PONTO 1: Introdução PONTO 2: Crimes contra honra PONTO 3: Crimes contra honra em espécie. 1. Introdução:
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- Diego Ferreira Garrau
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1 1 PONTO 1: Introdução PONTO 2: Crimes contra honra PONTO 3: Crimes contra honra em espécie 1. Introdução: Informativo nº 639 do STF: Desclassificação do crime no trânsito - de doloso para culposo - só será doloso se a embriaguez for preordenada. Embriaguez Acidental: - dolosa - quis ingerir, ingeriu para ficar embriagado; - culposa - quer consumir mas não quer ficar embriagado, a embriaguez acontece por imprudência. Embriaguez Preordenada: o agente consome a substância para embriagado praticar crimes Agravante. 2. Crimes contra a honra: 1. Fundamento Constitucional art. 5º, X 1, CF. Tutela-se a honra = patrimônio moral da pessoa. 2. Honra: - Objetiva: É o conceito que a sociedade faz de mim. Conceito que eu acho que eutenho perente os demais. Ofendem a honra objetiva a calúnia e a difamação. - Subjetiva: É o conceito que eu tenho de mim mesmo. Amor próprio, autoestima. Art ofende a honra subjetiva o crime de injúria. 1 - Honra Dignidade - diz respeito aos atributos morais do indivíduo. 1 Art. 5º, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
2 2 2 - Honra Decoro - atributos físicos e intelectuais. difamação. Quando se fala em ofensa a honra objetiva se atribui fato a um indivíduo - Calúnia e Honra subjetiva diz respeito a qualidade negativa - não se fala prova da verdade. Só se comprova fato - Injúria. 3. Sujeitos: - Sujeito Ativo: É um crime comum. Pode ser qualquer pessoa. Exceto: - Parlamentares (art. 53, caput 2, CF): Possui imunidade absoluta ou material/ substancial. unânime). Trata-se uma causa de exclusão da tipicidade material, posição moderna do STF (não Art 27, 1º 3, CF - alcança aos deputados estaduais. São crimes de palavra ou opinião. Também são imunes: - Juizes art 41 4 da LOMAN LC 35/79. São imunes. - Membros do MP art. 41, V 5, LONMP Lei 8625/93. 2 Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 3 Art. 27, 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. 4 Art Salvo os casos de impropriedade ou excesso de linguagem o magistrado não pode ser punido ou prejudicado pelas opiniões que manifestar ou pelo teor das decisões que proferir. 5 Art. 41. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, no exercício de sua função, além de outras previstas na Lei Orgânica:
3 3 - Advogados art. 7º, 2º 6, Lei 8906/94. A expressão desacato é inconstitucional. - A imunidade dos deputados estaduais é igual para os vereadores, somente dentro do Município dele, fora do município será processado - art. 29, VIII 7, CF. - Sujeito Passivo: Qualquer pessoa física, desde que tenha poder de assimilação da ofensa. - Pessoa jurídica: Honra objetiva: Calúnia: ambientais e crimes contra o sistema nacional (sem regulamentação). A regulamentação ao artigo 225, 3º 8 da CF Lei 9.605/98. Portanto, calúnia de pessoa jurídica só quando versar sobre crime ambiental. reputação. - Difamação: pessoa jurídica pode ser vítima de difamação, pois um fato ofensivo a Honra subjetiva injúria. Pessoa jurídica não pode ser vítima de injúria porque ela não tem honra subjetiva.. 4. Crimes Formais: Crimes quanto ao resultado naturalístico: V - gozar de inviolabilidade pelas opiniões que externar ou pelo teor de suas manifestações processuais ou procedimentos, nos limites de sua independência funcional. 6 Art. 7º, 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer. 7 Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município. 8 Art. 225, 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
4 4 Observação: - Crimes materiais: são aqueles que o tipo aloja conduta e resultado naturalístico, sendo este necessário para consumação. Ex: homicídio, roubo, estupro. Obs: Sonegação fiscal SV Crimes formais: o tipo também aloja conduta e resultado naturalístico, só que este não é necessário para consumação. Ex: corrupção passiva, extorsão. Súmula 96 STJ: O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida. - Crimes de mera conduta ou simples atividade: o tipo só aloja conduta, não há previsão de resultado naturalístico. Ex: invasão de domicílio, porte de arma. Os crimes contra honra são formais, eles se consumam independentemente do resultado naturalístico. Portanto, haverá crime contra honra consumado com a mera conduta, mesmo que a vítima não se sinta ofendida. 5. Consentimento do ofendido: Bem jurídico disponível. Requisitos: - momento do consentimento: até a consumação do crime; - capacidade para consentir: regra - 18 anos. Exceção: a liberdade sexual - 14 anos (art. 217-A 10, CP). 6. Princípio da Especialidade: O CP tem caráter residual e subsidiário. O CP só será invocado se não houver: 9 Súmula Vinculante 24: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo. 10 Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº , de 2009) Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
5 5 - Motivação política art da Lei 7170/83: se houver calunia utiliza-se a lei especial. art. 2º Motivação eleitoral: aplica-se o Código Eleitoral. - Motivação militar: aplica-se o Código Militar. 7. Crimes de forma livre: Podem ser praticados por qualquer meio de execução. Lei de Imprensa Lei 5250/67 foi considerada pelo Pleno STF inconstitucional (ADPF 130/09), recaindo no CP. 8. Rito: Art. 138 CP Art 519 CPP - rito especial para crimes contra a honra. Se a pena máxima não passar de 2 anos o rito é o do JEC. Rito do JEC para a calúnia, difamação e injúria. anos - art Só nao irá para o rito do JEC a calúnia majorada, uma vez que a pena será maior que 2 Exceção: art. 140, CP Injúria qualificada ou preconceituosa. 3. Crimes contra a honra em espécie: Calúnia art. 138, CP: Art Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 11 Art Caluniar ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação. Pena: reclusão, de 1 a 4 anos. 12 Art. 2º - Quando o fato estiver também previsto como crime no Código Penal, no Código Penal Militar ou em leis especiais, levarse-ão em conta, para a aplicação desta Lei: I - a motivação e os objetivos do agente; II - a lesão real ou potencial aos bens jurídicos mencionados no artigo anterior.
