AGROPECUÁRIA. Julyerme Matheus Tonin. Camila Spurio Garcia Erica Yumi Onoue
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1 AGROPECUÁRIA Boletim de Conjuntura Econômica Boletim n.57, Setembro Julyerme Matheus Tonin Professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e coordenador da equipe de conjuntura agropecuária do projeto de extensão Conjuntura econômica brasileira divulgação de análises. jmtonin@uem.br Camila Spurio Garcia spuriocamila@gmail.com Erica Yumi Onoue yumi_erica@hotmail.com Gabrielle Franciane Garcia gabrielegarcia_f@hotmail.com Leandro Melo dos Santos leandro.lms@live.com Análise do primeiro trimestre/2014 RESUMO No setor carnes, a região sudeste apresenta uma significativa redução no alojamento de pintos de corte e a produção avícola apresenta redução pelo segundo ano consecutivo, um fato absolutamente inédito para o setor. Para a bovinocultura, a redução dos estoques no atacado e os fatores climáticos, contribuíram para a elevação do preço. E para a suinocultura, o embargo temporário da Ucrânia teve efeitos no volume exportado. No setor sucroalcooleiro, o Brasil produz 25% e exporta 50% do açúcar consumido mundialmente, destaca-se o aumento da produção de etanol, dado que a proporção da moagem da cana-de-açúcar destinada a produção de açúcar foi menor. No setor grãos, a área destinada a produção de soja deve ser recorde, o mercado mundial é afetado pelos fatores climáticos que afetaram a safra norte americano e a consequente redução de seus estoques. Quanto ao milho a previsão é de aumento dos estoques mundiais, devido a expectativa de aumento da safra nos EUA. A segunda safra no Brasil continua aumentando, a novidade para esse ano é uma primeira safra com produtividade maior. Palavras-chave: setor grãos; setor carnes. Mariana Canaver Katz mackatz@hotmail.com Natália Greche do Nascimento nataliagreche@gmail.com Natália Aline Morangueiro Zanchetti nataliazanchetti@hotmail.com William Monarin william_monarin@hotmail.com *Acadêmicos do curso de Ciências Econômicas da Universidade Estadual de Maringá UEM Universidade Estadual de Maringá (UEM) Correspondência/Contato Av. Colombo, Bloco C-34 Sala 11 Jd. Universitário - Maringá - Paraná - Brasil CEP
2 Tonin et al.21 SOJA O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, sigla em inglês) em seu relatório de oferta e demanda de Julho/2014 estima para a safra mundial de 2014/2015 uma expansão de 3,63% na área plantada e de 7,37% na produção mundial de soja. Tabela Balanço da oferta e demanda de soja nos principais países produtores País Mundial EUA CHINA BRASIL Dados 2012/13 (a) 2013/14* (b) (b/a) 2014/15** (c) (c/b) Área 109,28 113,05 3,45% 117,15 3,63% Produção 267,98 283,87 5,93% 304,79 7,37% 2,45 2,51 2,40% 2,60 3,61% Consumo 259,74 270,05 3,97% 283,31 4,91% Exportação 100,65 111,64 10,92% 113,29 1,47% Estoques 56,84 67,24 18,29% 85,31 26,88% Área 30,82 30,70-0,39% 34,02 10,79% Produção 82,56 89,51 8,41% 103,42 15,54% 2,68 2,92 8,84% 3,04 4,29% Consumo 48,42 47,74-1,40% 50,78 6,37% Exportação 35,91 44,09 22,77% 45,59 3,40% Estoques 3,83 3,82-0,16% 11,28 195,39% Área 7,17 6,85-4,49% 6,70-2,19% Produção 13,05 12,20-6,51% 12,00-1,64% 1,82 1,78-2,12% 1,79 0,56% Consumo 76,18 80,05 5,08% 84,90 6,06% Exportação 0,30 0,24-20,00% 0,30 25,00% Estoques 12,38 13,29 7,35% 13,09-1,51% Área 27,70 29,90 7,94% 30,50 2,01% Produção 82,00 87,50 6,71% 91,00 4,00% 2,96 2,93-1,14% 2,98 1,95% Consumo 38,19 39,98 4,69% 40,10 0,31% Exportação 41,90 45,75 9,18% 45,00-1,64% Estoques 15,33 17,66 15,17% 24,06 36,25% Em termos de área plantada, o destaque fica com o Brasil, sendo