Noções do Título I da Parte Especial do Código Penal Crimes contra Honra 2014.

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1 O trabalho consiste em um breve estudo sobre os crimes contra a honra: Calúnia, Difamação e Injúria. Destaca ainda os seguintes temas relacionados: retratação, exceção da verdade, pedido de explicações, causas de aumento de pena, e ação penal. Noções do Título I da Parte Especial do Código Penal Crimes contra Honra Gisele Alves e Valéria Araújo

2 CRIMES CONTRA A HONRA (ART. 138,139 E 140 CP) Além do direito à vida e à integridade física e psíquica, o homem não pode ser ferido em sua honra, pois o patrimônio moral de uma pessoa também é digno de proteção penal como prevê o Art. 5 em seu inciso X: São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. DEFINIÇÃO: Delitos que ofendem a honra pessoal de alguém. SÃO CRIMES CONTRA A HONRA: 1) Calúnia (Art. 138 CP) 2) Difamação (Art. 139 CP) 3) Injúria (Art. 140 CP) BEM JURÍDICO TUTELADO (Objeto jurídico/ bem abstrato): ASPECTOS GERAIS DOS CRIMES CONTRA A HONRA: Bem imaterial relativo à personalidade humana = Honra. São crimes julgados através de AÇÃO PENAL PRIVADA (só o ofendido pode iniciar as ações contra crimes de calúnia, injúria e difamação); São crimes passíveis de renúncia e perdão do ofendido NÃO CONFUNDIR! NATUREZA JURÍDICA: São CRIMES FORMAIS Agente tem a vontade (dolo) de ofender a honra alheia, no entanto para haver a consumação destes crimes é preciso que ocorra o resultado, ou seja, é necessário que haja dano à reputação da vítima. A ação de cada um dos crimes contra honra (caluniar, difamar e injuriar) pressupõe que a ofensa se dê contra a vontade do ofendido. Se houver consentimento haverá causa de atipicidade, ou seja, não haverá os crimes em si. Os crimes contra a honra precisam do dissentimento da vítima para que possam existir. CUIDADO! O Consentimento posterior ao crime, revelado pela não propositura da Ação Penal Privada não tem a mesma natureza da inexistência de crime por ofensa consentida; sendo uma causa extintiva da punibilidade manifestada pela decadência (Art. 107, Inc. IV CP). Ofensa consentida Ofensa consentida pela não proposição de Ação Penal Privada após crime contra a honra Não há crime contra a honra! Há crime contra a honra, mas não há punibilidade, pois haverá a decadência do direito. 1

3 OBSERVAÇÃO: HONRA DEFINIÇÃO: - Segundo Magalhães Noronha, Honra é o complexo ou conjunto de condições da pessoa que lhe conferem consideração social e estima própria. CLASSIFICAÇÃO: - A doutrina classifica a honra sob diversos aspectos: 1) DE ACORDO COM O EMISSOR DA OPINIÃO SOBRE OS ATRIBUTOS FÍSICOS, INTELECTUAIS E MORAIS DE ALGUÉM a honra pode ser: HONRA OBJETIVA: Diz respeito à opinião de terceiros sobre os atributos físicos, intelectuais e morais de uma pessoa. É o respeito que o individuo goza no meio social. È ferida pelo crime de calúnia (imputar a alguém um fato criminoso havendo conhecimento por parte de terceiros e sem que haja verdade em tal imputação) e pelo crime de difamação (neste caso o fato imputado não é criminoso, mas é danoso à reputação sendo falso ou não) HONRA SUBJETIVA: Diz respeito à opinião que a pessoa tem de si mesma, ou seja, ao seu amor próprio. Não importa aqui a opinião de terceiros. É ferida pelo crime de injúria (Pessoa atribui qualidade negativa a alguém e a vítima toma conhecimento). 2) DE ACORDO COM OS ASPECTOS DO INDIVIDUO a honra pode ser: HONRA DIGNIDADE: Diz respeito aos aspectos morais do individuo como honestidade, lealdade, etc. Diz respeito à conduta moral como um todo HONRA DECORO: Diz respeito a aspectos desvinculados da moral do individuo como inteligência, beleza, sagacidade, etc. 3) DE ACORDO COM SEUS DETENTORES a honra pode ser: HONRA COMUM: Todos os homens possuem HONRA PROFISSIONAL: Diz respeito a determinado grupo profissional ou social Ex: Fere-se a honra profissional quando um médico é chamado de açougueiro. 2

4 OS CRIMES CONTRA A HONRA E A LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL A previsão dos crimes contra a honra não se exaure no Código Penal; eles também aparecem - cometidos em condições especiais - em outras leis penais (legislação penal extravagante). - Primeiro é preciso analisar se a ofensa à honra se enquadra em algum crime previsto nas leis especiais; só depois se tenta enquadrar a ofensa nos crimes previstos no Código Penal. Há a previsão de crimes contra honra nas seguintes leis extravagantes:» Código Eleitoral (Lei n 4.737/65 Arts. 324,325 e 326): Calúnia, difamação e injúria praticadas contra alguém na propaganda eleitoral ou visando a fins de propaganda.» Lei de Segurança Nacional: Calúnia ou difamação por motivação política contra Presidente da República, Presidente do Senado, da Câmara dos deputados e do STF.» Código Militar. 1) CALÚNIA (ART. 138 CP) CRIME DE CALÚNIA Art. 138 Caput CP - Este crime tutela a honra objetiva, ou seja, a reputação, a boa fama do indivíduo no meio social. - Caluniar significa imputar falsamente fato definido como crime. No crime de calúnia o agente atribui a alguém a responsabilidade pela prática de um crime que não ocorreu ou que não foi por ele cometido. -A calúnia é um CRIME DE AÇÃO LIVRE, ou seja, pode ser praticado através de gestos ou de palavras (escrita ou oral). CUIDADO! - Se a calúnia é realizada através de meios de informação (serviço de radiodifusão, jornais, etc.) ela será crime previsto na Lei de Imprensa. - Se a calúnia é lançada em propaganda eleitoral será crime previsto no Cód. Eleitoral. I) CALÚNIA INEQUÍVOCA OU EXPLÍCITA: Agente afirma explicitamente a falsa imputação. ESPÉCIES DE CALÚNIA: Ex: João afirma que Pedro é o sujeito que a polícia procura pela prática de vários estupros II) CALÚNIA EQUÍVOCA OU IMPLÍCITA: Ofensa não é direta. Ela é subentendida do conteúdo da assertiva. III) CALÚNIA REFLEXA: Agente imputa o crime a uma pessoa acusando outra. 3

