CAPÍTULO III VANTAGENS COMPARATIVAS DE NOVO: AS DOTAÇÕES DOS FACTORES E O MODELO NEOCLÁSSICO

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1 CAPÍTULO III VANTAGENS COMPARATIVAS DE NOVO: AS DOTAÇÕES DOS FACTORES E O MODELO NEOCLÁSSICO Os resultados obtidos em muitos estudos empíricos revelam que os custos de oportunidade aumentam com o nível de produto e não são constantes, como se admite na teoria das vantagens comparativas de Ricardo, a qual como consequência conduz a uma especialização produtiva completa. Como essa especialização não é observada na realidade da maioria dos países, vamos apresentar um novo modelo explicativo do comércio internacional que já não se baseia na hipótese dos custos constantes. Ao admitirmos a hipótese de custos de oportunidade crescentes com a especialização, passamos para outro modelo, capaz de explicar a especialização produtiva parcial e não total. Os custos crescentes permitem, ainda, encontrar outras fontes de vantagens comparativas para além das diferenças de produtividade factor trabalho no modelo de Ricardo. De acordo com esta nova teoria dos custos crescentes existem outras razões para que os custos de oportunidade, geradores de vantagens comparativas, sejam diferentes entre países, para além, das diferenças na produtividade das técnicas de produção, pois países com produtividades iguais exibem fluxos comerciais portadores de vantagens mútuas. A segunda vantagem do modelo com custos crescentes é que permite explicar a razão pela qual as políticas comerciais internacionais são tão controversas, ou seja, porque razão alguns grupos defendem a abertura ao comércio internacional e outros não. O MODELO NEOCLÁSSICO SEM COMÉRCIO (EM AUTARCIA) Neste modelo continuaremos a admitir as hipóteses do modelo de Ricardo. Vamos mostrar que um país em autarcia, ao decidir a repartição do montante total de factores entre a produção de cada bem, também está a decidir o seu padrão de consumo. Antes de apresentarmos o modelo neoclássico passamos a explicitar alguns conceitos e definições. Para qualquer bem o máximo produto que se pode obter usando dadas quantidades de factores é dado pela sua função de produção. A função de produção ou tecnologia é composta por várias técnicas de produção, ou seja, várias combinações possíveis de factores capazes de produzirem a mesma quantidade de produto. Cada técnica é um ponto de uma isoquanta. Isoquanta - é o lugar geométrico (curva) dos pontos, que representam combinação dos factores trabalho e capital capazes de produzirem a mesma quantidade dos bens X ou Y. As isoquantas aparecem representadas na Fig. 3.1, do livro de texto. Cada conjunto de isoquantas constitui uma tecnologia ou função de produção. De acordo com o modelo neoclásssico para se produzir qualquer quantidade de produto utilizam-se vários factores produtivos e não apenas o trabalho, como no modelo de Ricardo. 1

2 PRODUÇÃO EM AUTARCIA Admitamos que existem os factores produtivos trabalho, L, e capital, K, os quais exibem distintas produtividades na produção de X e Y. Algumas tecnologias de produção exibem uma complementaridade fixa entre os dois factores, ou seja, admitem que para obter uma certa quantidade de produto se utilizam os factores sempre na mesma proporção. No entanto, a grande maioria das tecnologias permite uma substituição entre os vários factores de produção. Ao longo da isoquanta, cuja expressão no país A, por exemplo, é dada, por X A 0=f A X (K A X,L A X ), podemos, mantendo constante o nível do produto em X A 0, substituir os dois factores (K A X,L A X ), um pelo outro, a uma taxa, chamada a Taxa Marginal de Substituição Técnica, TMST. Ela mede a taxa à qual é possível substituir um factor pelo outro, mantendo o produto total constante, dada a informação tecnológica relativa às técnicas de produção disponíveis, razão pela qual, no caso em que, por exemplo, substituimos capital (eixo das ordenadas) por trabalho (eixo das abcissas), ela é igual ao rácio K A X / L A X (como o produto não varia, ou seja, está fixo em X A 0, X A 0=0 pelo que 0= f A KX x K A X + f A LX x L A X. Daqui retira-se que: f A KX x K A X = - f A LX x L A X K A X / L A X = - (f A LX / f A KX ) = TMST A KX, LX, onde A f L é a produtividade marginal do trabalho na produção de X no país A e f A K é a produtividade marginal do capital na produção de X no mesmo país A). Esta taxa é dada pelo valor absoluto da inclinação da isoquanta em cada ponto. As isoquantas são convexas em relação à origem e possuem uma inclinação negativa. Quanto maior a quantidade de produto obtida, tanto mais afastadas da origem estão as isoquantas. A inclinação negativa de uma isoquanta traduz o facto de que os factores são substitutos entre si. A convexidade das isoquantas significa que a TMST diminui à medida em que se caminha da esquerda para a direita. Se representarmos o capital no eixo das ordenadas e o trabalho no eixo das abcissas, a TMST decrescente resulta do facto de cada vez haver menos capital para substituir por mais trabalho (TMST K,L = K/ L), pelo que cada vez é possível substituir uma menor quantidade de capital por cada unidade adicional de trabalho. A escolha de um processo produtivo pela firma obedece ao seguinte critério: minimizar o custo de produzir um certo montante de produto. Caso contrário a firma não estaria a maximizar os lucros. Vamos admitir que existe concorrência perfeita no mercado dos factores em ambos os países A e B. Neste caso, por exemplo, no país A, o preço do capital é constante, e é dado por r A, e o preço do trabalho também é constante, e é dado por w A. O custo total do bem X no país A é dado por CT A = w A L A X + ra k A X. Podemos agora construir as chamadas rectas de isocusto, que são rectas que representam todas as combinações de factores L e K que originam o mesmo custo total. A expressão da recta de isocusto é dada por CT 0 = w A L A X + ra K A X, onde pretende indicar um determinado custo total fixado ao nível 0. A sua inclinação, uma vez que CT 0 =0, é dada por: 2