que, se as estimativas se confirmarem, o país deve ultrapassar a marca de 30 milhões de hectares cultivados com essa oleaginosa. Isso deve-se ao aumento da representatividade da soja na área agrícola brasileira, que segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB),representará, pelo segundo ano-safra consecutivo, mais da metade da área plantada das principais culturas agrícolas do país, como milho, algodão, arroz, feijão, trigo e cevada. Só a oleaginosa deverá ocupar 53,2% da área plantada na safra 2013/2014, ante os 52,1% de participação na safra 2012/2013. Em termos de produção, se a previsão para a safra 2014/2015 se confirmar, a produção mundial de soja deve ser recorde, ultrapassando a marca de 300 milhões de toneladas pela primeira vez na história. A maior parcela dessa produção dependerá da produção dos Estados Unidos, que pode ultrapassar a marca de 100 milhões de toneladas e do Brasil, que pode ultrapassar a marca de 90 milhões de toneladas. As estimativas do USDA apontam também para uma produtividade de aproximadamente 3 ton./ha para esses países. Essa conjectura recorde nos EUA deve-se ao fato de que o boletim de boletim de acompanhamento de safras divulgado pelo USDA (Julho/2014) indica que 72% das lavouras de soja do país estão em boas ou excelentes condições, configurando a melhor classificação para os campos norte-americanos desde Em termos de consumo, como acontece ao longo desta década, a China continua sendo o principal responsável pelo aumento da demanda mundial. De acordo com as estimativas do USDA, a China deve ultrapassar a marca de 80 milhões de toneladas de soja consumidas na safra 2013/14. Se a previsão de consumo de 84,90 milhões de toneladas da safra 2014/15 se confirmar, será necessário um volume de 73 milhões de toneladas importadas para atender a demanda doméstica chinesa, ou seja, 85% do consumo de soja da China será suprido com importações. Esse volume de importação representa 64,44% da comercialização de soja prevista para esse período e é 45% superior aos 50,33 milhões de toneladas importados pela China no início da década (safra 2010/11). De acordo com as projeções do USDA essa tendência de expansão da demanda chinesa deve se manter ao longo da década. * Estimativa; **Previsão. Área: milhões ha, produtividade: ton./ha e demais variáveis em milhões de ton. Figura Projeção para as importações de soja no mundo, principais regiões importadoras Em termos de estoques, a projeção de 85,31 milhões de toneladas equivale a 107 dias de consumo, acima dos estoques equivalentes a 90 dias de consumo da safra atual. Cabe destacar a surpreendente recuperação dos estoques finais dos Estados Unidos na safra 2014/15 de 11,28 milhões de toneladas, se aproximando dos patamares de estoque observados na safra 2005/06. Para o Brasil, o volume de 24,06 milhões de toneladas pode ser considerado um recorde histórico, sendo que se as estimativas se confirmarem, será o quarto ano seguido de expansão dos estoques. Enfim, no cenário de curto prazo os preços estão sendo sustentados pelo quadro ajustado de oferta e demanda. A demanda está forte, os estoques norteamericanos ainda estão apertados, e o produtor de