5 Ex: João afirma que Pedro, promotor de justiça, deixou de denunciar um indiciado porque foi por ele subornado. Neste caso o indiciado também foi ofendido ELEMENTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS DO CRIME DE CALÚNIA ELEMENTOS OBJETIVOS DO CRIME DE CALÚNIA:» Imputação do fato qualificado como crime +» Falsidade na imputação 1) IMPUTAÇÃO DO FATO QUALIFICADO COMO CRIME Para haver crime de calúnia, a lei exige expressamente que o fato atribuído à vítima seja definido como crime. Tal fato criminoso por sua vez deve ser DETERMINADO, isto é, o fato criminoso deve ser um caso concreto. Não é necessário apontar detalhes do crime como dia e hora do mesmo, mas, por outro lado, a imputação não pode ser vaga. A calúnia não se configura na simples afirmação: fulano é um ladrão. É preciso apontar circunstâncias capazes de identificar o fato criminoso. Ex: Há crime de calúnia = Se João afirma falsamente que Pedro matou Paulo porque este não lhe pagou uma dívida de grande vulto. Não há crime de calúnia = Se João disser simplesmente que Pedro é um assassino. Neste caso haverá crime de injúria, pois se trata apenas de qualificação negativa do ofendido. SITUAÇÃO 1: Existindo imputação de contravenção penal: Solução: Como a disposição legal exige que para haver calúnia o fato imputado tem que ser definido como crime, se houver imputação de contravenção penal o crime não será de calúnia e sim de difamação. SITUAÇÃO 2: Existindo imputação de fato atípico: Solução: Como a disposição legal exige que para haver calúnia o fato imputado tem que ser definido como crime, se houver imputação de fato atípico o crime também não será de calúnia; poderá ser crime de difamação ou de injúria dependendo do fato. Ex: João afirma falsamente que Pedro, por imprudência, danificou o patrimônio público. Aqui há o crime de dano (Art. 163 CP), no entanto não há forma culposa para este tipo penal, configurando fato atípico. SITUAÇÃO 3: Existindo imputação de fato que constitua ato de improbidade administrativa: Solução: (JURISPRUDÊNCIA STJ) Atos de improbidade administrativa (lei 8.429/92 Art.10, 3, Inc. VII e XII) possuem natureza extrapenal e por isso não servem para configurar calúnia. Portanto, se houver imputação de fato que constitua ato de improbidade administrativa o crime não será de calúnia; poderá ser crime de difamação ou de injúria dependendo do fato. 4

6 2) FALSIDADE NA IMPUTAÇÃO Este elemento está contido no termo falsamente. Desta forma, para haver calúnia não basta a imputação de fato definido como crime; exige-se que o fato imputado seja falso na própria ocorrência ou em relação à sua autoria - o ofensor precisa ter consciência desta falsidade. Ainda que não seja necessária a certeza da falsidade da imputação (dolo eventual), pois a dúvida sobre a falsidade ou veracidade do fato não afasta a configuração do crime de calúnia, o dolo do agente tem que abranger o elemento normativo falsamente, ou seja, ao imputar a alguém a prática de fato definido como crime o ofensor deve ter ciência de sua falsidade. SITUAÇÃO: Se ofensor crê na veracidade de sua imputação (Art. 20 CP). Solução: Haverá erro de tipo; o fato será atípico ante a ausência de dolo O objeto da imputação falsa pode recair sobre: A) O FATO» Fato criminoso atribuído à vítima não ocorreu. (foi dito que a pessoa cometeu um crime que não aconteceu). Ex: Mesmo sabendo que sua afirmação é falsa, Pedro imputa a João o assassinato de Maria. Na verdade tal assassinato não ocorreu. Maria morreu de causas naturais. B) A AUTORIA DO FATO CRIMINOSO» Apesar do fato criminoso ter sido verdadeiro a imputação da autoria feita à vítima é falsa. (foi dito que a pessoa cometeu um crime que na verdade foi cometido por um terceiro). Ex: Mesmo sabendo que sua afirmação é falsa, Pedro imputa a João o assassinato de Maria. Ela realmente foi assassinada, mas não por João. O criminoso é outra pessoa. CUIDADO 1 Pode haver calúnia quando o imputado não é totalmente inocente: SITUAÇÃO 1: Ofensor imputa à ofendido crime diferente daquele que foi cometido por este. Ex: Pedro imputa a João o estupro de Maria. João não é totalmente inocente porque furtou Maria, mas é vítima de calúnia porque não a estuprou. SITUAÇÃO 2: Ofensor imputa à ofendido crime doloso quando este cometeu crime culposo SITUAÇÃO 3: Ofensor imputa crime à ofendido sabendo que este o cometeu em virtude de Legítima defesa. CUIDADO 2 Não há calúnia se: 1) A imputação é de simples circunstância que agravam o fato. 5

7 Ex: João efetuou apenas um furto (forma simples do crime) mas Pedro diz que o crime foi cometido com fraude (forma qualificada simples). 2) A imputação apresenta equívoco técnico-jurídico OBSERVAÇÃO: PROPALAÇÃO OU DIVULGAÇÃO DA CALÚNIA Art CP - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. - Trata-se de um subtipo do crime de calúnia previsto no caput do art Os verbos propalar e divulgar exprimem a conduta de levar ao conhecimento de outrem a calúnia de que tenha tomado conhecimento. Propalar é o relato verbal da calúnia; divulgar tem acepção mais abrangente e significa relatar a calúnia por qualquer meio. ELEMENTO SUBJETIVO: - É o dolo direto. Para que este subtipo do crime se concretize é preciso que o agente tenha ciência da falsidade do fato imputado (a dúvida afasta a configuração do crime em questão). Não é admitido o dolo eventual, pois a lei faz expressamente referência à expressão sabendo falsa que se refere ao dolo direto. CONSUMAÇÃO: - Se dá com a divulgação da calúnia ainda que para apenas uma pessoa. Não é necessário que um número indeterminado de pessoas tenha ciência do fato, porém, se for crime cometido na presença de várias pessoas ou por meio que facilite a divulgação da calúnia haverá a incidência de uma causa especial de aumento de pena (Art. 141 Inc. III CP). TENTATIVA: - Se o crime foi praticado por meio verbal é inadmissível. ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME DE CALÚNIA: - É o DOLO DE DANO consistente na vontade e consciência de caluniar alguém, atribuindo-lhe falsamente a prática de fato definido como crime de que o sabe inocente. Exige-se que o caluniador tenha consciência da falsidade da imputação - O dolo pode ser direto ou eventual no crime de calúnia do Caput do Art Será eventual quando o agente, na dúvida, assumir o risco de fazer a imputação falsa. CUIDADO! CRIME DE CALÚNIA CRIME DE PROPALAÇÃO OU 6

