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1 LEITE E DERIVADOS / Mercado nacional: preços pagos ao produtor FEVEREIRO/2012 Os preços pagos ao produtor em fevereiro, média ponderada pela produção, dos e estados pesquisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (CEPEA/ESALQ/USP), para o leite entregue em janeiro, situou-se em R$ 0,8408/l (US$ 0,4893/l), apresentando aumento de + 1,1% na comparação com o mês anterior; de + 0,5% em relação à média dos últimos doze meses e de + 14,1% na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Tabela 1). De acordo com o CEPEA, para os e estados da pesquisa, houve, em janeiro, redução de - 2,1% no índice de captação relativamente ao mês anterior, e de - 1,0% relativamente ao mesmo mês do ano anterior. A redução da oferta deveu-se à estiagem no Sul do País e excesso de chuvas em algumas regiões do Sudeste nos últimos meses. A redução da captação ocorreu em quase todos os estados pesquisados, principalmente em Goiás e Minas Gerais. O preço real, média nacional, corrigido pelo IGP-M de fevereiro/2012, é superior em + 10,3% ao pago no mesmo mês do ano anterior. 2. Mercado nacional: preços dos derivados no atacado e varejo em São Paulo De acordo com informações do Instituto de Economia Agrícola (IEA), os preços no atacado, na cidade de São Paulo, apresentaram, em fevereiro, relativamente ao mês anterior, a seguinte evolução: queijo mussarela (- 2,3%); queijo prato (+ 2,5%); e manteiga sem sal (- 0,2%). Os derivados aqui apresentados apresentaram aumento de preços relativamente ao mesmo mês do ano anterior (Tabela 2). No varejo, em fevereiro, relativamente ao mês anterior, os preços apresentaram movimentos mistos: leite em pó integral (- 0,2%); manteiga (- 3,5%); leite condensado (+ 0,7%); leite tipo C (+ 2,6%); queijo tipo prato (+ 1,2%); queijo mussarela (- 0,6%); e leite longa vida (- 0,9%) (Tabela 3). 1

2 Nesse nível de comercialização, os derivados também apresentaram aumentos de preços na comparação de fevereiro com o mesmo mês do ano anterior. 3. Balança comercial de lácteos Nos dois primeiros meses de 2012, a balança comercial de lácteos (NCMs a ) apresentou déficit de US$ 114,3 milhões, com exportações de US$ 11,9 milhões (4,8 mil t 1 ) e importações de US$ 126,2 milhões (34,4 mil t) (Tabela 4). As exportações aumentaram +18,4% e as importações em + 25,6%, ambas em valor, na comparação com o mesmo período do ano anterior. 1 Não trata-se de quantidade em equivalente leite. É o peso líquido do produto exportado/importado. 2

3 Nesses dois primeiros meses do ano, foram importadas 11,8 mil t de leite em pó integral - NCM (US$ 46,8 milhões e US$ 3.950,3/t), representando 37,1% do total importado, enquanto no mesmo período do ano anterior foram importadas 13,2 mil t (US$ 48,2 milhões e US$ 3.653,7/t), representando 48,0% do total importado, uma redução de - 11,5% em quantidade e de - 3,1% em valor. A origem dessas importações de leite em pó integral foram: Argentina (58,9% do valor total, a um preço médio de US$ 3.923,2/t); Uruguai (33,8% do valor total importado, a um preço médio de US$ 4.027,4/t); e Chile (7,4% do valor total importado, a um preço médio de US$ 3.825,7/t). O segundo produto s importado nesse período foi o leite em pó desnatado (NCM ), que representou 20,0% do valor total importado ou US$ 25,2 milhões; seguido pelo queijo mussarela (NCM ), representando 14,2% do total importado ou US$ 17,9 milhões. Em fevereiro, foram importadas 4,0 mil t de leite em pó integral (NCM ) a um valor médio de US$ 4.014,9/t, representando 31,9% do valor total das importações de lácteos, enquanto que, no mesmo mês do ano anterior, foram importadas 5,8 mil t dessa mesma commodity, a um valor médio de US$ 3.697,2/t, representando 44,1%, em valor, do total das importações lácteas. Em fevereiro/2012, portanto, as importações dessa commodity diminuíram - 44,5% em termos de quantidade e - 33,0% em termos de valor, relativamente ao mesmo mês do ano anterior. 3