3 22 BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: AGROPECUÁRIA modo geral não vende, ou o faz de forma racionada, aguardando melhores preços. As atenções do mercado no segundo trimestre estão concentradas no desenvolvimento da safra norte americana, a qual definirá a tônica do mercado no segundo semestre do ano. MILHO O s dados de julho de 2014 do USDA mostram que houve diminuição da área plantada em dois dos maiores produtores de milho, Estados Unidos e Brasil, resultando na queda de 0,07% na área mundial. Para os Estados Unidos o USDA apontou um aumento de 50,60% no estoque, em relação ao mesmo período do ano anterior, decorrente da diminuição do consumo e da exportação, que em 2013/2014 exportou 48 milhões de toneladas e passou a exportar 43 milhões de toneladas em 2014/2015, variação de 10,42%. Tabela 3.2- Balanço da oferta e demanda de milho nos principais países produtores Mundial EUA China Brasil Dados 2012/ / /15 * Var. % Área 177,23 177,38 177,25-0,07 Produção 868,80 981,89 981,12-0,08 4,90 5,54 5,54 0,00 Consumo 869,49 943,52 966,77 2,46 Exportação 100,53 119,45 118,44-0,84 Estoques 138,14 169,05 182,65 8,05 Área 35,36 35,48 34,12-3,84 Produção 273,83 353,72 353,97 0,07 7,74 9,97 10,38 4,11 Consumo 263,64 298,08 296,81-0,43 Exportação 18,28 48,00 43,00-10,42 Estoques 20,86 29,12 43,85 50,60 Área 35,03 36,10 36,50 1,11 Produção 205,61 217,73 220,00 1,04 5,87 6,03 6,03 0,00 Consumo 200,00 212,00 222,00 4,72 Exportação 81,00 100,00 100,00 0,00 Estoques 67,57 77,20 78,10 1,17 Área 15,80 15,00 14,80-1,33 Produção 81,50 76,00 74,00-2,63 5,16 5,07 5,00-1,40 Consumo 52,50 55,00 56,50 2,73 Exportação 26,04 20,50 22,00 7,32 Estoques 14,15 15,45 13,75-11,00 * Estimativa; Área: milhões ha, produtividade: ton,/ha e demais variáveis em milhões de ton. Para o Brasil, a alta competição por área entre os grãos milho e soja tem feito com que a área cultivada, produção e produtividade diminuíssem na primeira e na segunda safra, em relação ao mesmo período do ano anterior. A produção da primeira safra em 2012/2013 era de ,7 e em 2013/2014, estima-se ,3 toneladas, diminuição de 8,9%. A safrinha também apresenta queda em sua produção, de 6,4%. Esta diminuição da produção do milho total nacional é indicada pela queda dos três maiores estados produtores: Mato Grosso, Paraná e Minas Gerais. Tabela 3.3 Comparativo de área, produtividade e produção de milho no Brasil 1ª 2ª Total Milho Dados 2012/ /2014 Área 6.783, ,4-2,3 Produção , ,3-8, ,7 Área 9.046, ,5-2,3 Produção , ,3-6, ,1 Área , ,9-2,3 Produção , ,6-7, ,2 Fonte: Conab, levantamento abr./2014. Área em mil hectares; produção em mil ton.; produtividade:kg/ha. Apesar do encolhimento da quantidade produzida, desde o período 2012/2013 Mato Grosso é a maior produtor desse grão, seguido do Paraná e Minas Gerais. Pode ser observado que os outros maiores produtores de cada região do país, Bahia (Nordeste) e Tocantins (Norte) tiveram elevação de suas produções. Tabela 3.4 Maiores produtores de milho de cada região do Brasil Estados 2011/ / /14* MT , , ,5-14,8 PR , , ,1-13,0 MG 7.807, , ,8-6,4 BA 2.174, , ,3 67,6 TO 447,6 447,8 718,0 60,3 Fonte: CONAB, Séries Históricas de Produção. * Estimativa. Produção em mil toneladas. De acordo com a CONAB, devido a alta competição com o trigo, o milho do estado do Paraná apresentou a maior diminuição nacional da área plantada do cereal, 12%. Posto que a área, produção e produtividade tenham caído, a segunda safra apresentou produtividade positiva, influenciando com 4% na variação da produtividade total. Tabela 3.5 Comparativo de área, produtividade e produção de milho no Paraná 1ª 2ª Total Milho Dados 2012/ /2014 Área Produção Área Produção Área Produção Fonte: SEAB / DERAL Área em hectares; produção em toneladas; produtividade:kg/ha. O preço médio nominal mensal recebido pelos produtores no Paraná apresentou variações negativas nos dois primeiros meses em relação ao mesmo período do ano anterior. No primeiro trimestre, somente o mês de março mostrou variação positiva.
