ORIENTAÇÕES PARA DINÂMICAS (Mônica Soligueto, 2013)
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- Ana Lívia Santarém Melgaço
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1 ORIENTAÇÕES PARA DINÂMICAS (Mônica Soligueto, 2013) Dynamis é uma palavra de origem grega que significa força, energia, ação. A expressão Dinâmica de grupo teve sua estréia em um artigo de publicação de Kurt Lewin, em 1944; neste artigo o autor tratava da relação entre teoria e prática relacionada à Psicologia Social. O objetivo de Kurt Lewin ao utilizar esta expressão era de realizar um trabalho de pesquisa com grupos. Ele acreditava ser possível ensinar comportamentos novos às pessoas quando inseridas no contexto grupal através da DINAMICA DE GRUPO, estimulando a discussão e a decisão grupal. BRASIL A Dinâmica de Grupos teve início no Brasil em 1960 e seu precursor foi o Prof. Pierre Weil, o qual introduziu o Laboratório de Sensibilidade Social, com o principal objetivo de desenvolver a qualidade de atuação do indivíduo como membro e como líder. Note-se que as técnicas de Dinâmicas de Grupo iniciaram-se nas principais Escolas de Administração de Empresas da década de 60. De 1967 a 1975, aconteceram muitas publicações importantes, tanto de livros como de trabalhos e reportagens, os quais contribuíram em muito para o desenvolvimento e reconhecimento da importância da Dinâmica de Grupo. Em 3 de maio de 1986, foi fundada a Sociedade Brasileira de Dinâmica de Grupo. Ao longo do tempo as Dinâmicas de grupo têm-se mostrado instrumentos preciosos no trabalho com grupos e a utilização deste instrumento tem aumentado consideravelmente no âmbito profissional e de desenvolvimento pessoal. O aspecto lúdico das técnicas nos remete a espontaneidade, ao improviso e estimula a exposição dos aspectos internos dos participantes. Através de tais técnicas estimula-se a capacidade criadora, a desenvoltura dos participantes, melhora-se sua 1
2 produtividade, mostram-se possibilidades de transformações, estimula-se o trabalho em equipe e pode melhorar as relações interpessoais e intrapessoais. Existem diferentes modalidades de Dinâmica de Grupo, a saber: Técnica de apresentação São atividades de curta duração e têm por objetivo aproximar os membros do grupo e auxiliar na troca de informações iniciais. Técnica de Integração ou Quebra-gelo Tais técnicas têm por finalidade descontrair, aproximar o grupo e aliviar possíveis tensões existentes. Resgatar e trabalhar com aspectos lúdicos pode ser uma brincadeira onde as pessoas se movimentam e se descontraem. São recursos que quebram a seriedade do grupo e aproximam as pessoas. Técnica Principal É o momento de propor o tema principal do encontro. Devem ser utilizadas dinâmicas que facilitem a reflexão e o aprofundamento; são, geralmente, mais demoradas e implicam na exposição de idéias e conceitos dos participantes à respeito do assunto a ser discutido. Técnica de Fechamento O objetivo de tais atividades é amenizar as tensões despertadas ao longo do encontro, podem ter um caráter lúdico ou proporcionar um momento de feedback em relação aos temas trabalhados. O momento da síntese final, dos encaminhamentos, permite atitudes avaliativas e de encaminhamentos. Cabe ressaltar que todos os tipos de técnicas aqui mencionadas podem ser utilizadas ao longo do processo grupal, mas não obrigatoriamente seguem esta ordem de aplicação ou são necessariamente aplicadas em todos os encontros. 2
3 Os elementos de uma dinâmica Objetivos: Quem vai aplicar a dinâmica deve ter claro o que se quer alcançar. Materiais: Deve-se providenciar com antecedência os recursos necessários à aplicação da técnica: TV, vídeo, som, papel, material gráfico em geral, bexigas, entre outros. Ambiente: O local deve ser preparado de acordo, para que possibilite a aplicação da dinâmica: amplo, fechado, reservado, com cadeiras e/ou suporte necessário para acomodar todos os participantes de forma confortável. Tempo determinado: Deve ter um tempo aproximado, com início, meio e fim para cada atividade proposta. Número de participantes: Ajudará a ter uma previsão do material e do tempo para o desenvolvimento da dinâmica. Muitas vezes, a simplicidade da dinâmica é que garante a expressão mais fiel do comportamento do participante e fica, portanto, a critério do coordenador a observação e coleta adequada de dados. O jogo é, portanto, o meio, o contexto em que se inserem os participantes e a riqueza das informações depende da capacidade do coordenador de explorar o conteúdo e observar comportamentos e reações. É importante que o coordenador saiba escolher as dinâmicas de acordo com a realidade e tempo de trabalho com o grupo. 3
