PARTE QUATRO ECONOMIA DE TRANSIÇÃO PARA O TRABALHO ASSALARIADO

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1 Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências Sociais Aplicadas Departamento de Economia Disciplina: Formação Econômica do Brasil PARTE QUATRO ECONOMIA DE TRANSIÇÃO PARA O TRABALHO ASSALARIADO (Continuação) Capítulo 20 Gestação da Economia Cafeeira Contexto Histórico da metade do século XIX: estagnação econômica nos três quartos de século anteriores, sendo os progressos, como o do Maranhão, apenas passageiro. A revolução industrial não chegara ao país, a mão-de-obra africana estancara, exportações estagnadas, impossibilidade do governo de aumentar os impostos, poucos empréstimos externos (usados improdutivamente), baixos preços dos produtos tradicionalmente exportados pelo Brasil. Mercado de açúcar: o açúcar brasileiro encontrava-se em dificuldade devido à concorrência: açúcar de beterraba na Europa, abastecimento interno dos EUA (Lousiana) e Cuba como novo mercado promissor Outros produtos brasileiros: o algodão brasileiro não conseguia competir com a produção em larga escala americana, o couro tinha a região do Rio Prata como principal concorrente, o fumo perdeu mercado com a eliminação do tráfico de escravos africanos, o arroz concorria com os Estados Unidos e o cacau era apenas uma promessa na época. Economia cafeeira: cultivado desde o início do século XVIII para consumo interno, assume importância apenas no final desse século. A produção concentrava-se próximo a capital devido a abundância de mão-de-obra e proximidade com o porto. A alta dos preços no fim do século XVIII encorajou a produção, porém entre 1830 e 1840, o preço do café cai, mas não desencoraja a produção. Característica da economia cafeeira: a empresa cafeeira usa mão-de-obra intensamente, porém o grau de capitalização é muito baixo, pois os equipamentos utilizados são simples. Haja abundância de terras, como no Brasil, o único empecilho é a oferta de mão-de-obra. Classe empresária cafeeira: formada inicialmente por homens da região. Desde a chegada da Família Real no Brasil, as regiões mineiras passaram a abastecer este mercado. Muitos desses homens acumularam capital e passaram a se interessar pela produção de café. Ao contrário da classe dominante açucareira, onde a produção e o comércio eram separados e os donos de engenho eram homens ruralistas sem consciência clara dos seus interesses, os dirigentes do café eram homens de experiência comercial, que tinham conhecimento de todas as etapas de produção. A proximidade com a Capital facilitava a interação com o governo.

2 Capítulo 21 O problema da mão-de-obra I Oferta interna potencial Mercado de escravos: Na metade do século XIX, com a cessação do tráfico de escravos, o problema da mão-de-obra estourou no Brasil e o principal motivo era que a taxa do mortalidade era muito maior do que a taxa de natalidade dos escravos negros brasileiros devido as precárias condições de vida. A pressão interna fez com que os escravos do Nordeste fossem para o Sul, gerando mais decadência nessa região. Crescimento europeu e brasileiro: Na Europa o crescimento econômico era resultado da industrialização e implantação de novas técnicas poupadoras de mão-de-obra, gerando assim um excedente de mão-de-obra. Essa população ia para as cidades, intensificando a urbanização e o crescimento vegetativo. No Brasil, o crescimento era extensivo: aumentando o uso da terra e incorporando mais mão-de-obra. Mão-de-obra do setor de subsistência: o setor de subsistência não foi uma solução, pois além de estar totalmente disperso no território brasileiro, esse sistema era baseado em poucos proprietários de terras e muitas famílias dentro desses territórios que cultivavam a sua roça e trabalhavam para o dono das terras, estes últimos, que obtinham prestígio social através da quantidade de homens que moravam em suas terras, não tinham interesse em perder sua mão-de-obra. População urbana: as pessoas que viviam nas zonas urbanas poderiam ser uma opção, porém dificilmente se adaptariam a disciplina de trabalho e as condições de vida do campo. Capítulo 22 O problema da mão-de-obra II A imigração européia Imigração européia para os Estados Unidos: uma solução alternativa para o problema da mão-de-obra brasileira era a imigração européia, como ocorria em grande fluxo nos Estados Unidos, porém não havia precedentes de europeus vindo trabalhar no sistema de grandes lavoura. O principal motivo da imigração européia para os EUA era o mercado próspero e em expansão norte-americano, o que não ocorria no Brasil. Início da imigração européia para o Brasil: os empresários brasileiros passaram a trazer trabalhadores europeus para trabalhar nas lavouras. O governo pagava a passagem e o empresário arcava o resto, obrigando o trabalhador e a sua família a hipotecar o seu futuro. Esse sistema logo geraria um regime de servidão e a Europa tratou de reagir contra essa prática. Agravamento do problema da mão-de-obra: em 1860, o problema da mão-de-obra tornou-se mais sério com o aumento dos preços do café e do algodão. A partir de 1870, o governo passou a encarregar-se dos custos da viagem e o empresário ficou responsável pela manutenção do colono por um ano e doava a este último um pedaço de terra, além do pagamento do salário para trabalhar na lavoura de café. Assim, iniciou-se um enorme fluxo de imigrantes para o Brasil.

