FÓSSEIS COMO EVIDÊNCIA DE EVOLUÇÃO
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- Maria do Carmo Ferretti Almada
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1 FÓSSEIS COMO EVIDÊNCIA DE Autoras: Junia Freguglia Marina Fonseca EVOLUÇÃO Menino examina fóssil de Arthopleura pustulatus, em comparação com uma barata atual. Imagem retirada da reportagem Descoberto maior fóssil de barata conhecido Inseto de 9 centímetros viveu há 300 milhões de anos, muito antes dos dinossauros de autoria de Caroline Vilas Bôas, publicada na revista Ciência Hoje On-line. Tópico n.º 13 do CBC de Ciências Habilidade Básica recomendadas no CBC: Relacionar informações obtidas através do estudo dos fósseis a características da Terra no passado, seus habitantes e ambientes. Organização do texto: Informação História Atividades Projetos 1
2 Introdução Quando falamos em fósseis, as imagens que normalmente nos vem à cabeça são de ossos gigantes, especialmente dos dinossauros. De fato este é um assunto que pode "dar asas" à imaginação das pessoas: pensar que já existiram seres no planeta muito diferentes dos que existem hoje. Jornalistas observam ossos de dinossauro gigante encontrado na China. Mas não se tratam apenas de dinossauros, de preguiças gigantes e outros seres que nos parecem exóticos e até mesmo "bizarros". Uma simples barata também tem sua história evolutiva. Isso significa que já existiram outros seres com características similares e que deram origem a barata, tal como a conhecemos hoje. No caso da barata o similar também era uma barata gigante (nem tão gigante assim, mas com o dobro do tamanho das baratas mais comuns dos dias de hoje). Descoberto maior fóssil de barata conhecido Inseto de 9 centímetros viveu há 300 milhões de anos, muito antes dos dinossauros Trechos e imagens da reportagem de Caroline Vilas Bôas, publicada na Revista Ciência Hoje On-line O fóssil impressionou os cientistas pela quantidade de detalhes preservados. É possível identificar, por exemplo, partes da boca, patas e antenas, nervuras e finas saliências que cobriam a superfície das asas da barata, que media 9 centímetros. A semelhança do fóssil com insetos que vivem atualmente nos trópicos é grande. Apesar de Barata atual de quase 4 cm, comparada com fóssil duas vezes maior encontrado nos EUA. 2
3 ele ser duas vezes maior que a maioria das baratas norte-americanas, algumas espécies modernas dos trópicos são conhecidas por medir 10 centímetros ou mais. A barata foi encontrada junto com diversos outros fósseis de plantas e animais. Os paleontólogos normalmente encontram fósseis de animais com ossos ou conchas, porque a constituição mineral destes favorece sua preservação. Mas, no caso do sítio arqueológico no qual a barata foi encontrada, algo incomum ocorreu, permitido preservar também outros animais. Os fósseis encontrados em sítios arqueológicos como este podem ajudar os paleontólogos a conhecer e a compreender a diversidade da vida no planeta ao longo da sua história evolutiva. O fato de que muitos seres encontrados no passado tinham dimensões maiores do que eu seres encontrados hoje tem uma explicação. E esta explicação passa pelas características encontradas por tais seres na Terra. Houve um período em que as características da atmosfera do planeta favoreceram a vida em abundância, seres vivos de dimensões maiores do que as que conhecemos hoje. E houve também períodos em que a vida era apenas microscópica. Os registros fósseis e o trabalho de paleontólogos e outros cientistas ajudam a construir uma história para o Planeta. Estes profissionais se empenham para contar a história natural de um passado muito longínquo, do qual apenas podem acessar algumas pistas, para tentar compreendê-lo. Fósseis são marcas deixadas por seres vivos que já existiram no passado. Estas marcas podem ser restos de seus corpos ou vestígios, tais como pegadas ou seus excrementos, que ficaram preservados. Esta preservação pode ser em gelo, em resinas, em sedimentos ou em rochas. Os paleontólogos são os profissionais que se especializam em encontrar estes registros e em interpretá-los. Assim, tentam compreender quais eram as conformações anteriores da terra, que seres existiam e em que condições. A partir 3
