ÉTICA E AÇÃO EDUCATIVA: contribuições históricas de Tomás de Aquino para o debate na Contemporaneidade

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1 1 ÉTICA E AÇÃO EDUCATIVA: contribuições históricas de Tomás de Aquino para o debate na Contemporaneidade Tatyana Murer Cavalcante (UEM) Apoio financeiro: CAPES, Programa de Demanda Social (DS) Doutorado O objetivo deste trabalho é tecer algumas considerações acerca das relações entre as transformações sociais e a produção do conhecimento, especialmente centradas na elaboração ética de Tomás de Aquino (1224-5?/1274). A investigação define-se pela leitura de textos do autor, realizada à luz da historiografia atual. Considerando os limites dessa comunicação, o trabalho consiste em duas etapas: 1ª, debate dos aspectos históricos do Ocidente citadino no século XIII e dados biográficos do autor essenciais a sua elaboração ética; e 2ª, exposição e debate da questão A justiça, oriunda da principal obra do Aquinate, a Suma de Teologia. Compreendemos que o Mestre de Aquino expressa uma profunda preocupação com as ações humanas, tanto em sua elaboração teórica quanto em sua atuação educativa, numa sociedade em construção. Entendemos por fim que esse estudo nos auxilia no debate contemporâneo acerca da ética, por apontar as necessárias relações entre a realidade, o conhecimento e a construção de ideais sociais. Palavras-Chave: História da Educação, Educação e Ética, Tomás de Aquino.

2 2 ÉTICA E AÇÃO EDUCATIVA: contribuições históricas de Tomás de Aquino para o debate na Contemporaneidade Tatyana Murer Cavalcante (UEM) Apoio financeiro: CAPES, Programa de Demanda Social (DS) Doutorado Debates acerca da ética estão em evidência na contemporaneidade. Seja em função dos ideais de construção de uma sociedade mais justa, seja pelo crescimento de notícias de violência física/psicológica ou uso indevido do dinheiro público, a universidade é chamada ao debate 1. Neste sentido, as reflexões sobre a educação assumem relevância, ao considerarmos seu caráter formativo. Perguntas como: Que homem queremos formar? ; Que sociedade queremos construir? se fazem fundamentais. Ao compreendermos a educação como fenômeno complexo, entendemos a importância da cooperação de diferentes áreas sobre a questão. Nosso trabalho, entretanto, visa contribuir com o debate especificamente via história da educação. Isso porque embora a preocupação com a ética seja essencial à nossa época, ela não nos é exclusiva. Em diferentes épocas, pensadores de diversas sociedades detiveram-se no exame das ações humanas e, especialmente, nas relações entre a ética e a educação. Consideramos, entretanto, que alguns períodos históricos, por sua especificidade, podem nos auxiliar mais efetivamente nas discussões atuais sobre essa questão. Entendemos que esse é o caso da elaboração intelectual produzida nas cidades do Ocidente medievo no século XIII e nele, especialmente, a obra de Tomás de Aquino. Para que possamos investigar a contribuição daquela produção à contemporaneidade, dividiremos o trabalho em duas partes. Na primeira, nos remeteremos aos aspectos históricos do Ocidente medieval citadino do século XIII e aos dados biográficos de Tomás de Aquino, bem como algumas citações oriundas da obra desse autor, mais determinantes para sua elaboração ética. Nessa parte do trabalho debateremos com autores da História e da História da Educação contemporâneos concernentes ao tema, principalmente Le Goff (2007; 2006; 1998; 1992), Torrell (1999), Lauand (1999) e Oliveira (2008; 2005, 2005a). 1 O problema se coloca em diferentes áreas do saber. A título de ilustração, lembramos que o XXV Simpósio Nacional de História, promovido pela ANPUH e realizado em julho de 2009, teve como tema História e Ética. Disponível em < consulta em 28/03/2010.