3 Unificação Italiana: outro fator que contribuiu para esta imigração foi a unificação da Itália, onde a região sul, a mais pobre, teve as suas manufaturas desarticuladas, o que gerou um excedente de mão-de-obra. A imigração para o Brasil foi a solução encontrada para esta população. Capítulo 23 O problema da mão-de-obra III Transumância Amazônica Economia da Amazônia: baseava-se no extrativismo e estava estagnada desde o fim do século XVIII com a expulsão dos Jesuítas. O Pará destacava-se do resto pelo progresso econômico obtido com o arroz e o algodão. Borracha: O preço da borracha, nos fins do século XIX e início do século XX, subiu extraordinariamente devido ao impulso dos veículos de combustão interna. Mão-de-obra: com uma população praticamente inexistente e dificuldades em organizar o trabalho indígena, a mão-de-obra foi o principal gargalo para o crescimento do mercado de borracha. Soluções: No longo prazo, a solução do problema seria a plantação de seringueiras em áreas de clima semelhante e de maior oferta de mão-de-obra. Porém, a procura por borracha crescia cada vez mais e exigia uma solução rápida. Regiões de subsistência do Brasil: a solução para a falta de mão-de-obra era buscá-la no setor de subsistência do país. Na região Sul havia grande quantidade de terras de boa qualidade, já na região Central, antiga região mineira, as terras não eram abundantes, mas sua população já havia imigrado para São Paulo e para o triângulo Mineiro. Na região Nordeste, a economia estava estagnada desde o século XVII e a população da região de subsistência vivia na miséria devido à baixa oferta de terras férteis e as prolongadas secas. Logo, esta população nordestina foi incentivada a imigrar para o Norte. Diferenças entre os imigrantes nordestinos e os europeus: o imigrante europeu quando vinha para os cafezais brasileiros tinha suas despesas de transporte e de sobrevivência até a primeira colheita pagas. Além disso, ainda contava com o apoio dos seus governos e recebia também um pedaço de terra para subsistência. Podiam também mudar de fazenda quando lhe fosse favorável. As condições de vida que os imigrantes italianos encontraram no Brasil eram melhores do que as de sua terra natal. Já o imigrante da borracha já chegava endividado pelas despesas da viagem, instrumentos de trabalho e instalação. A venda de alimentos era monopolizada pelo empresário, aumentando a dívida do trabalhador, além dos perigos da floresta e a insalubridade da região. Decadência da borracha: quando os preços da borracha caíram, toda a região entrou em profunda miséria. O seringueiro regrediu para meios rudimentares de sobrevivência, como caça e pesca.

