Metafísica da Vontade de Poder e Pensamento Calculador: Desdobramentos para a Filosofia da Educação

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1 Metafísica da Vontade de Poder e Pensamento Calculador: Desdobramentos para a Filosofia da Educação Resumo Homero Luís Alves de Lima 1 Palavras-chave: Filosofia da Educação; Metafísica. Introdução Pertence à vontade de poder o predomínio incondicional da razão calculadora e não a poeira e o caos de uma turva compulsão vital (HEIDEGGER, 2002, p.70). A questão do ser no horizonte da pergunta pelo sentido do ser (Sinn von Sein) constitui a problemática diretriz da filosofia de Heidegger, cujo interesse está voltado para a história da metafísica compreendida como história do ser (Seinsgeschichte). História esta que sob o prisma da diferença ontológica (ontologische Differenz) revela-se inteiramente marcada por processos de essencialização do ente e de entificação do ser. Heidegger articula a história do ser no âmbito do que designa de princípios epocais. Decisivo nesta história é que o Ser somente de dá sempre com este ou aquele cunho historial: physis, lógos, Idéa, enérgeia, substancialidade, objetividade, subjetividade, vontade, vontade de poder (HEIDEGGER, 2006, p. 71). E isto também vale para a experiência de cada configuração da diferença de ser e do ente ao qual corresponde uma particular interpretação do ente enquanto tal. A partir da pergunta metafísica o que é o ente? (Was ist das Seiende?), que pressupõe sempre uma concepção de ser, Heidegger procura situar o pensamento de Nietzsche no âmbito da história das posições metafísicas fundamentais 2. 1 Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará (FACED-UFC). 2 Para Heidegger (2007a) a pergunta o que é o ente? constitui a pergunta diretriz da filosofia ocidental. No entanto, ela é apenas a penúltima pergunta. A derradeira, e isso significa a 1

2 Se o pensamento de Nietzsche se inscreve na história da metafísica, deve-se perguntar: qual a posição metafísica fundamental de Nietzsche? Para Heidegger a metafísica da vontade de poder configura a posição metafísica fundamental de Nietzsche. Mas como Heidegger busca fundamentar a sua própria interpretação de Nietzsche no âmbito da história da metafísica? O que é a vontade de poder (Wille zur Macht) em Nietzsche? Quais os elementos que a definem? Qual a relação entre a metafísica da vontade de poder e a educação? O presente ensaio é uma tentativa de pensar com Heidegger o pensamento da vontade de poder de Nietzsche, especialmente no que concerne à inscrição de tal pensamento num modo de pensar característico da modernidade: o pensamento calculador. Vontade de poder (Wille zur Macht), técnica moderna (Gestell), maquinação (Machenschaft) são termos que guardam uma correlação profunda com a consumação da metafísica. Certamente, a confrontação Heidegger-Nietzsche hoje se afigura incontornável àqueles que se inscrevem em um modo próprio de pensar o pensamento da diferença -, especialmente em Filosofia da Educação, haja vista que o pensar e o teorizar em educação se inscrevem na tradição metafísica que o pensamento heideggeriano se esforça em desconstruir. A confrontação Heidegger-Nietzsche No que diz respeito a confrontação Heidegger-Nietzsche, cabe um esclarecimento. Segundo o próprio Heidegger (2007), a ideia aqui de confrontação (Auseinandersetzung) não tem o sentido de negação, aniquilamento ou mesmo de superação. Com a ideia de confrontação não procuramos saber se Heidegger superou ou ultrapassou Nietzsche, mas queremos dizer que ela tem um sentido, fundamentalmente, histórico. Confrontar, aqui, tem o sentido de desconstrução (Destruktion), ou seja, desconstruir os conceitos herdados da tradição metafísica. A confrontação primeira, é: o que é o ser mesmo? (HEIDEGGER, 2007, p. 62). A pergunta diretriz (o que é o ente?) e a pergunta fundamental (o que é o ser?) definem uma posição metafísica fundamental. Sobre o conceito de posição metafísica fundamental, ver Heidegger (2007a, p ). 2

