Manejo do leitão do crescimento ao abate
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- Stéphanie Marques Braga
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1 Disciplina AZ044 Suinocultura Desempenho medido pelos índices produtivos Manejo do leitão do crescimento ao Prof. Marson Bruck Warpechowski suínos vendidos por porca por ano; ganho de peso diário; conversão alimentar; rendimento de carcaça; percentual de carne magra; e, qualidade da carne. Fatores relacionados com o desempenho dos suínos genética, as raças e as suas combinações; nutrição, alimentação, forma de apresentação dos alimentos e manejo do fornecimento; instalações/ambiente, sua localização, material utilizado e o dimensionamento; sanidade, programas profiláticos, isolamento; manejo, atendimento das necessidades do animal; e, administração, gerenciamento de todos os recursos. Num sistema industrial com preço do suínos baseado apenas em peso se deseja o máximo de peso em menor tempo possível, consumindo o mínimo de ração, ou seja, quanto menor for a relação peso/alimento/tempo, maior poderá ser a lucratividade do criador. Em relação as exigências ambientais, a temperatura se constitui num dos fatores mais importantes a considerar, pois dela dependerá em grande parte, todos os outros. Exigência ambiental Temperatura hipotermia homotermia regulação química Produção de calor Temperatura corporal regulação física conforto térmico D C Temperatura ambiente B1 A B2 E Variação da temperatura corporal em função da temperatura ambiente e da atividade física/metabólica Figura 1.Zonas de termoneutralidade e produção de calor conforme temperatura ambiente hipertermia Ganho médio diário por suíno nas várias categorias em ambientes Peso médio vivo, kg , HEITMANN Jr. et al., , Temperatura ( o C) 21, , , , ,
2 Entre os principais fatores relacionados com o manejo e que afetam esta relação citamse: a adoção de um programa de limpeza e a desinfecção regular após a retirada de animais da instalação. Resultados obtidos com um programa de limpeza e desinfecção em 700 criações de animais para Ganho diário, g Limpeza e desinfecção após cada lote 628 Sem limpeza regular 610 Limpeza irregula r 535 Assim os animais tem a capacidade de expressarem seu potencial genético, com reflexos no nível nos níveis de produção e de desenvolvimento. Conversão alimentar Mortalidade, (%) Índice econômico 3,19 2, ,28 2,61 0,1 3,36 3,5 20 MALE, Sistemas de manejo das instalações Rotina de limpeza no crescimento e terminação 10 8 Antes da limpeza 6 Depois da limpeza 4 1a. Desinfecção 2 2a. Desinfecção 0 Gráfico Redução média de contaminaçãqo bacteriana após a limpeza e duas desinfecções consecutivas Adaptado de Le Coz, 1995, in SOBESTIANSKI, 1998) UFC (10 x ) Rotina de limpeza Limpeza diária eficiente probabilidade infecções gastrointestinais, da pele, respiratórias e ecto e endoparasitas produtividade Limpeza deficiente incidência de doenças clínicas e subclínicas desempenho e refugos Sistema Contínuo de uso das instalações Sistema Contínuo de uso das instalações Presença simultânea de lotes Mudança de baias sem vazio sanitário Acúmulo de flora microbiana X Limiar crítico de infecção Pressão de infecção Tempo Pressão de patógenos Limiar de infecção Gráfico Evolução da concentração de patógenos em sistema de manejo contínuo. (Adaptado de SOBESTIANSKI. 1998) 2
3 Sistema de Manejo todos dentro todos fora (all in all out) Vazio sanitário X Limiar crítico de infecção Pressão de infecção Tempo Pressão de patógenos Limiar de infecção Gráfico Evolução da concentração de patógenos em sistema todos dentro todos fora (Adaptado de SOBESTIANSKI. 1998) Formação de lotes uniformes Grupos homogêneos quanto à idade, peso e sexo Maternidade creche crescimento terminação Vantagens da homogeneidade dos lotes: Permitem sistema de limpeza e desinfecção eficientes Cont. Vantagens da homogeneidade dos lotes: Melhor adequação do ambiente à cada faixa etária ou categoria Uso mais racional dos insumos, equipamentos e mãodeobra (economia) Melhor eficiência no uso de alimentação por fases e por categoria Menor variação no desempenho, valorização do lote, melhor planejamento Menor índice de refugos, menor mortalidade Formação de lotes uniformes Manejo todos dentro todos fora X tamanho da granja Recomendado em granjas à partir de 36 matrizes Mais eficiente em granjas com mais de 72 matrizes DEPENDE DE INSTALAÇÕES DISPONÍVEIS Transferência de leitões para as granjas de terminação Granjas produtoras de leitões (1822 kg) Granja terminadora Alterações ambientais + contato com animais estranhos Adaptação ao meio Formação de nova hierarquia Nova flora microbiana Transferência de leitões para as granjas de terminação Para evitar problemas sanitários e perdas totais de leitões nestas condições, é importante que: O manejo adotado seja o mesmo em todas as granjas produtoras de leitões; O criador que recebe os leitões adote o sistema tudo dentro tudo fora; 3