8 (Art. 138 Caput CP) Caluniador tem que ter consciência da falsidade da imputação. O dolo pode ser direto (caluniador tem certeza da falsidade) ou eventual (caluniador não tem certeza da falsidade, mas assume o risco de fazer a imputação falsa DIVULGAÇÃO DE CALÚNIA (Art CP) Propalador ou divulgador tem que ter consciência da falsidade da imputação. O dolo só pode ser direto (propalador ou divulgador tem certeza da falsidade imputada e espalha a calúnia praticada por um terceiro). OBSERVAÇÃO: Segundo parte da doutrina, nos crimes contra a honra além do dolo deve estar presente um especial fim de agir consubstanciado no animus injuriandi vel diffamandi que é o ânimo de denegrir, ofender a honra do individuo. Não basta que o agente profira a calúnia, é necessário que ele tenha tido a intenção de ferir a honra da vítima. Desta forma, objetivamente, os fatos atribuídos à vítima até podem causar ofensa, mas subjetivamente, dependendo das circunstâncias que envolvem o ato, não haverá crime. Há certas situações (como por exemplo, a falta de seriedade no emprego da ofensa) que afastam a configuração do crime, pois na ação do agente não há o animus injuriandi vel diffamandi, HIPÓTESES NAS QUAIS NÃO HÁ O ANIMUS INJURIANDI VEL DIFFAMANDI: SITUAÇÃO 1: Quando há ANIMUS JOCANDI - Agente tem o ânimo de caçoar. Ainda que tenha havido a ofensa não era esta a intenção. Não haverá crime contra a honra desde que os limites toleráveis não sejam excedidos. SITUAÇÃO 2: Quando há ANIMUS NARRANDI - Neste caso a intenção do agente é narrar ou relatar um fato. Não haverá crime se a testemunha ou a vítima, no estrito cumprimento do dever jurídico, narram fatos pertinentes à causa, atribuindo crime a outrem uma vez que processar estas pessoas por crime contra a honra inviabilizaria a persecução penal. POSIÇÃO DO STJ Não pratica crime contra a honra: 1) A testemunha judicial que simplesmente narra o que sabe por ciência própria ou por ouvir dizer, tendo a obrigação de dizer a verdade - A não ser que seja visível sua intenção de caluniar, difamar ou injuriar. 2) O indivíduo que se limita a comunicar o fato criminoso à Polícia fornecendo uma lista de possíveis suspeitos. POSIÇÃO DO STF Se testemunha conceder depoimento falso ela responderá pelo crime de falso testemunho e não por crime contra a honra. 7

9 SITUAÇÃO 3: Quando há ANIMUS DEFENDI - Neste caso a intenção do agente é se defender em processo ou defender alguém na mesma circunstância. IMUNIDADE JUDICIÁRIA (ART 142 INC. I CP e ESTATUTO DA OAB): Não é punível a ofensa feita na discussão da causa pela parte ou por seu advogado. POSIÇÃO DO STJ E DO STF A imunidade judiciária e cabível apenas em casos de injúria e difamação, portanto, se o agente pratica tais ações ante a presença da intenção de defesa não haverá tais crimes. Consequentemente estas cortes entendem que não cabe imunidade judiciária em caso de calúnia. Se esta ação ocorrer o agente será punido pelo crime respectivo. CUIDADO! Ainda que STJ e STF entendam que a imunidade judiciária não incide sobre o crime de calúnia, há entendimento doutrinário que se posiciona de forma contrária defendendo que o advogado ao imputar a outrem fato definido como crime no exercício de sua atividade profissional e na defesa de seu constituinte não responderá por este crime uma vez que seu objetivo é defender os direitos de seu cliente e não acusar quem quer que seja. A ofensa que configuraria o crime de calúnia é na verdade um fato atípico. SITUAÇÃO 4: Quando há ANIMUS CORRIGENDI VEL DISCIPLINANDI - Agente não quer ofender, quer apenas corrigir erros daquele que se encontra sob sua autoridade, guarda ou vigilância ainda que acabe se excedendo nos termos. CUIDADO! Esta circunstância afasta os crimes de difamação e injúria. Não afasta o crime de calúnia. SITUAÇÃO 5: Quando há ANIMUS CONSULENDI - Nesta hipótese o agente tem o ânimo de aconselhar, informar alguém acerca dos atributos de determinada pessoa mediante solicitação de terceiro ou por livre iniciativa. Ex: Carta de referência emitida por ex-empregador para contratação de empregado, ante a solicitação da empresa contratante. CUIDADO! O ânimo de aconselhar não pode servir de dissimulação à calúnia, injúria ou difamação. Se há excesso no modo ou conteúdo da informação, ou desnecessária falta de reserva, deixando manifesta a má intenção de denegrir a honra ou ferir a dignidade da pessoa a cujo respeito se presta a informação, não pode o agente invocar o animus consulendi para eximir-se do crime. SITUAÇÃO 6: Quando há EXALTAÇÃO EMOCIONAL OU DISCUSSÃO DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA Não há crime contra a honra, se o discurso que origina a calúnia, injúria ou difamação é motivado por um estado de justa indignação. Ainda que veementes, as expressões pronunciadas em momento de exaltação emocional ou proferidas no calor de uma discussão não configuram crime contra a honra. 8