3 K A X / LA X = - wa / r A O rácio dos preços dos factores representa a taxa à qual a firma pode substituir um factor pelo outro, mantendo o custo total constante. Este rácio é dado pelo valor absoluto da inclinação da recta de isocusto. Podemos chamar a esta taxa (rácio) a Taxa Marginal de Substituição do Mercado e representá-la por TMSM K,L. Ela mede a taxa à qual é possível substituir um factor pelo outro, dada a informação do mercado relativa aos seus preços (resultante da procura e da oferta), razão pela qual ela é igual ao rácio dos preços (w/r). Como o produto aumenta à medida em que nos deslocamos para isoquantas mais afastadas da origem e o custo diminui à medida que nos deslocamos para isocustos mais próximos da origem, a firma maximizadora do lucro (ou minimizadora do custo) irá procurar o seu ponto de equilíbrio na tangência entre a recta de isocusto mais baixa e uma dada isoquanta; ou, o que é mesmo, na tangência entre a isoquanta mais alta e um dado isocusto. Este ponto de equilíbrio é o ponto (L A* X ; KA* X ) da Figura 3.3, do livro de texto. Neste ponto, como, aliás, em qualquer outro ponto de equilíbrio, a TMST K,L =TMSM K,L (f A L / f A K = w A /r A ). O rácio capital/trabalho é o rácio do montante de capital sobre o montante do trabalho escolhido pela firma, ou seja, K A / L A. A inclinação de um raio que parta da origem e que intersecta uma isoquanta num ponto corresponde ao rácio capital/trabalho nesse ponto. Se dividirmos o capital e o trabalho pelo montante de produto X 0 obtemos os A* A A* A coeficientes técnicos de produção, a KX = (K X /X0 ) e alx =(L X /X0 ). Estes traduzem, respectivamente, as quantidade de capital e de trabalho necessárias para A* A* produzir uma unidade do produto. Por seu lado, o rácio (K X /LX ) = (akx /a LX ), é conhecido por coeficiente de intensidade capitalística. A diferença em relação aos modelos do capítulo anterior é que estes coeficientes não são constantes, mas variam com os preços relativos dos factores (determinados pela sua procura, baseada nas preferências dos consumidores e, pela oferta). É que, agora, a firma escolhe a combinação de Kx e de Lx (e, logo, de a KX e a LX ) consoante os preços relativos dos factores e estes variam. Por exemplo se descer a taxa de salário w A em relação à taxa de aluguer do capital r A, a firma escolhe uma combinação de factores (técnica de produção) que utiliza mais trabalho relativamente ao capital para produzir um dado montante de produto. Ou seja, a firma escolhe uma técnica menos capitalística, ou, o que é o mesmo, uma técnica mais trabalho intensiva. É importante notar que os rácios dos coeficientes técnicos mudam, de modo geral, de uma indústria para a outra, mesmo que as duas indústrias enfrentem os mesmos preços relativos dos factores; essa equalização de preços tenderá, aliás, a verificar-se, dada a mobilidade dos factores entre indústrias no interior de um país. Por exemplo na Figura 3.4 as firmas produtoras de aço escolhem técnicas que utilizam grandes quantidades de capital em relação ao trabalho, enquanto que as firmas produtoras de textêis usam técnicas que utilizam maior quantidade de trabalho em relação ao capital, apesar de ambas os tipos de firmas enfrentarem os mesmos preços de trabalho e capital. 3

4 As firmas que produzem o bem Y no país A enfrentam o mesmo processo de decisão descrito atrás. Diz-se que o bem X é mais capital intensivo do que o bem Y se (a KX /a LX )> (a KY /a LY ). Ou seja, se é um bem que utiliza mais capital em relação ao trabalho do que outro bem. Para esta definição apenas interessam as quantidades relativas de trabalho e capital. Se se utilizarem dois factores de produção, K e L, e se se produzirem dois produtos, X e Y, então se o bem X for mais capital intensivo é porque o bem Y é mais trabalho intensivo. Senão vejamos: (a KX /a LX )> (a KY /a LY a KX x a LY > a KY x a LX a LY /a KY > a LX /a KX, ou seja, implica que o bem Y é mais trabalho intensivo do que o bem X. Na Figura 3.4 o aço é um bem capital intensivo e os textêis são um bem trabalho intensivo. Podemos construir a fronteira de possibilidades de produção do país A, usando os coeficientes técnicos de produção e as dotações L A e K A de trabalho e de capital do país A. Este procedimento aparece ilustrado na Figura 3.5. Como os dois produtos X e Y podem ser produzidos usando diferentes proporções de capital e de trabalho, a fronteira de possibilidades de produção deixa de ser uma recta, para passar a ser uma curva côncava em relação à origem. Isto porque admitindo que o produto X é capital intensivo e o produto Y é trabalho intensivo, vejamos o que acontece à medida em que substituímos o bem Y pelo bem X, como, por exemplo, caminhando do ponto 1 (onde se produz uma grande quantidade de Y e uma pequena quantidade de X) para o ponto 2, na Figura 3.5. A diminuição na produção do bem trabalho intensivo Y liberta grandes quantidades de trabalho e poucas quantidades de capital. Mas estes recursos não estão nas proporções certas para a produção do bem X, o qual é capital intensivo (a sua produção adicional necessita por isso de maiores quantidades de capital, do que de trabalho). Ora, as mudanças no processo produtivo (na tecnologia utilizada, ou seja, na proporção de capital/trabalho) do bem X, permitindo alguma substituição de trabalho por capital, de modo a absorverem a maior quantidade possível de ambos os factores libertos pela diminuição na produção do outro bem, tornam-se cada vez mais difíceis pelo que os aumentos no produto X, provocados pelas diminuições no produto Y, tornam-se cada vez menores (daí a curva ser côncava em relação à origem). O valor absoluto da inclinação da fronteira de possibilidades de produção, Y/ X, representa, na mesma, a taxa marginal de transformação TMT Y,X A = Y/ X (dey por X, i.e., de Y por cada unidade de X a mais, ou a menos). Por outras palavras, aquela taxa representa o custo de oportunidade do bem X em termos da quantidade de Y que deixamos de produzir para podermos produzir mais uma unidade de X. Contudo, como esse custo de oportunidade aumenta à medida em que substituímos Y por X, a TMT Y,X A deixa de ser constante, passando a aumentar à medida em que substituímos Y por X, (exigindo cada vez mais quantidade e Y, por cada unidade adicional de X), como se pode ver na Figura 3.5. Isto porque o custo de oportunidade de X, a KX /a KY, vai subindo (cada vez se exige um a KX maior e se liberta um a KY menor)uma vez que os factores de produção não são substitutos perfeitos uns dos outros na produção dos 4