4 Capítulo 24 O Problema da mão-de-obra IV Eliminação do trabalho escravo Abolição da escravatura no Nordeste: nesta região, onde a maioria das terras férteis estava ocupada, o setor de subsistência sofria com a pressão demográfica e a região urbana possuía há tempos um excedente populacional. Assim, sem ter como migrar para outro setor, os escravos permaneceram nas plantações por um nível de salário de subsistência, tornando a abolição uma simples transformação formal de trabalho escravo para assalariado. Contribuíram para este quadro as inovações tecnológicas com investimentos ingleses e as dificuldades de exportação do açúcar devido a concorrência cubana, pois estas diminuíram a procura por mão-de-obra, fazendo com que a contração da oferta decorrente da abolição não acarretasse graves conseqüências. Abolição da escravatura na Região Cafeeira: quando ocorreu a abolição, o planalto paulista recebeu imigrantes europeus em larga escala. Mesmo assim, devido à abundância de terras, permitindo a migração dos ex-escravos para o setor de subsistência, e a grande procura por mão-de-obra, os trabalhadores foram favorecidos por salários mais altos. Capítulo 25 Nível de renda e ritmo de crescimento na segunda metade do século XIX Brasil: em conjunto, a economia brasileira teve um aumento relativamente alto na segunda metade do século XIX. Porém este crescimento não foi uniforme em todo território. Região Nordeste: com uma população que representava 35% do total do país, excluindo-se a Bahia, o nordeste tinha uma economia baseada em algodão, açúcar e um setor de subsistência agregado a eles. As exportações tiveram um aumento, porém não significativo. A população cresceu a uma taxa de 1,2%. Admitindo-se que a população cresceu igualmente tanto no litoral quanto no interior e que a renda per capita no setor de subsistência permaneceu a mesma, levando-se em consideração a migração do litoral para o interior, onde a produtividade é menor, pode-se concluir que a renda per capita desse sistema declinou (-0,6%). Região Sul: representando 9% da população do país, a economia da região sul era baseada na subsistência e beneficiou-se indiretamente do crescimento das exportações, encontrando um mercado dentro do país para absorver seus excedentes: o Paraná com a erva-mate e o Rio Grande do Sul com a pecuária (charque). Além disso, houve uma expansão urbana na região e a introdução de produtos de qualidade. Graças a isso, houve um aumento da renda total do sistema, acompanhado do crescimento da população. A taxa de crescimento da renda per capita foi de 1%. Região Central: responsável por 40% da população brasileira, a região produtora de café, além do óbvio crescimento econômico, teve uma taxa de crescimento populacional na época de 2,2%. Porém observa-se um fluxo migratório dentro do próprio sistema, das regiões de produção antiga (Rio de Janeiro e Minas Gerais) para as novas e mais produtivas regiões (São Paulo e Espírito Santo), o oposto do que

5 ocorria no Nordeste. A região teve uma taxa de crescimento da renda per capita de 2,3%. Bahia: com 13% da população do país, a Bahia distinguiu-se do restante do Nordeste devido à prosperidade gerada pelo cacau. A região também era exportadora de fumo e, com a perda do mercado africano, passou a exportar para a Europa. Porém a importância relativa destes produtos para o país era pequena. Como o desenvolvimento da Bahia ocorreu simultaneamente ao empobrecimento do Nordeste, a imigração para Bahia foi intensa. Sendo assim, a renda per capita se manteve constante. Região Amazônica: representando 3% da população total do país, as exportações da região tiveram um aumento na importância relativa. A borracha passou a representar 15% das exportações nos anos 90. Porém, grande parte da renda gerada não ficava na região e o que ficava se liquidava em importações. A taxa de crescimento per capita foi de 2,6% Capítulo 26 Fluxo de renda na economia de trabalho assalariado Setor assalariado: no final do século XIX ocorre o aumento da importância relativa do setor de trabalho assalariado no Brasil. A renda gerada pelas exportações agora se dividem em: renda dos proprietários e renda dos assalariados. Estes últimos gastam quase a totalidade de sua renda em bens de consumo, enquanto os proprietários transformam parte de sua renda em bens de capital. Fluxo de renda: os gastos de consumo, tanto dos assalariados quanto dos grandes proprietários, constituem a renda dos comerciantes e pequenos proprietários, que também gastam sua renda em bens de consumo. Assim, esses gastos excedem a renda das exportações. Um impulso externo, por exemplo, aumenta a massa de salários pagos, o que aumenta os gastos de consumo. Esses bens de consumo podem ter sua produção ampliada com as terras e mão-de-obra subutilizadas pelo setor de subsistência, aumentando a produtividade. Deste modo, a massa de salários pagos no setor exportador vem a ser o núcleo do mercado interno. Os salários, entretanto, não precisavam elevar-se, bastava estar acima da média das outras regiões. Assim o salário real médio permanecia constante, independente das altas e baixas do mercado. Capítulo 27 A tendência ao desequilíbrio externo Padrão-ouro: Neste sistema, cada país deveria ter uma reserva metálica para financiar as trocas internacionais. A contribuição de cada país dependia de sua participação no comércio internacional e da amplitude das flutuações de sua balança de pagamentos. Assim, a economia monetária da época baseava-se na idéia de que se os países seguissem o padrão-ouro, o mercado interno e internacional tenderia ao equilíbrio. Por exemplo: se um país importava mais do que exportava, teria que exportar ouro para equilibrar a balança de pagamentos, diminuindo o meio circulante. O aumento do preço do ouro reduziria os preços, o que estimulava as exportações e desestimulava as importações, corrigindo o desequilíbrio. Brasil: Um país agro-exportador como o Brasil tinha grande participação no mercado internacional. Com um alto coeficiente de importações, os desequilíbrios da balança