3 3 A segunda parte será dedica à exposição da questão A justiça, oriunda da Suma de Teologia de Tomas de Aquino, à qual debateremos considerando a contribuição dos autores utilizados na primeira parte. Procuraremos apontar neste trabalho a importância das elaborações teóricas desse grande pensador numa sociedade em transformação. Buscaremos demonstrar que esse estudo pode nos auxiliar na consideração da ética enquanto campo de disputas por diferentes modelos de viver e, dessa forma, contribuir, não com respostas, mas com questões e inquietações, ao debate contemporâneo. TOMÁS DE AQUINO, HOMEM DO SÉCULO XIII Tomás de Aquino (1224-5?/1274), teólogo dominicano, é vulgarmente reconhecido como um dos maiores expoentes do pensamento ocidental. Esse mestre, autor de numerosas e profundas obras, dentre as quais se destacam a Suma de Teologia e a Suma Contra os Gentios, viveu segundo os intelectuais que se dedicam a estudá-lo integralmente para a evangelização e para o ensino (LAUAND, 1999; TORRELL, 1999; OLIVEIRA, 2005). Ainda que a maioria das obras do Aquinate seja de alta elaboração teológico/filosófica, como as sumas já citadas, seus escritos são marcados pela preocupação com o ensino. Confiramos as primeiras palavras do mestre na Suma de Teologia 2 : O doutor da verdade católica deve não apenas ensinar aos que estão mais adiantados, mas também instruir os principiantes, segundo o que diz o Apóstolo; como as criancinhas em Cristo, é leite o que vos dei a beber, e não alimento sólido. Por essa razão nos propusemos nesta obra expor o que se refere à religião cristã de modo mais apropriado à formação dos iniciantes. Observamos que os noviços nesta doutrina encontram grande dificuldade nos escritos de diferentes autores, seja pelo acúmulo de questões, artigos e argumentos inúteis; seja porque aquilo que lhes é necessário saber não é exposto segundo a ordem da própria disciplina, mas segundo o que vai sendo pedido pela explicação dos livros ou pelas disputas ocasionais; seja ainda pela repetição frequente dos mesmos temas, o que gera no espírito dos ouvintes cansaço e confusão. No empenho de evitar esses e outros inconvenientes, tentaremos, confiando no auxílio divino, apresentar a doutrina sagrada sucinta e 2 O nome mais antigo e atestado da obra é Summa Theologiae (Suma de Teologia). Hoje ela é mais conhecida como Summa Theologica, forma mais recente e de menor frequência na literatura medieval (TORRELL, 1999, p. 173). Por esse motivo, preferimos utilizar o nome Suma de Teologia, ainda que a tradução mais recente da obra para a língua portuguesa, utilizada neste trabalho, nomeie-a de Suma Teológica. O nome Suma Teológica entretanto aparece no texto, em fidelidade aos autores ou tradutores das obras diretamente citadas.

4 4 claramente, conforme a matéria o permitir (TOMÁS DE AQUINO, ST, I a, prólogo) 3. Ainda que alguns autores contemporâneos questionem a capacidade intelectual daqueles estudantes, como Torrell, para quem Tomás de Aquino superestimava seus dons (1999, p. 170), a preocupação com a organização da doutrina para iniciantes se fez presente na própria concepção da Suma de Teologia. Essa preocupação tomasiana, entretanto, não se restringiu à obra escrita, estendendo-se à ação educativa cotidiana: o Aquinate lecionou em Paris, Nápoles, Roma e Viterbo. Nesse sentido, acercamos as possibilidades desse mestre não apenas como um pensador, mas como um pensador atuante, um homem de ação. Torrell questiona a mansidão com a qual alguns biógrafos caracterizaram Tomás de Aquino, visão que ficou historicamente sedimentada. Para o autor: a tranquilidade e a moderação que se costuma associar a seu temperamento são traços mais ou menos lendários, que devem ser questionados. E mesmo que sejam reais, não devem toldar o radicalismo do qual ele é capaz (TORRELL, 1999, p. 20). Entendemos que o radicalismo ao qual se refere Torrell não deva ser compreendido como teimosia teórica, em não abrir-se para outras possibilidades, como o termo pode sugerir, mas como convicção e firmeza em suas análises e posturas teológico-filosóficas. Justamente essa convicção permitiu que o Aquinate se fixasse como ícone da escolástica: Tomás de Aquino é o escolástico que deixou a maior influência no pensamento europeu até hoje. Italiano, da pequena nobreza, que morou muitas vezes em Paris como estudante e depois como professor, também em Orvieto, em Roma e em Nápoles, foi um professor da moda que atraía e entusiasmava os estudantes, e um pensador audacioso que provocou a hostilidade de numerosos colegas e de certos prelados influentes. É o tipo do intelectual europeu, sedutor e contestado, que iluminava e perturbava ao mesmo tempo os meios intelectuais e religiosos (LE GOFF, 2007, p. 188). As palavras de Le Goff 4 apresentam o Mestre de Aquino como pensador atuante e destemido, que não se privou de se posicionar nos debates teóricos de seu tempo. Também Lauand, autor especialista em Tomás de Aquino, afirma a vivacidade da atuação desse escolástico. Em suas palavras: 3 Sabemos que a referência em citação segue o padrão: (AUTOR, data da publicação utilizada, página), entretanto, para textos medievais utilizamos: (AUTOR, obra, localização da citação no interior da obra). 4 O autor não é especialista em Tomás de Aquino, mas um reconhecido historiador francês medievalista.