4 O terminador receba os leitões sempre dos mesmos produtores; Seja evitada, ao máximo, a mistura de lotes de leitões procedentes de produtores. Na medida do possível, devese alojar os leitões procedentes de uma granja em uma única baia. Transferência de leitões para as granjas de terminação Exemplo de manejo de alimentação: Quando os leitões são transferidos pela manhã, fornecer, à tarde 0,2 kg de ração por animal; no dia seguinte, 0,4 kg e, no terceiro dia, 0,6 kg de ração por animal; e a partir do quarto dia, fornecer a quantidade recomendada; CUIDADO: N adequado de animais por lote, e de espaço por animal na baia e no comedouro Transferência de leitões para as granjas de terminação Exemplo de manejo de alimentação: Quando os leitões são transferidos à tarde, não fornecer ração no dia da transferência. Após este dia, no primeiro, segundo e terceiro dia fornecer 0,2, 0,4 e 0,6 kg de ração por animal, respectivamente, sendo que, a partir do quarto dia, devese fornecer a quantidade recomendada; CUIDADO: Em qualquer situação, fornecer água limpa e fresca à vontade, a partir do momento em que os animais são colocados na nova instalação. Agrupamento de animais de lotes Período de reconhecimento min. Atitudes de antagonismo e brigas: Empurrões e mordidas pescoço e orelhas Lesões Infecções e estresse Supressão imunológica: > suceptibilidade Perda de energia baixo desempenho Diminuição do consumo, conversão e ganho Agrupamento de animais de lotes Motivos para o antagonismo: a) Hierarquia idade, peso e sexo Dominação submissão estabilidade retorno ao desempenho normal b) Delimitação territorial Reconhecimento de grupo odor Brigas iniciais (mais violentas) território Brigas seguintes hierarquia Agrupamento de animais de lotes Cont. motivos para o antagonismo: c) Outros fatores: Arraçoamento à vontade As brigas geralmente diminuem gradualmente até 2448 horas Alimentação controlada/restringida As brigas podem persistir até 8 a 10 semanas ( prejuízo) 4
5 Agrupamento de animais de lotes Manejo recomendado no agrupamento: Evitar introduzir em uma baia animais de outra baia, e sim, juntar dois lotes numa terceira baia; Transferir os lotes nas horas frescas do dia (ou pela manhã ou à tardinha) após a alimentação; Fornecer uma baia previamente limpa e desinfetada e, quando possível com cama (cepilho/maravalha, palha de trigo, etc.); Pulverizar os animais com uma solução de produtos odorizantes, para mascarar seus cheiros específicos, atrapalhando os animais. Agrupamento de animais de lotes Os resultados deste manejo nem sempre são satisfatórios e exigem uma observação constante, para impedir brigas mais ou menos graves. Outra forma de prevenir brigar após o agrupamento é o uso de tranqüilizantes (ex. azaperone) Número de animais por baia Depende das instalações, temperatura ambiente, da idade dos animais e do manejo da ração (tipo de comedouro e vaga/animal). Quanto menor o lote diminuição da incidência de refugos, maior ganho de peso diário e melhora na qualidade das carcaças. O número de animais recomendado por baia varia de 7 a 30. Número de animais por baia Formar lotes para bom desempenho: os lotes devem ser homogêneos em idade e peso; quanto menor for o lote, melhor será a possibilidade de praticar um bom manejo, apesar do investimento em instalações se tornar mais alto; nas épocas quentes do ano, os animais se desenvolvem mais rapidamente quando os grupos forem menores e houver mais espaço/animal; Número de animais por baia com o aumento do número de animais por baia, se observa uma leve diminuição do ganho de peso diário, enquanto que a conversão alimentar melhora; quanto maior o número de animais, tanto maior a possibilidade da ocorrência de refugos, e maior será a variação de peso entre os animais; a uniformidade do lote está relacionada com a forma de arraçoamento Número de animais por baia Quando a ração é fornecida à vontade, o lote pode ser maior. Um número muito grande de animais por baia é sempre desvantajoso quando a alimentação for fornecida de forma controlada, uma vez que os fortes geralmente afastam os mais fracos do comedouro, não permitindo que se alimentem corretamente. Então: na forma de arraçoamento controlado é indispensável que cada animal tenha o seu lugar no comedouro; em grupos de até 40 animais o desempenho não é muito afetado. 5