3 acena para um exercício de desconstrução dos conceitos sedimentados, cristalizados pela tradição ocidental de pensamento. Quanto à necessidade de confrontar ou desconstruir a filosofia de Nietzsche, Heidegger é incisivo: Se o pensamento nietzschiano reúne a tradição até aqui do pensamento ocidental e a consuma segundo um aspecto decisivo (metafísica da vontade de poder), então a confrontação com Nietzsche torna-se uma confrontação com o pensamento ocidental até aqui (HEIDEGGER, 2007a, p.7). Também, cabe aqui uma breve elucidação da ideia de desconstrução (Destruktion) da tradição, especialmente no horizonte da ontologia fundamental tal como foi tematizada em Ser e Tempo. Em Ser e tempo, precisamente o parágrafo 6, intitulado A tarefa de uma destruição da história da ontologia, Heidegger (2000) comenta os efeitos que o tratado deveria produzir: que se abale a rigidez e o endurecimento de uma tradição petrificada e se removam os entulhos acumulados. Entendemos essa tarefa como destruição do acervo da antiga ontologia, legado pela tradição (HEIDEGGER, 2000, p.51). É exatamente neste ponto de Ser e Tempo que a palavra desconstrução (Destruktion) pode facilmente conduzir a enganos. Ora, a destruktion (e Heidegger é aqui taxativo) não tem o sentido negativo de arrasar a tradição ontológica. Ao contrário, ela deve definir e circunscrever a tradição em suas possibilidades positivas. A desconstrução não se propõe a sepultar o passado em um nada negativo, tendo uma intenção positiva. Sua função negativa é implícita e indireta (HEIDEGGER, 2000, p.51). Gadamer (2007) observa que a ideia de desconstrução, em Heidegger, deve-se a tendência de encobrimento do ser-aí (Dasein). É a tendência de encobrimento do ser-aí que posiciona de modo particular a tarefa da hermenêutica. Ela precisa descobrir e liberar tudo aquilo com o que o querer compreender se depara. Isso significa desconstrução. (...) trata-se de desconstrução para a liberação (GADAMER, 2007, p. 99). A desconstrução volta-se contra o encobrimento e se empenha na liberação daquilo que estava encoberto. E isto porque o encobrimento acontece em toda auto-interpretação do ser-aí. 3

4 Todo ser-aí se compreende a partir de seu mundo circundante e de sua vida cotidiana, articulando-se na forma lingüística em que se movimenta. Nessa medida, sempre há encobrimentos por toda parte e sempre há também destruição de encobrimentos (GADAMER, 2007, p. 100). O próprio Heidegger sintetiza qual deve ser a tarefa da desconstrução: Somente o desfazer destes encobrimentos é isto que quer dizer a destruktion (HEIDEGGER, 1999b, p. 257). O fato é que a tradição é encobridora e procede por ocultação da origem dos conceitos que ela mesma produz e opera. E o mais grave e que deve ser motivo de nossa preocupação: ela, a tradição, nos desobrigar de pensar a proveniência desses conceitos. Pensamos que a desconstrução heideggeriana pode apresentar uma via importante de problematização em Filosofia da Educação, tendo em vista que o campo da educação opera com conceitos herdados da tradição metafísica; entre os mais importantes estão os conceitos de consciência, de sujeito, de subjetividade, de homem, de natureza humana, de humanismo como também as noções correntes não questionadas de realidade e de verdade. Podemos, assim, visualizar uma possível tarefa para a Filosofia da Educação: desconstruir, desfazer os encobrimentos dos conceitos e das noções correntes não problematizadas nesse campo. Nietzsche e a inversão do Platonismo: o Ser como um vapor e um erro Para Heidegger, há dois modos de conceber a temática da superação da metafísica em Nietzsche: a inversão do platonismo e o pensamento da vontade de poder. De imediato a questão que se coloca é a seguinte: pode a filosofia de Nietzsche representar o fim da metafísica? Com a destruição nietzschiana da metafísica via inversão do platonismo e o fim dos valores transcendentes (Ser, Deus, Bem, Espírito, Alma, Verdade, Mundo supra-sensível, etc.), com o diagnóstico e anúncio da morte de Deus, a metafísica teria chegado ao fim? Em O Crepúsculo dos Ídolos (ou como filosofar com o martelo), precisamente no tópico A razão na filosofia, pode-se ler: os conceitos mais 4

5 elevados, os conceitos mais universais e vazios, a derradeira fumaça da realidade que evapora (NIETZSCHE, 2000, p. 27). Em outra passagem, podemos ler: Heráclito sempre terá razão quanto ao fato de que o Ser é uma ficção vazia (Ibid., p. 26). Assim, para Nietzsche, o Ser é um erro, ilusão, ficção vazia, a derradeira fumaça da realidade que evapora. Ora, a partir de tal posicionamento acerca do Ser, podemos concluir que a metafísica chegou ao fim? Será mesmo o Ser uma simples palavra e seu significado um vapor? Ou será que o que se entende com a palavra Ser, abarca o destino espiritual do ocidente? (HEIDEGGER, 1999a, p. 68). Em Introdução à Metafísica, Heidegger (1999a) afirma que Nietzsche inverte a metafísica platônica ao promover o ente sensível, o mundo da vida e do devir, à posição do ente verdadeiro, rebaixando o ser ao nível da pura ilusão, do erro, do que não tem qualquer efetividade. Mas, nesta inversão, Nietzsche continua determinado por aquilo que inverte, isto é, pela metafísica e pelo platonismo. Em uma conferência intitulada A Superação da Metafísica, Heidegger (2002) assevera que a reviravolta do platonismo, no sentido conferido por Nietzsche, de que o sensível passa a constituir o mundo verdadeiro e o suprasensível o não verdadeiro, permanece teimosamente no interior da metafísica. Essa espécie de superação da metafísica, que Nietzsche tem em vista (...) não passa de um envolvimento definitivo com a metafísica (HEIDEGGER, 2002, p. 68). Ela, a metafísica, ainda persiste quando a hierarquia platônica entre sensível e supra-sensível se inverte e então se experimenta o sensível mais essencial e mais amplamente num sentido que Nietzsche denomina Dionisíaco (HEIDEGGER, 2002, p. 106). O fundamental, é que Nietzsche pensa o ser absolutamente no sentido platônico e metafísico mesmo enquanto inversor do platonismo, mesmo enquanto antimetafísico. E isto porque que Nietzsche concebe o ser como um valor na perspectiva da vontade de poder. Senão vejamos. 5