5 5 Os cinquenta anos da vida de Tomás de Aquino ( ) estão plenamente centrados no século XIII, e não só do ponto de vista cronológico: todas as significativas novidades culturais desse tempo mantêm estreita relação com sua vida e lutas. Ao contrário do clichê que o apresenta como uma época de paz e equilíbrio harmônico, esse século é um tempo de agudas contradições, tanto no plano econômico e social como no do pensamento (LAUAND, 1999, p. 4-5). Temos sustentado que Tomás de Aquino era um pensador atuante em seu tempo. Lauand (1999) insere o Mestre de Aquino no cerne das agudas contradições do século XIII e nos instiga a considerar que tempo foi esse. Afinal, o que significava ser mestre dominicano e naquele século? Le Goff afirma que o século XIII é considerado o apogeu do Ocidente medieval, visto que naquela época se afirmaram a personalidade e a força da cristandade, na qual se impôs um modelo europeu, sob a perspectiva da longa duração (2007, p. 143). Esse êxito, continua Le Goff, é verificado em quatro campos: o crescimento urbano, a renovação do comércio e a promoção dos mercadores, a expansão do saber e a criação/difusão das novas ordens religiosas, fator este que, segundo o autor, sustenta e alimenta os outros três. Muito embora neste trabalho não caiba uma análise aprofundada desses elementos, é necessário trazer à discussão, ainda que de maneira breve, três deles: a cidade, o saber e as novas ordens 5. Le Goff, em diversas obras, sustenta a centralidade das cidades no forjar de uma nova sociedade. Para esse autor, As cidades são uma das principais manifestações e um dos motores essenciais dessa culminação medieval (1992, p. 1). Segundo o mesmo autor, no século XI e na primeira metade do século XII, as cidades conheceram um período de desenvolvimento selvagem e, a partir de então e durante o século XIII ocorreu a consolidação da comunidade urbana, definida por ele como [...] a consciência de grupo que se afirma na ação e na oposição (LE GOFF, 1992, p.81). A cidade 6 alargou as possibilidades da vivência humana, não apenas pela multiplicidade de papéis sociais que criava, mas também pela produção de novas 5 Entendemos que a atividade mercantil foi essencial para o desenvolvimento da vida citadina, entretanto, esse debate nos afastaria de nossos objetivos. Em outra obra, dedicada especialmente aos mercadores e aos banqueiros, Le Goff expõe a relevância desses grupos para o desenvolvimento cultural do Ocidente. Consultar: LE GOFF, J. Mercadores e banqueiros na Idade Média. Lisboa: Gradiva, [198-?]. 6 O renascimento das cidades foi fruto de profundas transformações que começaram a ocorrer no Ocidente medieval por volta do Ano Mil. Esse é um tema complexo, o qual não nos cabe debater neste trabalho. Cabe lembrar também que por muito tempo depois do século XIII a maioria da população européia habitou os campos e muitas relações sociais persistiram naqueles moldes, entretanto consideramos as cidades como espaços privilegiados de transformação.

6 6 necessidades e novos interesses. Em outras palavras, os homens precisavam reinventarse. Segundo Oliveira: Na medida em que os homens principiaram, em fins do século XI e ao longo dos séculos XII e XIII, a construir e habitar espaços urbanos, seus hábitos e costumes também se modificaram, pois, quando viviam somente nos feudos, em geral, o contato social entre os indivíduos era restrito ao grupo pertencente a este próprio universo. No entanto, quando passaram a viver nas cidades, as relações sociais assumiram contornos mais complexos, conduzindo os homens a adotar novos comportamentos e, acima de tudo, novas leis, que permitissem a vida em comum em um novo ambiente, sem passar pelos ditames dos senhores feudais, tradicionalmente envoltos em interesses pessoais (OLIVEIRA, 2008, p ). Atentemo-nos às palavras de Oliveira, historiadora especialista em Tomás de Aquino. Num universo mais restrito, a preocupação dos homens era também restrita e assentava-se em interesses pessoais, entretanto, ao transferirem-se para as cidades, aqueles costumes se mostravam insuficientes para a vida na nova realidade. Era necessário criar leis para a vida comum, estabelecer novos hábitos, criar novos costumes. É nessa sociedade em transformação que precisamos analisar o obra do Aquinate. O século XIII, apogeu do Ocidente medieval (LE GOFF, 2007), era palco de agudas contradições (LAUAND, 1999) e seus pensadores esforçavam-se por definir os rumos que a sociedade deveria seguir. Nesse sentido precisamos compreender os escritos do destemido Tomás de Aquino. Como filósofo-teólogo, esse mestre teceu profundos estudos acerca da natureza do homem e de suas ações. A Suma de Teologia coroa esse esforço de compreensão. A Suma de Teologia era uma obra teológica, dedicada ao conhecimento de Deus, não em si mesmo, segundo o próprio autor, mas enquanto princípio e fim das coisas, especialmente da criatura racional (TOMÁS DE AQUINO, ST, I a, q.2 prólogo), foi composta em três partes, sendo a segunda dedicada aos atos humanos e, portanto, de maior interesse para esse estudo. Segundo Grabmann, filósofo especialista em Tomás de Aquino: A segunda parte da Suma teológica considera o homem enquanto ser livre moral e, como tal, podendo tender para Deus como seu fim último, mas também afastar-se deste fim supremo. Em conjunto, o objeto desta segunda parte da Suma pode assim definir-se: os fins últimos da vida humana e os meios que para lá conduzem. Estes meios

