NIASE/UFSCar Curso de Especialização em Educação de Jovens e Adultos Módulo V: A EJA e Mundo do Trabalho
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- Júlio Sacramento Sequeira
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1 NIASE/UFSCar Curso de Especialização em Educação de Jovens e Adultos Módulo V: A EJA e Mundo do Trabalho Docente Coordenador: Prof. Dr. Paulo Eduardo Gomes Bento (DEP/Niase/UFSCar) Docentes Participantes: Prof. Dr. Amadeu José M. Logarezzi (DEMA/Niase/UFSCar) Profa. Ms. Carolina Orquiza Cherfem (Niase/UFSCar) Profa. Ms. Kelci Anne Pereira (Niase/UFSCar) Profa. Dra. Sônia Maria P. Kruppa (FE-USP)
2 Curso de Especialização em Educação de Jovens e Adultos NIASE/UFSCar Módulo V - EJA e Mundo do Trabalho Objetivos desse módulo m V: 1) Acadêmico: refletir e aprofundar teoricamente a compreensão sobre o conceito de trabalho humano, identificando as razões sociais, econômicas, ambientais, científicas e tecnológicas que culminaram em suas diferentes manifestações históricas, com destaque às configurações e reconfigurações que o trabalho tem assumido na modernidade, nos âmbitos mundial e brasileiro, bem como compreender a economia solidária (ES) enquanto conceito que exprime uma outra economia cuja base está na autogestão; 2) Social: identificar as necessidades educativas que tais manifestações contemporâneas impõem ao trabalhador e à trabalhadora, bem como compreender e desenvolver propostas para articulação de políticas públicas para o mundo do trabalho em suas diferentes possibilidades; 3) Pedagógica: que as e os estudantes possam utilizar os conteúdos discutidos em sala de aula, tendo em vista a função da educação como fator de elevação das chances de obtenção de trabalho proteção social.
3 Breve resumo do que foi visto nos dois primeiros encontros 1. Importância do trabalho para o ser humano Para muitos sociólogos, filósofos e psicólogos, entre outros estudiosos, o trabalho é uma categoria central para os seres humanos. O trabalho como atividade proposital, orientado pela inteligência, é produto especial da espécie humana. Trabalho atividade essencialmente humana. Trabalho como expressão da criatividade, idealização e realização humana. Criador de coisas úteis às necessidades humanas. Produz valor de uso. Nessa visão da realidade, o trabalho desempenha um papel fundamental na vida das pessoas.
4 2. Uma maneira de contar a história humana A história dos seres humanos também pode ser contada pelas diferentes formas de apropriação dos meios de produção e das formas de organização do trabalho. Diferentes modos de produção vivenciados pelos seres humanos OLIVEIRA, C.R. História do trabalho. São Paulo, Editora Ática, Formações (ou modo de produção) Primitivas Formações (ou modo de produção) Escravistas (Formações Asiáticas) (Formações Antigas) Formação (ou modo de produção) Feudal (Feudalismo) Formação (modo de produção) Capitalista (Capitalismo)
5 Formações (ou modo de produção) Primitivas
6 Formações (ou modo de produção) Escravistas (Formações Asiáticas) (Formações Antigas) Ex. Egito, Mesopotâmia, Maias, Astecas, Roma, Grécia
7 Formação (ou modo de produção) Feudal (Feudalismo)
8 Sistema Capitalista / trabalho assalariado / posse privada dos meios de produção / a organização e o projeto do trabalho decididos pelos proprietários dos meios de produção. Trabalho no sistema capitalista... Das Corporações de Ofício e do capitalismo comercial até os dias de hoje... Breve evolução histórica do modo de produção capitalista - Corporações de ofício (séculos - Cooperação simples (sec. - Manufatura (divisão técnica do trabalho) (trabalhador parcial) (mecanismo de produção cujo os órgãos da produção são os seres humanos) - Maquinofatura (Mecanização) século XVIII XIX 1ª Revolução Industrial século XIX começo do sec. XX - 2ª Revolução industrial
9 -Maquinaria (Maquinofatura)( (Mecanização) (séculos XVIII XIX) - 1ª Revolução Industrial 2ª Revolução industrial Século XIX começo do sec. XX - Continuidade da rápida evolução (Revolução) Tecnológica - eletricidade, motor a combustão - Aumento da produtividade
10 Primeira metade do século s XX Desenvolvimento tecnológico Fortalecimento do Capitalismo Industrial Fortalecimento das grandes fábricas (milhares de trabalhadores) Produção em massa Produtos mais padronizados. Ex. Carro Ford T Taylorismo - Estudo de Tempos e Métodos Fordismo linha de montagem Crescimento econômico em várias regiões do mundo (USA, Europa, Japão)
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13 Momento atual Fundamental caracterizar a sociedade e o mundo trabalho em que vivemos atualmente pois é nela que a EJA está inserida e é essa sociedade que buscamos transformar. Busca de da igualdade social (incluindo o acesso ao trabalho), diversidade cultural e vivência da democracia.