6 Em Teoria Platônica da verdade, Heidegger (2008a) afirmar que, a partir de Platão, o pensar sobre o ser do ente tornou-se filosofia : um olhar ascendente em direção às ideias. Decisivo é que a filosofia, que só começa com Platão, toma a partir daí o caráter daquilo que mais tarde se vai chamar de metafísica. A configuração fundamental da metafísica torna-se visível por meio do próprio Platão na história que narra a alegoria da caverna. Nas descrições de Platão, onde torna claro o acostumar-se do olhar às ideias, o pensar vai além daquilo que é experimentado apenas sob a forma de sombra e cópia, em direção das ideias. As ideias são o supra-sensível contemplado em um olhar não sensível, o ser do ente que não pode ser apreendido como o instrumento do corpo. E o mais elevado no âmbito do supra-sensível é aquela ideia que, como a ideia das ideias, continua sendo a causa originária de toda consistência e aparecimento de todo ente. Porque essa ideia é deste modo a causa de tudo, ela também é a ideia que se chama o bem. Desde a interpretação do ser como ideia, o pensar sobre o ser do ente tornou-se metafísico, e a metafísica tornou-se teológica. A alegoria da caverna oferece uma visão daquilo que propriamente acontece no Ocidente: o homem pensa na perspectiva da essência da verdade como retidão do representar de todo ente segundo ideias e avalia todo real segundo valores. O real é interpretado segundo ideias e, em geral, o mundo é avaliado segundo valores. Ora, se Platão concebeu o Ser como ideia e a ideia como modelo e, como tal, também normativa (a ideia do bem, do belo, do justo), o que será mais sugestivo do que se compreender, então, as ideias de Platão no sentido de valores e interpretar o ser do ente a partir do valor? Segundo Heidegger (1999a), o pensamento do valor, que pensa e opera segundo valores, se consolidou no século XIX, o que não dever surpreender quando o próprio Nietzsche, e justamente ele, haver pensado inteiramente dentro da perspectiva de uma representação do valor. O subtítulo de sua obra principal planejada Vontade de Poder, nesse ponto é claro: uma tentativa de 6

7 uma inversão (transvaloração) de todos os valores. O terceiro livro da obra se intitula Princípio de uma nova valoração. Em Assim Falou Zaratustra, Nietzsche (1998) afirma que a essência de uma coisa, é tão somente uma significação sobre a coisa. Ou, antes, o seu valer (valor) é propriamente o seu ser, o único que é algo. Para Nietzsche, o homem é um o animal avaliador, por ser aquele que avalia. Em A Genealogia da moral, concebe que o homem se designa como o ser que mede valores, que avalia e mede, o animal avaliador (NIETZSCHE, 2001, p. 59). A história da filosofia ou da metafísica, termos sinônimos para Heidegger, confunde-se em definitivo com a história da emergência lenta e progressiva do pensar segundo valores. Esta assimilação do ser ao valor, levada a cabo em várias etapas, culminando com Nietzsche, encerra a história da metafísica enquanto história do platonismo. Podemos, assim, retomar a nossa questão inicial: o pensamento de Nietzsche representa a ultrapassagem da metafísica? Ora, com Heidegger podemos afirmar que não. E isso porque a saída para fora da metafísica é muito mais difícil de ser realizada do que, em geral, imaginam aqueles que julgam tê-la realizado há muito tempo. Em geral, eles próprios estão mergulhados na metafísica por todo o corpo do discurso que pretendem ter libertado dela. Na verdade, no desejo de ultrapassagem da metafísica, acaba-se por realizar a própria metafísica ao repeti-la. Sartre, por exemplo, expressa o princípio básico do existencialismo do seguinte modo: A existência precede a essência. O fato é que ele toma a existência e a essência no sentido da metafísica, que desde Platão afirma que a essência precede a existência. Sartre inverte esta frase. Mas a inversão de uma frase metafísica continua sendo uma frase metafísica. Com essa frase, ele continua preso, junto com a metafísica, no esquecimento do ser (Cf. Heidegger, 2008b, p.341). A metafísica, dirá Heidegger (2002, p. 61), não se desfaz como se desfaz uma opinião. Não se pode deixá-la para trás como se faz com uma doutrina em que não mais se acredita ou defende. Sendo assim, não podemos 7

