DERIVATIVOS. Por Abraão Maia Ulisses Malveira
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1 DERIVATIVOS Por Abraão Maia Ulisses Malveira
2 DEFINIÇÃO Derivativo é um instrumento financeiro ou outro contrato com as seguintes características: Seu valor se altera em resposta às mudanças de outras varáveis; Não requer ou requer investimento inicial; Será liquidada em data futura. IASB (INTERNATIONAL ACCOUNTING STANRDS BOARD) E COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS.
3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA Surgimento relacionado com a agricultura; Negociado em um lugar específico; Primeiro surto especulativo com futuros Século XVII, na Holanda. Tulipa
4 EVOLUÇÃO HISTÓRICA As primeiras bolsas organizadas: Bolsa de Arroz (forward contracts) Japão, XVIII, por volta de 1730; Contratos to arrive Inglaterra, 1780; Chicago Board of Trade (CBOT), USA, 1948.
5 EVOLUÇÃO HISTÓRICA No Brasil: Bolsa de Mercadorias de São Paulo São Paulo, 1917; Bolsa Brasileira de Futuros (BBF) Rio de Janeiro, 1983; Bolsa Mercantil & de Futuros São Paulo, 1986; Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) São Paulo, 1991; BM&F + BOVESPA (BM&FBOVESPA) 2008.
6 DERIVATIVOS NO BRASIL Principais agentes: Hedgers; Especuladores; Arbitradores.
7 DERIVATIVOS NO BRASIL Hedgers: Redução de riscos; Proteção contra oscilações de preços e taxas; Geralmente Produtores e/ou consumidores.
8 DERIVATIVOS NO BRASIL Especuladores: Objetivo de lucrar; Riscos altos; Praticamente não há a entrega da mercadoria.
9 DERIVATIVOS NO BRASIL Arbitradores: Utilizam dois ou mais instrumentos; Limitar as perdas; Lucro sem risco.
10 DERIVATIVOS NO BRASIL Principais produtos: Primeira Geração: Contratos a termo (forward); Contratos a futuro; Opções de compra (call) e opções de venda (put); Contratos de swap.
11 DERIVATIVOS NO BRASIL Principais produtos: Segunda Geração: Straddle; Strangel; Strap; Butterfly; Condor, box; Swaption; Derivativos exóticos; Derivativos inseridos.
12 DERIVATIVOS NO BRASIL Contratos a Termo (Forward): Compromisso de comprar ou vender algum ativo por um determinado valor em uma data futura. Usados geralmente por produtores e consumidores. Comprado x Vendido.
13 DERIVATIVOS NO BRASIL Contratos a Termo (Forward): Reduzir incertezas dos preços futuros. São negociados fora da bolsa. Características variam por contrato. Não há negociação. Geralmente ocorre a entrega do produto. Com garantia x Sem garantia
14 DERIVATIVOS NO BRASIL Contratos a Futuro: Compromisso de comprar ou vender algum ativo por um determinado valor em uma data futura. Presença forte dos especuladores. Padronização dos Contratos (preço, qualidade do produto, tamanho e volume negociados e etc.) Liquidez alta.
15 DERIVATIVOS NO BRASIL Contratos a Futuro: Reduzir incertezas dos preços futuros. São negociados na bolsa de futuros. Negociação dos contratos até o vencimento. Geralmente não ocorre a entrega do produto. Ajustes diários dos preços, com limitação da oscilação. Sempre haverá garantia.