4 Tonin et al.23 Tabela 3.6 Preços Médios Nominais mensais recebidos pelos Produtores no Paraná (R$/saca). I Trimestre Janeiro Fevereiro Março ,84 25,06 22, ,47 20,98 23,29-24,65-16,28 3,24 Fonte: SEAB/DERAL TRIGO A área ocupada para a produção mundial de trigo referente à safra 2013/2014 deve retornar ao patamar de 220 milhões de hectares.para a safra 2014/15 a estimativa é de cultivo de 222 milhões de hectares, abaixo do recorde histórico da safra 2009/10 (225,38 milhões ha). As estimativas do USDA para 2014/15 sinalizaram uma colheita global de 705,17 milhões de toneladas na safra 2014/15, 1,26% menos que em 2013/14 graças aos problemas climáticos que afetam lavouras nos Estados Unidos e no Canadá. Mundial EUA CHINA BRASIL Dados 2012/1 3 (a) 2013/14 * (b) (b/a) 2014/15* * (c) (c/b) Área 216,23 220,43 1,94% 222,90 1,12% Produção 657,70 714,20 8,59% 705,17-1,26% Tabela 3.7 Quadro de oferta e demanda de trigo, países selecionados 3,04 3,24 6,52% 3,16-2,36% Consumo 686,36 697,35 1,60% 698,22 0,13% Exportação 137,18 164,31 19,78% 151,61-7,73% Estoques 175,61 184,29 4,95% 189,54 2,85% Área 19,80 18,27-7,70% 18,71 2,40% Produção 61,67 57,96-6,02% 54,21-6,48% 3,12 3,17 1,82% 2,90-8,67% Consumo 38,27 33,86-11,51% 32,14-5,09% Exportação 27,42 32,16 17,31% 24,49-23,84% Estoques 19,54 16,05-17,85% 17,97 11,99% Área 24,27 24,12-0,62% 24,20 0,34% Produção 121,02 121,93 0,75% 124,00 1,70% 4,99 5,06 1,38% 5,12 1,35% Consumo 125,00 123,50-1,20% 122,00-1,21% Exportação 0,97 1,00 3,20% 1,00 0,00% Estoques 53,96 58,39 8,21% 62,39 6,85% Área 1,90 2,20 15,79% 2,60 18,18% Produção 4,38 5,30 21,00% 6,30 18,87% 2,31 2,41 4,50% 2,42 0,58% Consumo 10,90 11,40 4,59% 11,60 1,75% Importação 7,36 7,00-4,85% 6,50-7,14% Estoques 1,00 1,80 79,92% 2,50 38,87% * Estimativa; **Previsão. Área: milhões ha, produtividade: ton./ha e demais variáveis em milhões de ton. Em termos de área plantada, para a safra 2013/14 a expectativa é de queda de 7,70% no total cultivando nos Estados Unidos. Por sua vez, para o Brasil espera-se uma recuperação da área plantada, principalmente no Rio Grande do Sul. A boa capitalização dos triticultores gaúchos, que colheram excelentes safras de verão, pode explicar o aumento de área no Estado. Além do plantio do trigo no Sul do país onde o clima é favorável com temperaturas mais amenas, o cerrado mineiro também vem ganhando espaço para o bom desenvolvimento do cereal, sendo que a intensa luminosidade da região colabora para o desenvolvimento da cultura. Em termos de comércio, os Estados Unidos continuarão sendo os principais fornecedores de trigo ao Brasil em 2014, uma vez que a Argentina novamente não terá volumes suficientes para atender a totalidade da demanda de importação brasileira. De janeiro a dezembro de 2013, segundo dados oficiais do governo brasileiro, o Brasil importou cerca de 3,5 milhões de toneladas dos EUA (contra 54,5 mil toneladas no mesmo período de 2012), enquanto as importações vindas da Argentina no período somaram 2,5 milhões de toneladas (ante 5 milhões de toneladas em 2012). O Brasil tem reduzido as importações de trigo, de 7,36 para 6,50 milhões de toneladas, entre as safras 2012/13 e 2014/15. Cabe destacar também a recuperação dos estoques, do volume apertado da safra de 2012/13, o Brasil volta a ter um estoque acima dos 2 milhões de toneladas. Nesse