10 SUJEITOS DO CRIME DE CALÚNIA SUJEITO ATIVO: - O crime de calúnia é um CRIME COMUM, ou seja, qualquer pessoa pode ser sujeito ativo. Caluniador não é apenas o autor da calúnia, mas também quem a propala ou divulga. SUJEITOS PASSIVOS: 1) INIMPUTÁVEIS - DOENTES MENTAIS E MENORES DE 18 ANOS - Há divergência doutrinária. CORRENTE 1 Inimputáveis podem ser sujeitos passivos do crime de calúnia. Argumento 1 : Doentes mentais e menores de 18 anos têm honra objetiva (respeito que o individuo goza no meio social); esta não é afetada pela incapacidade penal e precisa ser protegida. Apenas a honra subjetiva (sentimento da própria dignidade) está condicionada à inimputabilidade. Esta corrente entende que os incapazes, apesar de inimputáveis podem ser expostos à aversão pública e seria arbitrário deixar impune o agente da ofensa como se a inimputabilidade fosse uma culpa que se tivesse de expiar com a perda da tutela penal. Argumento 2 - Damásio de Jesus / Fernando Capez: Crime é fato típico e ilícito independentemente da culpabilidade do agente. Doentes mentais e menores de 18 anos podem praticar crimes ainda que não sejam culpáveis, por esta razão podem ser caluniados. Argumento 3 Cezar Bitencourt / Mirabete: Para estes autores crime é fato típico, ilícito e culpável; a culpabilidade é requisito para que haja o crime. Doentes mentais e menores de 18 anos não têm culpabilidade e, portanto, não podem cometer crimes. No entanto estes autores entendem que estas pessoas podem praticar fatos definidos como crime, ou seja, condutas que encontram receptividade em alguma moldura proibitiva da lei penal que abstratamente são definidas como crime, mas concretamente não se configuram pela ausência de capacidade penal. A calúnia é definida como a imputação falsa de fato definido como crime e não como a imputação falsa de prática de crime; neste sentido é possível que o menor ou o doente mental que possua algum entendimento seja vítima do crime de calúnia. CORRENTE 2 DOUTRINA CLÁSSICA Inimputáveis não podem ser sujeitos passivos do crime de calúnia. Argumento: Crime é fato típico, ilícito e culpável, portanto a culpabilidade é requisito para que haja um crime, se ela está excluída, aquele não existe. Os doentes mentais e os menores de 18 anos são inimputáveis logo não são culpáveis e logo não cometem crimes. Se não praticam crimes não podem ser sujeitos passivos de calúnia, pois esta é a atribuição de fato definido como crime. Imputação de crime a um irresponsável deve ser considerada difamação. 9

11 - Há divergência doutrinária. 2) PESSOAS JURÍDICAS CORRENTE 1- TRADICIONAL Pessoa jurídica não pode ser sujeito passivo de crime de calúnia. Argumento: Corrente fiel ao brocardo romano societas delinquere non potest, isto é, as pessoas jurídicas não cometem crimes. A afirmação se dá porque para os adeptos deste pensamento as pessoas jurídicas não possuem consciência, vontade (uma vez que somente o homem é capaz de exercer atividade dirigida pela vontade até um fim), potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. Também há o entendimento que elas não podem cometer delitos porque não possuem capacidade de pena - segundo o principio da personalidade da pena esta recairá sobre o autor do delito e não sobre todos os membros da corporação. CORRENTE 2- CORRENTE DOS REALISTAS Se opõe à corrente tradicional. Para sues adeptos as pessoas jurídicas são uma realidade e têm vontade e capacidade de deliberação devendo-se então reconhecer a capacidade criminal. É a corrente adotada pela CF de 1988 que dispôs em seu Art que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. A Constituição também estabeleceu em seu Art que a lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-se às punições compatíveis com a sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular. Por isso a corrente dos realistas entende que pessoa jurídica pode ser sujeito ativo de crime. ATENÇÃO! O princípio societas delinquere non potest não é absoluto. Há crimes que somente poderão ser praticados por pessoas físicas (Ex. Homicídio) e outros que por suas características são cometidos quase que exclusivamente por pessoas jurídicas e, sobretudo no exclusivo interesse delas; são os crimes praticados mediante fraude, delitos ecológicos etc. Em face do Art e do Art da CF passou-se a admitir a responsabilidade penal das pessoas jurídicas nos crimes contra a ordem econômica e financeira, economia popular e meio ambiente. CUIDADO! Há apenas a previsão. Conclusão 1 Crimes ambientais: Pessoa Jurídica pode ser sujeito ativo deste tipo de crime por isso pode figurar como vítima de calúnia ao ser-lhe imputada falsamente a prática de crimes ambientais. (A regulamentação da responsabilidade das pessoas jurídicas nos crimes ambientais adveio com a lei n 9.605/98 em seus arts. 3 e 21 a 24). Conclusão 2 Crimes contra a ordem econômica e financeira e conta a economia popular: Como ainda não há regulamentação específica não é possível responsabilizar penalmente a pessoa jurídica pela sua prática e por isso ela não pode figurar como vítima de calúnia ao ser-lhe imputada falsamente a prática de crimes contra a ordem econômica e financeira e conta a economia popular. CORRENTE MAJORITÁRIA A despeito do que a Constituição estabelece nos Arts. 173, 5 e 225 3, por ora prevalece o entendimento que pessoas jurídicas não praticam delitos e, portanto não podem ser caluniadas. 10

12 EXCEÇÃO! Crimes ambientais Posição STJ: Em julgamento inédito este Tribunal acolheu a tese de que a pessoa jurídica pode ser penalizada penalmente por prática de crime ambiental desde que haja a imputação simultânea do ente moral da pessoa física que atua em seu nome ou em seu benefício e, portanto, na hipótese da ocorrência deste crime, a pessoa jurídica pode ser sujeito passivo do crime de calúnia. 3) DESONRADOS POSIÇÃO DOUTRINÁRIA Os desonrados podem ser vítimas de crime de calúnia uma vez que a honra é um bem incorporado à personalidade humana sendo certo que nunca poderá haver a sua supressão total. Ex: Afirmar que determinado político que um dia foi corrupto ainda continua a utilizar-se de seu cargo para solicitar vantagens indevidas caracteriza o crime de calúnia já que sua honra subsiste apesar de já ter sido manchada no passado pela constante prática de ilícitos. 4) CALÚNIA CONTRA OS MORTOS (Art ) - O 2 do Art. 138 diz que é punível a calúnia contra os mortos - O morto não é sujeito passivo de delito, não sendo possível falar em lesão de interesse seu. As vítimas da calúnia serão o cônjuge, o ascendente, o descendente ou o irmão do falecido, pois o que existirá no caso de calúnia conta o morto será a ofensa a direito dos parentes do morto e à própria sociedade. Por analogia ao Art. 31 do Cód. de Processo Penal somente as pessoas citadas acima poderão promover ação penal. Na antiga LEI DE IMPRENSA (hoje revogada) Calúnia contra os mortos: O art. 24 da Lei nº 5.250/67 estabelecia que era punível a calúnia, difamação e injúria contra a memória dos mortos. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA NO CRIME DE CALÚNIA - Acontece quando a falsa imputação torna-se conhecida por algum terceiro que não é a vítima. CONSUMAÇÃO: - É necessário haver publicidade, ou seja, basta que uma pessoa tome conhecimento da calúnia. Apenas deste modo a honra (reputação) da vítima será atingida. OBS 1: Se houver consentimento do ofendido inexiste o crime. OBS 2: O consentimento do representante legal é irrelevante. - Para apurar a tentativa é preciso ter em mente que o crime de calúnia é um crime formal ou de simples atividade, ou seja, o resultado jurídico previsto no tipo ocorre em concomitância com o desenrolar da conduta. TENTATIVA:» Calúnia verbal: É realizada em um único ato. Trata-se de um crime unissubsistente (aquele cuja conduta coincide com o ato) e por isso não 11