6 Recomendações Efeito no número de suínos por baia numa concentração planejada para 16 animais/baia (HANRABAN, 1980) Para criações que alimentam seus animais à vontade manter os suínos em grupos de 20 a 30 animais Nº de suínos/baia Espaço em m² Conversão Alimentar 16 0,64 3, ,57 3,23 Criações com alimentação limitada grupos de 10 animais, não podendo passar de 20 Ganho de peso diário, kg 0,686 0,649 *criados dos 30 aos 82 kg de peso Espaços mínimos prescritos por lei na Suécia Espaço mínimo necessário por animal na baia e no comedouro para suínos com pesos (OHLEN e NILSSON, 1974) Peso Espaço mínimo na baia (m²) 0,25 0,5 0,6 Espaço mínimo no comedouro (cm) Recomendações de espaço concedidos para suínos em crescimento e terminação Recomendação de espaço concedido para suínos em crescimento e terminação, m²/suíno, (FACCIN, 1991) PESO VIVO USA 0,33 0,38 0,44 0,48 0,52 0,57 0,63 0,69 0,74 MÍNIMO 0,253 0,332 0,403 0,468 0,528 0,586 0,641 0,693 0,744 PERDIGÃO ADEQUADO 0,357 0,469 0,568 0,66 0,746 0,827 0,904 0,979 1,040 1KG/0,0084m 0,168 0,252 0,336 0,42 0,504 0,588 0,672 0,756 0,840 Separar os animais destinados à reprodução Análise da capacidade reprodutiva Até a idade de três a quatro meses, machos e fêmeas podem ser mantidos numa mesma baia. Após este período separálos. Machos grupo de três manter libido. Fêmeas grupo de seis a doze. Castração dos reprodutores descartados Leitões não são castrados com 815 dias de idade, pois nesta faixa etária ainda não é possível identificar os que serão utilizados como reprodutores e os que serão eliminados. Reprodutores descartados são castrados entre 30 e 40 dias antes do, para evitar (diminuir) a incidência de odor sexual e sabor característico da carne. Exige anestesia e capacitação maior 6
7 Perdas significativas durante o transporte: Mortes lesões graves (condenação da carcaça) Lesões parciais (condenação de partes) Salpicamento (arranhões e pequenas lesões): perda do corte, desvalorização, inútil para certos produtos Perda de peso Estresse e predisposição à problemas de qualidade de carne (PSE carne ácida, DFD carne escura) Evitar o fornecimento de ração antes do transporte (jejum regulamentar). Manter água de qualidade á vontade Evitar misturar lotes antes e durante transporte Utilizar veículo adequado (divisões e tamanho dos espaços adequados ao peso/idade) Evitar sobrecarga de animais em relação a área do veículo transportador Relação entre o peso corporal e espaço mínimo por animal durante o transporte Faixa etária Leitões Recria Terminação Porcas Cachaços Peso em kg < 200 >= 200 Espaço mínimo/animal em m² 0,12 0,17 0,18 0,30 0,30 0,48 0,40 0,50 0,40 1,00 1 1,5 Antes do embarque selecionar os animais 24 horas antes do embarque; pela manhã, diminuir a quantidade de alimentos à metade; 12 horas antes do embarque, não fornecer ração, somente água; manter os animais em ambiente calmo. Durante o embarque sempre que possível embarcar os suínos nas horas mais frescas do dia; manejar os animais com cuidado e calma, evitando chutar e bater nos animais. As lesões causam perdas e dor desnecessária; nas épocas quentes, após carregar os animais; borrifálos com água; Cont. Durante o embarque evitar o amontoamento de animais. A sobrecarga de um veículo favorece a perda de peso e a mortalidade de animais durante o transporte; cachaços velhos que são mantidos isoladamente; também devem ser transportados em compartimentos isolados. 7
8 Durante o transporte Procurar carregar e transportar nas horas mais frescas do dia; Evitar excessos de velocidade e arrancadas/freadas bruscas que possam excitar e/ou causar queda/amontoamento dos animais; Evitar paradas longas e planejar o transporte para tempo mais curto possível; Durante o desembarque como o carregamento, o desembarque é um dos momentos mais críticos do transporte dos animais desde a granja até o frigorífico; durante o desembarque, devese evitar bater ou chutar os animais, e sim, manejálos com o maior cuidado possível. (Ver fotos: os problemas estruturais brasileiros) 8
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