5 dois bens. Isto é, as quantidades libertas de factores da produção de um bem não substituem de modo perfeito as quantidades necessárias de factores para produzir o outro bem, porque as técnicas produtivas são distintas. Assim, por exemplo, cada vez se é obrigado a ceder maiores quantidades de Y (bem trabalho intensivo) para se libertar a quantidade de capital exigida pela produção de uma unidade extra de X (bem capital intensivo). EQUILÍBRIO EM AUTARCIA O equilíbrio para os países A e B em autarcia, como se pode ver na Figura 3.6, dá-se nos pontos A* e B* em que ambos os países atingem a curva de indiferença mais para cima possível, respectivamente, U A 0 e U B 0. Neste ponto produzem-se e consomem-se X A* e X B* unidades do bem X, e Y A* e Y B* unidades do bem Y. Repare-se que a fronteira de possibilidades de produção no caso do país A que se especializa na produção do bem capital intensivo X é bojuda (ou enviezada) em relação ao eixo dos X (ou seja, descaí mais sobre o eixo dos X). Isto é porque o país A possui uma vantagem comparativa na produção do bem X em relação ao país B. Por isso o custo de oportunidade da produção de quantidades crescentes do bem X à medida em que o país A se especializa na produção desse bem é menor do que no país B. Como esse custo é dado pelo valor absoluto da inclinação à fronteira de possibilidades de produção, isto significa que esse valor absoluto baixa mais (valor absoluto da inclinação menor), à medida em que se caminha da esquerda para a direita ao longo da fronteira de possibilidades de produção do país A (no sentido de aumentos em X), do que quando se caminha no mesmo sentido, ao longo da fronteira de possibilidades de produção do país B. Pelo contrário, repare-se que a fronteira de possibilidades de produção no caso do país B, o qual se especializa na produção do bem trabalho intensivo Y, é bojuda (ou enviezada) em relação ao eixo vertical dos Y (ou seja, descaí mais sobre o eixo dos Y). Isto é porque o país B possui uma vantagem comparativa na produção do bem Y em relação ao país A. Por isso o custo de oportunidade da produção de quantidades crescentes do bem Y à medida em que o país B se especializa na produção desse bem é menor do que no país A. Como esse custo é dado pelo inverso do valor absoluto da inclinação à fronteira de possibilidades de produção com o bem X no eixo horizontal e o bem Y no vertical, isto significa que esse inverso do valor absoluto baixa mais (valor absoluto da inclinação fica maior no país B), à medida em que se caminha da direita para a esquerda, ao longo da fronteira de possibilidades de produção do país B do que ao longo da fronteira de possibilidades de produção do país A. Note-se que as diferenças nos custos de oportunidade reflectem diferenças nos coeficientes técnicos (tecnologia), que são as fontes de vantagens comparativas do capítulo II. Nos pontos de equilíbrio o custo de oportunidade do bem X, em termos de Y, é dado pelo valor absoluto de inclinação da tangente à curva de possibilidades de produção nesses pontos. Dado que admitimos a existência de concorrência perfeita em todos os mercados, o custo de oportunidade do bem X no país A é igual ao seu preço relativo, porque em 5

6 equilíbrio de concorrência perfeita o custo de oportunidade é igual à Taxa Marginal de Substituição, TMS Y,X e esta é, por sua vez, igual ao rácio (P X /P Y ). Ou seja, em equilíbrio temos que a Taxa Marginal de Transformação, TMT A Y,X = w A /r A =TMS A Y,X = Y A / X A = (P X / P Y ) A Do mesmo modo o equilíbrio em autarcia no país B (no ponto B*), dá-se no ponto em que TMT B Y,X = w B /r B =TMS B Y,X = (P X / P Y ) B O MODELO NEOCLÁSSICO COM COMÉRCIO No modelo neoclássico o país A possui uma vantagem comparativa na produção do bem X se (P X / P Y ) A <(P X / P Y ) B. Dada a hipótese de concorrência perfeita, esta condição implica que o custo de oportunidade do bem X seja inferior em A do que em B. Sob o ponto de vista gráfico, o país A possui uma vantagem comparativa na produção do bem X, se a inclinação da recta de preços relativos for menor, em valor absoluto no país A, do que no país B (P X / P Y ) A = TMT A Y,X <(P X / P Y ) B = TMT B Y,X ). É o que está descrito na Fig. 3.6 do texto. A diferença entre este modelo com custos de oportunidade crescentes e o modelo com custos de oportunidade constantes é que, neste último caso as vantagens comparativas eram medidas através da comparação directa dos custos de oportunidade num e noutro país (ou seja, no modelo de custos constantes, os preços relativos eram sempre constantes, pois os custos de oportunidade eram constantes), ao passo que no caso dos custos de oportunidade crescentes elas medem-se comparando os preços relativos (que reflectem os custos de oportunidade). Isto porque com custos de oportunidade crescentes os preços relativos mudam ao longo da fronteira de possibilidades de produção. Assim, ao utilizarem os preços relativos dos bens em autarcia estamos, automaticamente, a escolher o ponto na fronteira de possibilidades de produção onde estamos a comparar os custos de oportunidade. No modelo de custos unitários (preços) constantes a inclinação da referida fronteira é constante, pelo que as vantagens comparativas não dependem da localização determinada pelas preferências ao longo da fronteira de possibilidades de produção, razão pela qual as preferências não desempenham qualquer papel na determinação das vantagens comparativas. Ou melhor, quaisquer que sejam as preferências (qualquer que seja a forma das curvas de indiferença) a determinação dos pontos de equilíbrio exige que essas curvas de indiferença sejam tangentes, i.e., que possuam a mesma inclinação em valor absoluto do que a fronteira de possibilidades de produção. Ora, como no modelo de custos constantes a fronteira de possibilidades de produção possui uma inclinação constante, por ser uma recta, faz com que o ponto de tangência seja igual para qualquer ponto ao longo dessa recta (ou melhor, faz com que qualquer ponto de tangência com uma curva de indiferença seja qual for a curva de indiferença (preferências), desde que seja bem comportada seja igual ao longo dessa recta). Logo, é a inclinação constante da recta que dita a localização do óptimo sem que as preferências desempenhem qualquer papel. Isto equivale a dizer que são as condições da oferta, ao determinarem a inclinação da 6

