Data de entrega: 03/05/2017; Data de divulgação do gabarito: 04/05/2017
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- Eugénio Neiva Wagner
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1 GABARITO 1ª LISTA DE EXERCÍCIOS Data de entrega: 03/05/2017; Data de divulgação do gabarito: 04/05/2017 Capítulo 2 Exercício 2 O México e o Brasil possuem parceiros econômicos bastante distintos. O México comercializa principalmente com os Estados Unidos, enquanto o Brasil tem um comércio equilibrado entre os Estados Unidos e a União Europeia; o México comercializa muito mais em relação ao seu PIB. Explique essas diferenças utilizando o modelo de gravidade. O modelo de gravidade busca explicar o volume de comércio entre países ou regiões pelo tamanho das economias envolvidas e a distância entre elas. Segundo o modelo, quanto maiores forem as economias, maior tende a ser o volume de comércio entre elas. Isto porque, considerando a ótica da produção, economias com grandes produções tendem a ter grandes volumes de exportação. A ótica da renda indica que economias ricas (grandes) tendem a demandar maior nível de importação, também intensificando o volume de comércio. O volume de comércio também é explicado, segundo o modelo, pela distância entre as economias: quanto maior a distância entre as economias, maiores são os custos de transporte e consequentemente, menor o volume de comércio. É possível analisar volume de comércio do Brasil e México em relação aos Estados Unidos (EUA) e União Europeia (UE) com base no modelo de gravidade, considerando os fatores distância e tamanho (PIB). Os PIBs dos EUA e da UE são semelhantes, portanto o fator tamanho da economia não deve influenciar a análise da relação comercial dos países nesta questão. Para o Brasil, a distância do país em relação aos EUA ou UE é semelhante e sendo também o PIB destas duas regiões semelhantes, o modelo de gravidade deve indicar um comércio equilibrado entre o Brasil com relação aos EUA e UE. Para o México, a distância é bastante mais curta com os EUA (fronteira física) do que com a UE, o que, segundo o modelo, deve indicar maior volume de comércio mexicano com os EUA do que com a UE. O modelo de gravidade também é útil ao apontar situações de relações comerciais muito mais intensas (ou fracas) do que as esperadas. No caso do México, o maior volume de comércio observado com os EUA pode ser explicado pelo Nafta, acordo de livre comércio que envolve esses países, e que intensifica o volume de comércio além do que o modelo de gravidade consegue prever pelos fatores tamanho e distância.
2 Capítulo 2 Exercício 4 Ao longo das últimas décadas, as economias do leste asiático aumentaram a sua quota do PIB mundial. Da mesma forma, o comércio intraleste asiático ou seja, o comércio entre as nações do leste asiático tem crescido como uma parte do comércio mundial. Mais do que isso, os países do leste asiático têm uma quota crescente das suas trocas comerciais entre si. Explique o porquê, usando o modelo de gravidade. Uma vez que a participação dos países do Leste Asiático no PIB mundial aumentou, a participação nas relações comerciais também aumentou. A mesma lógica explica porque estes países comercializam mais entre eles. No passado estas economias eram menores, o que significa que os seus mercados domésticos também eram menores. Portanto, elas importavam menos (porque consumiam menos) e também exportavam menos (porque produziam menos). Conforme estes países ficaram mais ricos e a demanda de consumo aumentou, as importações cresceram substancialmente. Do lado da oferta, o crescimento de suas quotas no PIB mundial, implica em maior produção, o que possibilita mais exportações para o mundo. A maior comercialização ente eles decorre, pelo lado da demanda, de importar produtos que anteriormente não consumiam. As exportações que eles costumavam vender a países ricos começaram a ser vendidas a os seus vizinhos, pois seus mercados domésticos também aumentaram. Capítulo 3 Exercício 1 Doméstica possui unidades de mão de obra disponíveis. Pode produzir dois bens, maçãs e bananas. Os requisitos de mão de obra unitária na produção de maçã são 3, enquanto na de banana são 2. a) Faça o gráfico da FPP da Doméstica. b) Qual é o custo de oportunidade de maçãs em termos de bananas? c) Na ausência de comércio, qual seria o preço das maçãs em termos de bananas? Por quê? L = 1200 L* = 800 a Lm = 3 a* Lm = 5 a Lb = 2 a* Lb = 1 Ex1. a) + = 1200 Ex2. a) + = 800 = =