6 de pagamentos eram relativamente altos, devido às bruscas quedas de preço dos bens primários e também porque as finanças públicas dependiam principalmente dos impostos sobre a importação. Quando a economia brasileira era puramente escravista, a procura monetária era igual às exportações e, conseqüentemente, igual às importações. Já no regime de trabalho assalariado, a renda tende a multiplicar-se, o que aumenta as importações, causando este desequilíbrio. Crise no sistema: no momento em que ocorria uma crise nos centros industriais, os preços dos produtos primários caiam bruscamente, reduzindo a entrada de divisas. Porém a procura por importações continuava a crescer no início e é nesse período que as reservas metálicas deveriam entrar pra manter o equilíbrio. Porém estas deveriam ser em grande escala. Tendência ao desequilíbrio das economias dependentes: nos países industrializados a crise vem acompanhada de contração das importações, baixa dos preços dos produtos importados e entrada de capitais (gasto de reservas guardadas no exterior). Grande parte dos capitais exportados eram empréstimos públicos ou investimentos no setor privado, o que garantia a posição internacional dos países exportadores de capital nas etapas de depressão. Já nos países dependentes a crise diminuía o valor das exportações, seja nos preços (alimentícios) ou no volume (matéria-prima industrial). As importações demoram a diminuir a procura, além da queda de preço ser menor e mais lenta. Junto a isso, os efeitos da rigidez do serviço dos capitais estrangeiros e a redução da entrada destes. Capítulo 28 A defesa do nível de emprego e a concentração de renda Períodos de prosperidade na economia: Na economia brasileira da época, para que ocorresse aumento de produtividade física seria necessário aperfeiçoar os processos de cultivo ou aplicar mais capital por unidade de terra ou por unidade de mão-de-obra. No caso desta última, devido a existência de mão-de-obra subutilizada, não havia pressão sobre os salários, fazendo com que os empresários não tivessem interesse em substituir mão-de-obra por capital. Já no caso da terra, como esta era abundante e o capital era escasso, era mais lucrativo para o empresário abandonar as terras esgotadas do que melhorar as técnicas de cultivo. Logo, o setor exportador não aumentou sua produtividade física e os lucros advindos do aumento da produtividade econômica eram retidos pelos empresários, visto que os salários permaneciam constantes. Períodos de contração da economia: Uma contração cíclica dos preços gera um desequilíbrio na balança de pagamentos. Este tem um efeito gigantesco devido aos efeitos indiretos da expansão anterior e a maneira como as importações eram financiadas (médio prazo), a procura por esta não diminuía imediatamente. Assim ocorreria um déficit na conta corrente da balança de pagamentos que deveria ser reequilibrado através da liquidação de ativos externos e reservas metálicas. Essa correção se propagaria do setor exportador para todas as atividades, diminuindo o lucro dos empresários, o que diminuiria as exportações e os investimentos Correção do desequilíbrio através da taxa cambial: quando esta correção acontecia através da taxa cambial os efeitos eram distintos. Ao reduzir os preços dos exportados,