7 recta, que estão a determinar o ponto de tangência, i.e., o ponto de equilíbrio. Neste caso como a inclinação da recta reflecte o custo de oportunidade, este é que determina as vantagens comparativas de cada país, uma vez que países diferentes possuem rectas de possibilidades de produção com inclinações também diferentes. Já no modelo de custos crescentes, as vantagens comparativas (que traduzem diferenças nos custos de oportunidade) dependem dos pontos sobre a fronteira de possibilidades de produção onde estamos a comparar os equilíbrios em autarcia nos dois países, porque os custos de oportunidade diferem de ponto para ponto dessa fronteira. Daqui resulta que são as preferências é que determinam esses pontos (de tangência com as curvas de indiferença). Neste caso, a inclinação das curvas de indiferença (igual ao rácio dos preços relativos ditados pelo mercado) em ambos os países, é que determina quais os correspondentes pontos sobre a fronteira de possibilidades de produção que possuem uma tangente com igual inclinação (comum) à inclinação da curva de indiferença, de modo a identificarmos, assim, quais são os pontos de equilíbrio. Na Figura 3.6 podemos ver que o país A possui uma vantagem comparativa na produção do bem X, pois no ponto de equilíbrio em autarcia o preço relativo do bem X, é menor do que o mesmo preço relativo no equilíbrio em autarcia do país B, ou seja, (P X / P Y ) A <(P X / P Y ) B. Estes preços relativos diferentes do bem X em ambos os países, reflectem o facto de em equilíbrio, o custo de oportunidade do bem X no país A ser menor do que o seu custo de oportunidade em equilíbrio no país B. Isto porque, a partir dos pontos de equilibrio nos países A e B, por cada unidade adicional de X temos de sacrificar menos unidades do bem Y no país A, do que no país B. Portanto, a especialização, de acordo com o princípio das vantagens comparativas, permitirá aumentar o produto total, produzindo mais de um bem no país com menor custo de produção, sem produzir menos do outro bem. No modelo de custos constantes as vantagens absolutas conduziam à especialização total. Pergunta: Será que neste modelo de custos crescentes também assistimos a uma especialização absoluta? Resposta: Provavelmente não! Isto porque, como se vê na Figura 3.7 do livro de texto, à medida em que cada país se especializa na produção de um bem (como, por exemplo, o país A se especializa na produção do bem X), o custo de oportunidade da produção de mais uma unidade desse bem aumenta, baixando o custo de oportunidade de produção de mais uma unidade do outro bem Y, em que existe uma desvantagem comparativa. À medida em que o custo de oportunidade de uma unidade adicional de X no país A (onde ele era relativamente baixo no ponto de óptimo inicial de autarcia, A * ) aumenta e o custo de oportunidade de 1 unidade a menos de X no país B (onde ele era relativamente alto no ponto de óptimo inicial de autarcia, B * ) baixa, estes dois custos tenderão a convergir 1. O mesmo sucede com o bem Y. 1 Note-se que agora o bem X passa a ser importado pelo país B, do país A onde o seu custo de oportunidade medido no país A é mais baixo do que no país B. Assim, importanto mais uma 7

8 Vejamos a explicação mais detalhada, apresentada no painel (a) da Figura 3.7, referente ao país A. A especialização produtiva baseada nas vantagens comparativas conduz, no caso do país A, a movimentos da esquerda para a direita ao longo da sua fronteira de possibilidades de produção, até que o custo de oportunidade de X A seja igual, nos pontos A p e B p, ou seja, nos dois países. Nestes movimentos o valor da inclinação vai aumentando em valor absoluto (custo de oportunidade de X A ) em relação ao ponto inicial de equilíbrio em autarcia A *, onde o custo de oportunidade era relativamente mais pequeno. No painel (b), referente ao país B, os movimentos são da direita para a esquerda, em direcção ao aumento da produção do bem Y, em que esse país detém vantagens comparativas. Nesses movimentos o valor absoluto da inclinação (custo de oportunidade de X B ), que era grande no ponto inicial de equilíbrio em autarcia, B*, vai diminuindo em direcção ao ponto de equilíbrio final B p. Isto até que o custo de oportunidade do bem Y A seja igual ao custo de oportunidade de Y B, i.e, que a inclinação da fronteira de possibilidades de produção seja a mesma em ambos os países. Portanto, quando os custos de oportunidade se tornarem iguais nos dois países termina a vantagem da especialização produtiva (do país A no bem X e do país B no bem Y) e esta cessa. Isto sucede, como se disse, nos ponto A P e B P da Figura 3.7, onde as inclinações das fronteiras das possibilidades de produção ficam iguais nos dois países. O país A pode produzir as quantidades (X A P ; YA P ) e o país B as quantidades (X B P ; YB P ). Mas, existem muito pares de pontos e não apenas os pontos A P e B P da Figura 3.7 em que as inclinações são iguais. Para determinarmos o ponto de equilíbrio, temos de considerar as preferências. EQUILÍBRIO INTERNACIONAL COM COMÉRCIO Uma vez concluída a especialização produtiva nos pontos em que os custos de oportunidade são iguais em ambos os países, os preços relativos dos bens nos países também serão iguais. Então vejamos a seguinte questão: Pergunta: De entre todos os possíveis preços relativos qual será o preço relativo em que se dará o comércio internacional? Resposta: O preço de equilíbrio será o preço relativo para o qual as exportações do bem X pelo país A se igualam às importações do mesmo bem pelo país B. Aplica-se o mesmo raciocínio para o bem Y. Concluindo, o preço de equilíbrio das trocas é o preço ao qual a quantidade importada de um bem, é igual à quantidade exportada desse bem. Analisemos as determinantes do preço de equilíbrio em detalhe na Figura 3.8 do livro de texto. O país A pode trocar, a partir do ponto Ap, ao longo da recta com unidade de X do país A, deixa de ter de se produzir uma unidade de X no país B, onde ela tinha um custo de oportunidade inicial (em autarcia ) relativamente mais elevado do que no país A. O país B tem de produzir mais de Y, por cada unidade de X que importa, sendo que nesse país o bem Y possui um custo de oportunidade mais baixo do que no outro país. 8

