gênio na antiguidade, mostrando como os gregos consideraram o tema, e como o romantismo se apropriou da idéia, com forte inspiração kantiana.

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1 Conclusão Levando em conta as discussões sobre o tema na tradição filosófica, Nietzsche escapa de um procedimento metafísico e coloca a idéia de gênio para além de um simples ideal. Por ideal, Nietzsche entende algo que não tem origem, que não está dado a priori e por isto algo fabricado, inventado. Assim podemos através da concepção nietzschiana de ideal, perceber que Nietzsche tenta destruir o ideal gênio, construída pela filosofia metafísica ocidental. Transformando este conceito, Nietzsche também acaba nos revelando um ensinamento que se baseia na autenticidade, na busca pelo que se é. Este ensinamento é percebido por nós na própria maneira como Nietzsche encara o conceito, reavaliando-o e dando-lhe novas designações ao longo de todo seu desenvolvimento intelectual. O gênio aborda o tema essencial da filosofia de Nietzsche: a criação. O gênio acaba se tornando essencial para essa busca por si mesmo, considerando o gênio não mais como indivíduo excepcional, mas como indivíduo criativo e disposto a considerar este caráter criativo necessário para a sua vida. Nietzsche diagnostica o mundo metafísico e percebe a dificuldade em se encontrar indivíduos criativos. Tais indivíduos são raros porque muitas vezes recebem uma instrução interessada somente no acumulo de conhecimento. Neste trabalho, consideramos que Nietzsche acaba, mesmo sem querer, ensinando uma maneira de encontrarmos nossa autenticidade. No entanto, é importante ressaltar que tal ensinamento também procura ser original e inovador, e foi a caracterização deste ensinamento que procuramos mostrar nesta dissertação. Em seu primeiro livro, O nascimento da tragédia, publicado em 1872, Nietzsche iniciou o desenvolvimento do conceito de gênio. Neste livro, ele faz uma análise dos gregos e das duas divindades (Apolo e Dionísio) que lhe revelam a profunda tensão em que os gregos viviam, como criaturas que só podiam superar o pessimismo cultivando uma apreciação estética do espetáculo da vida. Por intermédio da arte, os gregos adquiriram um sentido dionisíaco da unidade primordial da natureza e do homem, e, ao mesmo tempo, foram resgatados de seus efeitos inebriantes por meio da agradável ilusão propiciada pelo apolíneo. Nietzsche então vê a vida trágica, que se forma a partir do equilíbrio destas duas divindades, como o caminho para se educar, e cria a figura do gênio como o homem capaz de levar a vida artisticamente. Porém, a idéia de gênio não é forjada por Nietzsche. E por isto mostramos no primeiro capítulo como o gênio se portou na cena filosófica ao longo dos anos. Delineamos o

2 92 gênio na antiguidade, mostrando como os gregos consideraram o tema, e como o romantismo se apropriou da idéia, com forte inspiração kantiana. No segundo capítulo mostramos de forma resumida como estes conceitos (imaginação, entendimento, espírito e gosto) se organizaram em Kant, acentuando como Nietzsche se afasta da filosofia de Kant ao não diferenciar procedimentos racionais de procedimentos empíricos e artísticos. Nietzsche quer mostrar o caráter artístico dos conceitos e também o caráter instintual da razão. No terceiro capítulo vimos o que aproxima Nietzsche de Schopenhauer em relação ao gênio, utilizando principalmente o ensaio Schopenhauer como Educador. Nietzsche reconhece na criação artística uma atividade de caráter cognoscitivo, que é o veículo exclusivo de um conhecimento primordial. E este conhecimento primordial é adquirido através de uma transformação em nossa sensibilidade, conquistada por meio da educação. No quarto capítulo mostramos porque Nietzsche estava distante da interpretação cunhada pela metafísica que parecia conferir aos gênios uma espécie de óculos especial onde eles poderiam enxergarem coisas onde a maioria não enxerga. A partir de Humano Demasiado Humano Nietzsche insiste na idéia de que o gênio não é um ser privilegiado. Esta noção agora não mais representa um conceito metafísico onde o gênio transmite a verdade. O gênio pode ser alcançado por qualquer pessoa que tenha disposição para perceber o profundo caráter artístico dos conceitos que constroem o aparato cognitivo do homem e a partir daí se tornar um indivíduo autêntico e criador. Mostramos também que o ensinamento educacional nietzschiano é antes de tudo estético, e abordamos as preocupações de Nietzsche referentes à relação entre a arte e a realidade. A figura do gênio a princípio era a de um indivíduo de exceção dotado de um dom especial extra-humano. O gênio posteriormente é encarado como uma missão possível, embora não deixe também de ser exceção, pois poucos conseguem ter a sensibilidade do gênio. Tal missão é transmitida (ensinada) ao longo de todo percurso intelectual nietzschiano. Nietzsche lança a possibilidade de um conhecimento específico, alcançado através da arte, em oposição ao conhecimento objetivo da ciência e da filosofia tradicional ; trata também do nexo existente entre a atividade artística e os diferentes valores, as conexões entre a arte e a sociedade, história e cultura. Para o filósofo, a criação artística e a contemplação da beleza fazem-nos participar de uma alegria divina. Desta maneira, viver é criar. A arte tem sua relação com a vontade de poder; é