14 Sociedade da Informação 3ª Revolução Industrial Sociedade do Conhecimento Fatores chave da atual sociedade: capacidades intelectuais e recursos tecnológicos para acesso, seleção e tratamento da informação. Mudanças em trabalhos e atividades tradicionais e surgimento de novos postos ligados às tecnologias da informação. Demos juntos exemplos no mundo, no Brasil e em S. Carlos.
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17 Sociedade da Informação e novas fontes de desigualdade Pessoas incluídas: trabalho estável e nível de formação que lhes dá mobilidade. Pessoas em ocupações precárias rias e com risco de desemprego. Ex. trabalhador do corte de cana manual Pessoas excluídas: sem trabalho nem condição de gerar alternativas para sua vida. Novas desigualdades: a de acesso, seleção e processamento da informação. Também entre países, regiões (dentro de um país, estado, cidade). Divisória Digital. Também entre grupos. Nossa ação: a construir uma sociedade da informação para todos e todas!
18 Segunda parte do 1o Encontro: Configurações Atuais do Trabalho e o Trabalho no Brasil Disponível em: Aula do dia 12/06/2010, com o Prof. Dr. Paulo E. G. Bento e Ms. Carolina O. Cherfem da aula Ms. Carolina Cherfem. Nas atuais configurações do trabalho, observa-se a diminuição do trabalho estável e a disseminação de processos de terceirização, contratação de trabalhos a domicílio e informais, entre outras formas atípicas de trabalho. Esses processos redundam na diminuição e/ou perda dos direitos trabalhistas e precarização, com um cenário de dificuldade para os/as trabalhadores/as. Trabalho estável e direitos conquistados a partir da luta dos trabalhadores e da relação com o Estado.
19 Trabalho atípico: Trabalho por conta própria, em tempo parcial, por tempo determinado, não registrado. Trabalho Informal Conceito criado pela OIT ao caracterizar uma forma de ocupação de trabalho: rendimentos inferiores ao do setor formal e níveis de cobertura de proteção social muito reduzidos.
20 Terceirização Processo que se intensifica a partir da década de 80 no Brasil. Mantém a produção e o trabalho do que é principal e terceiriza as outras funções (fabricação de peças, contratação, advocacia, treinamento, segurança, alimentação etc.). Atinge diferentes trabalhadores/as com distintas qualificações.
21 Terceirização Em resumo: dois segmentos, sendo o primeiro melhores qualificados, mais estáveis e melhor pagos e o segundo, menos qualificado, mais precário.
22 Foi apresentado um panorama das condições de trabalho em diferentes setores: Confecções e calçados: deslocamento da produção, trabalho a domicílio, cooperativas formadas por empresas. - Setor automobilístico: terceirização extrema. - Setor químico e Petroquímica: cerca de trabalhadores efetivos e na condição de prestadores de serviços. - Empresas de telemarketing: mão-de-obra feminina e jovem, tempo parcial, lógica taylorista (forte controle e máxima produção). - Comércio e serviços: terceirização da embalagem, cobrança e caixas de supermercado. - Hotelaria: terceirização das camareiras, garçons, pessoal de limpeza e segurança. - Coletores de lixo e trabalhadores de varrição: terceirização e pouco investimento em saúde e segurança. - Setor bancário: em 1990, trabalhadores/as formais, em 2000, Setor de energia elétrica: sem medidas de proteção, baixa formação e cargas excessivas de trabalho denúncia de casos de morte.