8 imaginar que podemos ficar fora da metafísica. Isso porque, depois da superação, a metafísica não desaparece. Retorna transformada e permanece no poder como a diferença ainda vigente entre ser e ente (Ibid., p. 62). O fato é que sempre queremos voar no vácuo, mas sempre respiramos o ar impuro da metafísica. É que ninguém consegue pular a própria sombra (HEIDEGGER, 1999, p. 218). Em Humano, Demasiado Humano, no aforismo intitulado Mundo Metafísico, o próprio Nietzsche parecer reconhecer essa impossibilidade, qual seja, de uma posição fora da metafísica: Olhamos todas as coisas com a cabeça humana, e é impossível cortar essa cabeça; mas permanece a questão de saber o que ainda existiria do mundo se ela fosse mesmo cortada (NIETZSCHE, 2000, p. 20). A metafísica da vontade de poder Este mundo é vontade de poder e nada além disso! E também vós mesmos sois essa vontade de poder e nada além disso! (NIETZSCHE, 2008, p. 513). Para Heidegger (2007a) a expressão vontade de poder (Wille zur Macht) denomina o caráter fundamental do ente; todo ente que é, na medida em que é, é vontade de poder. Todavia, a vontade de poder em sua essência mais profunda não é outra coisa senão a estabilização do devir na presença, eis a tese central de Heidegger. E para fundamentá-la, cita o próprio Nietzsche: Recapitulação: Cunhar sobre o devir o caráter de ser essa é a mais elevada vontade de poder. (...) Que tudo retorna é a aproximação mais extrema de um mundo do devir ao mundo do ser: Ápice da consideração (NIETZSCHE apud HEIDEGGER, 2007a, p. 509). A leitura comum da filosofia de Nietzsche compreende que a essência do ente na totalidade é caos, ou seja, o devir e precisamente um não ser no sentido do fixo e do constante. O essencial é que o ser é deslocado em favor do devir, cujo caráter de devir e de movimento se determina como vontade de poder. Diante desta constatação, Heidegger se pergunta: ainda se pode denominar então o pensamento nietzschiano um acabamento da metafísica? 8

9 Ele não é a sua recusa ou mesmo superação? Para fora do ser em direção ao devir? (HEIDEGGER, 2007a, p. 508). Seguramente, Nietzsche quer o devir e o que a vem a ser como o caráter fundamental do ente na totalidade (a vida, a natureza, o conhecimento). O problema é que ele quer o devir precisamente e antes de tudo como o que permanece como o propriamente ente ; a saber, ente no sentido dos pensadores gregos (Platão e Aristóteles). Mas vejamos, a partir de Heidegger, em que consiste, em seus componentes essenciais, a vontade de poder como metafísica. A superpotencialização do poder: a elevação e a conservação Nietzsche reconhece e posiciona o caráter fundamental do ente na totalidade no que denomina vontade de poder. O conceito não delimita apenas o que o ente é em seu ser (o-que-é; a qüididade). O fundamental é que a expressão vontade de poder que se tornou multiplamente corrente também concerne a uma interpretação da essência mesma do poder. Todo poder só é poder na medida em que é mais poder, ou seja, elevação do poder. O poder só pode se manter em si mesmo, isto é, em sua essência, na medida em que ele ultrapassa e excede o nível e configuração de poder a cada vez alcançado, portanto, na medida em que ultrapassa e excede a cada vez a si mesmo. O movimento do poder que se lança para além (über) de suas configurações a cada vez alcançadas, Heidegger designa de superpotencialização (Übermächtigung). Em suma, vontade de poder significa: o apoderar-se do poder para a sua própria superpotencialização (HEIDEGGER, 2007b, p. 25). Como superpotencialização, a vontade de poder se constitui de componentes ou dimensões essenciais: a elevação e a conservação. No dizer de Nietzsche (2008): o que o homem quer, o que cada mínimo pedaço de um organismo vivo quer é mais poder (p. 354). Na vontade como querer-ser-mais, reside essencialmente a intensificação, a elevação do poder. Daí que somente uma elevação mais poderosa pode fazer com que se escape da tendência para o declínio. O Próprio Nietzsche dá um exemplo para descrever esse processo: 9

10 Tomemos o exemplo mais simples, o exemplo alimentação primitiva: o protoplasma estende seus pseudópodes para procurar por algo que se lhe contraponha não por fome mas por vontade de poder. Então, ele tenta superá-lo, apropriar-se dele, incorporálo: O que se denomina alimentação é meramente um fenômeno secundário, uma aplicação prática daquela vontade originária de se tornar mais forte (NIETZSCHE, 2008, p. 355). Heidegger chama a atenção para o fato de que a vontade de poder não ser tão somente a vontade de uma entidade singular, real. De modo mais fundamental, ela diz respeito ao ser e à essência do ente. O que é a vontade de poder? Ela é a essência mais íntima do ser (NIETZSCHE, 2008, p. 351). Tendo em vista que a vontade de poder define o caráter fundamental do ente, a essência da vontade só pode ser questionada e pensada com vistas ao ente enquanto tal, isto é, metafisicamente. A verdade desse projeto do ente, o modo como se constitui em seu ser no sentido da vontade de poder possui um caráter metafísico: o ente já é projetado de antemão com vistas ao caráter fundamental da vontade de poder enquanto ser (HEIDEGGER, 2007b, p. 200). Para Heidegger, a vontade de poder é ao mesmo tempo criadora e destruidora. O assenhorar-se-para-além-de-si é sempre também aniquilação das configurações existentes. Todos os momentos introduzidos da vontade o para-além-de-si, a intensificação, o caráter de comando, o criar, o afirmar-se falam de maneira suficientemente clara e deixam reconhecer que a vontade é, em si, vontade de poder (HEIDEGGER, 2007a, p. 58). Para Nietzsche todo vivente é vontade de poder 3 : Ter e querer ter mais, dito em uma palavra crescimento isto que é a própria vida (cf. Nietzsche, 2008). Ora, toda mera conservação de poder já é decadência da vida. Daí decorre que o poder só pode apoderar-se de si mesmo para uma superpotencialização na medida em que comanda antes de tudo a elevação e a conservação. Decisivo é que o próprio poder e apenas ele pode estabelecer as condições da elevação e da conservação. 3 Em Nietzsche, a vontade de poder mostra-se como o caráter fundamental da vida. A vida é considerada por Nietzsche como uma outra palavra para dizer ser. O ser não temos nenhuma outra representação disso, a não ser viver Como pode, portanto, algo ser morto? (NIETZSCHE, 2008, p. 301). 10