3 93 a afirmação da existência e o estimulante do sentimento de vida. O belo é o que intensifica a vida. O objeto da arte consegue tornar a vida mais intensa de forma mais autêntica que a religião e a ciência. É por isso que a educação deveria se basear nela. Daí chamarmos esta educação de educação estética. A tarefa educacional de Zaratustra é auxiliar aqueles capazes de assim proceder a atingir uma nova sensibilidade. Foi este caminho que procuramos desenvolver o quarto capítulo. É particularmente importante reconhecer que Nietzsche emprega a figura de Zaratustra e noções tais como a de super-homem e do eterno retorno enquanto processos no contexto de seu projeto educacional de transformar nossa sensibilidade. Com uma linguagem de O Nascimento da Tragédia, a imagem do super-homem representa a sua versão do momento apolíneo neste processo, enquanto a noção de eterno retorno representa o dionisíaco. O super-homem pode ser visto como uma imagem para promover a reeducação de nossas aspirações e de nosso pensamento sobre a intensificação da vida. A noção de eterno retorno, por outro lado, é a idéia que Nietzsche se apropria e emprega para indicar uma maior e mais fundamental reeducação de nossa sensibilidade, que nos leva para a transformação de nossa disposição sobre nós e sobre o mundo. No parágrafo 341 de Gaia Ciência a idéia de eterno retorno é invocada para aumentar a disposição de nós mesmos para nossas vidas. Isso se torna então a concepção nietzschiana da afirmação da vida como amor fati. Se existe uma figura equivalente ao gênio de O Nascimento da Tragédia na qual estes dois outros momentos (Apolo e Dionísio) se conciliam, esta figura é Zaratustra. Nem o sentido da terra associado à imagem do super-homem nem a afirmação do amor fati associado ao eterno retorno se tornam elementos de um novo credo. O espírito-livre, super-homem, o eterno retorno e o próprio caminho de Zaratustra têm assim seus lugares dentro do processo educacional nietzschiano, antes nos seus objetivos do que nos seus resultados. Com a noção de super-homem, Nietzsche busca restabelecer uma noção de nobreza humana. Enquanto o último homem, tipo antagônico ao super-homem, persegue somente o conforto material, o super-homem está pronto a prodigalizar sua vida na busca de grandes feitos. Ser grande, então, é permanecer voluntariamente além do bem e do mal. É estar além da moralidade, como esta é entendida pelo rebanho. A ação criadora é a que necessariamente ultrapassa o julgamento da moralidade, já que estabelece novos preceitos e novas normas. Tal ação

4 94 criadora reflete na idéia de gênio em Nietzsche que pode ser encarada como a ferramenta necessária para uma vida autêntica e afirmativa. Não partilhamos da idéia que haja uma evolução do suposto ensinamento estético de Nietzsche onde se iniciaria com o gênio, passaria pelo espírito livre e super-homem e chegaria ao seu ápice com a idéia de eterno-retorno. Para nós o termo gênio não está estritamente ligado a um tipo humano e, como já dissemos, Nietzsche parece estar mais interessado nesse instinto criativo que deve ser despertado. O gênio em Nietzsche, embora tenha uma conotação individual, expressa principalmente em sua primeira fase, é mais figurativo nas fases posteriores. É como uma idéia para representar o instinto criativo que faz o homem sobreviver na terra. Os homens criaram todos os conceitos e esqueceram desta criação e portanto acreditam que existe algo extra-mundo que estabeleceu estas criações. Com a idéia de gênio, a criação aparece como necessária à vida. A capacidade criativa é essencial tanto no espírito livre como no super-homem, como para o aprendizado do eterno-retorno. Existe gênio no espírito livre, existe gênio no super-homem, existe gênio no aprendizado do eterno-retorno. O gênio é a capacidade para a percepção de que novos valores devem ser criados, para além dos ideais metafísicos. O gênio aparece no pensamento nietzschiano como a capacidade de criar valores, amplamente fundamentada no caráter artístico de toda elaboração humana.

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