FLEXIONAMENTO ESTÁTICO X DINÂMICO NO AQUECIMENTO ESPORTIVO
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- Ricardo Castilhos de Andrade
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1 FLEXIONAMENTO ESTÁTICO X DINÂMICO NO AQUECIMENTO ESPORTIVO Ricardo Luiz Pace¹ Ricardo Luiz Pace Júnior¹ ² ³ ricardo_pace@yahoo.com.br ¹Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC - Campus Conselheiro Lafayete-MG ²Laboratório de Avaliação Motora da Faculdade de Educação Física e Desportos - Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF - MG ³Programa de Mestrado em Avaliação nas Actividades Físicas e Desportivas - Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro - UTAD - Portugal Resumo: O treinamento da flexibilidade é hoje alvo de muitos estudos, porém a literatura carece de estudos que visam não o aumento da mesma, mas uma ótima preparação muscular para uma atividade esportiva. Sabendo que diferentes estímulos causam respostas distintas o presente estudo tem como objetivo comparar dois diferentes métodos de flexionamento, estático e dinâmico sobre a potência muscular de universitários ativos. A amostra foi constituída de 20 universitários que foram divididos em dois grupos e submetidos a dois protocolos experimentais, constituídos de um aquecimento com flexionamento estático e outro com flexionamento dinâmico. Após o aquecimento foram submetidos ao teste de impulsão horizontal. O protocolo onde o flexionamento dinâmico fazia parte obteve valores maiores no teste de impulsão horizontal, porém os resultados não foram estatisticamente significativo. Palavras-chave: flexionamento estático, flexionamento dinâmico, aquecimento. Introdução: Hoje em dia já sabemos que para uma boa performance durante um exercício físico devemos realizar um aquecimento prévio. Este aquecimento é composto, geralmente, de uma corrida leve (trote), exercícios coordenativos, atividades com bola em alguns desportos e alongamentos. Usualmente, formas de aquecimento são aplicadas com o intuito de possibilitar o funcionamento mais
2 ativo do organismo como um todo, além de prevenir lesões, mesmo sendo essas evidências questionáveis, dependendo das diversas variáveis intervenientes (SIMÃO et al., 2003). Sabe-se que os exercícios aeróbios que tendem a aumentar a temperatura corporal possibilitam maior velocidade das reações químicas no corpo humano (ROBERGS, ROBERTS, 2002). A flexibilidade assim como seu treinamento vem sendo alvo de inúmeros estudos, aumentando significativamente a quantidade e qualidade das informações a seu respeito. Os estudos do treinamento da flexibilidade relacionado aos esportes mostram-se quase unânimes com relação à importância da flexibilidade para a prática dos esportes (WANG,1999; WIEMMANN, 2000). A flexibilidade pode ser definida como a qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento em máxima amplitude articular, por uma articulação ou conjunto de articulações dentro de seu limite morfológico, sem risco de causar nenhuma lesão (DANTAS, 2002). Ainda segundo DANTAS o treinamento da flexibilidade pode ser realizado de formas distintas em função dos diferentes níveis de intensidade, máximo e sub-máximo. Na intensidade submáxima temos o Alongamento, que do ponto de vista fisiológico ocorre a deformação dos componentes plásticos (retículo sarcoplasmático, mitocôndrias, sistema tubular, ligamentos e discos intervertebrais) e durante a performance facilita a execução dos movimentos e aumenta a eficiência pela pré-deformação desejada dos componentes plásticos. Na intensidade máxima temos o Flexionamento que pode ser estático ou dinâmico. Fisiologicamente sabe-se que o flexionamento dinâmico exerce ação sobre os mecanismos de propriocepção, ou seja, fuso muscular. Estimulando assim o reflexo miotático que provoca a contração da musculatura que está sendo estirada. Esta informação leva-nos a crer que este tipo de flexionamento pode ser o mais indicado para atividades esportivas, pois acontece exatamente isso durante a execução de um movimento esportivo. Primeiramente um alongamento, acompanhado de uma contração concêntrica da musculatura alongada. Um exemplo é o chute no futebol, onde ocorre uma flexão de joelho provocando um alongamento do quadríceps femoral seguido de uma contração concêntrica do