13 admite tentativa. Ou a imputação é proferida e o fato é consumado ou nada se diz e não há conduta relevante.»calúnia escrita: Admite tentativa, pois é um crime plurissubsistente (crime composto de vários atos, que integram a conduta, ou seja, existem fases que podem ser separadas, fracionando-se o crime). FORMAS DO CRIME DE CALÚNIA FORMA SIMPLES: - A forma simples do crime de calúnia está prevista no caput do Art. 138 do Cód. Penal - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime. Pena Detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa. CUIDADO! Art º é subtipo do crime de calúnia Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa imputação, a propala ou divulga. - As causas de aumento de pena no caso crime de calúnia estão previstas no caput e no único do Art. 141 do Cód. Penal. (artigo aplicável aos crimes contra a honra em geral). FORMA MAJORADA OU MAJORANTE DO CRIME DE CALÚNIA: Aumenta-se de 1/3 a pena se o crime de calúnia (ou qualquer outro crime conta a honra) for cometido: A) Contra» Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro» Funcionário público em razão de suas funções» Pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência B) Na presença de várias pessoas ou por meio que facilite a divulgação da calúnia Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. EXCEÇÃO DA VERDADE EXCEPTIO VERITAS NO CRIME DE CALÚNIA (Art CP) - Como já visto, a calúnia é a imputação falsa de um crime. O objetivo da imputação falsa pode cair sobre o fato quando este, atribuído à vítima não ocorreu e sobre a autoria do fato criminoso quando este é verdadeiro sendo falsa a imputação da autoria. A falsidade de imputação é sempre presumida e a ofensa à honra só deixa de existir se ficar provada a veracidade do crime atribuído ao ofendido. Em função disso a Lei Penal admite que o agente (suj. ativo) prove que a ofensa é verdadeira afastando desta forma o crime. É a chamada exceção da verdade (Art CP) que se realiza por um procedimento especial (Art. 523 CPP). 12

14 CONCEITO DE EXCEÇÃO DA VERDADE OU PROVA DA VERDADE: - Possibilidade que o agente ativo tem de provar que a imputação que ele faz à vítima é verdadeira, afastando assim o crime de calúnia. Provada a veracidade do fato criminoso imputado não há que se falar na configuração do crime, pois não haverá o elemento normativo falsamente. O fato será atípico. OBS. 1: A faculdade de provar a veracidade do fato imputado pelo suj. ativo da calúnia não é absoluta uma vez que o Cod. Penal não se filiou ao sistema ilimitado. O sistema adotado por ele é o misto e este estabelece de modo taxativo as hipóteses em que a exceção da verdade é admissível ou não. Assim, a lei penal tipifica separadamente os crimes de calúnia e difamação e posteriormente admite a exceção da verdade como regra geral para os crimes de calúnia e como exceção para o crime de difamação. OBS. 2: Em regra é admissível a prerrogativa da exceção da verdade nos crimes de calúnia, mas há casos em que esta prova da verdade não é admitida. CASOS EM QUE A EXCEÇÃO DA VERDADE NÃO É ADMITIDA (casos em que agente ativo não pode provar que a imputação que ele fez à vítima é verdadeira Art , I. II e III CP ): SITUAÇÃO 1: Se o fato imputado for um crime passível de Ação Penal Privada e o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível (Art Inc. I CP) - Sabemos que o Estado outorga ao particular o direito de ação em determinados crimes. A idéia é evitar que o escândalo do processo provoque no ofendido um mal maior que a impunidade do criminoso caso não haja ação. Se a lei deixa a cargo da vítima a propositura da ação seria contraditório permitir que o autor da calúnia viesse a juízo dar publicidade ao fato e ainda pretender prová-lo desrespeitando a vontade da vítima. Ex: João afirma que Pedro estuprou sua funcionária. João ao responder pelo crime de calúnia pretende provar que a imputação do crime de estupro é verdadeira, no entanto ele nada poderá fazer, pois cabe à vítima do estupro propor a competente ação penal privada contra Pedro e provar a existência do fato. A proibição de João se utilizar da Exceção da verdade cessa no momento em que Pedro (vítima do crime de calúnia) sofre condenação penal irrecorrível pelo crime a ele imputado, no caso, estupro. SITUAÇÃO2: Se o fato criminoso foi imputado a qualquer das pessoas indicadas no art. 141 do CP (Art Inc. II CP) - Se o fato criminoso for imputado ao Presidente da República ou a chefe de governo estrangeiro a exceção da verdade também será inadmissível. Em virtude dos cargos que ocupam evita-se com tal vedação prejudicar o prestígio destas pessoas expondo-as ao vexame. Desta forma, ainda que o fato imputado a elas seja verdadeiro o caluniador não poderá provar a verdade. SITUAÇÃO 3: Se o fato imputado for um crime passível de Ação Penal Pública e o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível (Art Inc. III CP) - A proibição da exceção da verdade neste caso funda-se na autoridade da coisa julgada. Deste modo, a sentença penal absolutória transitada em julgado jamais poderá ser revista, não sendo sequer cabível a revisão criminal, de maneira que, se o caluniado foi absolvido do crime a ele imputado por sentença irrecorrível, não poderá o sujeito ativo da calúnia violar a coisa julgada a pretexto de provar a veracidade do fato imputado. 13