3 b) Custo de oportunidade de maçãs em termos de bananas = necessidade unitárias de trabalho em cada setor (modelo de Ricardo) = 3 2 c) Na ausência de comércio, o preço relativo é igual ao custo relativo que, por sua vez, é igual às necessidades unitárias de trabalho multiplicada pelo salário do setor. Os salários são iguais nos dois setores (devido a plena mobilidade do trabalho), então, 3 2 Capítulo 3 Exercício 2 Considere Doméstica conforme descrita no problema 1. Há também outro país, Estrangeira, com uma força de trabalho de 800 mãos de obra. Os requisitos de mão de obra unitária de Estrangeira na produção de maçã são 5, enquanto na produção de banana são 1. a) Faça o gráfico da FPP de Estrangeira. b) Construa a curva de oferta relativa mundial. a) Acima. b) Curva de oferta relativa mundial é baseada nos custos de oportunidade dos dois países: Portanto, o local tem vantagem comparativa na produção de maçã e o estrangeiro tem vantagem comparativa na produção de banana. 3 2 : custo de oportunidade de produzir maçãs em termos de bananas é maior que o preço relativo nos dois países, portanto, ninguém oferta maçãs. 3 2 : Local é indiferente entre produzir maçã ou banana (poderia produzir até 400 maçãs) porque seu custo de oportunidade de produzir maçã em termos de banana é igual ao preço relativo; Estrangeiro só produz banana (um total de 800 bananas) porque o seu
4 custo de oportunidade de produzir maçãs em termos de bananas é maior do que o preço relativo. 3 2 < < 5 1 : trecho em que há especialização das economias: Local só produz maçãs porque o seu custo de oportunidade de produzir maçã em termos de banana é menor do que o preço relativo da maçã (oferta 400 maçãs). Estrangeiro só produz bananas porque o seu custo de oportunidade de produzir maçã (banana) em termos de banana (maçã) é maior (menor) do que o preço relativo da maçã (oferta 800 maçãs). = 5 1 : Local só oferta maçãs (custo de oportunidade maior do que o preço relativo, 400). Estrangeiro é indiferente entre produzir um bem ou outro e oferta um pouco de cada (pois seu custo de oportunidade é igual ao preço relativo). > 5 1 : Ambos os países produzem maçãs, pois seus custos de oportunidade de produção de maçã em termos de banana é menor do que o preço relativo da maçã. A oferta total de maçãs é 400 (Local) (Estrangeiro) = 560. Capítulo 3 Exercício 3 Agora suponha que a demanda mundial relativa assume a seguinte forma: Demanda por maçãs/demanda por bananas = preço de bananas/preço de maçãs. a) Faça o gráfico da curva de demanda relativa junto com a curva de oferta relativa. b) Qual é o preço de equilíbrio relativo de maçãs? c) Descreva o padrão de comércio. d) Demonstre que Doméstica e Estrangeira ganham com o comércio. a) Curva de demanda relativa mundial é negativamente inclinada. Para desenharmos a curva, podemos sugerir alguns valores de preços relativos. Curva de demanda relativa mundial: =. Pontos da curva = 3 2 = 5 1 = 2 3 = (2/3, 3/2) = 1 5 = 2 = 1 2 = (1/5, 5/1) = (1/2, 2)