7 7 podem ser considerados em geral e em particular. O estudo do fim último e dos meios em geral faz o objeto da primeira secção da Secunda, que se chama Prima Secundae ; o estudo dos meios em particular é o objeto da segunda secção da Secunda, a Secunda Secundae, a mais extensa (GRABMANN, 1944, p. 137). Retomemos as palavras de Grabmann: a segunda parte da obra dedicava-se aos fins e aos meios pelos quais o homem poderia tender para Deus, enquanto ser livre moral. Ou seja, o pressuposto básico da análise tomasiana foi a consideração da liberdade nas escolhas humanas. Na primeira seção da segunda parte (Prima Secundae) o Aquinate estabeleceu como parâmetro a compreensão das virtudes e dos vícios que a elas opostos, enquanto na segunda seção (Secunda Secundae), dedicou-se ao estudo minucioso de cada uma das virtudes teologais e cardeais, bem como das principais virtudes decorrentes dessas 7. Citemos o próprio autor, quanto ao assunto da segunda seção: Depois do tratado geral das virtudes e dos vícios e de outros dados referentes à moral, é necessário considerar cada ponto em particular. Porque, na moral, as generalidades são pouco úteis, já que as ações se realizam em situações particulares (TOMÁS DE AQUINO, ST, II a II ae, prólogo Grifos nossos). Tomás de Aquino propôs o estudo dos atos humanos em particular, por compreender que as ações realizam-se concretamente. É nesse sentido que procuramos analisar sua obra, uma vez que ele não buscava apenas debater as virtudes como conceitos universais, mas principalmente, como elas ocorriam nas ações cotidianas. Ou seja, ao estudarmos a obra desse mestre, faz-se necessário que compreendamos o estudo das ações humanas no processo de conscientização da comunidade urbana que, naquele momento, abria-se à possibilidade de construção de novos ideais sociais. É justamente nessa abertura que precisamos situar a expansão do saber, uma vez que a cidade também criou o interesse e a necessidade dele, provocando a multiplicação desordenada de mestres e escolas urbanas desde o final do século XI 8. Do desenvolvimento selvagem, ao qual nos referimos anteriormente (Le Goff, 1992) à consolidação da comunidade urbana, assistimos, no século XII, ao nascimento das 7 Tomás de Aquino distingue as virtudes teologais (divinas: fé, esperança e caridade) das cardeais ou principais (humanas: prudência, justiça, coragem ou fortaleza e temperança), das quais as outras virtudes são recorrentes (da religião e sociais), bem como os vícios a elas opostos. 8 Não nos deteremos nesse assunto. Para maiores informações, consultar: VERGER, J. Universidades e escolas medievais do final do século XI ao final do século XV. In: MIALARET, G; VIAL, J., dirs. História mundial da educação. V. 1. Das origens a Porto: RES, [198-?], p

8 8 corporações de ofício organizando o trabalho citadino tendência acompanhada pelos novos homens do saber naquele período. Esse processo, entretanto, não foi tranquilo, uma vez que o conhecimento e portanto, a educação, estavam tradicionalmente sedimentados na Igreja, principalmente por meio de suas ordens religiosas regulares, monacais 9, mas também por algumas instituições episcopais. Da tensão entre esses diferentes grupos, o alvorecer do século XIII assistiu ao nascimento de uma nova instituição dedicada ao conhecimento e ao ensino, a Corporação de Mestres e/ou Discípulos, a Universidade 10. Compreender Tomás de Aquino como mestre do século XIII é apreendê-lo mestre universitário. Precisamos retomar as palavras de Lauand, quanto a vida de Tomás de Aquino estar plenamente centrada no século XIII (1999, p. 4-5). O Aquinate, nascido na província de Aquino (atualmente parte da Itália), filho caçula de uma família nobre, estava, segundo o costume de sua época, destinado à vida religiosa, motivo pelo qual foi entregue por sua família como oblato ao mosteiro beneditino de Monte Cassino, com cerca de seis anos (TORRELL, 1999, p. 5). Com 14 ou 15 anos, foi encaminhado ao Studium generale de Nápoles para aprofundar seus estudos, procedimento necessário para o projeto de sua família torná-lo futuramente abade em Monte Cassino (Idem, p. 7). Foi em Nápoles que Tomás de Aquino se confrontou com duas novidades que definiriam seu futuro: a obra Aristotélica e a recém fundada Ordem Dominicana, à qual se integrou em 1244 e na qual permaneceu por toda a vida (LAUAND, 1999). Esse breve episódio da vida do Aquinate aponta, com clareza, a época de contradições vivida pelo autor: aos costumes sedimentados da sociedade medieval rural contrapunham-se as novidades citadinas. Ao espaço consolidado de saber de uma sociedade ruralizada o mosteiro 11 opunha-se uma nova proposta para o conhecimento e o ensino, a ordem urbana o convento mendicante. Do mesmo modo, ao saber instituído, notadamente agostiniano e essencial à vida até então, contrapunha-se a obra 9 Retomaremos esse assunto à frente. 10 O nascimento da universidade é um tema complexo. A título de informação, as três principais universidades medievais, Paris, Bolonha e Oxford, praticamente contemporâneas, foram frutos dessa tensão, entretanto apresentavam especificidades próprias. Paris, pela dedicação aos estudos filosóficoteológicos acabou destacar-se. Para ter acesso à discussão, sugerimos: VERGER, J. As universidades na Idade Média. São Paulo: Editora da UNESP, 1990; ULLMANN, R. A. A universidade medieval. 2ª ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000; OLIVEIRA, 2005a (consultar referências bibliográficas). 11 Concordamos com Oliveira (2005) quanto ao mosteiro ter sido o espaço privilegiado para o filosofar medieval a partir do século VI, assunto que, entretanto, foge ao nosso tema. Consultar referências bibliográficas.