7 o poder aquisitivo externo da moeda nacional tendia a baixar. Essa baixa acontecia antes mesmo do desequilíbrio. Dessa forma, os produtos importados encareciam bruscamente, reduzindo automaticamente sua procura no país. Assim, sem utilizar as reservas, as quais não possuía, a economia corrigia o desequilíbrio externo. Esse processo significava, em última instância, uma transferência de renda daqueles que pagavam as importações para aqueles que vendiam as exportações. Como as exportações eram pagas pela coletividade, as perdas eram socializadas. Crise nos centros industriais x Crise nos países dependentes: A crise em um centro industrial representava apenas uma parada numa marcha firme para frente. A queda da lucratividade significava a eliminação dos menos eficientes, o que era necessário para o desenvolvimento da etapa superior. Na economia dependente, a crise era imposta de fora para dentro. Se a queda dos preços significasse a perda dos lucros dos empresários, muitos deles teriam que interromper a produção de café. Como os salários eram estáveis, não era possível reduzi-los. A população que deixasse o trabalho nos cafezais iria voltar à subsistência, ampliando o efeito depressivo. A plantação de café imobilizava grandes investimentos, o que significava grandes prejuízos a parada da produção. Explica-se então o porquê da economia procurar manter o nível de emprego durante os períodos de depressão. Qualquer que fosse o preço do café sempre era vantajoso manter o nível de exportação. Capítulo 29 A descentralização republicana e a formação de novos grupos de pressão Depreciação cambial: Os efeitos da depreciação cambial eram socializados, porém os principais prejudicados eram as populações urbanas que importavam praticamente tudo que consumiam. O efeito era agravado pelo funcionamento das finanças públicas. O imposto sobre a importação, base da receitam era cobrado a uma taxa fixa de câmbio. Quando a moeda depreciava-se, diminuía a importância ad valorem do imposto, acarretando dois efeitos: a redução real era maior para os produtos que pagavam maior imposto e a redução relativa da receita obrigava o governo a emitir papel-moeda, que funcionava como um imposto regressivo, que incidia principalmente sobre os assalariados urbanos. O governo tinha ainda importantes compromissos (dívida externa) para saldar em ouro e, ao mesmo tempo, emitir papelmoeda para manter os serviços públicos indispensáveis. Assim, a depressão externa transformava-se internamente num processo inflacionário. Política monetária: A política monetária do governo imperial, traumatizada pela miragem da conversibilidade, aumentou a dívida externa, mas manteve um regime permanente de escassez de meios de pagamento. Enquanto permanecia o regime de trabalho escravo, onde o fluxo de renda era reduzido, o problema não era grande, porém este sistema provou-se totalmente inadequado para o regime de trabalho assalariado. A moeda era emitida apenas pelo tesouro e por poucos bancos autorizados. Descentralização republicana: a incapacidade do governo de adotar um sistema monetário adequado e a inaptidão para resolver o problema da mão-de-obra reflete as divergências entre as regiões do país. No sul, as necessidades de ações administrativas no serviço público cresceram e o governo imperial, influenciado pelas antigas elites escravistas, era insensível a estes problemas. A proclamação da república

8 em 1889 toma forma de um movimento de autonomia regional. A reforma monetária implantada pelo governo provisório permitia a emissão de moeda pelos bancos regionais, o que gerou um surto de crédito fácil e, conseqüentemente, uma febril atividade econômica. A brusca expansão da renda monetária ocasionou uma grande depreciação cambial. Essa depreciação gerou forte pressão nas classes assalariadas urbanas, o que ocasionou uma série de conflitos e levantes militares. A partir daí os grupos exportadores interessados na depreciação cambial esbarraram no interesse de outros grupos (assalariados, pequenos produtores, grupos industriais), que ascenderam graças ao regime republicano. Assim, tem início um período de tensão entre os governos estaduais e Federal, que se prolongará pelos primeiros decênios do século XX. PARTE 5 ECONOMIA DE TRANSIÇÃO PARA UM SISTEMA INDUSTRIAL SÉCULO XX Capítulo 30 A crise da economia cafeeira Expansão da cultura do café: No final do século XIX, a situação brasileira era extremamente favorável à expansão da cultura de café. Os seguintes fatores motivaram esta expansão: Oferta estrangeira passou por uma etapa de dificuldades; A descentralização republicana permitiu que o problema da imigração passasse para os estados, que trataram o problema de forma mais ampla; A inflação de crédito beneficiou os cafeicultores, proporcionando o crédito necessário para financiar a abertura de novas terras e depreciando o capital, o que elevava os preços do produto em moeda nacional Superprodução: No Brasil, o produto de maior vantagem relativa era o café e, enquanto o preço desse artigo não baixasse a ponto de que esta vantagem desaparecesse, os capitais formados continuariam a ser reinvestidos na cultura do mesmo. Esse crescente nível de produção era estimulado, não em função da demanda, mas da disponibilidade de mão-de-obra, de terra e da vantagem relativa do café em ralação aos demais produtos exportados. Convênio de Taubaté: Com a queda dos preços devido à superprodução e já que não era mais possível ativar o mecanismo da taxa de câmbio, pois a pressão sobre a classe média e trabalhadora já estava insustentável, os cafeicultores decidiram estocar o excedente com a finalidade de diminuir artificialmente a oferta, por outro lado a cada ano se plantava e colhia mais e mais café, então em fevereiro de 1906, no convênio de Taubaté define-se a política de valorização do produto: O governo compraria café com o intuito de equilibrar a oferta e demanda Faria essas compras adquirindo empréstimos no exterior Pagaria cobrando um imposto em ouro sobre a quantidade de sacas de café exportado Por fim, cabia aos estados produtores desestimular as novas plantações. A priori o estado de São Paulo teve que tomar a iniciativa, pois no começo o governo federal relutou em adotar tal política, porem logo mais tomou para si a