5 Q m +Q* m Q b +Q* b b) Equilíbrio ocorre no ponto em que a curva de oferta relativa mundial intercepta a curva de demanda relativa mundial, ou seja: = = Se há especialização,! " " # = $%% &%% = ' ( = = 2 c) Segundo o modelo de Ricardo, com o comércio, os países especializam sua produção no bem que possuem vantagem comparativa, que depende, por sua vez, do custo de oportunidade de produzir um bem em relação ao outro. Temos as seguintes informações: = 3 2 = 2 = 5 1 No Local, o preço relativo da maçã é maior do que seu custo de oportunidade. Portanto, o Local se especializa na produção de maçã e oferta 400 maçãs. No Estrangeiro, o preço relativo da banana é maior do que seu custo de oportunidade. Portanto o Estrangeiro se especializa na produção de banana e oferta 800 bananas. d) Há ganhos de comércio se mostrarmos que a produção indireta (permitindo trocas comerciais) gera maior produção do que a produção direta (não se permitem trocas comerciais). Local (produção direta): precisa de a Lm = 3 horas para produzir 1 Kg de maçã 1 hora, produz 1/3 kg de maçã
6 Com comércio (produção indireta): 1/3 Kg de maçã troca por 1 3 = 2 3 Kg banana - 2/3 Kg de banana é mais do que Local conseguiria produzir por produção direta de banana: Produção direta de banana no Local em 1 hora = ½ Kg Estrangeiro (produção direta): precisa de a* Lb = 1 hora para produzir 1 Kg de banana 1 hora, produz 1 kg de banana Com comércio (produção indireta): 1 Kg de banana troca por 1 = 2 Kg maçãs - 2 Kgs de maçãs é mais do que Estrangeiro conseguiria produzir por produção direta de maçãs: Produção direta de maçãs no Estrangeiro em 1 hora = 1/5 Kg Capítulo 3 Exercício 4 Suponha que, em vez de trabalhadores, Doméstica tem Encontre o preço de equilíbrio relativo. O que você pode dizer sobre a eficiência da produção mundial e a divisão dos fanhos do comércio entre Doméstica e Estrangeira neste caso? L = 2400 L* = 800 a Lm = 3 a* Lm = 5 a Lb = 2 a* Lb = 1 O aumento do número de trabalhadores no mercado doméstico desloca para a direita a curva da oferta relativa de tal modo que os pontos no cruzamento são (1; 3/2) e (1; 5) em vez de (1/2; 3/2) e (1/2; 5). Os valores de 3/2 e 5 se mantêm porque as tecnologias de produção não foram alteradas. No entanto, no eixo horizontal, temos que, com a especialização de cada país na produção do bem em que possuem vantagem comparativa. Assim, o Local oferta somente maçãs, na quantidade de 2400/3 = 800. O Estrangeiro oferta somente bananas, na quantidade de 800/1=800. Assim, a oferta relativa mundial, com comércio, é de Qm/Qb = 800 /800 =1
7 Da curva de demanda, sabemos que Se P m /P b = 1, então DR = P b /P m = 1 Se DR = P b /P m. Se P m /P b = 3/2, então DR = 2/3 Então a curva de demanda relativa intercepta a de oferta relativa na seção horizontal inferior, conforme o gráfico. Neste caso, o novo preço de equilíbrio do mercado mundial é 3/2. A este preço, o país Local produz como se não estivesse no mercado mundial, ou seja, produz bananas e maçãs. Então o Local não prede nem ganha com o comércio, ou seja, não há ganhos de comércio no Local. Já para o Estrangeiro, o preço relativo da maçã é menor do que seu custo de oportunidade. Com o comércio, o preço relativo da maçã em termos de banana diminuiu, sendo ainda mais vantajoso para o Estrangeiro continuar se especializando na produção de banana. Todo o ganho de comércio gerado é apropriado pelo Estrangeiro. Capítulo 3 Exercício 5 Suponha que Doméstica tenha trabalhadores, mas que eles sejam apenas 50% tão produtivos em ambas as indústrias em relação aos valores supostos anteriormente. Construa a curva de oferta relativa mundial e determine o preço de equilíbrio relativo. Como os ganhos do comércio se comparam com aqueles do caso descrito no problema 4? Dobrando os trabalhadores, mas reduzindo sua produtividade à metade não altera o resultado em relação às respostas vistas no exercício 3, visto que o custo de oportunidade de maçãs em termos de bananas não mudou. Assim, o preço de equilíbrio de mercado mundial é 2 e ambos os países se beneficiam do comércio. Basta, portanto, comparar as respostas do exercício 3 diretamente com as do exercício 4. Capítulo 4 Exercício 3 O produto marginal das curvas de mão de obra correspondentes às funções de produção no problema 2 são as seguintes. a) Suponha que o preço da mercadoria 2 em relação ao da mercadoria 1 é 2. Determine graficamente a taxa salarial e a alocação de mão de obra entre os dois setores.