9 9 aristotélica, criada na e para a vida citadina na Antiguidade 12, em grande parte até então desconhecida pelos medievais. Não sem razão a obra aristotélica principalmente ética e política fui muito estudada pelos sábios citadinos no século XIII: ela apresentava novas possibilidades para pensar essa sociedade, cada vez mais complexa 13. Considerando a importância história da Igreja para o saber medieval é necessário apontar, ainda que brevemente, o surgimento das ordens mendicantes, no início do século XIII. Le Goff sustenta que os maiores problemas da Igreja naquele século eram a Reforma Gregoriana inacabada, a difusão das heresias e a falta de adaptação daquela instituição a uma sociedade em que a cultura monástica ligada a uma sociedade rural não era mais capaz de responder às exigências dos cristãos (2007, p. 198). As novas ordens, portanto, nasceram das preocupações citadinas 14 e seu espaço privilegiado era a cidade. A ligação das novas ordens com as cidades é tão direta para Le Goff que, em outro texto, o autor sustenta que elas são as cidades: Insisto em pensar e dizer que há uma Idade Média antes das ordens mendicantes e uma Idade Média depois dessas ordens. Ora, as ordens mendicantes são as cidades! Elas é que primeiro desenvolvem uma verdadeira imagem daquilo que deve ser a cidade, imagem de paz, de justiça, de segurança (LE GOFF, 1998, p. 90. Grifos nossos). Em seu nascimento, a Ordem dos Dominicanos, segundo Le Goff, teve como objetivo o combate à heresia, compromisso que levava necessariamente seus adeptos à busca de uma sólida bagagem intelectual (2006, p. 129). Reconhecida pelo papado em 1217, essa ordem imediatamente se instalou nas grandes cidades (LE GOFF, 2007, p. 199) e, muito cedo, nas universidades 15 : Em 1220, o papa Honório III felicita a Universidade de Paris pela acolhida dada aos dominicanos (LE GOFF, 2006, p. 129). Lauand (1999, p.10) também sustenta a relevância das novas ordens, principalmente Dominicanos e Franciscanos, na vida citadina. Para esse autor, as duas ordens rejeitavam o erro dos hereges, entretanto acolhiam seus ideais legítimos e, dentre eles, a pobreza evangélica. Diferenciavam-se entretanto: enquanto os franciscanos 12 Toda a obra de Aristóteles foi traduzida para o latim até meados do século XIII, bem como obras de outros sábios gregos e comentadores helenísticos árabes (Al-Fârâbi, Avicena, Averróis). 13 O fato não implica em adesão à concepção aristotélica de mundo, uma vez que também ela foi ingrediente importante para debates acirrados nas Universidades do século XIII. 14 Também o nascimento dessas ordens é um fenômeno complexo: não apenas religiosos, mas também leigos participaram desse movimento, que passou a ser controlado pelo Papado. Ao final do século XIII reduziu-as a quatro ordens, no Concílio de Lyon (1274): Pregadores (conhecidos como Dominicanos ou Jacobinos), Menores (ou Franciscanos), os Agostinianos e os Carmelitas (LE GOFF, 1992, p. 46). 15 Os Franciscanos foram incorporados pouco tempo depois.

10 10 primavam pela piedade afetiva, os dominicanos constituíram-se, desde o início, como uma ordem sóbria e racional, voltada para as universidades nascentes e para a teologia. Na mesma passagem, sustenta ainda Lauand que, por renunciarem às posses, o sucesso das ordens mendicantes foi explosivo: apenas cinco anos após a aprovação oficial da ordem de São Domingos, ela já possuía mais de trinta conventos 16. Dessa maneira, podemos compreender que as ordens mendicantes estavam estritamente ligadas à vida nas cidades. Seus membros não mais se isolavam da vida material e dos laicos em mosteiros distantes, mas misturavam-se aos citadinos e tomavam consciência da vida numa comunidade mais complexa, na qual concorriam diversos interesses. Também em seu trabalho intelectual não mais estavam isolados, uma vez as universidades não se restringiam aos religiosos, já que estes foram incorporados às corporações inicialmente laicas. Lauand sustenta que as novas ordens renunciavam ao monacato tradicional e dirigiam-se para a juventude das cidades, processo no qual o claustro exterior era substituído pelo interior, que os frades deveriam levar consigo, mesmo no meio do burburinho da rua (1999, p. 10). Neste sentido, é importante marcar que os mendicantes não renunciavam à vida religiosa, mas ao isolamento social. Analisar as condições específicas na vida do Ocidente medieval no século XIII nos permite entender a relevância da produção da filosofia escolástica naquele período e, especialmente, a elaboração ética enquanto campo construção de novas possibilidades numa sociedade em transformação. Desse modo, o estudo da obra ética de Tomás de Aquino precisa compreender esse autor como um homem do século XIII, mestre universitário dominicano, que empenhava-se na definição de valores para a nova sociedade, tanto no âmbito da elaboração de conhecimentos quanto na evangelização e no ensino. A PREOCUPAÇÃO COM A VIDA MATERIAL: APROXIMAÇÕES À VIRTUDE DA JUSTIÇA Dissemos anteriormente que as cidades medievais alargavam as possibilidades da vivência humana e que os homens precisaram recriar suas relações e seus costumes. Esse é o sentido primeiro que conferimos a vida material, olhar com o qual dirigimo-nos à Suma de Teologia de Tomás de Aquino, mais especificamente, à questão intitulada A 16 Espalhados pelo Ocidente medieval: França, Alemanha, Hungria, Suécia e Dinamarca.