11 Neste exato ponto, Heidegger (2007b) levanta a seguinte questão: de que tipo são essas condições estabelecidas pela própria vontade de poder e condicionadas, assim, por ela? (p. 203). A resposta encontra-se no próprio Nietzsche: o ponto de vista do valor é o ponto de vista das condições de conservação-elevação com vistas a conformações complexas de duração relativa de vida no interior do devir (NIETZSCHE, 2008, p. 360). Segundo Heidegger, o valor é essencialmente o ponto de vista, a perspectiva, do ver potencializante e calculador da vontade de poder. Daí a importância que assumem os valores no que concerne as condições da vontade de poder, que Nietzsche denomina as condições de conservação-elevação. Ora, com que se mede objetivamente o valor? Somente com a quantidade de poder incrementado e organizado (NIETZSCHE, 2008, p. 340). Assim, a vontade de poder é, em si mesma, instauradora de valores. Que todos os fins, metas, sentidos são somente modos de expressão e metamorfoses da única vontade: a vontade de poder. Querer em geral, tal é como querer-tornar-se-mais-fortalecido, querer crescer, e para tal também querer os meios (NIETZSCHE, 2008, p.340). Os meios essenciais, porém, são aquelas condições de elevação-conservação sob as quais a vontade de poder se encontra segundo a sua essência: os valores. Em toda vontade há um avaliar. Na medida em que se essencializa como vontade de poder, todo ente é perspectivístico. Dessa compreensão decorre o juízo: Se quiséssemos sair do mundo das perspectivas, então pereceríamos (NIETZSCHE, 2008, p.74). Nesse ponto, compreende-se o perspectivismo e seu nexo com a vontade de poder. Ela, a vontade de poder e apenas ela é a vontade que quer valores. Daí ela se apresentar como o princípio da instauração de valores que as condições de elevação e conservação impõem. Para Heidegger (2000), o pensamento moderno tem como condição de possibilidade o que nomeia de metafísica da subjetividade. A subjetividade como uma figura emblemática da vontade de poder é, enquanto tal, instauradora de valores. A verdade mesma, o ser do ente enquanto o ser do 11

12 constante revela-se enquanto valores que são estabelecidos no seio da vontade de poder essencialmente instauradora de valores. A subjetividade é a verdade da objetividade. Nessa verdade, o ser do ente se manifesta modernamente. O dispositivo como o impensado do pensamento calculador O esquecimento do ser, a indiferença ontológica conduz ao uso e consumo dos entes. O cálculo planificador e o consumo incluem o uso regulamentado dos entes, que se tornam oportunidade e matéria para os desempenhos e sua intensificação em um fundo de reservas calculáveis. O pensamento calculador submete a si mesmo tudo à ordem e ao planejamento a partir da lógica consequente de seu procedimento. Procedimento que faz com que, de antemão, o ente mesmo se manifeste sob a forma do que pode ser produzido e consumido. A indiferença ontológica no pensamento calculador conduz ao abuso de toda matéria, inclusive da matéria-prima chamada homem. Hoje, a tecnociência comandada pela cibernética, tecnologias da informação e biotecnologias realizam o homem numérico, enumerável : digitalizado, desmaterializado, desencarnado; o homem orgânico-natural desaparece na linguagem numérica dos fluxos de codificação de informação. A digitalização da vida (na genômica), a virtualização do corpo (na realidade virtual), a produção da memória biotecnológica (na bioinformática) e a simulação da inteligência (na inteligência artificial) são os desdobramentos mais visíveis do pensamento calculador proveniente da cibernética. O homem numérico, enumerável, calculável, operacional mostra-se como um fundo de reserva, um dispositivo cibernético-informacional (Cf. Lima, 2010). Quando perguntamos seriamente pela dinâmica da tecnociência e pelo projeto de constituição do ser do ente que ela instaura, vemos que o ente (naquilo que-é, como-é, seu valor) é desencoberto como um ente informacional, que contém um programa capaz de codificar e decodificar instruções, mensagens, informações. Na imagem do ente como uma espécie de autômato lógico que processa informação, temos uma compreensão prévia 12

