Políticas macroeconômicas para um crescimento robusto e sustentável
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1 Políticas macroeconômicas para um crescimento robusto e sustentável São Paulo, FGV-SP, 10º Fórum de Economia, 30/09/2013 Luiz Fernando de Paula Professor Titular da FCE/UERJ e ex- Presidente da AKB luizfpaula@terra.com.br
2 Questões Quais as restrições macroeconômicas para o Brasil dobrar a renda per capita em 15 anos? Qual a matriz macroeconômica que o Brasil realmente precisa?
3 Coordenação de politicas keynesianas Política monetária afeta a taxa de acumulação da economia e variáveis reais (produto e emprego). Política fiscal é um instrumento antíciclico poderoso, mas governo deve buscar equilibrio fiscal longo prazo e privilegiar gastos discricionários. Em economias abertas, taxa de câmbio competitiva é fundamental para superar restrição externa e dar sustentação ao crescimento. Regulação da conta capital pode ser instrumento válido para proporcionar maior autonomia da politica econômica. Para eficácia de politicas ativistas é fundamental o governo dar claro sinais das suas intenções de política.
4 Porque câmbio é mais apreciado e volátil em economias emergentes?
5 Consequencias da integração financeira Integração financeira assimétrica torna taxa de cambio mais volátil e abundância de fluxos capitais geram tendência a apreciação da taxa de câmbio. Fluxos de capitais são determinados por fatores exógenos. Saxena (2008) mostra que no período recente regimes cambiais flexiveis tendem a exibir maior co-movimento com taxa de juros dos EUA. Assim, ciclo financeiro global transforma trilema em dilema: politica monetária independente só é possível se conta capital for direta ou indiretamente administrada (Helene Rey, 2013). Paradoxo do capital: economias que mais crescem são aquelas com superávits em conta correntes.
6 Aguire e Calderon (2006) Há uma relação negativa e significativa entre crescimento e desalinhamento; Efeito sobre crescimento é mais adverso quanto maior for o tamanho da sobrevalorização; Pequenas desvalorizações reais (até 12%) têm efeito positivo sobre crescimento, enquanto que grandes desvalorizações têm efeito negativo; Há uma relação negativa entre crescimento econômico e a volatilidade do desalinhamento.
7 Estudos sobre multiplicador fiscal Multiplicador fiscal é maior em períodos de recessão (dependente do estado da economia). É influenciado pelo tipo de política monetária que é adotada pelo BC, sendo mais elevado quando se atinge o limite inferior da taxa de juros (Woodford, 2010). Tendem a ser maiores com investimento público do que com aumento do consumo do governo ou redução da carga tributária líquida.
8 Regime de metas e inflação Estudos empíricos não são conclusivos em encontrar que países emergentes que adotam regime de metas de inflação tem uma performance melhor em termos de produto e inflação em relação aos que não adotam. Há uma relação não-linear entre inflação e crescimento econômico. Com relação ao nível da taxa de inflação alguns estudos apontam um patamar crítico entre 5 a 10% e outros para um patamar entre 10 a 12% a.a.