4 do conjunto destes trabalhos, baseados no estudo dos fósseis encontrados, os pesquisadores vão tentando contar a história natural do planeta Terra. Neste módulo vamos conhecer mais sobre os fósseis, sobre o que eles indicam a respeito das espécies que já existiram, suas características e as relações destas com as condições ambientais do planeta nas suas diferentes eras geológicas. Atividade 1: Fóssil de mentira, descoberta de verdade Atividade adaptada e imagens da reportagem de Nelio Bizzo, publicada na Revista Ciência Hoje On-line Não é possível ver as grandes mudanças da evolução acontecendo, porque elas ocorrem muito lentamente. Entretanto, os fósseis nos fornecem pistas de como se dá a evolução dos seres vivos. Isso porque os fósseis permitem que seres vivos do passado sejam comparados com os seres vivos atuais. Os fósseis são vestígios seres que já viveram na Terra. Podem ser dentes, ossos, pegadas e muitos outros tipos de vestígios. Nesta prática você vai aprender a fazer um vestígio deste tipo, só que de brincadeira. Você vai precisar de: - jornal; - um pouco de cimento (para fazer dois fósseis, meio quilo é suficiente); - água; - luvas descartáveis; - copos descartáveis (200 mililitros); - um jardim; - uma fonte confiável para identificação de plantas (pode ser um livro ou mesmo um dos seus professores). - uma tesoura ou uma faca (sem ponta!). Cada grupo de alunos vai para um jardim escolher uma folha de planta que caiba dentro de um copo descartável (sem que seja rasgada, dobrada ou amassada). 4
5 Identifique a espécie de árvore à qual folha pertence. Mas não mostre a ninguém nem conte de onde a folha foi recolhida. Forre o chão ou uma mesa com o jornal para evitar sujeira. Coloque as luvas para proteger as mãos. Coloque cimento em um copo descartável até a metade do copo. Acrescente água até virar uma massa molhada. Depois que tiver uma massa homogênea preenchendo todo o copo, coloque a folha escolhida sobre a massa. Depois coloque só um pouquinho de cimento misturado com água, apenas o suficiente para cobrir levemente a folha. Use bem pouco cimento e cubra somente a folha. Deixe secar por uma semana. Após uma semana... Retire o seu fóssil de mentira de dentro do copo de plástico. Quebre levemente a camada de cimento que recobre a folha, usando uma tesoura ou faca sem ponta. Tendo seu fóssil de mentira em mãos troque de fóssil com outro grupo. Primeiro imaginem como deve ser a planta olhando apenas para o fóssil. Busquem no fóssil, pistas sobre a disposição da folha no galho, sobre o tamanho da planta. Façam um desenho de como vocês imaginam que seja a planta, a partir do fóssil que tem em mãos. Depois de feito o desenho, todos devem seguir para o local onde foram recolhidas as folhas para identificar qual planta deu origem ao fóssil que receberam. Depois de identificada a espécie de árvore à qual pertence o fóssil que você recebeu, confirme com um grupo que fez aquele fóssil de mentira, para saber se você acertou. Compare e discuta com os colegas as suas previsões (feitas apenas a partir do fóssil) e a planta identificada. 5
6 Existem muitos tipos de fósseis e este dessa prática os paleontólogos chamariam de preservação por moldagem, se fosse de verdade, é claro. Fósseis deste tipo, de verdade, se formam através de vegetais e animais que foram soterrados por sedimentos. Tais sedimentos, tais como areias e lamas, endurecem e se transformam em rochas. Desta forma os vestígios destes seres ficam preservados por milhões de anos. Mas este é um processo raro de acontecer naturalmente. Isto porque a preservação por moldagem exige que plantas e animais sejam soterrados rapidamente, de uma forma que não ocorra a sua decomposição, processo que acontece normalmente com os seres mortos, sob a ação dos decompositores. Discuta com seu grupo as seguintes questões: - Como foi possível identificar a planta que deu origem ao fóssil de mentira? - Quais dificuldades foram encontradas pelo grupo para identificar a planta que deu origem ao fóssil? - Se fosse um pedaço de galho e não uma folha que tivesse sido preservado seria possível identificar a planta de origem? Como? - A partir das percepções sobre esta atividade, discutam sobre que dificuldades que os paleontólogos devem encontrar em seu trabalho e como eles podem conseguir superar tais dificuldades. Fóssil por moldagem de vegetal, comparado ao similar atual. 6