contexto, com aumento da área plantada, estimativa de aumento da produção e recuperação dos estoques, e a proximidade do início da colheita de trigo da safra 2014/2015 no Paraná, os compradores estão ainda mais retraídos e os preços seguem em queda expressiva. CAFÉ D e acordo com os dados do segundo levantamento da CONAB para a safra cafeeira, a produção será aproximadamente 44,57 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado em 2014, tendo uma redução de 9,33% comparada ao ciclo anterior que foi de 49,15 milhões de sacas obtidas. Do total tem-se que, 72,4% refere-se ao tipo arábica, sendo estimado um colheita de 32,23 milhões de sacas, uma redução de 15,81% (-6.051,3 mil sacas) ocasionada pela forte estiagem nos primeiros meses de 2014, pelas podas dos cafezais e pela inversão da bienalidade em algumas regiões produtoras. A colheita para o café do tipo robusta foi estimada em 12,33 milhões de sacas, com um aumento de 13,49%, resultado de uma recuperação na produtividade, que na safra anterior sofreu com a estiagem, e do crescimento da área em produção, principalmente no estado do Espírito Santo. Tabela café beneficiado, comparativo de produção (*) Arabica 32,19 38,34 38,29 32,23 Conilon 11,29 12,48 10,86 12,33 Total 43,48 50,82 49,15 44,56 Fonte: Levantamento de maio 2014, Conab, maio/2014. * Estimativa Sendo o maior exportador dessa commodity, o Brasil, do mês de Janeiro até Abril, exportou
5 24 BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: AGROPECUÁRIA sacas de café, sendo que de acordo com USDA as exportações para 2014 devem chegar a 30,0 milhões de sacas. A receita com as exportações totais no primeiro mês da temporada 2014/15 atingiu US$ 556,96 milhões, com alta de 59% na comparação com o mesmo período da safra passada, resultado do salto nos preços, com dados do Cecafé. Como principais importadores do grão tem-se a União Europeia com estimativa de 45,5 milhões de sacas exportadas, os Estados Unidos com 24,75 milhões de sacas e o Japão com 6,7 milhões de sacas estimadas para o ano de Tabela 3.9 Exportação Brasileira de Café Ano Quantidade (t) Preço médio (Us$/t) (*) Fonte: Levantamento de maio 2014, Conab, Abr./2014 * Estimativa A produção de café no Brasil tem Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo como os três maiores produtores do grão. Minas Gerais deverá atingir cerca de sacas de café nessa safra, com uma diminuição da produção de cerca de 16,9%. Tal redução se deve pela inversão da bienalidade em algumas regiões do estado, pela diminuição da área em produção provocada pela poda dos cafezais e pela forte estiagem, pelas altas temperaturas nesses primeiros meses, o que também irá trazer percas de quantidade e qualidade do café a ser colhido. Tabela Serie histórica produção de café por maiores estados produtores UF safra 2012 safra 2013 safra 2014 (*) MG , , ,0 ES , , ,0 SP 5.356, , ,8 PR 1.580, ,0 545,0 BA 2.149, , ,3 RO 1.367, , ,0 MT 124,1 171,5 169,8 GO 247,4 265,5 261,8 TOTAL , , ,4 FONTE: Levantamento de maio de 2014, CONAB, Mai./2014 * Estimativa No Espírito Santo a produção será de 12,208 mil sacas, verificando um aumento de 4,37% na produção geral do estado, com um decréscimo de 18,01% para o café arábica, considerando-se a grande safra de 2013, a instabilidade climática e os baixos preços, altas na temperaturas e