11 11 justiça (ST, II a II ae, q. 58), oriunda do conjunto de questões consagrado ao estudo da virtude cardeal da justiça (q ), o mais extenso dessa parte da obra 17 (GRABMANN, 1944, p. 147). Trata-se de uma questão introdutória, que apenas apresenta a virtude da justiça, contudo é extensa 18, motivo pelo qual não nos propusemos um exame minucioso, mas a exposição centrada nos pontos de maior relevância para esse estudo. Em primeiro lugar, a justiça é definida pelo Aquinate como virtude ou habitus, como princípio de atos bons e versa especialmente sobre os atos relativos a outrem, entretanto adverte o mestre como qualquer ato, a justiça só é um ato de virtude se cometida voluntariamente, com estabilidade e firmeza 19. Na definição do próprio mestre: A justiça é o hábitus, pelo qual, com vontade constante e perpétua, se da a cada um o seu direito (ST, II a II ae, q. 58, a. 1, c.). Dessa elaboração precisamos destacar alguns pontos. Em primeiro lugar, quando à própria definição de habitus. Esse termo, na concepção de Tomás de Aquino, difere do sentido de hábito em português contemporâneo. Um habitus é um princípio pelo qual se age bem, presente na natureza humana, entretanto mutável: pode ser aumentado pelas das ações cometidas, ou mesmo diminuído, se comumente as ações não visarem o bem (ST, I a II ae, q ). Em segundo lugar, é necessário afirmar que para o Aquinate, voluntária não é uma ação cometida em função do vento, mas antes, é uma ação deliberadamente consciente (ST, I a II ae, q. 6). Em terceiro e último lugar, faz-se necessário apreender que o termo perpétuo refere-se, não há manutenção de um certo posicionamento, mas à observação perseverante da justiça: em cada ato é necessário considerá-la (ST, II a II ae, q. 58, a. 1, ad4m). Nosso olhar não pode desconsiderar a necessidade daqueles homens criarem novos costumes. Nesse sentido, policiar-se para permanecer justo, compreendendo em que consistiria a justiça em cada situação concreta, numa sociedade de múltiplos papéis sociais, certamente implica em esforço consciente constante. Os homens não poderiam 17 Esse tratado da justiça do Aquinate é um texto essencial ao Direito, sobre o qual muitos estudos de história e da filosofia do Direito se debruçam. Esse trabalho, entretanto, não objetiva o Direito, mas a importância da justiça enquanto virtude essencial à comunidade urbana do século XIII. 18 A questão contempla doze artigos, assim nomeados no prólogo: 1. Que é a justiça?; 2. É sempre relativa a outrem?; 3. É uma virtude?; 4. Está na vontade como em seu sujeito?; 5. É uma virtude geral?; 6. Como virtude geral, se identifica essencialmente com toda virtude?; 7. Há uma justiça particular?; 8. A justiça particular tem uma matéria própria?; 9. Estende-se às paixões ou só às ações?; 10. A medida da justiça é uma medida real?; 11. O ato da justiça consiste em dar a cada um o que lhe é devido?; 12. A justiça é a primeira das virtudes morais? 19 O Aquinate cita diretamente Aristóteles na definição de ato virtuoso: que se faça com conhecimento, com escolha visando um determinado fim e com firmeza inabalável (ST, II a II ae, q. 58, c.).