7 Tipos de Fósseis: Restos ou Vestígios Os fósseis podem ser partes dos animais que ficaram preservadas, que são chamadas restos. Os restos podem ser de partes duras dos organismos, tais como conchas, ossos ou partes rígidas de uma planta (compostas por celulose); Ou podem ser de partes moles, que ficaram congeladas ou preservadas em resinas. Outro tipo de fósseis são os vestígios, tecnicamente chamados de icnofósseis ou fósseis traço. Os vestígios são marcas deixadas pelos organismos, tais como pegadas e excrementos. Pegadas de ornitópode - um dinossauro grande que existiu durante o final do Período Triássico até o fim do Cretáceo. sauropodes.jpg Coprólitos são fósseis de fezes. Coprólitos de herbívoros (esq.) são reconhecidos pelo formato oval; os de carnívoros (dir.) têm padrão mais cilíndrico (fotos: P.R. Souto) Fóssil de Amanonite (molusco extinto) Período: Devoniano ao Cretáceo (408 a 65 milhões de anos) Foto: Cesar Rodrigues Fóssil de peixe de 380 milhões de anos, descoberto na Austrália. Este fóssil apresenta carcaterísticas importantes dos futuros anfíbios e pode elucidar mais sobre a evolução dos vertebrados terrestres. 7
8 Atividade 2 A seguir são apresentados pequenos trechos e imagens de oito reportagens sobre fósseis que foram publicadas nos site de Ciência Hoje On-line. Após a leitura cuidadosa dos trechos e observação das imagens você deverá responder às questões relacionadas aos mesmos. Escreva as respostas com suas palavras. 1. A causa da transição do cambriano Cientistas tentam entender surgimento da vida pluricelular há 540 milhões de anos Trechos e imagens da reportagem de Helena Aragão, publicada na Revista Ciência Hoje On-line Há cerca de 540 milhões de anos, a história da vida na Terra passou por uma revolução única: após organismos unicelulares reinarem no planeta por 3 bilhões de anos, diversos seres pluricelulares surgiram no período relativamente curto de 40 milhões de anos. O evento, ocorrido na era paleozóica, é conhecido como transição do período cambriano. A aparição de seres macroscópicos - plantas, animais herbívoros e carnívoros - afetou radicalmente todos os ecossistemas, modificando, por exemplo, sua dinâmica e seus fluxos de energia O estudo do ecossistema acima pode ajudar a entender a causa da transição do cambriano (foto: W.L. Minckley/Arizona State University) A pesquisa vai estudar uma área desértica próxima a Cuatro Cienegas, no México. A região tem várias nascentes e piscinas naturais com condições térmicas e químicas peculiares e seres vivos que evoluíram para sobreviver nesse meio. Segundo os cientistas, essas condições extremas podem ajudar a entender as circunstâncias em que surgiram formas complexas de vida. Estudando o ecossistema aquático de Cuatro Cienegas, os cientistas pretendem formular um modelo para a dinâmica da evolução da biosfera no início do cambriano. Qual o tempo estimado para o surgimento da vida pluricelular no Planeta? Qual foi a mudança que ocorreu no Planeta no período Cambriano? Porque os cientistas escolheram a região de Cuatro Cienegas, no México, para estudar o período Cambriano? 8