15 CUIDADO! Damásio de Jesus ressalva que se ocorrer a extinção da punibilidade em relação ao crime imputado caberá a exceção da verdade uma vez que não houve apreciação do mérito (sujeito não foi absolvido). PRERROGATIVA DE FORO E COMPETÊNCIA NO CASO DE EXCEÇÃO DA VERDADE EM CRIME DE CALÚNIA (Art. 85 do Cód. de Processo Penal): - O Art. 85 do CPP prevê que nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a CF sujeita à jurisdição do STF e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade. Isto significa que a competência para julgar a exceção da verdade oposta contra querelante dotado de foro privilegiado será do Tribunal sob cuja jurisdição está o querelante (Salvo crime de difamação não se aplica o Art. 85 a este tipo de crime). Ex: João afirma que o deputado federal Pedro Sá vem desde sua posse se apropriando de dinheiro público. Pedro Sá propõe ação penal privada contra João pelo crime de calúnia e este é processado na 1ª Vara Criminal do Foro Central da Capital. Se João opuser exceção da verdade contra Pedro Sá ela deverá ser julgada pelo STF (Art. 102, I, b CF) que é o tribunal competente para julgar os membros do Congresso Nacional. CUIDADO - ENTENDIMENTO STF E STJ - Ao tribunal referente ao foro privilegiado cabe apenas o julgamento e não o processamento da exceção da verdade. O juízo de admissibilidade e o processamento da Exceção serão realizados pelo juízo que recebe a Ação Penal Juízo a quo (no exemplo 1ª Vara Criminal) e o seu julgamento será efetuado pelo Tribunal competente de acordo com a prerrogativa (no exemplo, STF). PROCESSAMENTO DA EXCEÇÃO DA VERDADE: - Por ocasião da defesa prévia o querelado (que é acusado de ter cometido o crime de calúnia) poderá apresentar a exceção da verdade; esta deve ser alegada nos autos principais juntamente com sua defesa (se a exceção não for oposta neste momento não se presumirão verdadeiros os fatos). Feita tal apresentação o querelante será notificado para dentro de dois dias oferecer sua resposta, podendo substituir as testemunhas arroladas na queixa. Cabe ao querelado o ônus da prova, ou seja, cabe a ele demonstrar a veracidade de sua imputação. Se a prova não for realizada, a exceção deverá ser rejeitada, prevalecendo a presunção da falsidade da calúnia. ATENÇÃO! EXCEÇÃO DA NOTORIEDADE DO FATO (Art. 523 CPP): Consiste na oportunidade facultada ao réu de demonstrar que suas afirmações (imputações) são do domínio público. Se um fato imputado já era de domínio público, não há como atentar contra a honra objetiva de uma pessoa. DISTINÇÕES ENVOLVENDO CALÚNIA CALÚNIA DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA» Há apenas a imputação falsa da prática de um fato definido como crime» Agente não só atribui à vítima, falsamente, a prática de um delito como o leva ao conhecimento de autoridade causando a instauração de um inquérito policial ou de ação penal contra ela» É crime contra a honra» É crime contra a administração da justiça 14

16 » Só existe quando ocorre imputação falsa de crime (apenas crime!)» Pode referir-se a imputação falsa de crime ou contravenção 15

17 OBS1: Se os crimes de calúnia e denunciação caluniosa tiverem por base os mesmos fatos, a denunciação caluniosa absorve o crime de calúnia. OBS 2- DECISÃO STJ: As expressões contidas no requerimento para instauração do inquérito policial que sejam reputadas como caluniosas não constituem crime contra a honra pois não se pode pretender que ao noticiar um fato criminoso a vítima fira a honra de terceiro se não ultrapassa a sua narrativa ( Art. 5º 1º, a do CPP). Havendo imputação falsa o crime será, em tese, o de denunciação caluniosa cuja Ação Penal é Pública e não de calúnia cuja Ação Penal é Privada. CALÚNIA FALSO TESTEMUNHO» DECISÃO STJ: Quando uma testemunha, sob compromisso, narra fatos pertinentes à causa e atribui fato criminoso a alguém ela não comete crime algum; apenas age no estrito cumprimento do dever legal (Art. 23, III, CP). Se o depoimento é falso não haverá crime de calúnia e sim de falso testemunho. CALÚNIA DIFAMAÇÃO» Há a imputação falsa da prática de um fato definido como crime» Há a imputação de fato que não é criminoso mas é ofensivo à reputação da vítima.» Fato imputado deve ser falso» Fato imputado pode ser ou não falso. CALÚNIA INJÚRIA» Há a imputação falsa da prática de um fato definido como crime e com isso a honra objetiva da vítima é atingida.» Crime se consuma quando terceiros tomam conhecimento da imputação falsa» Há a atribuição de qualidade negativa e com isso a honra subjetiva da vítima é atingida.» Crime se consuma quando a própria vítima toma conhecimento da imputação 2) DIFAMAÇÃO (ART. 139 CP) CRIME DE DIFAMAÇÃO Art. 139 Caput CP - Este crime tutela a honra objetiva, ou seja, a reputação, a boa fama do indivíduo no meio social. - No crime de difamação o agente atribui a alguém fato ofensivo à sua reputação (que por sua vez é a opinião de terceiros no tocante aos atributos físicos, intelectuais e morais de alguém). -A difamação é um CRIME DE AÇÃO LIVRE, ou seja, pode ser praticado através de gestos ou de palavras (escrita ou oral). 16

18 CUIDADO! - Se a difamação é realizada através de meios de informação (serviço de radiodifusão, jornais, etc.) ela será crime previsto na Lei de Imprensa (Art. 21). ELEMENTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS DO CRIME DE DIFAMAÇÃO Não importa para a configuração do crime de difamação que a imputação do fato seja falsa ou verdadeira. (ao contrário do crime de calúnia). Haverá crime se o fato for verdadeiro ou se for falso. Não há interesse social em averiguar se o fato imputado é verdadeiro ou não. O fato imputado não pode revestir-se de caráter criminoso (pois neste caso seria crime de calúnia e não de difamação). Para que ocorra o crime de difamação só é possível imputar a alguém uma contravenção (crime não!) O fato imputado deve ser CONCRETO E DETERMINADO. ELEMENTOS OBJETIVOS DO CRIME DE DIFAMAÇÃO: Não é necessário apontar minúcias, mas, por outro lado, a imputação não pode ser vaga, pois desta forma a difamação não é configurada podendo ser enquadrada como injúria. A difamação não se configura na simples afirmação: fulano é um traidor. É preciso apontar circunstâncias capazes de identificar o fato determinado que motivou tal declaração. Ex: Há crime de difamação = Se João divulga que Carlos traiu seu partido político ao filiar-se a partido oposicionista (há um fato concreto, determinado para João fazer tal afirmação). Não há crime de difamação = Se João divulgar simplesmente que Carlos é um traidor sem fazer menção a nenhum fato concreto demonstrando apenas a sua opinião. Neste caso haverá crime de injúria, pois se trata apenas de qualificação negativa do ofendido. OBS: Se houver dúvida entre injúria e difamação na hora de configurar o crime cometido deve-se aplicar o Princípio In dubio pro reo estabelecendo a solução no sentido de reconhecer a injúria que é menos severamente punida que a difamação. O fato ofensivo deve necessariamente chegar ao conhecimento de terceiros, pois o que a lei protege é a reputação do ofendido, ou seja, o valor que o indivíduo goza na sociedade. OBSERVAÇÃO: PROPALAÇÃO OU DIVULGAÇÃO DA DIFAMAÇÃO - O Cod. Penal não descreve o verbo propalar em crime de difamação como o faz na calúnia. Tal fato poderia levar à conclusão de que quem propala ou 17