4 As origens dessas importações, em fevereiro, foram: Argentina (59,8 % do total em valor a um preço médio de US$ 4.055,3/t); Uruguai (27,2% do valor total a um preço médio de US$ 4.019,4/t); e Chile (13,0% do valor total a um preço médio de US$ 3.830,1/t). O segundo produto s importado em fevereiro foi o leite em pó desnatado - NCM (2,9 mil t e US$ 11,8 milhões); seguido pelo queijo mussarela - NCM (1,3 mil t e US$ 6,0 milhões); e pelo soro em pó - NCM (2,0 mil t e US$ 3,8 milhões). No que se refere às exportações, nos dois primeiros meses de 2012, foram exportadas 3,0 mil t de leite condensado (NCM ), em um total de US$ 6,4 milhões, representando 54,1% do valor total exportado, enquanto no ano anterior foram exportadas 2,6 mil t, representando 51,9% do valor total exportado ou US$ 5,2 milhões. Houve, portanto, um aumento das exportações de leite condensado nesse período de + 12,6% em quantidade e de + 19,0% em valor. O segundo produto s exportado nos dois primeiros meses foi o creme de leite (NCM ), representando 20,1% do total ou US$ 2,3 milhões; seguido pelos queijos fundidos (NCM ) representando 6,5% do total ou US$ 770,0 mil. Em fevereiro foram exportadas 2,0 mil t de leite condensado (NCM ), no valor de US$ 4,1 milhões (61,2 % do valor total exportado), enquanto no ano anterior foram exportadas 1,4 mil t, no valor de US$ 2,7 milhões (56,0 % do valor total exportado), um aumento de + 30,2 % em quantidade e de + 33,2 % em valor. Em segundo lugar, em fevereiro, aparecem as exportações de outros cremes de leite - NCM (464 t e US$ 1,1 milhão), representando 17,0% do total em valor; seguido pelo óleo butírico - NCM (90,7 t e US$ 417,8 mil), representando 6,1% do valor total exportado. 4. Mercado internacional Os preços internacionais na Oceania (média das cotações mínima e máxima) divulgados pelo United States Department of Agriculture/Agricultural Marketing Service - (USDA/AMS) durante o mês de fevereiro, apresentaram as seguintes alterações, relativamente ao mês anterior: leite em pó integral (- 1,2%); leite em pó desnatado (- 1,6%); manteiga (- 0,3%); e queijo cheddar (- 0,6%) (Tabela 5). Os preços das commodities se reduziram, principalmente da manteiga e do leite em pó desnatado que enfrentam a concorrência de outros países no mercado internacional. A demanda está em níveis esperados e a oferta ajustada às necessidades atuais e de contratos futuros. A produção de leite na Oceania está superior ao mesmo período do ano anterior e a indústria está processando toda a produção de acordo com os quantitativos de derivados planejados. O clima está favorável à produção e as chuvas mantêm as pastagens em bom estado. Na Austrália se espera um aumento da produção entre +2% e + 4%. Na Europa, a média dos preços das commodities (média das cotações máxima e mínima) divulgados no mês de fevereiro apresentaram o seguinte comportamento relativamente ao mês anterior: leite em pó integral (estável); leite em pó desnatado (- 10,5%); manteiga (- 2,4%); e soro em pó (- 0,5%) (Tabela 5). Nessa região também o mercado está fraco, com preços em queda. As exportações perderam rentabilidade com a valorização do Euro. Os compradores procuram melhores preços em outros mercados. 4

5 O programa PSA (Private Storage Aid) deverá começar suas operações em 1º de ço e encerrá-las em 15 de agosto, quando os estoques podem voltar ao mercado. O período de estocagem a ser contratado situa-se entre 90 e 210 dias. A ajuda de custo para estocagem para 2012 é de E 14,88/t/dia (custo fixo) s E 0,26/t/dia (custo de armazenagem), valores menores do que os do ano anterior. No que se refere ao leite em pó desnatado, não houve compras em 2011 e não se esperam compras este ano. Os estoques governamentais que por acaso forem formados serão direcionados à ajuda alimentar interna. As informações do Food and Agriculture Organization, World Food Situation Food Price Indices, de ço/2012, mostram que, entre fevereiro/2011 e fevereiro/2012, os preços internacionais de lácteos diminuíram - 10,8% (preços das commodities ponderados pelas quantidades transacionadas). Nesse mesmo período, os preços das carnes aumentaram + 2,6% e reduziram-se os preços internacionais de cereais (- 12,2%), oleaginosas (- 15,1%), e açúcar (- 18,2%), resultando numa redução de - 9,5% para o índice de preços internacionais dos alimentos em geral (cinquenta e cinco cotações ponderados pelas quantidades transacionadas) (Gráfico 1). Na comparação com o mês anterior, a taxa de variação dos preços internacionais dos alimentos em fevereiro apresentou alta de + 1,1%, com aumento para todos os ores, exceto lácteos (- 0,7%): carnes (+ 0,4%), cereais (+ 2,0%), oleaginosas (+ 2,1%), e açúcar (+ 2,4%) (Gráfico 2). 5