9 2. A fera terrível de Minas Gerais Crocodilo pré-histórico reforça hipótese de união da América e África há mais de 70 milhões de anos. O estudo do material, publicado na revista Gondwana Research, elucidou questões sobre a evolução e comportamento dos crocodilomorfos grupo de animais contemporâneos dos dinossauros e parentes distantes dos crocodilos e jacarés atuais. A descoberta permitiu ainda inferências sobre a configuração das massas terrestres que compunham o antigo supercontinente Gondwana na época em que o animal viveu. Qual a relação entre o estudo dos crocodilomorfos e o estudo sobre conformação dos continentes do planeta em outros períodos? Situado no topo da cadeia alimentar, U. terrificus foi um dos maiores predadores da era Mesozóica e se alimentava de diversos animais, inclusive pequenos dinossauros. (arte: Ariel Milani Martine) Trechos e imagens da reportagem de Renata Moehlecke, publicada na Revista Ciência Hoje On-line 3. As mais antigas penas já registradas Estruturas primitivas são identificadas em fósseis de dinossauro de 125 milhões de anos na China Trechos e imagens da reportagem dethaís Fernandes, publicada na Revista Ciência Hoje On-line Penas no mais primitivo estágio de desenvolvimento (indicadas pelas setas amarelas na imagem da esquerda) foram identificadas em fóssil de dinossauro do gênero Beipiaosaurus com 125 milhões de anos. No detalhe da direita, veemse as penas primitivas no pescoço do animal (fotos: PNAS). 9
10 Pesquisadores chineses acabam de identificar penas em seu estágio de desenvolvimento mais primitivo. As estruturas, semelhantes a alfinetes, foram detectadas no crânio, pescoço e membros dianteiros de um fóssil de dinossauro de 125 milhões de anos encontrado na formação Yixian, na China. A análise do fóssil dá suporte à hipótese de que as penas evoluíram e se diversificaram inicialmente em terópodes não avianos (grupo de dinossauros bípedes do qual descende a maioria das aves) antes da origem dos pássaros e da evolução do vôo. O que é a presença de penas em estágio primitivo nos dinossauros indica sobre o parentesco entre aves e répteis e sobre a evolução dos vertebrados? 4. Da terra para o mar Fóssil de 24 milhões de anos preenche lacuna na evolução da família de focas e leõesmarinhos Trechos e imagens da reportagem de Bárbara Marcoline, publicada na Revista Ciência Hoje On-line Focas e leões-marinhos têm de fato um ancestral terrestre, conforme sugeriu Charles Darwin há 150 anos. A confirmação veio com a descoberta no Canadá de grande parte do esqueleto de um animal que viveu há cerca de 24 milhões de anos. A espécie, batizada de Puijila darwini, representa provavelmente uma transição dos mamíferos terrestres para o mar. Embora o Puijila tivesse o corpo mais parecido com o de uma lontra do que com o das focas e leõs-marinhos modernos, sua descoberta confirma a hipótese de que a família desses animais (denominados pinípedes) teria um ancestral que passou a maior parte da vida em terra. Até hoje, o fóssil mais antigo da família dos pinípedes conhecido era o Enaliarctos, que já apresentava boa adaptação à vida marinha. Essa espécie viveu no início do Mioceno, entre 20 e 24 milhões de anos atrás. O que a descoberta do fóssil de Puijila darwini indica acerca da evolução dos mamíferos marinhos? Reconstituição artística do Puijila darwini, que marca uma transição dos mamíferos terrestres para ambientes aquáticos. Seus membros mais curtos e achatados facilitavam a busca de alimentos em rios e lagos (arte: Mark A. Klingler / Museu Carnegie de História Natural). 10
11 5. Encontrado mais antigo osso de 'braço' Fóssil esclarece transição das barbatanas dos peixes para os membros dos anfíbios Um fóssil encontrado no estado da Pensilvânia (EUA) pode ajudar a determinar uma incógnita na história da vida no planeta: a época exata em que alguns animais deixaram a água para viver na terra. Com mais de 365 milhões de anos, o osso pertencia ao membro anterior de um quadrúpede parecido com uma salamandra. Trata-se da evidência mais antiga da transição que levaria aos primeiros passos da vida terrestre dos vertebrados. O que a reportagem indica Trechos e imagens da reportagem de Liza Albuquerque publicada na Revista Ciência Hoje On-line sobre a evolução dos vertebrados em relação aos ambientes ocupados por este grupo? O fóssil e seu equivalente em peixes e humanos. Há cerca de 365 milhões de anos, ele evoluiu para sustentar um membro em vez de uma barbatana Que conclusões podemos tirar a partir da leitura das reportagens 4 e 5 para explicar a evolução dos mamíferos aquáticos e terrestres? 