13 do ser do ente determinada pela ciência da cibernética. Os entes mesmos, enquanto viventes, não apenas se abrem às explicações em termos de cálculo e comunicação, como também, em princípio, eles mesmos são calculáveis, traduzíveis, codificáveis, comunicáveis. É importante lembrar que esse projeto ontológico de constituição do ser do ente posto em curso pela cibernética, marcado pela dinâmica da miniaturização, da desmaterialização e da aceleração, sustenta o vasto campo das práticas e dos saberes provenientes da inteligência artificial, das neurociências, da realidade virtual, da biologia molecular e ciências da vida. A questão que se coloca é: onde estamos nós? Em que constelação de ser e homem, na qual homem e ser se interpelam mutuamente? A que apelo responde o homem? Em Identidade e Diferença, Heidegger (2006) observa que toda a nossa existência se vê, em toda parte, - seja por diversão, seja por necessidade, ou incitada ou forçada -, provocada a se dedicar ao planejamento e cálculo de tudo. O que fala nesta provocação? Decorre ela apenas de um arbitrário capricho do homem? Ou nela nos aborda e desafia já o ente mesmo, e justamente de tal modo que nos interpela na perspectiva de sua aplicabilidade e calculabilidade? Será que até mesmo o ser estaria sendo provocado a manifestar o ente no horizonte da calculabilidade? Efetivamente. E isto não é tudo. Na mesma medida que o ser, o homem é provocado e desafiado à armazenar o ente que aborda como fundo de reserva para o seu planificar e calcular e realizar esta exploração indefinidamente (HEIDEGGER. 2006, p ). Para Heidegger, o nome para todo o processo de provocação que leva o homem e o ser a um confronto de natureza tal que se implicam mutuamente se denomina o dispositivo (Das Gestell). A palavra dispositivo diz o império da racionalidade técnica-calculadora, que caracteriza uma época em que o homem busca as razões, as causas, os fundamentos de tudo, calculando a natureza, que, por sua vez, provoca a razão do homem a explorá-la como um fundo de reserva sobre o qual dispõe. O dispositivo nos agride diretamente em toda parte. E curiosamente, às suas reivindicações e apelos respondemos positivamente em nossas ocupações diárias: no trabalho, na pesquisa, na atividade acadêmica, no lazer, 13

14 nos empreendimentos culturais. No cálculo mora todo planejamento e pesquisa, todo processamento e investigação, toda produtividade e eficiência. O dispositivo (Das Gestell), observa Heidegger (2006), é mais real que todas as energias atômicas e toda a maquinaria, mais real que a violência da organização, da informação e da automatização. E, mesmo assim, ele nos é estranho. Em face da indiferença ontológica e do processo de desertificação que instaura, o dispositivo é o impensado no pensamento calculador, o que nos cabe pensar cuidadosamente e que ainda não pensamos. Vontade de poder, maquinação e educação: o exemplo da Universidade O valor é a tradução da essencialidade no elemento do calculável e, por conseguinte, naquilo que avaliado segundo o número e a medida espacial (HEIDEGGER, 2007b, p. 14). Ao predomínio do ser como vontade de poder nessa configuração essencial, Heidegger (2010) denomina maquinação (Machenschaft). A maquinação significa a factibilidade do ente, uma factibilidade que a tudo faz e constitui e por isso mesmo determina a entidade do ente ou o projeto de sua constituição ontológica (o-que-é, como-é, seu valor). O factível, aqui, significa: o que é passível de ser feito. A maquinação é o edificar-se com vistas à possibilidade de que tudo seja feito ; e isto de tal modo, que o ente mesmo seja previamente posicionado e exposto à calculabilidade incondicionada: tudo mesmo, a natureza, a cultura, o humano e o não-humano, incondicionalmente, adentra e se sujeita a ordem do cálculo. Na maquinação, todo questionamento da verdade do ser são substituídos pela apresentação de metas e valores maquicionais. Por exemplo, hoje se projeta por meio de uma ética (a bioética) ou de uma educação (educação ambiental, educação e espiritualidade) a edificação de novos valores (valores espirituais, valores ecológicos) por meio da vida, depois desta já ter sido totalmente mobilizada e objetificada pela técnica e ciência modernas 4. 4 Segundo Heidegger (2007b, p. 19), as pessoas fogem para a mística ou apelam a valores porque estão enrijecidas na postura do cálculo. 14