9 responsabilidade e obteve êxito no que se propõem as medidas de estabilidade dos preços do produto Problema futuro: Com os preços equilibrados, a lucratividade se mantinha elevada o suficiente para que continuasse ampliando a produção e como a quarta medida não teve sucesso, apenas se retardou o problema de superprodução. O fato é que não havia crescimento na demanda o suficiente para acompanhar a oferta, que entre cresceu 100% e o mercado só era capaz de absorver 2/3 do total, chegou-se no ponto insustentável, onde os estoques de café chegaram a 10% do PIB e com a crise de 29, veio à tona toda a fragilidade do sistema. Em poucos meses todas as reservas até então acumuladas foram tragadas pelos capitais em fuga, sem contar com o efeito inflacionário que ficou dessa política. Capítulo 31 Os mecanismos de defesa e a crise de 1929 Crise mundial: Apesar da crise ter deflagrado em 1929, a produção máxima de café ocorreu em 1933, como reflexo das plantações de Os pontos básicos do problema eram Que mais convinha: colher o café ou deixa-lo apodrecer na plantação? Se colhido o café, qual seria seu destino? Como financiar a operação de estocagem? Colhido ou não o café, as perdas existiriam. Abandonar os cafezais sem indenização aos produtores significava recair sobre estes as perdas maiores. Mecanismo de defesa através da taxa cambial: a grande acumulação de estoques em 1929 levou a rápida liquidação das reservas metálicas e gerou precárias perspectivas de financiamento. A queda do valor externo da moeda (alta da taxa cambial) criou um alívio ao setor cafeeiro, pois as perdas eram transferidas para a coletividade através da alta dos preços das importações. Esta depreciação da moeda, que atenua o impacto da baixa do preço internacional e induz o empresário a continuar a colheita, permite a manutenção da expansão das colheitas. Logo ocorre uma nova baixa de preços e nova depreciação. Política de destruição dos estoques: A política de valorização é levada ao extremo, ocorrendo queima dos estoques. As conseqüências da política de destruição dos estoques são: Garantia dos preços mínimos de compra; Manutenção do nível de emprego; Menor contração da renda monetária em relação ao preço que o agricultor recebia pelo seu produto; Fomento à renda nacional: redução da renda monetária relativamente pequena se comparada com a de outros países. Recuperação da economia brasileira: A partir de 1933 ocorre recuperação da economia graças à política de fomento seguida inconscientemente que era um subproduto da defesa dos interesses cafeeiros.

10 Capítulo 32 Deslocamento do Centro Dinâmico Pressão da política de defesa do café sobre a estrutura do sistema econômico: O financiamento dos estoques com recursos externos evitava o desequilíbrio na balança de pagamentos. A expansão das importações induzida pelo investimento em estoques dificilmente poderia exceder o valor desses estoques, os quais tinham um cobertura cambial de 100%. Se esta tivesse ocorrido através da expansão do crédito, os efeitos seriam mais adversos ainda. Política de fomento da renda: Foi igualmente responsável por um desequilíbrio externo. Pois a correção do desequilíbrio se fazia através da forte baixa no poder aquisitivo externo da moeda, o que elevava os preços dos artigos importados. Ocorre então uma compressão do coeficiente de importações e a renda que deveria ser despendida em importações ficava represada dentro do país, gerando uma pressão sobre os produtores internos. A conclusão é que, ao se corrigir o desequilíbrio externo não se conseguia mais que transformá-lo em desequilíbrio interno. Mercado interno: O setor que produzia para o mercado interno passa a oferecer melhores oportunidades de investimento que o setor exportador. Com a importação limitada, a indústria nacional se expande através do aproveitamento mais intenso da capacidade já instalada. Além disso, a dificuldade de importar máquinas e equipamentos fomentou a indústria de bens de capital no país. Logo, houve uma rápida ascensão de produção industrial no país. Fixação do câmbio: Uma possível recuperação do setor exportador geraria a valorização da moeda, o que resultaria na retração da demanda por bens produzidos internamente. Conseqüentemente, ocorreria uma redução da renda e do emprego, provocando uma contração na procura por bens importados, restabelecendo o equilíbrio em um nível mais baixo de utilização da capacidade produtiva. Logo o crescimento relativo do setor de produção para o mercado interno tornava impraticável o funcionamento de um sistema cambial com taxa flutuante, tornando necessária a fixação do câmbio. Capítulo 33 O desequilíbrio externo e sua propagação : Ocorreu pequena valorização da moeda brasileira, ocasionando transtornos a setores industriais ligados ao mercado interno, pois a elevação do poder de compra da moeda brasileira gera o barateamento das mercadorias importadas. Logo, exportadores e produtores ligados ao mercado interno se aliam contra a revalorização da moeda. Câmbio fixo: Para manter a moeda desvalorizada criou-se uma situação paradoxal: enquanto aumentava o número de compradores e diminuía a oferta de mercadorias, o Brasil fixava o valor externo de sua moeda em baixo nível. Isto favorecia o setor exportador e evitava a redução do grau de utilização da capacidade produtiva interna.

