papel ou meio eletrônico para ser usado no monitoramento e medição de requisitos especificados e permanecer legíveis, identificáveis e recuperáveis. Registros da atividade de calibração ou verificação para todos os dispositivos e equipamentos de medição e teste necessários devem fornecer evidência da conformidade do produto aos requisitos determinados devem incluir: identificação do equipamento; revisões após alterações de engenharia; quaisquer leituras fora do especificado como recebido para calibração/verificação; uma avaliação do impacto da condição fora de especificação; declaração de conformidade com a especificação após calibração/verificação, e notificação ao cliente se produto ou material suspeito foi expedido.
5 Palavras-chaves: Calibração interna, Padrões de Trabalho, Confiabilidade e Sistema de Medição. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1]ABNT. NBR ISO/IEC Requisitos Gerais para competência de laboratórios de ensaio e calibração. Rio de Janeiro, [2]< Acesso em: 07 ago [3]ABNT. NBR ISO Sistemas de Gestão da Qualidade; requisitos. Rio de Janeiro, [4]ABNT. NBR ISO Requisitos para os processos de medição e equipamento de medição; sistemas de gestão de medição. Rio de Janeiro, [5]ABNT. NBR ISO Requisitos para os processos de medição e equipamento de medição; sistemas de gestão de medição. Rio de Janeiro, [5]INMETRO. Vocabulário internacional de termos fundamentais e gerais de metrologia. ed. Luso-Brasileira Rio de Janeiro, INMETRO, p. [6] ISO/TS Sistemas de Gerenciamento da Qualidade; requisitos. Rio de Janeiro, [7]Visitas e treinamentos realizados em empresas de autopeças durante ano de 2012, Autor: Elaboração em planos de Calibração Interna na Indústria Automotiva, Joel Alves da Silva, Especialista em Metrologia e Qualidade. Diretor Técnico da JASMETRO Soluções e Treinamentos em Metrologia e Qualidade.
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