A Teoria do Consumidor
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- João Gabriel Sá Antunes
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1 A Teoria do Como a demanda fundamenta-se no comportamento dos consumidores? Aplicações importantes da teoria que será vista: -servir de guia para elaboração e interpretação de pesquisas de mercado -fornecer métodos para comparar-se eficácia de diferentes políticas de incentivo ao consumidor -dar elementos necessários à avaliação da eficiência dos sistemas econômicos A teoria da utilidade Utilidade total e utilidade marginal As pessoas demandam mercadorias porque seu consumo traz algum tipo de satisfação. Essa é, portanto, a condição necessária para que uma mercadoria seja demandada. A utilidade é, portanto, uma medida comumente utilizada que tem por objetivo quantificar a satisfação do consumidor, ou ao menos aproximar-se disso. Prof. Marcelo Pinotti Meaulo 1
2 Utilidade Total A utilidade total derivada do consumo de determinado bem cresce à medida que elevamos a quantidade consumida desse bem. Mas esses acréscimos ocorrem a taxas decrescentes: quanto mais temos de um bem, menos utilidade uma unidade a mais desse bem nos acrescerá na utilidade total. A utilidade que a última unidade consumida do bem acrescenta à utilidade total é chamada de utilidade marginal. Utilidade Marginal A utilidade marginal do consumo de determinada mercadoria é o acréscimo à utilidade total decorrente do consumo de uma unidade adicional dessa mercadoria. Lei da utilidade marginal decrescente À medida que aumenta o consumo de determinada mercadoria, a utilidade marginal dessa mercadoria diminui. Dessa forma, podemos concluir que a utilidade total de se consumir certa quantidade de um bem é igual a soma das utilidades marginais de cada unidade consumida desse bem, ou seja: U( n) = n i= 1 UMg ( i) onde U(n)é a utilidade total do consumo de n unidades e Umg(i)é a utilidade marginal da i-ésima unidade consumida. Prof. Marcelo Pinotti Meaulo 2
3 Prof. Marcelo Pinotti Meaulo 3
4 A curva de demanda individual e o equilíbrio do consumidor As pessoas valorizam mais aquilo que lhes traz mais utilidade, e estão dispostas a pagar mais por algo que tenha utilidade maior. Preço marginal de reserva É o preço máximo que o consumidor está disposto a pagar por uma unidade adicional da mercadoria. Como o preço marginal de reserva é tanto maior quanto maior for a utilidade acrescentada por uma unidade adicional de mercadoria, podemos dizer que o preço marginal de reserva é uma medida de utilidade marginal. Curva de demanda do consumidor: curva que relaciona preço e quantidade adquirida pelo consumidor. BARRA DE CHOCOLATE PREÇO MARGINAL DE RESERVA PREÇO DE MERCADO EXCEDENTE 1 4,00 1,50 2,50 2 3,00 1,50 1,50 3 2,00 1,50 0,50 EXCEDENTE DO CONSUMIDOR 4,50 Prof. Marcelo Pinotti Meaulo 4
5 Se o preço marginal de reserva forsuperiorao preço praticado no mercado, isso indicará que o consumidor poderá comprar unidades adicionais da mercadoria por um preço menor do que o máximo que ele estaria disposto a pagar. Há, portanto, um estímulo para que o consumidor aumente a quantidade demandada do bem. Se o preço marginal de reserva for inferiorao preço de mercado, isso indicará que o consumidor está pagando por algumas unidades consumidas mais do que o máximo que ele estaria disposto a pagar por elas. Há, portanto, um estímulo para reduzir a demanda. Quando o preço marginal de reserva for igual ao preço de mercado, então o consumidor não terá incentivo nem para aumentar nem para diminuir seu consumo. Nesse ponto, dizemos que o consumidor atingiu o seu equilíbrio. Equilíbrio do consumidor O equilíbrio do consumidor é atingido quando a quantidade consumida é aquela para a qual o preço marginal de reserva é igual ao preço efetivo de mercado. Prof. Marcelo Pinotti Meaulo 5