9 inclinação igual aos preços relativos comuns, representando os termos de troca mundiais. Uma vez determinada a inclinação da recta dos termos de troca, para determinar o ponto de consumo óptimo (ponto de equilíbrio) apenas é necessário caminharmos ao longo dessa recta até ao ponto de tangência com a curva de indiferença mais para cima e para a direita possível. Ao caminhar ao longo desta nova recta de termos de troca internacionais, (Px/Py) TT, podemos atingir o ponto Ac, que é o ponto de equilíbrio com comércio internacional no país A. O país A produz em Ap, exporta (X A P -XA C ) unidades do bem X e importa (Y A C -YA P ) unidades do bem Y. O país B importa (X B C -XB P ) unidades do bem X do país A e exporta para aquele país (Y B P -YB C ) unidades do bem Y. Portanto: (X A P -XA C ) = (X B C -X B P ) e (YA C -YA P ) = (Y B B -Y ) P C O comércio internacional permitiu a cada país aumentar o seu conjunto de possibilidades de consumo, passando a consumir nos pontos (A C e B C ), que se situam fora das suas fronteiras de possibilidades de produção. O comércio internacional também torna iguais os custos de oportunidades de ambos os bens em ambos os países. OUTRAS FONTES DE VANTAGENS COMPARATIVAS Para encontrarmos outras fontes de vantagens comparativas, para além das diferenças nos custos de oportunidade resultantes de diferenças na tecnologia de produção, ou seja, nos coeficientes técnicos distintos, necessitamos de examinar quais os factores que determinam os preços relativos. As diferenças nos preços relativos (fonte de vantagens comparativas), podem ser o resultados de diferenças nas dotações dos factores, na tecnologia, nas preferências ou, uma combinação destes elementos. O PAPEL DAS DOTAÇÕES DOS FACTORES I) A influência das diferenças nas dotações dos factores na determinação dos padrões dos custos de oportunidade e, logo, das vantagens comparativas, foi apresentada pelos economistas Heckscher e Ohlin. 9

10 A ABUNDÂNCIA DE FACTORES O que é que significa um país deter abundância de um factor? Podemos definir a abundância dos dois modos seguintes: 1) Por definição, o país A é abundante no factor capital se (K A /L A )>(K B /L B ), i. e., se o país A possui mais capital por unidade de trabalho do que o país B; Notemos que apesar do país A poder ter menor quantidade absoluta de capital do que o país B, continua a poder ser um país capital intensivo se tiver proporcionalmente menos trabalho, apesar de ter uma combinação com menos capital do que o outro país, pois o importante é o rácio capital/trabalho, ou seja, o capital, por unidade de trabalho. Dados dois países A e B e dois factores K e L, se o país A for capital intensivo, o país B terá de ser trabalho intensivo, pois (K A /L A )>(K B /L B ) (L A /K A )<(L B /K B ) (L B /K B )>(L A /K A ). A definição de abundância de um factor que foi apresentada, a qual é baseada na quantidade relativa desse factor apenas depende da oferta dos factores em cada país. Assim, a procura pelos factores não é tomada em consideração. 2) Esta definição alternativa, baseia-se nos preços relativos, e não nas quantidades relativas dos factores. De acordo com esta definição, o país A será capital intensivo se em autarcia se verificar que (r A /w A )<(r B /w B ) ou (w A /r A )>(w B /r B ), i.e., se o preço relativo do aluguer do capital (r) for mais baixo no país A do que em B. Esta definição engloba tanto os aspectos da procura, como da oferta dos dois factores, porque o preço de cada factor é determinado pela procura e pela oferta. Contudo o modelo de Heckscher Ohlin, que veremos a seguir, adopta a definição de vantagem comparativa baseada na quantidade relativa de cada factor existente em cada país. O TEOREMA DE HECKSHER OHLIN (H-O) Partindo da observação de que os distintos bens são produzidos com intensidades dos factores diferentes, Hecksher e Ohlin deduziram que os países terão uma vantagem comparativa na produção dos bens que utilizam de modo intensivo o factor em que esses países são abundantes. Cada país exportará do bem em que possui uma vantagem comparativa (o bem que possui em abundância), e importará o outro bem. Admite-se, ainda, que se o bem X for capital-intensivo no país A, i.e., se a KX /a LX >a KY /a LY, então, também, será capital intensivo no país B e, vice-versa, se for trabalho intensivo no país A. 10