11 Conseqüências da situação cambial: A queda na procura de divisas gerava a depreciação das destas. Como fluxo de renda monetário criado pelo setor exportador não tinha contrapartida na oferta de bens importados, ocorria uma retenção forçada de divisas. A elevação nos preços de exportação resultava na inflação da renda dos exportadores, aprofundando o desequilíbrio e gerando alta de preços na economia. A alta de preços refletia-se nos custos do setor exportador e dificultava a execução de qualquer política tendente a conservar o nível da renda nesse setor. O aumento dos gastos dos governos (despesas militares) reduz ainda mais a parte do produto destinada a atender às necessidades dos consumidores e investidores. Baixa geral na produtividade, ocasionada pela substituição de combustíveis de qualidade superior por outros de qualidade inferior, pela paralisação das máquinas por falta de peças, etc. Essa baixa na produtividade não acarretava redução no pagamento aos fatores de produção empregados. Desequilíbrio entre fluxo de renda e oferta de bens e serviços. Alta brusca de preços: A tensão suplementar que se exerce sobre a economia a partir de 1940, é automaticamente acompanhada por uma alta brusca nos preços. Ocorreu então uma valorização, por efeito da demanda, de todos os bens em processo de produção ou estocados. Empresários realizam ganhos substanciais de capital. Esta correção do desequilíbrio traz consigo necessariamente uma redistribuição da renda em benefício de uns grupos e em prejuízo de outros : disparidade crescente entre os preços internos e de exportação, que se elevam intensamente, e os preços de importação, que crescem com rapidez muito menor. A conseqüência prática desta disparidade crescente foi a subversão do nível relativo de preços que havia servido de base para o desenvolvimento industrial desde o começo dos 1930s. Capítulo 34 Reajustamento do coeficiente de importações Liberação de importações e regularização da oferta externa: Em 1947, a liberação das importações gera um aumento do coeficiente de importações em descompasso com o crescimento da renda (população tenta voltar ao nível de importações de 1929, incompatível com a capacidade para importar), ocasionando um desequilíbrio. Medidas possíveis: desvalorização cambial ou adoção de controles seletivos sobre importações sem mudar o câmbio. O temor de elevar a inflação levou à última alternativa. A indústria interna é beneficiada com a barreira à importação de bens de consumo e pelo barateamento dos bens de produção, favorecendo as inversões industriais. Logo, eleva-se a produtividade e preços industriais se reduzem (crescem menos que a inflação).

12 Possíveis conseqüências de uma desvalorização em 1947: Desvalorização real das reservas das empresas e compressão da possibilidade de elevar a capacidade instalada. Expansão da renda dos exportadores e incentivos para investimentos nesse setor. Gerando a expansão da oferta de café e queda de seu preço. Elevação de preços dos importados e uso de divisas para comprar bens de consumo. Investimento industrial interno: Política cambial teve efeito não intencional de favorecer o investimento industrial, pois as importações a baixos preços dos equipamentos permitiram a apropriação por parte dos industriais da melhoria nas relações de troca. A taxa de capitalização pôde elevar-se sem que com isso se impedisse um crescimento substancial do consumo. Por fim, não houve redistribuição de renda no sentido estático, mas sim uma apropriação por aqueles empresários de parte substancial do aumento da renda da coletividade.

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