19 divulga a difamação não comete crime nenhum já que não se admite analogia in malam partem em D. Penal. No entanto a doutrina entende que o propalador, na realidade, comete nova difamação, pois propalar ou divulgar uma difamação produz dano muito superior à simples imputação. A ação de propalar é punível mesmo quando se desconhece quem é o autor da difamação original sem que isso fira o Princípio da Reserva Legal ou da tipicidade, pois propalar difamação de alguém é igualmente difamar. Muitas vezes com mais eficiência e maior dimensão. ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME DE DIFAMAÇÃO: - É o DOLO DE DANO consistente na vontade e consciência de difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo a sua reputação. - O dolo pode ser direto ou eventual, uma vez que não importa que o fato imputado seja verdadeiro ou falso, pois mesmo que o agente tenha crença na veracidade da imputação o crime se configura. OBSERVAÇÃO: Assim como no crime de calúnia o crime de difamação não se configura sem o animus injuriandi vel diffamandi. Desta forma não basta apenas o dolo; exige-se um fim especial de agir, consistente na vontade de ofender, denegrir a reputação do ofendido. STF - A tipicidade do crime contra a honra que é a difamação deve ser definida a partir do contexto em que foram veiculadas as expressões. HIPÓTESES NAS QUAIS NÃO HÁ O ANIMUS INJURIANDI VEL DIFFAMANDI (Não há a configuração do crime de difamação): 1) POSICIONAMENTO STF : Quando há uma simples crítica à atuação de agente público revelada fora das balizas próprias; 2) Quando o agente atua com Animus:» Jocandi» Narrandi» Consulendi» Defendi» Corrigendi vel disciplinandi 3) JURISPRUDÊNCIA: Se as expressões são proferidas em razão de discussão ou exaltação emocional. 18

20 SUJEITOS DO CRIME DE DIFAMAÇÃO SUJEITO ATIVO: - O crime de difamação é um CRIME COMUM, ou seja, qualquer pessoa pode ser sujeito ativo. O propalador da difamação também é sujeito ativo do crime uma vez que realiza nova difamação muito embora o Cod. Penal não o diga expressamente. SUJEITOS PASSIVOS: 1) INIMPUTÁVEIS - DOENTES MENTAIS E MENORES DE 18 ANOS Menores e doentes mentais podem ser sujeitos passivos do crime de difamação uma vez que a honra é um bem inerente à personalidade humana. Nelson Hungria: Quando a ofensa disser respeito à honra subjetiva (sentimento da própria dignidade) a existência do crime deve ser condicionada à capacidade de perceber a ofensa por parte do sujeito passivo; no entanto quando disser respeito à honra objetiva (respeito que o individuo goza no meio social) o crime existirá sempre, independentemente da capacidade de entendimento do ofendido. Cezar Bitencourt: Discorda em parte de Hungria argumentando que os inimputáveis podem ser sujeitos passivos do crime de difamação desde que tenham capacidade suficiente para entender que estão sendo ofendidos em sua honra pessoal. 2) PESSOAS JURÍDICAS - Há divergência entre doutrina e jurisprudência. CORRENTE 1 (Inclui Fernando Capez) A pessoa jurídica possui reputação, de maneira que a divulgação de fatos desabonadores de seu conceito junto à sociedade pode acarretar lhe dano irreparável, assim a pessoa jurídica pode ser sujeito passivo de difamação. CORRENTE 2 Apesar de possuir reputação a pessoa jurídica não pode ser sujeito passivo do crime de difamação uma vez que os crimes contra a honra estão contidos no Título I da Parte Especial do Cod. Penal que cuida dos crimes contra a pessoa, tendo, portanto, como vítima a pessoa humana. POSICIONAMENTO ATUAL Cada vez mais se tem admitido a possibilidade de a pessoa jurídica ser sujeito passivo do crime de difamação. 3) DESONRADOS POSIÇÃO DOUTRINÁRIA Os desonrados podem ser vítimas de crime de difamação uma vez que a honra é um bem incorporado à personalidade humana sendo certo que nunca poderá haver a sua supressão total. 4) DIFAMAÇÃO CONTRA OS MORTOS 19

21 - A lei penal não a prevê. O fato é atípico. Não cabe o emprego de analogia ou interpretação analógica com o 2 do Art. 138 que trata do assunto em relação ao crime de calúnia. Quando o legislador quis tutelar a honra dos mortos ele o fez expressamente no crime de calúnia; a omissão desta previsão quanto aos demais crimes foi intencional. LEI DE IMPRENSA Difamação conta a memória dos mortos: O art. 24 da Lei nº 5.250/67 dispõe que é punível a calúnia, difamação e injúria contra a memória dos mortos quando a imputação for realizada pela imprensa. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA NO CRIME DE DIFAMAÇÃO CONSUMAÇÃO: - Acontece no momento em que terceiro que não o ofendido, toma ciência da afirmação que fere a reputação da vítima. - Não há necessidade que várias pessoas saibam da imputação.» Difamação verbal: É realizada em um único ato. Trata-se de um crime unissubsistente (aquele cuja conduta coincide com o ato) e por isso não admite tentativa. Ou a imputação é proferida e o fato é consumado ou nada se diz e não há conduta relevante. TENTATIVA:»Difamação escrita: Admite tentativa, pois é um crime plurissubsistente (crime composto de vários atos, que integram a conduta, ou seja, existem fases que podem ser separadas, fracionandose o crime). Ex: Determinada correspondência configura crime de difamação escrita por conta de seu conteúdo, mas alguém consegue interceptá-la antes que ela chegue ao seu destinatário. FORMAS DO CRIME DE DIFAMAÇÃO FORMA SIMPLES: - A forma simples do crime de difamação está prevista no caput do Art. 139 do Cód. Penal - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação. Pena Detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa. - As causas de aumento de pena no caso crime de difamação estão previstas no Art. 141 do Cód. Penal. (artigo aplicável aos crimes contra a honra em geral). FORMA MAJORADA OU MAJORANTE DO CRIME DE DIFAMAÇÃO: Aumenta-se de 1/3 a pena se o crime de difamação (ou qualquer outro crime conta a honra) for cometido: 1) Contra 20