16 DERIVATIVOS NO BRASIL Contratos a Futuro x Contratos a Termo: Características Futuros A Termo Objetivo Proteção contra variações nos preços e especulação sem que haja na maioria das vezes transferência das mercadorias Proteção contra variações nos preços, normalmente com entrega do produto contratado Negociabilidade Podem ser negociadas antes do vencimento Não são negociadas Responsabilidade Câmara de Compensação Partes contratantes Qualidade / Quantidade Estabelecido pela Bolsa Estabelecido pelas partes Local de Negociação Bolsa de Futuros Estabelecido pelas partes Sistema de Garantias Sempre haverá garantias Nem sempre existirão Vencimentos Estabelecidos pela bolsa de futuros Normalmente negociadas pelas partes Participantes Qualquer pessoa física ou jurídica Produtores ou consumidores Ajuste Diários No vencimento Variações nos Preços Diárias Não muda o valor do contrato Porte dos Participantes Pequenos, médios e grandes Grandes Credibilidade Não é necessário dar comprovação de boa situação creditícia É normalmente exigido um alto padrão de crédito
17 DERIVATIVOS NO BRASIL Contratos a Futuro x Contratos a Termo: Em contrapartida do contrato a termo, os preços futuros sempre se aproximarão dos preços à vistas: O contrato permite a entrega física do ativo; O contrato obriga a liquidação contra preço de referência do ativo. Preço Futuro Preço à vista Preço à vista Tempo Preço Futuro Tempo (a) (b)
18 DERIVATIVOS NO BRASIL Precificação: Volume x Vencimento. Volume Reflete o grau de Incerteza do Mercado Tempo/Vencimento
19 DERIVATIVOS NO BRASIL Precificação:
20 DERIVATIVOS NO BRASIL Precificação: Supondo que o mercado seja eficiente: Assim, se o ativo: Não possui risco sistêmico, então k = r e Fo é uma estimativa não viesada de Possui risco sistêmico positivo, então k > r e Fo < E ( ) Possui risco sistêmico negativo, então k < r e Fo > E( )
21 MERCADO FUTURO NO BRASIL: Os principais contratos futuros negociados na BM&F: DI1: DI de 1 dia; DOL: Dólar comercial; DDI e FRA: cupom cambial sujo e cupom cambial limpo; IND: Ibovespa.
22 MERCADO FUTURO NO BRASIL: Padronização dos contratos Contrat o Valor Último dia de negociação Vencimento DI1 R$ Último dia útil do mês anterior ao do mês de vencimento DOL R$ Último dia útil do mês anterior ao do mês de vencimento DDI e FRA IND US$ Cotação futuro x R$ 1,00 Último dia útil do mês anterior ao do mês de vencimento Quarta-feira mais próxima do dia 15 dos meses pares Primeiro dia útil do mês de vencimento Primeiro dia útil do mês de vencimento Primeiro dia útil do mês de vencimento Quarta-feira mais próxima do dia 15 dos meses pares
23 MERCADO FUTURO NO BRASIL: o Mecanismos de proteção do mercado: Clearings House (câmaras de compensação): Assume o papel de compradora de todos os vendedores e vice versa; As liquidações ocorrem contra a Bolsa e não entre compradores e vendedores; Chama o risco de crédito para si.
24 MERCADO FUTURO NO BRASIL: o Mecanismos de proteção do mercado: Mecanismos de proteção utilizados pela clearing: Ajuste diário das posições em aberto ao preço de mercado, dividindo eventuais perdas em diversos dias; Estabelecimento de margens de garantia; Estabelecimento de limites de oscilação de mercado; Limites de concentração de posições abertas.
25 MERCADO FUTURO NO BRASIL: o Margens de garantia: oinicial: é cobrada quando se abre uma posição no mercado futuro, é um deposito inicial para garantir possíveis perdas; oadicional: calculada de acordo com as variações entre o preço de fechamento e o preço do contrato; omanutenção: é a quantidade mínima de capital que deve depositar no clearing.
26 MERCADO FUTURO NO BRASIL: o Ajuste diário: otodas as posições em aberto são ajustadas diariamente; otodos os ganhos ou perdas são recebidos ou pagos em D+1, por meio da c/c cadastrada na corretora; ocaso não seja pago, o clearing abre mão das margens e finaliza a posição do investidor.
27 MERCADO FUTURO NO BRASIL: o Limites diários de oscilação: oservem para evitar grandes especulações; oquando os preços atingem um preço máximo ou mínimo, as negociações são suspensas; oajuda a diminuir a inadimplência.
28 MERCADO FUTURO NO BRASIL: o Limites de posição: oevita concentração excessiva de operações em um único agente; oreduz ações especulativas.
29 MERCADO FUTURO NO BRASIL: o Custos Operacionais BM&F otaxa de corretagem; otaxa de emolumento; otaxa de registro; otaxa de permanência; otaxa de liquidação.
30 MERCADO FUTURO NO BRASIL: o Taxa de corretagem oos percentuais da corretagem são diferenciadas pelo tipo de operação; o Day-Trade x Operação Normal.
31 MERCADO FUTURO NO BRASIL: o Taxa de emolumento oé cobrado quando ocorre os seguintes fatores: o Negociação de qualquer contrato; oencerramento do contrato por liquidação financeira no vencimento; o Liquidação por reversão de posições; oexercício de direitos no mercado de opções. Cálculo da taxa definida por grupo de produtos.
32 MERCADO FUTURO NO BRASIL: o Taxa de registro oé cobrado quando ocorre os mesmos eventos que na taxa de emolumentos; oé calculada através de uma proporção da taxa de emolumentos em reais, percentual estabelecido pela BM&F.