12 12 ser justos simplesmente aplicando um princípio extraído de situações extrínsecas, ou seja, daquelas firmadas por antigos costumes. Para Tomás de Aquino a justiça é uma virtude que apreende duas possibilidades de ordenação, uma geral e outra particular, uma vez que as relações entre os homens podem ser comunitárias ou singulares. Afirma: É manifesto, com efeito, que todos os que pertencem a uma comunidade têm com ela a mesma relação das partes para com o todo (ST, II a II ae, q. 58, a. 5, c.). Dessa forma, a justiça visaria tanto as situações gerais quanto as mais particulares: sobre o conjunto da comunidade, determinado grupo ou homens específicos, no interesse coletivo. Um pouco à frente o autor afirma a justiça como uma virtude geral, ou seja, necessária às outras. Em suas palavras: Assim o bem de cada virtude, quer ordene o homem para consigo mesmo, quer o ordene para outras pessoas, comporta uma referência ao bem comum, ao qual orienta a justiça. Dessa maneira, os atos de todas as virtudes podem pertencer à justiça, enquanto esta orienta o homem ao bem comum (TOMÁS DE AQUINO, ST, II a II ae, q. 58, a. 5, c.). Apesar da ação individual humana não poder ser considerada virtuosa pela simples aplicação de princípios extrínsecos, a postura do Aquinate não desconsidera a importância das leis. Pelo contrário, o mestre sustenta que justiça geral significa também justiça legal, uma vez que por ela, o homem se submete à lei que orienta ao bem comum os atos de todas as virtudes (ST, II a II ae, q. 58, a. 5, c.). Também nesse sentido, as situações particulares não compreenderiam padrões éticos aleatórios, mas implicam numa reconstrução de valores. Tomás de Aquino, depois de definir as possibilidades da justiça como virtude geral (q. 58, a.5-6), explicita a justiça particular (ST, II a II ae, q. 58, a.7). Segundo o autor, a justiça legal não se identifica com toda a virtude, uma vez que ela ordena o homem para o bem comum. Para o Aquinate é necessário também haver virtudes que ordenem as ações humanas imediatamente aos bens particulares e, nesse sentido, é necessário haver uma justiça que ordene as relações entre pessoas singulares, ou seja, uma justiça particular (q. 58, a.7, c.). A diversidade da justiça proposta por Tomás de Aquino atesta a consciência desse mestre acerca dos diferentes níveis de relações entre os citadinos. Rememoremos

13 13 as palavras de Oliveira (2008), quanto aos complexos contornos que assumiam as relações sociais nas cidades. Um último ponto a ser considerado nessa questão diz respeito à possibilidade da preeminência da justiça sobre todas as virtudes morais 20. Por sua relevância transcrevemos, a seguir, toda a resposta do mestre nesse artigo: Se falamos da justiça legal, é manifesto que excede em valor todas as virtudes morais; pois o bem comum tem a preeminência sobre o bem particular de uma pessoa. Por isso, declara o Filósofo [Aristóteles]: A justiça resplandece como a mais preclara das virtudes. Nem a estrela da tarde nem a estrela da manhã são tão admiráveis. Mas, mesmo que falemos da justiça particular, ela supera em excelência todas as virtudes morais, por duas razões. A primeira, do lado do sujeito: a justiça, com efeito, tem sua sede na parte mais nobre da alma, a saber no apetite racional, a vontade. Ao invés, as outras virtudes morais têm por sede o apetite sensível, a que pertencem as paixões, que constituem a matéria dessas virtudes. A segunda razão vem da parte do objeto. Pois, as outras virtudes morais, além da justiça, são exaltadas somente pelo bem que realizam no homem virtuoso, ao passo que a justiça é enaltecida pelo bem que o homem virtuoso realiza em sua relação com outrem, de tal sorte que ela é, de certa maneira, o bem de outrem, diz o livro V da Ética. Por isso, proclama o Filósofo: as maiores virtudes são necessariamente aquelas que mais concorrem para o bem de outrem, já que a virtude é uma força benfazeja. Eis por que, mais se honram os fortes e os justos, porque a fortaleza é útil aos outros na guerra, a justiça, porém, tanto na guerra quanto na paz (TOMÁS DE AQUINO, ST, II a II ae, q. 58, a. 12, c. Grifos nossos). Retomemos e sintetizemos as palavras do Aquinate: a justiça, tanto geral quanto particular, é defendida pelo mestre como a mais importante das virtudes morais, constituindo-se dessa forma, como a virtude mais necessária a vida material humana. Sua centralidade define-se por que ela se dirige ao bem comum. Lembremo-nos entretanto que o objetivo da segunda parte da Suma de Teologia era estudar os fins últimos da vida humana e os meios de acessá-los. Ora, o fim último da vida humana para um frade dominicano é necessariamente a bem-aventurança, a vida eterna. No entanto, a virtude moral mais necessária ao homem é, segundo Tomás de Aquino, a virtude da justiça 21, que dirige-se ao bem-comum, ou seja, às relações dos homens em 20 As virtudes morais foram debatidas na primeira seção da segunda parte da obra e identificadas como cardeais, ou seja, principais: prudência, justiça, fortaleza e temperança. A primeira delas, a prudência, a rigor é uma virtude intelectual, entretanto, por atualizar os conhecimentos necessários a uma ação particular, também é considerada, de certa forma, uma virtude moral (ST, I a II ae, q. 61). 21 No tratado da Prudência, Tomás de Aquino estabelece esta como a principal virtude cardeal, por ser intelectiva e, portanto, superior (ST, II a II ae, q ). Entretanto, como virtude de certa forma moral,