23 Também foram debatidos os conceitos de Precarização e de Precariedade A precarização remete a um processo histórico e a precariedade à formas de inserção ocupacional que ficam aquém dos direitos conquistados pelos trabalhadores.
24 Precarização X Precariedade O aumento do desemprego tem relação direta com a precariedade do trabalho. Quanto maiores as condições dos/as empregados/as de lutar por salários, menores são as chances de precarização. Qualificação; organização em movimentos sociais (fóruns, sindicatos, apoio de ONG s, associações) e fiscalização: atuação do Ministério Público, do trabalho, legalização
25 Trabalho Decente (OIT) é um trabalho produtivo e adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, eqüidade, e segurança, sem quaisquer formas de discriminação, e capaz de garantir uma vida digna a todas as pessoas que vivem de seu trabalho.
26 Também conversamos sobre o conceito de desemprego Relação entre trabalho e não trabalho X desemprego e inatividade
27 No Brasil De Emprego Formal: marcado pelos direitos sociais. De cada 10 ocupações geradas: 8 assalariadas, sendo 7 com registro em carteira. (re)fortalecimento dos sindicatos (pós ditadura militar), em 1980: cenário decisivo para o aumento da proteção social e incorporação de novos direitos na constituição de 1988.
28 No Brasil Dos anos 2000 aos dias atuais: novo processo de estruturação do mercado de trabalho, com diminuição do desemprego e ampliação do trabalho regular sobre o informal (especialmente a partir de 2004).
29 Para reflexão O que significa de fato a melhoria dos dados do mercado de trabalho para o conjunto da população brasileira? Que tipos de trabalho continuam precários? Por quem são desenvolvidos? Uma breve análise nos indica que os trabalhos precarizados estão atingindo mais fortemente os trabalhadores com baixa escolaridade e as mulheres. (Importância da educação ao longo da vida...)
30 Por falta de tempo, mas estando disponível nos slides, também são abordados as aspectos da situação atual do trabalho feminino.
31 No caso das pessoas com baixa escolaridade: - É fundamental que todas as pessoas tenham liberdade de escolha; - Para isso é fundamental a possibilidade de qualificações; - Ausência de redes sociais que ampliam as oportunidades de indicação em trabalhos; - Dificuldade das pessoas para reclamar os direitos diante das necessidades; - Maior necessidade de proteção social e de órgãos que fiscalizem as irregularidades.
32 Em síntese Criatividade, autonomia, Maiores possibilidades de trabalho Atuais Configurações do Trabalho Dificuldade para as e os trabalhadores: desmobilização, relações sociais e perda de direitos Necessidade de regulamentação fiscalização Direito a outras formas de trabalho (não ter empregador) Ausência de proteção social/ possibilidades de escolha Como garantir maior margem de escolha para todos e todas no mundo do trabalho? Somente a escolaridade garante essa ampliação? Quais são as dificuldades e possibilidades?
33 Aula do dia 26/06 Profa. Dra. Sonia Kruppa Economia Solidária Um conjunto de atividades econômicas de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito organizadas sob a forma de autogestão, isto é, pela propriedade coletiva do capital e participação democrática (uma cabeça um voto) nas decisões dos membros da entidade promotora da atividade.
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36 SALTO S Solidariedade -Democracia/Justiça - Socialismo AL Alfabetização em Outra Economia T Trabalhadores O - Organizados SALTUO!!! Trabalhadores Urbanos Organizados Do tijolo de Paulo Freire à cidade de Paul Singer
37 Proposta: Lançar um movimento: Uma outra economia acontece na EJA Unir os educadores de EJA aos alunos trabalhadores Discutir sobrevivência e trabalho na EJA Articular um movimento de trabalhadores urbanos a partir da EJA Movimento de Trabalhadores Urbanos e EJA 1º - Saber quem são esses alunos trabalhadores do ponto de vista da sobrevivência e do trabalho; 2º Promover atividades curriculares e extra-curriculares que possam favorecer sua organização; 3º Gradativamente articular redes de trabalhadores e educadores.
38 Por último, a Profa. apresentou a experiência do Banco Comunitário de Palmas Banco Comunitário é um serviço financeiro, solidário, em rede, de natureza associativa e comunitária, voltado para geração de trabalha e renda na perspectiva da Economia Solidária.
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