déficit hídrico. E uma acréscimo de 13,87% para o café conilon, devido ao fato do programa de renovação e revigoramento de lavouras, a baixa na produção de 2013, a adequada florada e sua fertilização, e a condições climáticas favoráveis. Avicultura S egundo as projeções do portal da avicultura na internet (AviSite), o primeiro trimestre de 2014 terá uma produção aproximadamente 6,5% maior que no mesmo período de 2013, e a demanda por carne de frango no país será aquecida. Tabela Alojamento regional de pintos de corte (milhões de cabeças) REGIÃO Out. Nov. Dez. 4 o Tri 2013* 4 o Tri 2012* Var. % S 294,5 264,5 292,4 283,8 269,1 5,1 SE 100,6 92,6 98,0 97,0 97,6-0,6 CO 84,0 74,2 82,1 80,1 78,2 2,3 NE 44,8 42,4 44,4 43,8 46,6-6,3 N 8,7 8,2 8,5 8,4 9,0 7,1 Total 532,6 481,9 525,4 513,1 500,5 2,45 REGIÃO Jan. Fev. Mar. 1 o Tri 2014* 1 o Tri 2013* Var. % S 291,3 268,3 271,1 276,9 274,36 0,92 SE 99,1 91,6 99,5 96,7 94,43 2,40 CO 81,0 74,7 76,7 77,46 78,8-1,67 NE 43,9 38,9 40,5 41,1 44,4-7,43 N 9,8 8,8 9,4 9,33 8,76 6,50 Total 525,1 482,3 497,2 501,49 500,75 0,14 Fonte: AviSite (2014). * Média do trimestre A Tabela 3.11 traz o alojamento de pintos de corte por região brasileira e, é notável a queda registrada em apenas duas das cinco regiões, no primeiro trimestre de Nesse caso, destaca-se o nordeste, que teve desempenho ainda pior que o período passado onde já apresentava números negativos. O alojamento total aumentou, ainda que pouco se comparado ao primeiro trimestre do ano anterior, 2013, com acréscimo de 0,14%. Tabela Produção de carne de frango brasileira (mil toneladas) Período Carne Frango Disp. Interna Exportação 4 o Tri ,4 2003,7 994,7 4 o Tri ,3 2083,2 1027,2 Var. % 3,59% 3,81% 3,86% 1º Tri ,0 2020,8 901,3 1º Tri ,3 2205,0 907,4 Var % 6,51% 9,11% 0,67% Fonte: AviSite (2013). A produção de carne de frango no Brasil, como vemos na Tabela 3.12, aumentou cerca de 6,51% em comparação com o mesmo período do ano anterior, e também se comparada a quantidade produzida no quarto trimestre de A quantidade disponível internamente teve alta de 9,11%, e a demanda interna por carne de frango deve aquecer em 2014, segundo Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) devido à eventos internacionais, como a Copa do Mundo de Futebol, que acontecerão no Brasil esse ano. Com esse aumento na demanda, espera-se que os níveis de con-
6 Tonin et al.25 sumo e produção voltem aos apurados em 2012, depois de sofrerem uma queda em 2013 de cerca de 3%. Quanto as exportações, segundo as informações do Departamento Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (FAMASUL), há uma perspectiva de aumento, pois a Rússia voltou, nos primeiros meses do ano, a importar carne dos frigoríficos do estado. Fato este que aqueceu o mercado e representou um valor significativo no volume de exportações sul-mato-grossenses. Tabela Exportação de carne de frango Fonte: AviSite Período Jan. 290,5 299,8 Fev. 291,1 289,5 Mar. 319,7 318,1 Total 901,3 907,4 em mil toneladas De acordo com os dados do Avisite, a exportação de carne de frango brasileira cresceu 0,67% nos três primeiros meses de 2014, se comparado com o mesmo período de Sendo que a demanda interna aumentou significativamente em relação às exportações, em 9,11%. Quanto ao destino da carne, o Oriente Médio permanece como principal comprador, com 