33 MERCADO FUTURO NO BRASIL: o Taxa de permanência oé um elemento novo de custo para os participantes (2004); otem como base de incidência o número de contratos mantidos em aberto no dia anterior;
34 MERCADO FUTURO NO BRASIL: o Taxa de liquidação oé o custo gerado pela liquidação por entrega; o Ativo disponível ou contrato futuro.
35 MERCADO FUTURO NO BRASIL: DOL: As principais características operacionais desse contrato são: O objeto de negociação é a taxa de câmbio de reais por dólar norte-americano para prontaentrega; Os contratos são de US$ ; Data de vencimento é o primeiro dia útil do mês de vencimento; Negociação acontece até o último dia útil do mês anterior ao mês de vencimento; Os contratos são cotados em reais por US$ 1.000, com até três casas decimais;
36 MERCADO FUTURO NO BRASIL: DOL: Ao abrir um contrato, o investidor deve depositar uma margem de garantia; Os preços de ajuste são estabelecidos pela média ponderada dos negócios realizados nos últimos 15 minutos do pregão (ou preço arbitrado pela Bolsa). Os principais participantes desse mercado são as empresas importadoras, exportadoras, empresas com ativos ou passivos indexados em dólar e as instituições financeiras.
37 DOL MERCADO FUTURO NO BRASIL:
38 MERCADO FUTURO NO BRASIL: EXEMPLO DOL N = / = 300 contratos a) TOB Ajuste do dia anterior = R$ 2,512 TOB = 0,002 x 300 x R$ 2,512 x US$ = R$ Desembolso TOB = x 0,20 = R$ b) Taxa da Bolsa (emolumentos) 300 x US$ 1,5 x R$ 2,49 = R$ 1.120,50 c) Taxa de registro 5% x 1.120,50 = R$ 56,03 Assim, o investidor desembolsará R$ ,53 referente à abertura da posição em D + 1
39 Em 02/01/2007: O contrato futuro de dólar (DOL) se encerra Ganho do hedge no período: (R$ 2,55 R$ 2,515) x 300 x US$ = R$ Valor da importação a vista: US$ 15 milhões x R$ 2,55 = R$ Desembolso da empresa: R$ R$ = R$ esse valor é igual a US$ 15 milhões x R$ 2,515, ou seja, a empresa travou o câmbio de R$/US$ 2,515 ao entrar no contrato futuro Além disso, a empresa ainda terá que desembolsar em D + 1 as taxas referentes ao fechamento da posição:
40 d) TOB = 0,002 x 300 x 2,55 x = R$ Desembolso TL = x 0,20 = R$ e) Taxa da Bolsa (emolumentos) 300 x US$ 1,5 x R$ 2,55 = R$ 1.147,50 f) Taxa de registro 5% x 1.147,50 = R$ 57,38 g) Há também que se considerar a taxa de permanência. Como o contrato foi carregado durante 20 dias de pregão, considera-se: R$ 0,015 x 300 x 20 = R$ 90,00 Portanto, as despesas de fechamento da posição são de R$ ,88
41 DESEMBOLSO TOTAL DA EMPRESA = R$ ,40 Isso resulta em um câmbio efetivo para operação de: R$ ,40 / US$ = R$/US$ 2,5172 Entretanto, a empresa teria desembolsado R$ caso a empresa não tivesse feito o hedge
42 DI1: MERCADO FUTURO NO BRASIL: O contrato de DI1 tem como ativo subjacente a taxa de juros negociada no mercado interbancário (CDI), para o prazo de um dia. As principais características operacionais são: É negociado em taxa de juros; A negociação é feita em taxa de juros anual efetiva para 252 dias úteis; Vencimento no primeiro dia útil do mês; Meses de vencimento: quatro primeiros e os meses cabeça de trimestre ; Valor final do contrato: R$ ,00;
43 DI1 MERCADO FUTURO NO BRASIL: Semelhante a um título sem pagamento de cupom; As posições no mercado futuro são em preço unitário (PU); Será necessário converter a negociação em taxa para o valor correspondente em PU (desconto de ) semelhante a um bond zero cupom; Será necessária a conversão da natureza: compra em taxa = venda em PU e venda em taxa = compra em PU; Diariamente as posições em aberto serão ajustadas tomando como base o preço estabelecido pela BM&F o preço de ajuste é sempre em PU em duas casas decimais;