8 b) Usando o gráfico desenhado para o Problema 2, determine a produção de cada setor. Então, confirme graficamente que a inclinação da FPP nesse ponto é igual ao preço relativo. c) Suponha que o preço relativo da mercadoria 2 caia para 1,3. Repita a e b. d) Calcule os efeitos da mudança de preço de 2 para 1,3 sobre os rendimentos dos fatores específicos nos setores 1 e 2. a) Trabalho PmgL1 PmgL2 2*PmgL2 Invertendo ordem 2*PmgL Salário de equilíbrio: w = MPL1*P1 = MPL2*P2 Como P2 = 2*P1, temos w = MPL1*P1 = 2* MPL2*P1 MPL1 = 2*MPL2 Comparando a coluna 2 com a 6 da tabela acima, vemos que esse equilíbrio é satisfeito quando: Mercadoria 1: L=30 trabalhadores; MPL1=1,0 Mercadoria 2: L=70 trabalhadores; MPL2=0,5 Portanto, salário de equilíbrio: w = MPL1*P1 = 1*P1 = P1
9 b) O equilíbrio ocorre na interseção das duas curvas de valor de produto marginal (para o bem 1 e para o bem 2), conforme o gráfico acima. É possível supor que P1=1 e P2=2. Pode ser qualquer valor, apenas é necessário manter a relação. Mercadoria 1: L1=30 ; Q1 = 48,6 Mercadoria 2: L2=70 ; Q2 = 86,7 Equilíbrio (Q1,Q2)= (48,6; 86,7) No ponto de produção, P1/P2 deve ser igual a MPL2/MPL1. P1/P2 = ½ (do enunciado do exercício) Inclinação da FPP com L1=30 e L2=70: MPL2/MPL1 = 0,5/1 = ½ (dos dados do exercício) Gráfico problema 2, funções de produção: Gráfico problema 2: FPP c) P2=1,3P1 Trabalho PmgL1 PmgL2 1.3*PmgL2 Invertendo ordem 1.3*PmgL
10 Mercadoria 1: L=50 trabalhadores; MPL1 = 0,78 Mercadoria 2: L=50 trabalhadores; MPL2 = 0,60 Weq = MPL1*P1 Weq = MPL2*P2 = 0,78*P1 = 0,6*1,3*P1 =0,78*P1 Mercadoria 1: L1=50 ; Q1 = 66 Mercadoria 2: L2=50 ; Q2 = 75,8 Equilíbrio (Q1,Q2)=(66; 75,8) P1/P2 = 1/1.3 = 0,77 Inclinação da FPP com L1=50 e L2=50: MPL2/MPL1 = 0,60/0,78 = 0,77 d) situação 1: P1/P2 = 0,5 situação 2: P1/P2=0,77 Portanto, passamos para um ponto mais inclinado da FPP. Mercadoria 1 (L, K) sendo L fator móvel e K fator fixo Mercadoria 2 (L, T) sendo L fator móvel e T fator fixo Segundo o modelo, O fator específico para o setor cujo preço relativo aumentou está melhor. Para o setor 1, o preço relativo aumentou. Fator específico = K Portanto, os proprietários de capital estão melhores com a mudança do preço relativo O fator específico para o setor cujo preço relativo diminuiu está pior. Para o setor 2, o preço relativo diminuiu. Fator específico = T Portanto, os proprietários de terra estão piores com a mudança do preço relativo Capítulo 4 Exercício 4 Considere dois países (Doméstica e Estrangeira) que produzem as mercadorias 1 (com mão de obra e capital) e 2 (com mão de obra e terra), de acordo com as funções de produção descritas nos Problemas 2 e 3. Inicialmente, os dois países têm o mesmo fornecimento de mão de obra (100 unidades de cada), capital e terra. O estoque de capital em Doméstica então cresce. Essa mudança desloca-se para fora a curva de produção da mercadoria 1 em função da mão de obra empregada e o produto marginal associado da curva de mão de obra. Nada acontece com a produção e as curvas de produto marginal para a mercadoria 2. a) Mostre como o aumento da oferta de capital para Doméstica afeta sua FPP. b) No mesmo gráfico, trace a curva de fornecimento relativo para a economia de Doméstica e de Estrangeira. c) Se essas duas economias se abrem ao comércio, o que acontecerá com os padrões de comércio (ou seja, qual país exportará que mercadoria)?