15 O problema é que a inquestionabilidade do ser, vale dizer, a indiferença ontológica, decide quanto à entidade do ente. Conseqüentemente, o ser mesmo do ente como vontade de poder entrega-se a uma maquinação desenfreada. Curiosamente, a era da maquinação consumada possui mais inventividade, criatividade e mais formas de ocupação, de vivências e de sucesso do que qualquer outra era. A maquinação, a calculabilidade, a planificação que impulsiona e cria a necessidade de sempre novas metas e que conta com novos valores, ao mesmo tempo em que define o projeto fundamental do ente, estabelece o modo como ele deve ser produzido, consumido e representado; por exemplo, na obra de arte, quando o ente é representado como produto técnico ou política cultural estatal, ou ainda como produto para o consumo desenfreado no mercado. Daí segue-se que a maquinação do ente impulsiona construtivamente o empreendimento cultural e seus ideais em seus planejamentos como meios de poder 5. A maquinação, a calculabilidade, a planificação determinam hoje o modo de funcionamento e o modelo de gestão das Universidades Brasileiras. As Instituições de Ensino Superior (IES) estão cada vez mais atravessadas pela cultura da produtividade, cujas metas são pautadas nos chamados índices de produção acadêmica. A produção docente é mensurada, tipificada e classificada por critérios quantitativos 6. O docente é avaliado e valorizado constantemente pela inserção na pós-graduação, pelo número de orientações, projetos de pesquisa, artigos, capítulos e livros publicados. Como reconhecimento da eficiência e 5 A despeito das obras de arte e das produções artísticas modernas, Heidegger (2010) observa que as mesmas revelam a sua essência maquinacional quando assumem a forma de instalações. Como maquinação, as instalações determinam de antemão o conjunto das vivências na esfera pública normativa ao definir e difundir o que é digno de ser vivenciado. O museu não é mais agora o lugar da conservação do passado, mas ele se mostra como o lugar da exposição conclamadora, instrutiva, estimulante de vivências e, assim, vinculado ao planejado. A instalação organiza a vida pública das massas, cujo propósito insere-se no culto das personalidades. 6 A produção acadêmica é avaliada de acordo com o Sistema Qualis/CAPES indexador nacional oficial que classifica os periódicos em 9 níveis. Nesta dinâmica, cada vez mais a publicação é focada apenas para fins de pontuação. 15

16 excelência alcançadas na produção acadêmica, alguns desses docentes são contemplados com uma bolsa de produtividade em pesquisa. Sob o imperativo do cálculo, integram esse mesmo produtivismo acadêmico, as chamas políticas de avaliação. Visando estabelecer medidas de produtividade e indicadores de qualidade, tais políticas instituem uma crescente demanda pela criação e aplicação de instrumentos de mensuração visando o aperfeiçoamento do sistema. Eis aí o elemento da maquinação: na apresentação constante de metas e valores, na avaliação contínua dos objetivos trançados, o sistema visa tão somente o seu próprio aperfeiçoamento. Na linguagem da vontade de poder: a partir da eficiência e excelência no cumprimento das metas, o sistema funciona dentro da perfeita normalidade realizando, assim, a superpotencialização do poder. Em parceria com a produtividade, como domínio da cultura, a ciência que se faz hoje na Universidade, em todos os seus setores, mostra-se como uma mera questão técnica e prática de adquirir e transmitir conhecimentos (informações). A estatística tornou-se o fundamento da ciência. A ciência se tornou um empreendimento predominantemente estatístico baseado nos dados disponíveis ou obtidos através de sensores e instrumentos de medida. A partir de cruzamentos estatísticos de dados, as máquinas informáticas transformam a informação em conhecimento o que faz da pesquisa e da investigação acadêmicas uma questão de cálculo e armazenamento de dados e de circulação de informações. A partir da compreensão técnico-prática da ciência, o pensamento que calcula instaura um processamento automático de trocas de informação visando planejamentos globais e niveladores, o que faz da pesquisa e do conhecimento uma profissão de cultura na exata medida em que a ciência se converteu num valor e num empreendimento cultural (Cf. Heidegger, 1999). Considerações finais A partir Heidegger, vimos que a vontade de poder é, em si mesma, instauradora de valores. Todos os fins, metas, sentidos são somente modos de expressão e metamorfoses da vontade de poder. Daí a importância 16

17 que assumem os valores no que respeita as condições de conservaçãoelevação do poder. É neste ponto que se estabelece os nexos entre a vontade de poder e a educação: é no elemento do valor como condição da conservação-elevação da vontade de poder que comparece a educação. Precisamente, a educação e o que ela tem de mais próprio, a saber, os valores, os ideais são os meios essenciais de realização da vontade de poder. A própria subjetividade que a educação moderna encarrega-se tão intensamente de formar é, enquanto tal, instauradora de valores. O pensar e o teorizar em educação operam dentro da perspectiva de uma representação do valor, do pensar segundo valores ; o que não deve surpreender dada a sua natureza ética e normativa, de que são exemplos a Paideia, a Bildung, e todos os ideais de formação com base em valores consubstanciados em modelos. Assim, provém a essência metafísica da educação: a interpretação metafísica do ser como valor se constitui como condição de possibilidade (fundamento) do pensamento valorativo que está na base da educação. Ao contar com os valores, a vontade de poder conta também com a educação. Daí decorre a importância da posição metafísica de Nietzsche em sua relação com a educação. A partir do que foi exposto, fica patente a dificuldade de se contrapor à racionalidade técnica-instrumental um pensamento valorativo, do tipo éticonormativo. A corrente oposição entre cálculo e valor expressa uma representação antropológica e instrumental da técnica que restringe a compreensão do fenômeno da técnica e do calculo aos seus usos e aplicações. Ora, não basta contrapor os valores humanísticos ao cálculo, quando inventar e contar com os valores são o mesmo. Nas palavras de Heidegger: A vontade de poder e instauração de valor são o mesmo, na medida em que a vontade de poder visa aos pontos de vista de conservação e elevação. Por isso, a instauração de valores não pode ser reconduzida à vontade de poder enquanto algo diverso dela (HEIDEGGER, 2007b, p. 80). A metafísica da vontade de poder é com razão e necessariamente um pensar valorativo que opera ao modo do cálculo. No contar com valores e no 17