4 Papel do coordenador:! Ter claro qual é o objetivo da dinâmica e a função da técnica dentro do processo no qual vai ser desenvolvida, entendendo-a como um instrumento;! Prévio planejamento;! Levantar as possibilidades de acontecimento, objetivando segurança e tranqüilidade no processo de condução do grupo (se poderá causar emoções fortes ou despertar sentimentos profundos ou transferências);! Preparação do material;! Não passar crenças ou valores pessoais;! Ser ético, manter o sigilo grupal e estimular este sigilo;! Cuidar do tempo da dinâmica, relacionado ao número de participantes;! Estimular o contato entre os participantes e a participação em si;! Possibilitar um clima de espontaneidade em que os participantes sintam-se livres e à vontade para a partilha da experiência feita;! Perceber o nível de relações e entendimento do grupo, pois nem toda dinâmica se adapta bem a qualquer grupo. Ela pode ser um instrumento enriquecedor se for bem utilizada e se o grupo estiver em condições de vivenciá-la;! Observar as expressões corporais, sobretudo as expressões faciais dos participantes no decorrer da dinâmica, para valorizar os sentimentos e reações de cada um;! Qualquer que seja o resultado alcançado com uma dinâmica, ele é o objeto da reflexão e da aprendizagem, pois dinâmica não tem resultado errado; 4
5 ! As dinâmicas podem ser adaptadas de acordo com a realidade e o tamanho do grupo. Preparação da atividade! Qual o objetivo da dinâmica?! Número de participantes, faixa etária, sexo e nível de integração;! Visitar com antecedência o local do evento, checar equipamentos conforme a necessidade;! Elaborar com antecedência o roteiro, anotar a seqüência da dinâmica ou o que vai dizer;! É importante ter uma ou duas dinâmicas a mais, em caso de imprevistos ou necessidade de mudanças;! Evitar passar crenças e valores pessoais, mostrar confiança, solidariedade e procurar estabelecer um clima de relaxamento;! Evitar forçar a barra para algum membro do grupo participar, falar ou opinar sobre alguma coisa, se este não estiver a fim.! Tenha cuidado com a aparência (roupa, postura, etc.): o facilitador também será observado;! Chegar ao local com antecedência para preparar a sala.! Cabe ao coordenador acompanhar a realização da dinâmica, explicá-la e propiciar o momento de feedback do grupo;! Após a aplicação de cada dinâmica é preciso tempo para que os participantes socializem as emoções, sentimentos, dificuldades e descobertas. Não cabe ao facilitador expressar nenhum juízo de valor. 5
6 O que se espera alcançar de resultados, com a utilização da Dinâmica de Grupo?! Melhorar a capacidade de comunicação dos participantes;! Desenvolver a capacidade de respeitar as diferenças individuais e a! diversidade cultural;! Estimular a reflexão e a revisão de atitudes e comportamentos,! levando a novas formas de ser e conviver;! Aumentar a coesão do grupo;! Transformar o potencial do grupo, fazendo-o crescer em igualdade harmônica de relacionamento interpessoal;! Desenvolver a escuta e a acolhida do outro como ser diferente;! Desenvolver consciência crítica. 6
7 Bibliografia BARRETO, Maria Fernanda Mazziotti, Dinâmica de Grupo, Editora Alínea, COSTA, Eliane Porangaba, Técnica de Dinâmica Facilitando o Trabalho com Grupos, Editora Wa, FRITZEN, Silvino Jose, Exercícios Práticos de Dinâmica de Grupo, 36ª Ed., Editora Vozes, 2006; MINICUCCI, Agostinho, Dinâmica de Grupo - Teoria e Sistemas, 5ª Ed., Editora Atlas, SERRÃO, Margarida; BALEEIRO, M. C; Aprendendo a ser e a conviver, São Paulo, FTD, TALLARICO, Luciano, Manual de Jogos, Dinâmicas e Atividades de Grupo, Editora Vozes, YOZO, Ronaldo Yudi K., 100 Jogos para Grupos, 11ª Ed., Editora Agora,
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