11 d) Descreva como a abertura ao comércio afeta todos os três fatores (mão de obra, capital, terra) em ambos os países. a) O aumento do estoque de capital em Doméstica aumentará a possível produção de bem 1, mas não terá efeito sobre a produção de bem 2, pois o bem 2 não utiliza capital na produção (o exercício é explícito em dizer que a função de produção da mercadoria 2 não se altera, então o crescimento só pode ser viesado no sentido da mercadoria 1). Como resultado, o FPP se desloca para a direita, representando a maior quantidade de bem 1 que Doméstica pode agora produzir. b) Comparando a Doméstica com a Estrangeira, dado que a Doméstica passa a poder produzir mais de Q1, a oferta relativa (Q1/Q2) da Doméstica é mais à direita do que a oferta relativa de Estrangeira (na verdade, para termos certeza absoluta, teríamos que saber que o estoque de capital em Doméstica cresceu além do que Estrangeira tinha, mas o exercício ignora esse detalhe). Para uma determinada quantidade de oferta relativa mundial (linha tracejada), o preço relativo do bem 1 é menor em Doméstica do que no Estrangeira. c) O preço relativo mundial tende a estar entre os preços relativos de cada país. Portanto, com a abertura comercial, P1/P2 aumenta para Doméstica e diminui para Estrangeira. Dessa forma, com o aumento do preço relativo de 1, Doméstica produz mais 1 em relação a 2 e os consumidores consomem menos de 1 em relação à 2. Assim, Doméstica vai exportar o bem 1, e, pela lógica inversa, Estrangeira vai exportar o bem 2.
12 d) Proprietários de capital em Doméstica e proprietários de terras em Estrangeira se beneficiarão de comércio, pois são os fatores fixos do bem exportado (preço relativo aumentou). Por outro lado, proprietários de terra em Doméstica e proprietários de capital em Estrangeira serão prejudicados. Os efeitos sobre o trabalho serão ambíguos, porque o salário real em termos de bem 1 cairá (subirá) em Doméstica (Estrangeira) e o salário real em termos de bem 2 subirá (cairá) em Doméstica (Estrangeira), visto que P1/P2 aumenta. O efeito de bem-estar líquido para o trabalho dependerá das preferências em cada país. Por exemplo, se o trabalho em Doméstica consome relativamente mais do bem 2, eles ganharão com o comércio. Se o trabalho em Doméstica consome relativamente mais do bem 1, eles perderão do comércio. Capítulo 4 Exercício 5 Em Doméstica e Estrangeira existem dois fatores de produção, terra e mão de obra, usados para produzir apenas uma mercadoria. O fornecimento de terra em cada país e a tecnologia de produção são exatamente os mesmos. O produto marginal da mão de obra em cada país varia de acordo com o emprego da seguinte forma. Inicialmente, existem 11 trabalhadores empregados em Doméstica, mas apenas 3 em Estrangeira. Determine o efeito da livre circulação de mão de obra de Doméstica para Estrangeira na produção, emprego, salários reais e a renda dos proprietários de terras em cada país. Doméstica: L=11 e MPL=10 Estrangeira: L=3 e MPL=18 O salário na economia Estrangeira é maior do que na economia Doméstica, portanto há migração de trabalhadores da economia Estrangeira para a Doméstica. Os trabalhadores se deslocam até quando o incentivo (diferença salarial) cessa. Isso ocorre quando há 7 trabalhadores em cada economia, momento em que a MPL=14 em cada país. Capítulo 5 Exercício 3 Os países mais pobres do mundo não possuem nada para exportar. Não há recurso abundante certamente nem capital nem terra, e em nações pequenas e pobres nem mesmo o trabalho é abundante. Discuta. A afirmação apenas considera a abundância absoluta de fatores. Para determinar o padrão de comércio, e a exportação, portanto, é preciso considerar a abundância relativa dos fatores de produção nos dois países. Normalmente, os países pobres têm abundância de trabalho em relação ao capital quando comparado com os países mais ricos.