9 Economia em stop-and-go (PIB real 3,4% 2000/12) 12,0 10,0 10,4 8,0 7,9 7,5 6,0 4,0 2,0 4,8 4,3 1,3 2,7 2,1 1,21,3 5,7 3,2 4,0 2,1 2,2 6,1 5,3 5,2 4,1 2,7 1,6 0,9 0,0-2,0-4, , ,6-0,8 PIB Industria -6,0-5,6
10 2003 T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T2 Contribuição para o crescimento do PIB 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0-2,0-4,0 Consumo final FBCF Exportações -6,0-8,0
11 Taxa de investimento (% PIB) 1960/ ,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,
12 Razões para desaceleração Estruturais: - Esgotamento do ciclo de expansão do consumo puxado pelo crédito. - Desindustrialização e perda de competitividade das exportações manufatureiras. - Estímulo do aumento da demanda doméstica vazou para o exterior. Conjunturais: - Piora no cenário internacional - Má coordenação de políticas macro em 2011 e Baixo investimento público
13 Crédito livre para pessoa física 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% abr/08 jun/08 ago/08 out/08 dez/08 fev/09 abr/09 jun/09 ago/09 out/09 dez/09 fev/10 abr/10 jun/10 ago/10 out/10 dez/10 fev/11 abr/11 jun/11 ago/11 out/11 dez/11 fev/12 abr/12 jun/12 ago/12 out/12 dez/12 fev/13 abr/13 Estoque Variação anual
14 jan/05 abr/05 jul/05 out/05 jan/06 abr/06 jul/06 out/06 jan/07 abr/07 jul/07 out/07 jan/08 abr/08 jul/08 out/08 jan/09 abr/09 jul/09 out/09 jan/10 abr/10 jul/10 out/10 jan/11 abr/11 jul/11 out/11 jan/12 abr/12 jul/12 out/12 jan/13 abr/13 jul/13 Endividamento das familias/renda acumulada últimos 12 meses 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0
15 jan/00 jun/00 nov/00 abr/01 set/01 fev/02 jul/02 dez/02 mai/03 out/03 mar/04 ago/04 jan/05 jun/05 nov/05 abr/06 set/06 fev/07 jul/07 dez/07 mai/08 out/08 mar/09 ago/09 jan/10 jun/10 nov/10 abr/11 set/11 fev/12 jul/12 dez/12 mai/13 Taxa de cambio real efetiva 180,0 160,0 140,0 120,0 100,0 80,0 60,0 40,0
16 Termos de troca (2006 = 100)
17 Custo unitário do trabalho (US$) 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0 200,0 jan/89 set/89 mai/90 jan/91 set/91 mai/92 jan/93 set/93 mai/94 jan/95 set/95 mai/96 jan/97 set/97 mai/98 jan/99 set/99 mai/00 jan/01 set/01 mai/02 jan/03 set/03 mai/04 jan/05 set/05 mai/06 jan/07 set/07 mai/08 jan/09 set/09 mai/10 jan/11 set/11 mai/12 jan/13
18 Boca de jacaré Comercio varejista Produto industrial (volume)
19 Coeficiente de importações 23,0 22,0 21,0 21,3 21,6 21,9 22,222,3 22,0 22,0 20,0 20,3 20,7 19,0 18,9 19,5 18,0 17,0 17,0 17,3 17,9 18,5 18,8 18,2 17,5 17,0 17,5 18,3 16,0 16,2 16,6 15,0 15,7 14,0
20 Saldo fiscal primário (% do PIB) 140,0 120,0 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 Crise do euro (agosto 2011=100) Crise de Lehman Brothers (set = 100)
21 IPCA 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 jan/01 mai/01 set/01 jan/02 mai/02 set/02 jan/03 mai/03 set/03 jan/04 mai/04 set/04 jan/05 mai/05 set/05 jan/06 mai/06 set/06 jan/07 mai/07 set/07 jan/08 mai/08 set/08 jan/09 mai/09 set/09 jan/10 mai/10 set/10 jan/11 mai/11 set/11 jan/12 mai/12 set/12 jan/13 mai/13 Comercializ. Não-Comercializ.
22 O que fazer? Por algum tempo devemos conviver com uma taxa de inflação elevada (5 a 6,5% a.a.) BCB deve ter duplo mandato: inflação e emprego. Regime de metas não deve ser uma camisa de força para o crescimento. Janela de oportunidade para um câmbio competitivo. Manutenção de uma tx cambio real competitiva e relativamente estável a LP. Taxa de cambio flutuante administrada. Regulação na conta capital.
23 O que fazer? Politica fiscal: maior transparência fiscal, redução nas transferências financeiras do Tesouro, e aumento no investimento público para garantir estabilização do nível de atividade econômica. Política salarial: taxa de variação de salários igual a meta de inflação e tx de crescimento da produtividade do trabalho. Deve-se buscar uma boa coordenação de políticas para compatibilizar crescimento com estabilidade.
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