6. O dente adequado para cada um Estudo da dentição de animais extintos ajuda a entender como diferentes grupos surgiram e evoluíram A dentição dos animais extintos ajuda os cientistas a desvendar como os grupos diferentes surgiram e evoluíram ao longo da história da vida na Terra, pois o tipo e as características dos dentes fornecem informações preciosas. Além disso, devido à sua constituição resistente, em muitos casos só os dentes de animais extintos foram preservados até os dias atuais. O estudo da dentição de vários mamíferos já extintos que viveram na América do Sul mostra como esse grupo era diversificado e revela aspectos surpreendentes dessa fauna. As variações e adaptações nos dentes dos mamíferos, ao longo da evolução, são numerosas e surpreendentes. É Porção de crânio e mandíbula da preguiça gigante Eremotherium laurillardi, extinta há 10 mil anos, mostrando, à direita, que não há dentes na região correspondente ao focinho. O desgaste em forma de zigue-zague ocorria porque há dois tipos de dentina, e a mais dura, disposta em duas cristas, desgastava a mais mole (foto: C. 11 Cartelle). Trechos e imagens da reportagem de Cástor Castelli publicada na Revista Ciência Hoje On-line
12 como se a natureza lançasse mão de contínuas invenções para facilitar e ampliar o que para todo ser vivo é essencial: sua dieta. A conformação dos dentes indica o cardápio possível das espécies: cascas de árvores, peixes, insetos, frutos, folhas, sementes, crustáceos, néctar, carne, grama e assim por diante. Para cada prato, mesmo os mais sofisticados ou inusitados, existe um tipo de dente. Alguns mamíferos até os dispensaram, em função de sua dieta bem diferente. Que tipo de informações podem ser obtidas sobre animais extintos, através de sua dentição? 7. O mistério da crista do lambeossauro Estrutura do crânio era usada para comunicação entre indivíduos, indica tomografia computadorizada Trechos e imagens da reportagem de Juliana Marques publicada na Revista Ciência Hoje On-line A função da crista na cabeça dos lambeossauros, répteis herbívoros que viveram há cerca de 75 milhões de anos, sempre intrigou os paleontólogos. Para que servia ela, afinal? Agora, com a técnica de tomografia computadorizada, cientistas dos Estados Unidos e do Canadá chegaram mais perto de uma resposta: a estrutura tinha função de comunicação entre indivíduos, sugere o estudo. A conclusão foi tirada a partir da análise de um modelo digital tridimensional do crânio do lambeossauro. O modelo revelou aos cientistas detalhes sobre como era o cérebro desse réptil pré-histórico. Pela primeira vez a estrutura cerebral e a cavidade interna do ouvido de um lambeossauro puderam ser visualizadas, disse à CH On-line o paleontólogo Larry Witmer. Representação artística de um lambeossauro, réptil herbívoro que viveu na América do Norte há cerca de 75 milhões de anos. Ele tinha cerca de 15 metros de comprimento e pesava cerca de 25 toneladas, e chamava a atenção pela crista em seu crânio, que tinha provavelmente função comunicativa (arte: Michael Skrepnick). De que forma os avanços tecnológicos contribuem para a interpretação dos dados que podem ser obtidos por registros fósseis? 12
13 8. O mais antigo morcego conhecido Habilidade de voar desses animais é anterior à orientação por sonar, mostra fóssil Trechos e imagens da reportagem de Thais Fernandes publicada na Revista Ciência Hoje On-line A nova espécie, batizada de Onychonycteris finneyi, é provavelmente uma forma intermediária entre morcegos e seus ancestrais mamíferos que não voavam. O animal tinha asas completamente desenvolvidas e um vôo poderoso, mas a morfologia da região do ouvido sugere a ausência da capacidade de ecolocalização. A forma das suas asas indica um estilo de voar ondulante incomum, que alternava entre bater asas e planar, e as características de seus membros mostram que ele pode ter sido um ágil escalador, que empregava locomoção quadrúpede e se pendurava sob os galhos de árvores. O esqueleto quase completo do Onychonycteris finneyi, o mais antigo morcego conhecido, foi encontrado na formação de Green River, em Wyoming, nos EUA (foto: Royal Ontario Museum). O que o fóssil apresentado na reportagem 8 indica sobre o desenvolvimento das estruturas para vôo e para ecolocalização (os sonares) dos morcegos? Qual delas teria surgido primeiro? De que forma os fósseis, como os apresentados nas reportagens, podem esclarecer sobre características do Planeta em diferentes períodos? Faça uma lista de Eras e Períodos geológicos que foram citados ao longo de todas as reportagens. 13