13 Capítulo 5 Exercício 5 Recentemente os programadores de computadores em países em desenvolvimento, como a Índia, começaram a executar um trabalho que antes era feito nos EUA. Sem dúvida, esse deslocamento acarretou substancial redução salarial a programadores norte-americanos. Responda a estas duas perguntas: Como isso é possível, se o salário de trabalhadores qualificados está aumentando nos EUA como um todo? Que argumentos os economistas especializados em comércio usariam para contrapor a visão de que esses cortes salariais constituem um motivo para bloquear a terceirização da programação de computadores? O modelo de Heckscher-Ohlin consegue explicar os efeitos distributivos de renda a partir da existência de comércio entre países. De acordo com o modelo, e necessário identificar a abundância relativa dos países por seus fatores de produção. Neste caso, podemos considerar dois fatores: trabalhadores qualificados em programação e o restante dos trabalhadores qualificados (que chamaremos simplesmente de trabalhadores qualificados). Ou seja, os programadores são uma parte dos trabalhadores qualificados. Os programadores podem sofrer uma perda de salário nos EUA por causa da competição com a Índia, mas isso não é inconsistente com o aumento do salário do trabalho qualificado como um todo nos EUA. Segundo o enunciado, recentemente, a Índia tem abundância relativa em programadores, enquanto os EUA têm abundância relativa em trabalhadores qualificados. De acordo com o modelo, os proprietários do fator abundante de um país obtêm ganhos de comércio, enquanto os proprietários do fator escasso sofrem perdas com o comércio. Portanto, nos EUA, sendo os trabalhadores qualificados abundantes relativamente, estes ganham com o comércio e experimentam aumento de seus salários. Já os programadores, nos EUA sofreriam perdas salarias. Na Índia, ocorre o inverso: os programadores obtêm ganhos salariais, enquanto que os demais trabalhadores qualificados sofrem redução de salários. Por que não impor medidas restritivas? Primeiro porque o livre comércio gera ganhos para o agregado da economia, sendo possível compensar a perda sofrida pelos programadores nos EUA e mesmo assim, obter maior bem estar nacional. Segundo porque essas ações restritivas podem também ser demandadas por outros setores internos ao país, gerando distorções de incentivos na economia. Terceiro porque essas ações podem gerar retaliação em outros países.
14 Capítulo 6 Exercício 1 Suponha que a Noruega e a Suécia comercializam entre si, com a Noruega exportando peixe para a Suécia e esta exportando Volvos (automóveis) para a Noruega. Ilustre os ganhos da troca entre os dois países utilizando o modelo padrão de comércio, supondo primeiro que gostos por bens são os mesmo em ambos os países, mas que as fronteiras de possibilidade de produção diferem: a Noruega tem uma costa longa que faz fronteira com o Atlântico Norte, o que a torna relativamente mais produtiva na pesca. A Suécia tem uma grande doação de capital, o que a faz mais produtiva em automóveis. O preço relativo é dado por Pa/Pf. A Noruega (Suécia), sendo mais produtiva na pesca, exporta peixe (automóveis) e importa automóveis (peixe). Com a abertura comercial, para a Noruega, aumenta o preço do peixe em relação ao de automóveis comparado à economia fechada. Se o preço relativo é definido como Pa/Pf, então há uma redução do preço relativo (há uma redução da inclinação). A economia produzia, quando fechada, no ponto 1, por exemplo. Com a abertura, passa a produzir no ponto 2 sobre a FPP, mas pode consumir no ponto 2 da curva de indiferença, ou seja, consome em uma curva de indiferença mais afastada da origem. A mesma lógica é aplicada no caso da Suécia, mas desta vez, a abertura comercial provoca um aumento do preço dos automóveis em relação a peixe, o que torna a curva de restrição orçamentária, cuja inclinação é Pa/Pf, mais inclinada (curva pontilhada). Capítulo 6 Exercício 2 No cenário de comércio no Problema 1, por causa da sobrepesca, a Noruega ficou impossibilitada de coletar a quantidade de peixes que pegava nos anos anteriores. Essa mudança causa tanto uma redução no potencial de quantidade de peixe que pode ser produzido na Noruega quanto um aumento em relação ao preço mundial para o peixe, P f /P a. a) Mostre como o problema de sobrepesca pode resultar em um declínio do bem-estar para a Noruega.