11 A título de exemplo admitamos um país A que é abundante em trabalho, i.e., onde L A /K A >L B /K B, e admitamos também que o bem X é trabalho intensivo, i.e., a KX /a LX <a KY /a LY e b KX /b LX <b KY /b LY, e que o país B é abundante em capital, sendo o bem Y capital intensivo. Estas condições indicam que o país A tem vantagem comparativa na produção do bem X, e que o país B tem vantagem comparativa na produção do bem Y. Por exemplo, os USA são abundantes em terra de cultivo e a produção de trigo é terra intensiva; Hong-Kong é abundante em trabalho e a produção de vestuário é trabalho intensiva. Assim os USA devem especializar-se e exportar trigo e, Hong-Kong exportar vestuário. A fronteira de possibilidades de produção é enviesada em direcção ao bem em que o país detém uma vantagem comparativa, como se pode ver na Figura 3.9. Se as preferências fossem idênticas em ambos os países, hipótese defendida por Hecksher-Ohlin, o preço de trigo em autarcia, que não depende das preferências nos dois países, ou seja, da procura de trigo em relação ao vestuário, deve ser mais baixo nos USA, e o do vestuário em Hong-Kong. Deste modo cada país transforma-se no produtor de baixo custo do bem que usa intensivamente o factor em que é abundante. Chegamos, assim, ao resultado conhecido pelo nome de Teorema de Hecksher-Ohlin, em comércio livre, o qual afirma que cada país especializa-se na produção e exporta do bem que usa intensivamente o factor que o país detém em abundância, devido ao seu baixo preço em autarcia. Mas esta teoria do comércio baseado unicamente no enviesamento da produção devido às dotações dos factores não descreve a realidade. É que quando existem custos crescentes, as preferências também são um factor explicativo. O que realmente importa é a comparação entre os preços relativos entre os dois países, os quais são determinados não só pelas dotações, mas também pelas preferências. II) O PAPEL DAS PREFERÊNCIAS Embora o modelo de Hecksher Ohlin admita que o enviesamento na produção, resultante das diferenças nas dotações dos factores constitua a base do comércio, existem outras fontes, que podem implicar um certo tipo de especialização produtiva, i.e., de enviesamento na produção (economias de escala, por ex.). Por exemplo, dois países podem ter duas fronteiras de possibilidades de produção idênticas (ou seja, dotações de factores, e tecnologias idênticas) mas, as preferências dos seus residentes podem ser muito diferentes. Estas diferenças nas preferências dariam lugar a distintos preços relativos dos bens em autarcia do que os que seriam ditados pelas dotações dos factores, como se pode ver na Figura 3.10 do livro de texto e, logo, uma fonte de vantagens para o comércio, pois os custos de oportunidade seriam diferentes. 11

12 Na Figura 3.10 os residentes do país A possuem preferências enviesadas pelo bem Y, aumentando o seu custo de oportunidade, e os do país B pelo bem X. Com fronteiras de possibilidades de produção semelhantes, ditadas pelas dotações idênticas, são as preferências diferentes que resultam em preços relativos diferentes, em cada país. Este enviesamento das preferências dá ao país A uma vantagem comparativa na produção de X. Com o comércio internacional, o país A especializa-se na produção do bem X e o país B em Y, embora as fronteiras de possibilidades de produção sejam idênticas. Portanto, quando se deixa de admitir a hipótese de preferências idênticas no modelo de Hecksher-Ohlin, e, quando, as dotações dos factores, e as preferências, são, ambas, diferentes, o enviesamento provocado pelas preferências pode reforçar, ou anular, em parte, ou totalmente, o enviesamento resultante da produção. As preferências desempenham um papel importante na determinação da direcção das vantagens comparativas. Conclusão final do capítulo: As diferenças nos custos de oportunidade, fonte de vantagens comparativas, são o reflexo de: 1) diferenças nos preços relativos resultantes de diferenças nas produtividades do trabalho no modelo de Ricardo; 2) diferenças nos preços relativos que determinam diferenças nas intensidades dos factores usados devido a diferenças nas dotações dos factores no modelo de Hecsher-Ohlin; 3) diferenças nos preços relativos resultantes de diferenças nas preferências. Neste capítulo verificamos que ao introduzirmos custos crescentes no modelo básico do comércio internacional, a especialização produtiva é incompleta. O caso I ilustra o caso dos USA como o exemplo de um caso de especialização produtiva incompleta. Os casos II e III ilustram o papel das dotações e das preferências no padrão do comércio internacional e da especialização produtiva. Os casos IV e V apresentam o envolvimento da China nas trocas mundiais. CASO I Apresentamos nos gráficos 3.11 e 3.12 as exportações e importações dos USA em Os dados parecem sugerir que os USA exportam na sua maioria para os países desenvolvidos, como, por ex., para a Europa Ocidental, o Canada e o Japão. Existem várias explicações. Em primeiro lugar os residentes desses países possuem rendimentos mais elevados; em segundo lugar os países mais desenvolvidos são os que estão mais abertos ao comércio; em terceiro lugar as trocas entre países desenvolvidos deve-se ao facto dos habitantes desses países possuirem preferências idênticas; em quarto lugar para além das vantagens comparativas são as economias de escala que explicam o comércio sobretudo dos países desenvolvidos. A Figura 3.12 revela que os USA exportam em primeiro lugar bens de capital, produtos e materiais industriais, veículos, motores e componentes, bens de consumo com excepção da comida e automóveis, e comidas e bebidas. 12

13 As Figuras 3.12 e 3.14 apresentam o mesmo tipo de informação relativamente às importações. Os parceiros para as importações são os mesmos do que para as exportações. Os parceiros são sobretudo os países da NAFTA, o Canada e o México. Os Estados-Unidos importam bens de capital, materiais industriais, bens de consumo, motores e componentes. CASO II Até ao início de 1980 a Arábia Saudita importava a maior parte do trigo consumido. Três anos depois este país produzia mais do que 2/3 do que é vendidos nos mercados mundiais. A Arábia Saudita produz e exporta ovos e produtos da pecuária. A agricultura representa 1% do PIB, mas emprega 25% da força de trabalho. Devido a um custoso programa de irrigação o trigo produzido pela Arábia Saudita custa cerca de US$1000 por tonelada, enquanto que o trigo importado custa US$80. Para além disso os especialistas defendem que a agricultura consome 80% da água usada no país, proveniente sobretudo de poços que não são renováveis. Como é que este país pode desenvolver uma produção em que detém desvantagens comparativas? O Ggoverno da Arábia Saudita encoraja a produção de trigo concedendo aos agricultores preços artificialmente elevados, terra gratuíta, e empréstimos a baixos juros para a aquisição de maquinaria, adubos e sementes. Os agricultores respondem com um aumento da produção de trigo. O governo foi obrigado a construir silos para armazenar os excedentes que não se vendiam aos preços elevados. O trigo foi dado como ajuda a países sub-desenvolvidos e vendido a preços mais baixos no mercado internacional, com a diferença para os preços domésticos paga pelo Governo. O governo da Líbia também subsidia um canal de irrigação que se alimenta de água de poços não renovável. Quando se esgotar a àgua dos poços este rio artificial fiacrá reduzido a uma conduta. Estes projectos reduzem a dependência desses países na comida importada mas a um elevado custo em termos económicos e ambientais. CASO III COMÉRCIO DE PÉS DE GALINHA? É TUDO UMA QUESTÃO DE PREFERÊNCIAS! Durante muitos anos os produtores Norte-Americanos de galinhas deitavam fora as partes de frangos e perús. As preferências por pés de galinha mudam de acordo com os países. Com base nestas diferenças de gostos os EStados-Unidos exportam para Hong- Kong pés de galinha e pescoços e testículos de perú para Taiwan. As exportações de galinhas para o Japão tem diminuido pois os Japoneses preferem importar do Brasil e da China coxas de frango, que também são apreciadas nos Estados-Unidos. CASO IV 13