6 6 Exceção da verdade 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 1. Tipo Objetivo: - Atinge a honra objetiva da vítima. O conceito que a sociedade tem sobre essa pessoa. - Imputação de fato: - determinado (certo); - criminoso (crime é elemento constitutivo do tipo) - contravenção penal: calúnia apenas crime - deverá haver difamação (art. 139, CP). - Abolitio criminis : neste caso, deverá configurar difamação. - falso: o fato imputado como crime deve ser falso. A elementar falsamente está vinculada ao 3º do art. 138 que trata da prova da verdade. Exceptio Veritatis exceção da verdade art. 138, 3º, CP: É um instrumento processual prejudicial. Tem que ser decidida antes da ação principal. É um meio facultativo de defesa indireta. A conseqüência da prova da verdade será a tipicidade do crime de calúnia. Na calúnia a prova da verdade é a regra. Exceções: Inciso I: streptus judici ação privada. Inciso II: Nestes casos a lei quer respeitar os representantes máximos da nação, preservando sua imagem.
7 7 Pode haver calúnia e ser o crime verdadeiro, mas não se pode comprovar a verdade. Inciso III: O sujeito foi absolvido. - Art. 5º, XXXVI, CF. Na calúnia a exceção da verdade cabe sempre, salvo nestas três exceções. 2. Tipo Subjetivo: A calúnia pode ser praticada por dolo direito ou eventual. Obs: 1) Além deste dolo genérico: - dolo específico (teoria causalista) ou - elemento subjetivo do tipo (teoria finalista) Imputar é macular/ destruir a honra efetiva da vítima Art. 138, 1º - Só pode ser praticado por dolo direito, não cabe dolo eventual neste 1º. 3. Morto art. 138, 2º: Não existe igual disposição para difamação ou injúria. A vítima deste crime é a família do morto. 4. Consumação e tentativa: A calúnia se consuma no instante que terceiro que não a vítima toma conhecimento da ofensa. É um crime formal. Observação: Crimes:
8 8 - unissubsistentes: a consumação resolve-se num único ato, ou seja, não há possibilidade de fracionamento do iter criminis. - Plurissubsistentes: aqueles em que a conduta se desdobra necessariamente em vários atos, ou seja, há o fracionamento do iter criminis. O iter criminis é composto por quatro fases: a) cogitação; b) preparação; c) execução; d) consumação. Ofensa verbal é unissubsistente. Uma ofensa por escrito plurissubsistente. A tentativa só é possível na forma plurissubsistente. Posição majoritária. Da Difamação art. 139, CP: Art Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Exceção da verdade Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. 1. Tipo Objetivo: - honra objetiva; - fato - falso ou verdadeiro; - contravenção penal. - prova da verdade só cabe na hipótese do parágrafo único do art. 139 é exceção. Existe interesse público na prova da verdade. Natureza jurídica da exceção da verdade: exclusão da ilicitude (caso especial de exercício regular do direito).
9 9 - Exceção da notoriedade do fato art do CPP: existe quando o fato é publico e notório ou conhecido por muitas pessoas. 2. Tipo Subjetivo: Dolo (direto ou eventual) + animus diffamandi 3. Consumação e tentativa: difamação. A consumação é quando um terceiro que não a vitima toma conhecimento da O crime é formal, não há necessidade de efetivo prejuízo a honra da vítima. Cabe a tentativa na modalidade plurissubsistente. Injúria - art. 140 CP: Art Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 3 o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº , de 2003) Pena - reclusão de um a três anos e multa 1. Tipo objetivo: - honra subjetiva: auto-estima, amor próprio; - qualidade negativa (não se imputa fato) ex: ladrão, safado; - não cabe a exceção da verdade e nem da notoriedade, pois não há fato. 13 Art Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, o querelante poderá contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras, ou para completar o máximo legal.
10 10 2. Tipo Subjetivo: Dolo (direto ou eventual) + animus injuriandi 3. Consumação e tentativa: ofensa. A consumação se dá no exato instante em que a própria vítima toma conhecimento da A tentativa é possível na modalidade plurissubsistente.
Direito Penal Material de Apoio Professor Antonio Pequeno.
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