22 » Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro» Funcionário público em razão de suas funções» Pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência 2) Na presença de várias pessoas ou por meio que facilite a divulgação da difamação Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. EXCEÇÃO DA VERDADE EXCEPTIO VERITAS NO CRIME DE DIFAMAÇÃO (Art. 139 ÚNICO) - Como já visto, na difamação é irrelevante que o fato imputado seja falso ou verdadeiro logo, em regra, não cabe a exceção da verdade, mas há casos excepcionais em que a lei admite a prova da verdade. A existência da exceção da verdade em crime de difamação, ao contrário do que acontece crime de calúnia, funciona como causa de exclusão da ilicitude e não como causa de exclusão de tipicidade. Na calúnia, a falsidade da imputação integra o crime, logo, se a imputação é verdadeira não haverá crime. Na difamação, ao contrário, não importa que o fato seja falso ou verdadeiro de modo que, provada a veracidade da imputação (quando esta prova permitida) ela funcionará como causa excludente de ilicitude. È admitida a exceção da verdade em crime de difamação: SITUAÇÃO : Quando a ofensa fere a reputação de funcionário público quando no exercício do cargo ATENÇÃO! Tal previsão não se aplica ao Presidente da República. CUIDADO! A imputação do fato que causa a difamação tem que se referir à vida funcional da pessoa. Ex: Admite-se a prova da verdade se alguém diz que um funcionário público exerce sua função diária embriagado. O mesmo não acontece se for dito que esta pessoa à noite (no âmbito de sua vida privada e não funcional) freqüenta casas de prostituição. CASO CONTROVERSO: Se funcionário público deixou o cargo é admitida a exceção da verdade? Solução Divergência doutrinária. CORRENTE 1 A exceção da verdade não é admitida, pois a lei determina expressamente que o ofendido tem que ser funcionário público, portanto, ainda que a imputação difamatória seja relativa ao exercício das antigas funções da vítima, se elas atingiram a vítima depois de sua saída do cargo já não haverá a possibilidade de provar a verdade dos fatos. CORRENTE 2 A exceção da verdade é admitida» Se o ofendido deixar o cargo logo após a consumação do fato imputado. A exceção da verdade não é admitida» Se a ofensa relativa à função pública é preferida quando o ofendido já não se encontrava mais no cargo uma vez que há a ausência da qualidade do funcionário público, Desta forma, ainda que a imputação difamatória seja relativa ao exercício das antigas funções da vítima, se elas atingiram a vítima depois de sua saída do cargo já não haverá a possibilidade de provar a verdade por parte do agente ativo da difamação. 21

23 PRERROGATIVA DE FORO E COMPETÊNCIA NO CASO DE EXCEÇÃO DA VERDADE EM CRIME DE DIFAMAÇÃO. - O Art. 85 do CPP prevê que nos processos por crime contra a honra em que forem querelantes as pessoas que a CF sujeita à jurisdição do STF e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade. Isto significa que a competência para julgar a exceção da verdade oposta contra querelante dotado de foro privilegiado será do Tribunal sob cuja jurisdição está o querelante NO ENTANTO, ESTE ARTIGO NÃO SE APLICA AO CRIME DE DIFAMAÇÃO. ENTENDIMENTO STF - Exceção da verdade oposta contra querelante detento de foro privilegiado no caso de crime de difamação: Será processada e julgada pelo próprio juiz do processo de conhecimento. EXCEÇÃO DA VERDADE EXCEPTIO VERITAS NO CRIME DE DIFAMAÇÃO - LEI DE IMPRENSA - A LEI DE IMPRENSA em seu Art. 21 1º ampliou as hipóteses em que é admitida a exceção da verdade em caso de crime de difamação. Também é admitida a exceção da verdade no caso de crime de difamação: SITUAÇÃO 1 : Se o crime é cometido contra órgão ou entidade que exerça funções de autoridade pública SITUAÇÃO 2 : Se o ofendido permite a prova. Resumindo: Cabe exceção da verdade em caso de crime de difamação 3 casos: I) Quando a ofensa fere a reputação de funcionário público quando no exercício do cargo (Art. 139 U CP) II ) Se o crime é cometido contra órgão ou entidade que exerça funções de autoridade pública (Lei de imprensa Art. 21 1º) III) Se o ofendido permite a prova (Lei de imprensa Art. 21 1º) 3) INJÚRIA (ART. 140 CP) - Este crime tutela a honra subjetiva que é constituída pelo sentimento próprio de cada pessoa acerca de seus tributos morais (chamados honra-dignidade), intelectuais e físicos (chamados de honra-decoro). No crime de injúria a honra objetiva (valor que a pessoa goza na sociedade) também pode ser ferida, mas tal ofensa é indiferente para a configuração do crime. - Injuriar significa manifestar por qualquer meio um conceito de pensamento que seja um ultraje contra alguém (atribuição de defeitos). 22

24 CRIME DE INJÚRIA Art. 140 Caput CP - A injúria é um CRIME DE AÇÃO LIVRE, ou seja, todos os meios hábeis à manifestação do pensamento podem servir à injúria: palavra oral ou escrita, a pintura, o gesto etc. Até mesmo por omissão é possível cometer injúria. Ex. 1: Não estender a mão para um cumprimento (injúria por omissão) Ex. 2: Despejar lixo na porta da casa da vítima Ex. 3: Afixar papel com ofensas na porta da loja da vítima Ex. 4: Atirar bebida no rosto da vítima. I) INJÚRIA IMEDIADA: É proferida pelo próprio agente. II) INJÚRIA MEDIATA: O agente se vale de outro meio para executá-la (usa p. ex. uma criança). III) INJÚRIA DIRETA: A injúria se refere ao próprio indivíduo. ESPÉCIES DE INJÚRIA: IV) INJÚRIA OBLÍQUA: A injúria atinge alguém estimado pelo ofendido Ex: Seu irmão é um ladrão! V) INJÚRIA INDIRETA OU REFLEXA: Acontece quando ao se ofender alguém também se atinge a honra de terceira pessoa. VI) INJÚRIA EQUÍVOCA: Acontece quando a injúria é feita expressões ambíguas VII) INJÚRIA EXPLÍCITA: Acontece quando a injúria é feita expressões eu não suscitam dúvidas * A injúria também pode ser implícita, irônica, interrogativa, reticente, simbólica, truncada. por meio de por meio de OBSERVAÇÃO: Muitas vezes a injúria pode configurar desacato (Art. 331 CP) ou ultraje a culto (que é escarnecer de alguém publicamente por motivo de crença ou função religiosa - Art. 208 CP), pois estes crimes também consistem em violação à dignidade ou decoro pessoal; no entanto, existem diferenças importantes: INJÚRIA DESACATO» É crime contra a honra.» É crime contra a administração da justiça. INJÚRIA ULTRAJE A CULTO» È crime contra a honra» É crime contra o sentimento religioso 23

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