14 Até há poucos anos a China e a Coreia do Sul não faziam trocas directas, apesar da sua proximidade geográfica, sobretudo por motivos políticos. Estes dois paíse abriram agora as suas fronteiras ao comércio, explorando as diferenças nas suas dotações de factores. A China é abundante em trabalho e escassa em capital exporta para a Coreia do Sul produtos trabalho intensivos como luvas e guarda-chuvas. A Coreia do Sul exporta para a China produtos capital-intensivos tais como, aço, plásticos, papel, material eléctrico. Com a abertura ao comércio ambos os países conseguram elevar as taxas de crescimento do PIB per capita. CASO V UMA APLICAÇÃO DO TEOREMA DE HECKSCHER-OHLIN AO COMÉRCIO CHINA-USA Os USA são abundantes em capital humano e carecem de pessoal pouco especializado. Na China passa-se o contrário. Os dados do quadro 3.3 permitem testar o teorema de Hecksher-Ohlin. Os autores do quadro dividiram 131 indústrias em dez grupos por ordem decrescente de acordo com a sua intensidade em trabalho qualificado. Ao mesmo tempo o quadro indica as quotas de exportações da China para os USA e vice-versa detidas pelas indústrias pertencentes a cada grupo. O padrão de comércio China-USA parece confirmar o referido teorema. As exportações dos USA para a China estão concentradas nas indústrias com trabalho mais qualificado; com as exportações da China para os USA passa-se o contrário. APÊNDICE A (CAPÍTULO 3) A CAIXA DE EDGEWORTH A caixa de Edgeworth permite juntar a informação sobre os dois países num só gráfico. Admitamos que existem duas indústrias X e, Y, num único país A, e que, cada indústria utiliza os factores, L e, K. Cada indústria é caracterizada por uma série de isoquantas, como se vê na Figura 3.A.1. Os comprimentos dos eixos na Figura 3.A.1 representam as quantidades existentes de trabalho, e capital, em A, ou seja, L A e, K A. Para construir uma caixa de Edgeworth, basta rodar o gráfico da indústria Y, de modo a que a origem fique no canto superior direito. Em seguida aproximamos os gráficos das indústrias X e Y, até se tocarem, formando uma caixa, como se vê na Figura 3A.2. A dimensão horizontal da caixa mede a quantidade total disponível de trabalho, enquanto que a vertical, mede a mesma quantidade de capital. Cada ponto na caixa representa uma distribuição do trabalho L e do capital K, na produção de X e Y. 14

15 Cada ponto dentro ou sobre os limites da caixa de Edgeworth, corresponde a um ponto dentro ou sobre a fronteira de possibilidades de produção. Os pontos que se situam sobre a fronteira de possibilidades de produção caracterizam-se por serem pontos de tangência entre as isoquantas que representam o bem X e o bem Y. Isto é verdadeiro, porque em qualquer ponto que não corresponde a um ponto de tangência na figura 3A.2, o país A pode produzir mais de um bem, sem produzir menos do outro. Por exemplo, a partir do ponto I (ponto de não-tangência) o país A pode produzir mais do bem Y sem reduzir a produção do bem X, deslocando-se para o ponto II (um ponto de tangência) ou, produzir mais do bem X sem reduzir a produção de Y, deslocando-se para o ponto II (outro ponto de tangência). Logo os pontos II e III ficam sobre a fronteira de possibilidades de produção, enquanto que o ponto I fica no seu interior, como se pode ver na Figura 3A.3. Também se pode utilizar a caixa de Edgeworth para mostrar os ganhos da especialização e de troca. Seja X W = X A + X B a quantidade total mundial produzida do bem X e, Y W = Y A + Y B a quantidade total mundial produzida do bem Y. Estas duas quantidades podem formar as dimensões de um segundo tipo de caixa de Edgeworth. Ao deixar produzir mais de um bem, sem produzir menos do outro, a especialização produtiva resultante das vantagens comparativas pode aumentar o tamanho da caixa. Usando a fronteira de possibilidades de produção do Capítulo III, a Figura 3A.4 ilustra um aumento no tamanho da caixa, resultante da especialização. Em autarcia X W = X A * B W + X * A e Y = Y * B + Y * (da Figura 3.6), enquanto que, com a especialização, de acordo com a vantagem comparativa, X W = X A P + XB P > X A * B W + X * e, Y = Y AP + YB P > * B YA + Y *. A partir do momento em que a especialização produtiva aumentou as quantidades disponíveis de ambos os bens, os residentes do país A vão trocar com os residentes do país B, de acordo com as suas preferências. Começando no ponto P (de produção), o comércio desenrola-se ao longo de uma recta (cuja inclinação corresponde aos termos de troca internacionais), até ao ponto de tangência entre duas curvas de indiferença dos dois países. A partir desse ponto C (C de consumo), já não é possível fazer deslocar os residentes de um país para uma curva de indiferença mais elevada, sem se deslocar os residentes do outro país para uma curva de indiferença mais baixa. APÊNDICE B AS CURVAS DE OFERTA Como sabemos, os termos de troca de equilíbrio (Px/Py) tt devem: 1) situar-se entre os dois preços de autarcia, i.e.: 15