111 mil toneladas apenas em janeiro. Em segundo lugar encontra-se a Ásia, com 92,4 mil toneladas e em seguida, com 37,2 mil toneladas está a África. Tabela 3.14 Preço recebido pelo produtor por frango vivo (1kg) Jan. Fev. Mar. 1ºTri 1º Tri Var. % Estado * 2013* CE 3,54 2,65 2,73 2,97 3,50-15,14 MG 2,54 2,39 2,40 2,44 2,93 16,72 PE 2,64 2,35 2,60 2,53 3,35 24,47 PR 2,27 2,25 2,29 2,27 2,57 11,67 RJ 2,65 2,60 2,67 2,64 3,06 13,72 SP 2,45 2,31 2,51 2,42 2,89 16,26 Fonte: Avisite O preço recebido pelo produtor pelo quilo do frango vivo no primeiro trimestre de 2014, mostrado na Tabela 3.14, apresentou alta de mais de 11% em cinco dos seis estados analisados. A exceção foi o estado de Ceará, onde o preço caiu 15,4% se comparado ao mesmo período do ano anterior. Suinocultura S egundo a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora da Carne Suína (ABIPECS), a exportação de carne suína do Brasil comparando o primeiro trimestre de 2014 em relação ao ano anterior, apresentou uma variação negativa na receita (-8,57%) decorrente principalmente da queda do volume negociado (-7,96%). Nesse contexto, o mês de janeiro influenciou esses resultados, em decorrência da retração das exportações nesse período, para o mês de março os resultados são similares ao observado em março de Tabela Exportações brasileiras de carne suína Mês Volume 1 Receita Var. % Var. % JAN 40,12 34,87-13,09% 104,64 90,27-13,73% FEV 41,05 36,94-10,01% 108,65 96,54-11,15% MAR 39,25 39,03-0,56% 105,33 104,54-0,75% Total 120,42 110,84-7,96% 318,62 291,35-8,56% Fonte: ABIPECS (2014). 1 Mil toneladas; 2 Mil US$ FOB. Os três estados que se destacam na exportação de carne suína são: Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás. Nota-se que há uma grande variação entre eles, pois são altamente sensíveis à questões externas. Existe uma série de barreiras fitossanitárias e padrões de produção que os compradores exigem, seja por questão de segurança alimentar ou até mesmo religiosa ou por conta da tradição. O que pode também fazer com que haja flutuações é o preço de seus bens substitutos, que afeta o lado da demanda, assim como ocorreu em períodos anteriores, pelo lado da oferta, em que os produtores, diante de lucros apertados ou ate mesmo negativos, diminuíram a produção. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE CARNES - ABIEC. Exportações de carne bovina. Disponível em: < ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA PRODUTORA E EXPORTADORA DE CARNE SUÍNA - ABIPECS. Exportação Brasileira de Carne Suína. Disponível em:< AVISITE. Exportações de carne de frango. Disponível em:< CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - CEPEA/ESALQ. Relatórios Diversos. Disponível em: < COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB. Relatórios Diversos. Disponível em: < INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Trimestral de Abate de Animais: Produção Animal no 4º Trimestre de 2013, Fev./2014. Disponível em: < UNIÃO BRASILEIRA DE AVICULTURA - UBABEF. Relatórios diversos. Disponível em: < UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE - USDA (2014). World Agricultural Supply and Demand Estimates., Monthly Circular Series WASDE. Washington, DC: Foreign Agricultural Service (FAS/USDA), Feb., Disponível em: <
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