18 avaliar segundo relações valorativas, a vontade de poder como o eterno potencializar-se desprovido de metas quer verdadeiramente apenas a si mesma. Eis então a hipótese que guiou nosso trabalho: acreditamos que a interpretação da metafísica da vontade de poder, tal como realizada por Heidegger, nos permite uma via de problematização mais profunda e ainda não explorada acerca da relação entre cálculo e valor, entre o pensamento valorativo e o pensamento calculador, especialmente em Filosofia da Educação. Se, de fato, a nossa existência se vê, em toda parte, incitada e provocada a se dedicar ao planejamento e cálculo de tudo, quando até mesmo o Ser se vê provocado a manifestar o ente na totalidade no horizonte da calculabilidade, cabe-nos perguntar: é possível um modo de pensar em educação que não esteja sujeito à dinâmica da maquinação e do cálculo? Entendemos que esta questão geral pode ser desdobra numa série de perguntas que possibilite um livre exercício de pensamento em Filosofia da Educação. Qual a relação entre vontade de poder, maquinação e educação? Como o elemento do cálculo está presente nos valores, nas metas e nos ideais educacionais? De que modo a educação opera na base da maquinação? É possível pensar a educação fora da lógica da superpotencialização do poder? É possível um modo de pensar não calculador em educação? Qual a relação entre a vontade de poder e a educação? Por que a Filosofia da Educação deveria levar a sério o pensamento da vontade de poder de Nietzsche? Em face dessas perguntas e do sentido que a elas queremos imprimir, aludimos a Gadamer (2010, p. 81) quando afirma que, do ponto de vista hermenêutico, a essência da pergunta é colocar possibilidades e mantê-las em aberto. 18

19 Referências GADAMER, Hans-Georg. Verdade e Método II: complementos e índices. Tradução de Enio Paulo Giachini. Petrópolis: Editora Vozes, Hermenêutica em Retrospectiva: Heidegger em retrospectiva. Tradução de Marco Antônio Casanova. Petrópolis: Editora Vozes, HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Vol. 1. Tradução de Márcia de Sá Cavalcante. Petrópolis: Editora Vozes, Teoria Platônica da Verdade. In: Marcas do Caminho. Tradução de Enio Paulo Gichini e Ernildo Stein. Petrópolis: Editora Vozes, 2008a. pp Carta sobre o Humanismo. In: Marcas do Caminho. Tradução de Enio Paulo Gichini e Ernildo Stein. Petrópolis: Editora Vozes, 2008b. pp Identidade e Diferença. In: Que é isto A Filosofia? Tradução de Ernildo Stein. Petrópolis: Editora Vozes, pp A Superação da Metafísica. In: Ensaios e Conferências. Tradução de Márcia de Sá Cavalcante. Petrópolis: Editora Vozes, 2002a. pp A Questão da Técnica. In: Ensaios e Conferências. Tradução de Márcia de Sá Cavalcante. Petrópolis: Editora Vozes, 2002b. pp Introdução à Metafísica. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 1999a.. Tempo e Ser. In: Conferências e Escritos Filosóficos. Tradução de Ernildo Stein. São Paulo: Editora Nova Cultural, Os Pensadores, 1999b. pp Meditação. Tradução de Marco Antônio Casanova. Petrópolis: Editora Vozes, Nietzsche I. Tradução de Marco Antônio Casanova. São Paulo: Forense Editora, 2007a.. Nietzsche II. Tradução de Marco Antônio Casanova. São Paulo: Forense Editora, 2007b. HEIDEGGER, Martin. Metafísica e Niilismo. Tradução de Marco Antônio Casanova. Rio de Janeiro: Relume-Dumará,

20 LIMA, Homero. Do Corpo-Máquina ao Corpo-Informação: O pós-humano como horizonte biotecnológico. Curitiba: Honoris Causa, NIETZSCHE, Friedrich. A Vontade de Poder. Tradução de Marcos Fernandes e Francisco Moraes. Rio de Janeiro: Contraponto, Crepúsculo dos Ídolos: ou como filosofar com o martelo. Tradução de Marco Antônio Casanova. São Paulo: Companhia das Letras, Genealogia da Moral: uma polêmica. Tradução de Paulo Cesar de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, Assim Falou Zaratustra: Um livro para todos e para ninguém. Tradução de Mario da Silva. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, Como citar este artigo: LIMA, Homero Luis Alves de. Metafísica da vontade de poder e pensamento calculador: desdobramentos para a Filosofia da Educação. Fronteiras da Educação, Recife, v. 1, n. 2, Disponível em: < ISSN

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