16 (px/py) A < (px/py) tt < (px/py) B, no caso em que o país A possui uma vantagem comparativa na produção do bem X. Isto porque (px/py) A representa o que o país A está disposto a aceitar receber (exige em troca) por cada unidade do bem X que produz a menos no mercado interno em autarcia. Obviamente que este montante tem de ser igual ou inferior ao que o mercado mundial está disposto a pagar por cada unidade do bem X que o país A exporta, ou seja, (px/py) tt. Portanto, para convencer o país A a exportar uma unidade do bem X é necessário que (px/py) A < (px/py) tt, ou seja que aquilo que o mercado mundial está disposto a pagar mais por cada unidade que o país A exporta seja maior do que aquilo que este país exige como pagamento no seu mercado interno. Por outro lado, (px/py) B representa o que o país B está disposto a pagar (a ceder em troca) por cada unidade do bem X que produz a mais no seu mercado interno em autarcia. Obviamente que este montante tem de ser igual ou superior ao que o país B está disposto a pagar por cada unidade do bem X importada do país A, ou seja, (px/py) tt. Ou melhor, aquilo que o mercado mundial está disposto a pagar por cada unidade de X importada tem de ser menos do que aquilo que o país B está disposto a pagar por cada unidade de X produzida internamente. Portanto, para convencer o país B a importar uma unidade do bem X é necessário que (px/py) tt < (px/py) B. 2) fazer com que o montante que um país deseja exportar seja igual ao montante que o outro país deseja importar. Vamos derivar esses termos de troca de equilíbrio em termos de curvas de oferta. A curva de oferta indica a quantidade oferecida para a troca, por parte de um país, a determinados termos de troca. Ou seja, no caso do país A, a curva de oferta indica, a cada preço relativo dos bens X e Y, o que é que o país A deseja exportar e, importar, respectivamente. A curva de oferta do país B dá a mesma informação para esse país. Podemos representar as curvas de oferta num gráfico, com o montante do bem X trocado medido no eixo horizontal, e o montante do bem Y trocado medido no eixo vertical. Note-se que neste caso aquilo que estamos a medir nos eixos não é a quantidade total de bens X e Y, mas as quantidades trocados no mercado mundial. A Figura 3B.1 ilustra as curvas da oferta para cada um dos países. A inclinação de um raio que parte da origem mede um possível preço relativo ou termo de troca internacional do bem X. Isto porque a inclinação mede quanto se deve ceder de Y para obter um unidade adicional de X ( Y/ X). Raios com maiores inclinações significam preços mais elvados do bem X e vice-versa. No painel (a) da Figura 3B.1 a curva da oferta de A reflecte a vontade deste país em exportar maiores quantidades do bem X à medida em que o preço que recebe for maior, pois isto significa que recebe cada vez mais quantidades de Y em troca por cada unidade de X exportada. A mesma curva indica a vontade do país A em importar maiores quantidades do bem Y, à medida em que desce o preço relativo de Y (1/(p x /p y ) A, ou seja, à medida em que tem de pagar menos por cada unidade de Y importada. Cada ponto sobre a curva de oferta do país A indica o montante que o país A 16

17 deseja exportar e importar aos termos de troca indicados pelo raio que parte da origem até esse ponto. No painel (b) da Figura 3B.1 a curva da oferta de B reflecte a vontade deste país em importar maiores quantidades do bem X à medida em que o preço que paga for menor, pois isto significa que paga cada vez menos quantidades de Y em troca por cada unidade de X importada (curva menos inclinada). A mesma curva indica a vontade do país A em exportar maiores quantidades do bem Y, à medida em que sobe o preço relativo de Y, (1/(p x /p y ) B, ou seja, à medida em que recebe mais por cada unidade de Y exportada (curva menos inclinada). Cada ponto sobre a curva de oferta do país B indica o montante que o país B deseja importar e exportar aos termos de troca indicados pelo raio que parte da origem até esse ponto. Esta técnica das curvas da oferta permite portanto dispor de um meio mais fácil para determinarmos os termos de troca de equilíbrio. O equilíbrio corresponde aos termos de troca aos quais a quantidade que o país A deseja exportar do bem X é igual à quantidade que o país B deseja importar do mesmo bem; e que a quantidade que o país A deseja importar do bem Y é igual à quantidade do mesmo bem que o país B deseja exportar. Claro que esta condição é dada pela intersecção das duas curvas de oferta. Portanto, (px/py) TT representa os termos de troca de equilíbrio aos quais os mercados mundiais dos bens X e Y se equilibram. A Figura 3B.2 ilustra o processo de ajustamento até se atingir os termos de troca de equilíbrio.se o preço relativo for demasiado elevado em relação ao preço para o qual o TT mercado se equilibra, i.e., (px/py) 0, o país A desejará exportar maior quantidade do bem X do que o país B deseja importar, enquanto que o país B desejará exportar menos do bem Y do que o país A deseja importar. A oferta excedentária do bem X e a procura TT excedentária do bem Y fará com que (px/py) 0 baixe, até atingir o equilíbrio. Pelo contrário se o preço relativo do bem X for muito baixo como, por exemplo, TT (px/py) 1, o país B desejará importar mais do bem X do que o país A deseja exportar e o país A desejará menos de Y do que o país B deseja exportar. A procura excedentária pelo bem X no país A e a oferta excedentária do bem Y no país B farão com que (px/py) TT se eleve. Finalmente, vejamos na Figura 3B.3, as relações existentes entre o gráfico 3B.2 da curva da oferta e o gráfico da Figura 3.8 da fronteira de possibilidades de produção e curvas de indiferença. Podemos considerar cada ponto sobre a curva da oferta define um triângulo. A base representa as importações e a altura as exportações dos dois bens e a inclinação do terceiro lado do triângulo mede os termos de troca. A Figura 3B.3 usa as curvas de oferta para desenhar os triângulos de troca do Figura

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