14 14 sociedade. Essa elaboração só foi possível na medida em que a vida material se tornou relevante à sociedade, bem como por um novo espaço para o saber. Para Oliveira: Os homens do saber, que até então viveram em função dos mosteiros, das abadias, que viviam preocupados somente em justificar a existência divina, passam, a partir de então, a se preocuparem com as coisas terrenas, com um universo de questões vinculadas ao seu mundo cotidiano. A Universidade cria, deste modo, a possibilidade, de os homens buscarem, por meio da razão, e não apenas por meio da religião, a explicação para as suas relações (OLIVEIRA, 2005a, p. 6). De maneira geral, podemos compreender que o problema da ética no século XIII se caracterizava por um lado, pela necessidade de se romper com a tradição estabelecida e, por outro, com a própria definição dos rumos que a sociedade deveria seguir. Para o teólogo dominicano Tomás de Aquino, a vida material dos homens era necessária à salvação da alma, contanto que o bem-comum, o bem da comunidade, estivesse na base das ações humanas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Para encerrar a exposição, é necessário que teçamos algumas considerações. Em primeiro lugar, cabe perguntar qual é o lugar da educação no debate sobre a ética. Se nos guiarmos por autores como Tomás de Aquino, podemos concebê-la como caminho, pois se a educação é ação no mundo visando transformá-lo, ela é a ponte entre o real e o ideal. A educação traz consigo duas dimensões de igual importância: a elaboração teórica e a ação educativa. Nossa segunda consideração se origina da anterior: Mas afinal, o que é o ideal? Se tomarmos a perspectiva do Aquinate, vislumbraremos o ideal como uma possibilidade posta pelo real, vivida e pensada. Mais uma vez retomamos a relação teoria e prática, pois o real não se restringe ao cotidiano de cada homem individual, mas antes, abarca também a experiência humana, inclusive o saber legado desde Antiguidade. Nosso exemplo, o importante pensador citadino do século XIII, Tomás de Aquino, tinha semelhantes preocupações e buscou pensar sobre as ações humanas a partir de todo conhecimento de que dispunha. Sua obra filosófica descata-se por uma preocupação ética com o ensino: ou seja, com o conhecimento e com a ação educativa. apesar de principal por determinar o fim das demais virtudes, não se realiza exteriormente, sendo, neste sentido, auxiliar à justiça.

15 15 Para essa ação, entretanto, o Aquinate definiu os seus ideais e as virtudes necessárias atingi-los. Defendeu: A virtude humana torna bons os atos humanos e o próprio homem (ST, II a II ae, q. 58, a. 3, c). Frisou que essa ação virtuosa era necessariamente consciente, firme e perseverante. Propôs a justiça a virtude de dar a cada um o que lhe pertence como a mais importante das virtudes morais, por entender que o bem-comum, a boa vida em sociedade eram mais fundamentais do que os bens individuais e inclusive imagine para a salvação da alma! Em meio à conflituosa oposição entre conhecimentos solidificados e transformações sociais, o Mestre de Aquino iluminava e perturbava o meio universitário: optou, agiu, perseverou. Entender que a elaboração ética do Aquinate em nada pode nos ser prescritiva é fundamental, uma vez que a nossa sociedade apesar de guardar coincidências com aquela transformou-se. Não se trata de assumir os valores tomasianos como verdadeiros. Talvez a grande contribuição desse mestre possa ser a liberdade que acompanha a virtude humana. REFEFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GRABMANN, M. Plano da Suma Teológica. In: GRABMANN, M. Introdução à Suma Teológica de Sto. Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1944, p LAUAND, L. J. Tradução, estudos introdutórios e notas. In: TOMÁS DE AQUINO. Verdade e Conhecimento. São Paulo: Martins Fontes, p LE GOFF, J. As raízes medievais da Europa. 2ª ed. São Paulo: Vozes, LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média. 2ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, LE GOFF, J. Por amor às cidades. São Paulo: Editora UNESP, LE GOFF, J. O apogeu da cidade medieval. São Paulo: Martins Fontes, OLIVEIRA, T. O ambiente citadino e universitário do século XIII: lócus de conflitos e de novos saberes. In: OLIVEIRA, T. (org.). Antiguidade e medievo: olhares históricofilosóficos da Educação. Maringá: Eduem, 2008, p OLIVEIRA, T. Escolástica. São Paulo/Porto: Mandruvá/Univ. do Porto, OLIVEIRA, T. As universidades na Idade Média (séc. XIII). São Paulo/Porto: Mandruvá/Univ. do Porto, 2005a. TOMÁS DE AQUINO. A justiça [ST, II a II ae, q. 58]. In: TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. v. VI, q São Paulo: Loyola, 2005, p

16 16 TOMÁS DE AQUINO. Tratado dos hábitos [ST, I a II ae, q ]. In: TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. v. IV, q São Paulo: Loyola, 2005, p TOMÁS DE AQUINO. [ST, II a II ae, prólogo]. In: TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. v. V, q São Paulo: Loyola, p TOMÁS DE AQUINO. O voluntário e o involuntário [ST, I a II ae ; q. 6]. In: TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. v. III, q São Paulo: Loyola, p TOMÁS DE AQUINO. [ST, prólogo; I a q. 2]. In: TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. v. I, q São Paulo: Loyola, p TORRELL, J-P. Iniciação a Santo Tomás de Aquino: sua pessoa e sua obra. São Paulo: Loyola, 1999.

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