44 MERCADO FUTURO NO BRASIL: DI1: Vencimentos líquidos são determinados por média dos últimos negócios, os demais por call ou arbitrados; O preço de ajuste é calculado diariamente pela Bolsa (média dos últimos negócios); O preço de ajuste do dia anterior deve ser corrigido antes de ser utilizado no cálculo do ajuste diário; O fator de correção é a taxa média de DI da CETIP; Após a correção os preços de ajuste do dia anterior e do dia passam a se referir ao mesmo prazo até o vencimento;
45 DI1 MERCADO FUTURO NO BRASIL:
46 DI1 MERCADO FUTURO NO BRASIL: Para efeito de apuração do valor relativo ao ajuste diário das posições em aberto de DI1, são obedecidos os seguintes critérios: Ajuste das operações realizadas no dia = Em que: = valor do ajuste diário, em reais, referente à data t; = preço de ajuste de contrato na data t, para o vencimento respectivo; PO = preço da operação, em PU, calculado da seguinte forma, após o fechamento do negócio: = ( )
47 DI1 MERCADO FUTURO NO BRASIL: Ajuste das posições em aberto no dia anterior =[ ] Em que: M = valor em reais de cada ponto de PU, estabelecido pela BM&F N = número de contratos = preço de ajuste do contrato na data t-1, o vencimento respectivo = fator de correção do dia t, definido pela fórmula: = ( ) seguinte para
48 Funcionamento da negociação de taxa de juros com relação à expectativa do investidor Expectativa Alta de juros Compra contratos em taxa Taxa sobe Taxa desce PU cai PU desce ganho perda Venda de contratos em PU Baixa de juros Vende contratos em taxa Taxa sobe Taxa desce PU cai PU desce ganho perda Compra de contratos em PU
49 DERIVATIVOS NO BRASIL Contratos de Opções Dois agentes: Titular; Lançador. Dois tipos básicos: Opções de Compra; Opções de Venda.
50 DERIVATIVOS NO BRASIL Contratos de Swaps Significa trocar/permutar algo; Tudo pode ser trocado; Normalmente envolve pagamentos de juros ou de moedas.
51 DERIVATIVOS NO BRASIL Exemplo Swaps A empresa trocou o indexador de sua dívida que é o CDI por uma taxa prefixada de 17,50% a.a. O resultado da operação é: No vencimento (após 3 meses) Pagamento da dívida: R$ 15 mi x 1, = R$ ,00 Resultado do swap para a empresa: Ponta Ativa Ponta Passiva R$ 15 mi x R$ 15 mi x ( ) = R$ ,00 Resultado da operação (hedge): , ,00 = > equivale a uma taxa de 17,50% a.a.
52 DERIVATIVOS NO BRASIL Tributação de Derivativos Os impostos incidentes: Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social (CSLL); Imposto sobre Operações Financeiras (IOF); PIS e CONFINS (somente pessoa jurídica).
53 DERIVATIVOS NO BRASIL Tributação de Derivativos Fato gerador: No caso do IR o fato gerador de aplicações financeiras é o ganho de capital obtido nas operações. No caso do IOF é simplesmente o fato de emissão, transmissão, pagamento ou resgate do título negociado.
54 DERIVATIVOS NO BRASIL Tributação de Derivativos Responsável pelo pagamento: O IR depende do tipo de operação. Nas aplicações em títulos de renda fixa, fundos de investimento e em swap, a responsabilidade é da instituição financeira, corretora ou distribuidora. Nas operações realizadas na BM&F, compete ao próprio investidor apurar e pagar o imposto devido. No Caso do IOF, sempre é a instituição financeira, corretora ou distribuidora.
55 DERIVATIVOS NO BRASIL Tributação de Derivativos Alíquota de IR swap: até 6 meses: 22,5% de 6 a 12 meses: 20% de 12 a 24 meses: 17,5% acima de 24 meses: 15%
56 DERIVATIVOS NO BRASIL Tributação de Derivativos Alíquota de IR de operações na bolsa de valores e de mercadorias: operações day-trade: 20% (mensal) Demais hipóteses: 15% (mensal) IR retido na fonte: Day-trade: 1% Demais hipóteses: 0,005% * O IR retido na fonte é deduzido do imposto sobre ganhos líquidos mensais.
57 Referências EHRHARDT, M. C. e BRIGHAM, E. F. Administração financeira: teoria e prática. São Paulo: Cencage, LIMA, I. S., LIMA, O.A.S.F de e PIMENTEL, R. C. (Coord.). Curso de mercado financeiro. 2 ed., São Paulo: Atlas, 2012.
58 Ulisses Malveira
59 Obrigado! Até amanhã!
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