3 mesmo para acertar a bola com força e velocidade gerando um chute altamente potente. Se a insistência for estática a ação é sobre os órgãos tendinosos de golgi, obtendo uma redução do tônus muscular que poderá afetar negativamente as ações esportivas como o chute no futebol. Acredita-se que durante uma situação de performance a ação residual da resposta proprioceptiva pode provocar contratura se for realizado flexionamento dinâmico ou redução do tônus muscular ou relaxamento se for realizado flexionamento estático imediatamente antes do início da atividade esportiva. O presente trabalho tem como objetivo comparar os métodos de flexionamento estático x flexionamento dinâmico como parte do aquecimento desportivo com o intuito de aumento da potência muscular de membros inferiores. Metodologia: A amostra foi constituída de 20 voluntários onde 13 eram homens e 7 mulheres com idade de 20 ± 1,9 anos, peso de 67 ± 7 kg e altura de 1,725 ± 0,07m, todos ativos que cursavam o curso de Educação Física. Todos os voluntários assinaram o termo de consentimento esclarecido de acordo com as normas éticas exigidas pela Resolução nº 196/out., 1996 (Conselho Nacional de Saúde). Para a realização do estudo foram formados dois grupos, A e B. Os dois grupos foram submetidos a dois protocolos experimentais, ambos com duração de 10 minutos. O protocolo 1 era dividido da seguinte forma: 3 minutos de trote; 3 minutos de exercícios coordenativos (ex.: elevação de joelhos, deslocamentos laterais, etc.); 4 minutos de flexionamento estático. O protocolo 2 diferencia-se do acima somente nos 4 minutos finais onde era realizado o flexionamento dinâmico. Os testes foram realizados em uma quadra poliesportiva às 10 horas da manhã. No primeiro dia o grupo A realizou o protocolo 1 e o grupo B realizou
4 o protocolo 2, uma semana depois, os papéis foram invertidos. O grupo A realizou o protocolo 2 e o grupo B realizou o protocolo 1. Após o aquecimento foi realizado o teste de impulsão horizontal. Este teste foi escolhido com o objetivo de medir indiretamente a força de membros inferiores dos voluntários, além de ser um teste de fácil aplicabilidade. Cada voluntário realizava três saltos onde foi selecionado o melhor resultado para a análise. Para a análise dos dados foi utilizada estatística descritiva além do teste t de student para verificar diferenças entre os dois protocolos, foi adotado p 0,05. Foi utilizado o softwere Microsoft Excel 2007 para tratamento dos dados. Resultados: Gráfico 1 Média dos 3 saltos no teste de impulsão horizontal com flexionamento estático e flexionamento dinâmico.
5 Gráfico 2 Maior média das 3 tentativas no teste de impulsão horizontal com flexionamento estático e flexionamento dinâmico. O gráfico 1 apresenta os valores médios das três tentativas no teste de impulsão horizontal. O gráfico 2 nos mostra a maior média do flexionamento estático e do flexionamento dinâmico. A diferença entre eles foi de 0,06m. Apesar da diferença de 6cm quando utilizamos o teste t de student para verificar se esta diferença é significativa, este nos mostra que a diferença não é estatisticamente significativa onde p 0,27. Conclusão: Os resultados nos mostram que o flexionamento dinâmico por ter tido uma maior média, apesar de estatisticamente não ser significativo, pode ser mais interessante durante o aquecimento no futebol. Sabemos que hoje em dia, quando trabalhamos com esporte de altorendimento, conseguir avanços torna-se cada vez mais difícil pelo grande nível de treinamento dos atletas. Uma melhora por menor que seja poderá potencializar a performance de um atleta, aumentando assim a possibilidade de triunfo do mesmo. Sugerimos, assim, que seja utilizado o método de flexionamento dinâmico como parte integrante do aquecimento no futebol mesmo sabendo que a diferença
6 estatisticamente não foi significativa. Outros estudos com métodos e populações diferentes devem ser realizados para uma maior investigação sobre o tema. Lembramos que é também necessário um maior controle das variáveis intervenientes, porém sem tirar o caráter ecológico da pesquisa. Referências bibliográficas: AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Position Stand: the recommended quantity and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory and muscular fitness, and flexibility in healthy adults. Medicine and Science in Sports and Exercise, v.30, p , ALTER, M. J.. Ciência da Flexibilidade. 2ª ed., Porto Alegre: Artmed, DANTAS, E. H. M.. Flexibilidade: alongamento e flexionamento. Rio de Janeiro: Editora Shape, 1999 DANTAS, E. H. M.; CARVALHO, J. L. T. & FONSECA, R. M. O.. Protocolo LABIFIE de goniometria. Revista de Treinamento Desportivo. São Paulo. v. 2, n. 3, p , 1997 DANTAS, E. H. M.; PEREIRA, S. A. M.; ARAGÃO, J. C. & OTA, A. H.. Perda da Flexibilidade no Idoso. Fitness & Performance Journal, v.1, n. 3 p.12-20, FARINATTI, Paulo T.V.; NÓBREGA, C.L. & ARAÚJO, Cláudio Gil. (Março-Abril, 1998). Perfil da flexibilidade em crianças de 5 a 15 anos de idade. Lisboa: Horizonte - Revista de Educação Física e Desporto, vol 14 (82), FARINATTI, Paulo T.V. Flexibilidade e Esporte: Uma revisão da literatura. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 14(1):85-96, jan./jun FERNANDES, J. F.. A prática da avaliação física. Rio de Janeiro: Ed. Shape, KATCH, V. L. & KATCH, F. I.. Extreme muscular development in man: Body composition of competitive Olympic lifters, power lifters, and body buiders. Med. Sci. Sports, v. 12, p. KOMI PV, GOLLHOFER A. Stretch reflexes can have an important role in force
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