6 O excedente do consumidor O excedente do consumidoré a diferença entre o que o consumidor está disposto a pagar e o que ele efetivamente paga por uma mercadoria. O excedente do consumidor total será, portanto, igual à soma dos excedentes gerados por cada unidade do bem. Graficamente, corresponde a área abaixo da curva de demanda, limitada ao preço de mercado. A teoria da escolha A teoria da escolha surge como forma alternativa à teoria da utilidade, visando explicar a teoria do consumidor de maneira menos abstrata que a teoria da utilidade. Para compreender a teoria da escolha, precisaremos abandonar a hipótese de coeteris paribus. Todavia, será necessária uma hipótese simplificadora: vamos supor que existam apenas duas mercadorias, como por exemplo alimentação e vestuário. Cestas de mercadorias Uma cesta de mercadorias nada mais é do que um conjunto de uma ou mais mercadorias associado às quantidades consumidas de cada uma dessas mercadorias. Exemplo: Cesta de Mercadorias Unidades de Alimentação Unidades de Vestuário I II 5 25 III IV V 5 10 VI 5 20 Prof. Marcelo Pinotti Meaulo 6
7 Curvas de Indiferença Como um consumidor classifica suas decisões de consumo? Para responder essa pergunta, precisamos garantir, inicialmente, que três condições sejam verdadeiras: Tomando quaisquer duas cestas, A e B, o consumidor consegue dizer se prefere A a B, B a A ou se é indiferente entre elas; Se o consumidor preferir A a B, e B a C, então ele preferirá A a C; Sendo todas as mercadorias desejáveis, o consumidor preferirá sempre comprar quantidade maior de cada uma dessas mercadorias. Curva de Indiferença Em termos técnicos, uma curva de indiferença é o lugar geométrico dos pontos que representam cestas de consumo indiferentes entre si. Também podemos definir uma curva de indiferença como a representação gráfica de um conjunto de cestas de consumo indiferentes para o consumidor, ou seja, cestas que trazem a mesma satisfação. Exemplo: Cesta de Mercadorias Unidades de Alimentação Unidades de Vestuário A 1,0 12,0 B 2,0 6,0 C 3,0 4,0 D 4,0 3,0 E 5,0 2,4 Prof. Marcelo Pinotti Meaulo 7
8 No exemplo: A ~ Z ~ B ~ C ~ D ~ E X preferível a todas as cestas sobre a curva de indiferença Y não é preferível a nenhuma cesta sobre a curva de indiferença Exemplo: Cestas de consumo que estejam sobre a linha de restrição orçamentária estão esgotando a renda do consumidor. Cestas de consumo que estejam abaixo da linha de restrição orçamentária estão subutilizando a renda do consumidor, pois parte da renda não será utilizada. Cestas de consumo acima da linha de restrição orçamentária não estarão disponíveis, uma vez que a totalidade da renda será insuficiente para consumi-las. Deslocamentos da linha de restrição orçamentária Variações no preço dos bens Quando o preço de um dos bens varia, teremos alteração da interseção da linha orçamentária com o eixo do bem em questão. Por exemplo, supondo uma redução no preço dos alimentos, os consumidores poderão, com a mesma renda inicial, aumentar a quantidade de alimentos adquirida e, portanto, a restrição orçamentária se move para a direita, mantendo a interseção no eixo vertical e alterando a interseção no eixo horizontal. O mesmo raciocínio pode ser feito para o caso onde há aumento dos preços dos alimentos: os consumidores comprarão menos alimentos e, nesse caso, a restrição orçamentária se desloca para a esquerda Prof. Marcelo Pinotti Meaulo 8
9 Redução do preço dos alimentos Aumento do preço dos alimentos Variações na renda do consumidor Quando a renda dos consumidores varia, teremos um deslocamento de toda a restrição orçamentária (para a direita ou para a esquerda), e não apenas a alteração de uma das interseções. No nosso exemplo, supondo que a renda do consumidor aumente, a restrição orçamentária se desloca para a direita, e em ambos os eixos, pois o consumidor aumenta seu consumo em ambos os bens. Já no caso de uma redução na renda do consumidor, a restrição orçamentária se contrai para a esquerda do gráfico, com o consumidor diminuindo a quantidade consumida de ambos os bens. Prof. Marcelo Pinotti Meaulo 9
10 Aumento da renda a cesta M, antes não disponível, passa a ser acessível ao consumidor. Diminuição da renda a cesta O, antes disponível, passa a ser não acessível ao consumidor com a nova renda. Equilíbrio do consumidor O equilíbrio do consumidoré o ponto onde o consumidor escolhe, entre as cestas de consumo disponíveis (dado seu nível de renda) aquela que lhe é melhor, não tendo motivos, portanto, para alterar sua escolha. Graficamente, o equilíbrio do consumidor é obtido na cesta de mercadorias correspondente ao ponto de tangência entre a linha de restrição orçamentária e a curva de indiferença mais elevada que toca essa linha. Prof. Marcelo Pinotti Meaulo 10
11 Da demanda individual à demanda de mercado Prof. Marcelo Pinotti Meaulo 11
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