6 Gráfico 1 Índices dos preços internacionais de alimentos, carnes, lácteos, cereais, oleaginosas e açúcar, jan/2007 a fev/2012 (Base = 100) jan ,0 Alimentos Carnes Índice 400,0 350,0 300,0 250,0 Lácteos Oleaginosas Cereais Açúcar Fonte: FAO. MHF/ 12. Gráfico 2 Taxa de variação mensal do índice de preços internacionais dos alimentos e de lácteos, jan/2011 a fev/ Em % sobre o mês anterior 8,0% 6,0% 4,0% 2,0% 0,0% -2,0% Alimentos Lácteos Fonte: FAO. MHF/ ,0-4,0% 150,0 100,0 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 jan/12-6,0% jan/ jan/ fev abr jun ago out dez fev abr jun ago out dez Alimentos 3,6%2,8% -2,5 1,2% -1,4 0,8% -0,9-0,3-2,4-4,1 0,3% -2,6 1,0%1,1% Lácteos 6,2%4,0%1,9% -2,4 1,0%0,2% -1,6-3,2-2,7-5,2-1,3 0,4%2,5% -0,7 4.1 Mercosul A região do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) aumentou a sua produção de leite a uma taxa de + 5,1% aa no período , quando a produção do bloco passou de 37,6 bilhões de litros para 46,0 bilhões de litros. Para 2012, espera-se que a produção do bloco aumente + 3,2%, alcançando 47,5 bilhões de litros, a depender das condições climáticas e continuidade das importações mundiais, principalmente para Argentina e Uruguai, além do crescimento do mercado consumidor interno regional (Tabela 6). Informações, ainda preliminares, indicam um aumento da produção de leite na Argentina em 2011 de + 13,1% em relação ao ano anterior, alcançando 11,9 bilhões de litros. Para 2012, de acordo com estimativas do USDA, estima-se que a produção da Argentina deverá crescer a uma taxa menor, de + 3,8%, alcançando 12,4 bilhões de litros, devido à redução da rentabilidade do produtor. Entre 2007 e 2011, o Uruguai aumentou a sua produção a uma taxa média anual de + 5,7% aa. Houve um expressivo aumento em 2011, de + 13,0%, quando exportou 41,1% de sua produção total, e estima-se que aumente adicionais 3,0% em 2012, alcançando 2,1 bilhões de litros. O Brasil, país or produtor do bloco, aumentou a sua produção total de leite a uma taxa média de + 4,9 % aa entre , estimando-se haver alcançado 31,6 bilhões de litros em Em 2012, prevê-se que o Brasil deverá aumentar a sua produção em + 3,0%, alcançando 32,5 bilhões de litros. Esse aumento da produção irá depender do comportamento dos preços pagos ao produtor durante o ano, do efetivo controle das importações dos des países do Mercosul, do comportamento do consumo interno e da retomada das exportações. No que se refere à defesa comercial, em 16/11/2011, o Brasil reou o acordo com a Argentina que prevê uma cota de importação de leite em pó integral, desnatado e semi-desnatado de 3.600/t por 6

7 mês, com preço médio de venda que não poderá ser inferior ao preço mínimo praticado pela Oceania. Esse acordo de cotas e preços terá vigência por um ano, vencendo em outubro de A Tarifa Externa Comum para os países do Mercosul, com exceção do Paraguai, de 28% ad valorem, que expiraria em dezembro/2011, foi prorrogada até dezembro/2012. Adicionalmente, o or privado brasileiro entrou com pedido de prorrogação, junto ao MDIC, das medidas de anti-dumping com a União Européia (14,8% ad valorem) e Nova Zelândia (3,9% ad valorem), cujo prazo de vigência expiraria em 15/2/2012. Para os produtos lácteos que possuem medidas anti-dumping em vigor (NCMs , , , , , e ), as importações estão sujeitas a licenças de importação não automáticas e à apresentação de certificado de origem. Maria Helena Fagundes E-l: mh.fagundes@conab.gov.br Tel.: 55 (61)