15 b) Também mostre como é possível que o problema da sobrepesca possa resultar em um aumento do bem estar para a Noruega. Os dois problemas são vistos conjuntamente, conforme abaixo. A abertura do comércio faz com que o preço do peixe aumente em relação ao de automóveis para a Noruega. Sendo o preço relativo definido por Pa/Pf, essa razão diminui com o comércio, o que reduz a inclinação da restrição orçamentária (da linha contínua para a linha tracejada, nos dois casos). Por outro lado, o problema da sobrepesca reduz a FPP da Noruega na produção de peixe. A redução ou aumento do bem estar, isto é, deslocar-se para uma curva de indiferença menos ou mais afastada, respectivamente, vai depender de quanto o país é atingido por essa redução da produção de peixes. Na figura abaixo, a FPP contínua e as linhas contínuas de restrição orçamentária e curva de indiferença são idênticas. A inclinação da restrição orçamentária da linha tracejada também é idêntica. No entanto, na figura a, com uma redução mais acentuada na produção de peixe, a nova curva de indiferença está em uma posição inferior (a melhora que deveria vir pelo aumento do preço relativo do peixe não foi forte o suficiente para contrapor a redução da produção de peixe). Já na figura b, a redução não tão acentuada da produção de peixe, ainda permite que o aumento do preço relativo do peixe deixe a Noruega em melhor situação. Capítulo 6 Exercício 5 O Japão exporta principalmente bens manufaturados, enquanto importa matérias-primas, como alimentos e petróleo. Analise o impacto dos seguintes eventos nos termos de comércio do Japão: Termos de troca para o Japão é definido como preço de manufaturados sobre preço de matérias primas. a) uma guerra no Oriente Médio interrompe o fornecimento de petróleo. Reduzindo o fornecimento de matéria prima, a oferta relativa de manufaturas sobre matérias primas se desloca para a direita, o preço internacional relativo da manufatura deve reduzir, o que diminui os termos de troca do Japão e, portanto, o seu bem estar.
16 b) a Coreia do Sul desenvolve a habilidade de produzir automóveis que podem ser vendidos no Canadá e nos EUA. Aumentando o fornecimento de bens manufaturados, a oferta relativa de manufaturas sobre matérias primas se desloca para a direita, o preço internacional relativo da manufatura deve reduzir, o que diminui os termos de troca do Japão e, portanto, o seu bem estar. c) engenheiros americanos desenvolvem um reator de fusão que substitui fábricas de eletricidade de combustível fóssil. A substituição do petróleo faz aumentar a demanda relativa da manufatura em relação a petróleo, deslocando a curva de demanda relativa para a direita, aumentando o preço relativo internacional da manufatura, o que provoca aumento dos termos de troca do Japão e, portanto, o seu bem estar. d) uma quebra na safra da Rússia. Reduzindo o fornecimento de matéria prima, a oferta relativa de manufaturas sobre matérias primas se desloca para a direita, o preço internacional relativo da manufatura deve reduzir, o que diminui os termos de troca do Japão e, portanto, o seu bem estar. e) uma redução nas tarifas aduaneiras do Japão para carne e frutas cítricas importadas. A redução das tarifas sobre alimentos faz com que o Japão aumente o preço relativo da manufatura interno do Japão. Isso aumenta a oferta relativa de manufatura do Japão e reduz sua demanda relativa, provocando o mesmo movimento nas ofertas e demandas relativas mundiais (oferta se desloca para a direita e demanda para a esquerda). O preço relativo internacional da manufatura cai, reduzindo os termos de troca do Japão e, portanto, seu bem estar. Capítulo 6 Exercício 9 De um ponto de vista econômico a Índia e a China são um pouco similares: ambos são países enormes e de baixos salários, provavelmente com padrões similares de vantagem comparativa, e que até pouco tempo atrás eram relativamente próximos do comércio internacional. A China foi a primeira a tornar-se acessível. Agora que a Índia também está se tornando acessível para o comércio mundial, como você esperaria que isso afetasse o bemestar da China? E dos EUA? (Dica: pense em adicionar uma nova economia idêntica à da China na economia mundial). Considerando que China e Índia competem nas exportações enviadas aos EUA, o bem estar da China deve ser reduzido, pois havendo maior oferta relativa mundial do bem de exportação, seu preço relativo cai e, portanto, os termos de troca da China também se reduzem. Para os EUA, seus termos de troca aumentam, melhorando seu bem estar.
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