14 Fósseis: evidências da evolução ao longo do tempo. Atualmente a noção de que os seres vivos mudam ao longo do tempo está bastante difundida na sociedade. Entretanto, há 200 anos as idéias sobre este tema eram bastante diferentes. Predominava entre as pessoas a noção de que os seres vivos foram criados tal como são por um poder divino. Esta era uma visão criacionista do universo e da vida. E que, a partir da criação permaneceram tal como foram criados, imutáveis. Este tipo de pensamento era chamado de Fixismo. O Fixismo começou a ser questionado quando alguns naturalistas começaram a encontrar fósseis. Estes fósseis apresentavam características muito diferentes daquelas encontradas nos seres vivos atuais. Principalmente os fósseis de animais gigantes apontavam para o fato de que existiram no planeta seres que foram extintos. A partir desta observação surgiu a hipótese conhecida como Catastrofismo. A hipótese catastrofista foi proposta para explicar como as espécies existentes em outros períodos geológicos do planeta teriam sido extintas. Esta hipótese dizia que uma sucessão de catástrofes geológicas teria destruído as espécies que eram encontradas nos estudos fósseis, que não tinham correspondências com seres encontrados vivos no planeta. Desde os primeiros registros fósseis encontrados, a noção de que os seres vivos sofrem mudanças ao longo do tempo foi ganhando força. Tal idéia se opunha à noção criacionista para explicar a diversidade da vida no planeta. Desde a formação do planeta, sua superfície já teve diferentes configurações. A conformação dos oceanos, dos continentes, a temperatura e a distribuição de gases na atmosfera já sofreu grandes variações ao longo do imenso tempo de existência da Terra. 14
15 Uma grande dificuldade para entendermos as informações a respeito do desenvolvimento do Planeta é a questão do tempo. Para nós é fácil pensar em dias, anos, minutos. Mas quando falamos em milhões de anos fica difícil ter uma dimensão exata do que se trata. Por isso, muitas vezes são usadas comparações para apresentar a ocorrência dos processos geológicos e da evolução da vida ao longo das Eras, de modo que possamos compreender tais eventos através de uma escala de tempo acessível para nós. Representação da evolução da vida desde a origem até o surgimento do homem na escala de 24h. As Eras são períodos dentro da linha do tempo que vai do presente de volta à formação da Terra. Tais eras são determinadas com base em grandes eventos que ocorreram na história do Planeta. As Eras geológicas são subdivididas em Períodos, para organizar as informações sobre quais eram as características dos continentes e dos oceanos; quais eram as condições climáticas; e as características dos seres vivos que estavam presentes em outras épocas. 15
16 O Período em que vivemos é chamado de Holoceno. Os restos e vestígios de organismos que datam de mais de 10 mil anos, são considerados fósseis. E o estudo destes fósseis é importante para geólogos e biólogos. 16
17 Os fósseis são importantes para os geólogos porque permitem identificar aspectos referentes ao movimento dos continentes e ao clima da Terra. Além disso, podem indicar também onde estão localizados hoje os combustíveis fósseis, que tem grande valor econômico e importância para nossa sociedade. Já os biólogos vêem nos fósseis evidências que lhes permitem compreender como surgiu e como se modificou a vida na Terra ao longo de milhões de anos. Um exemplo de fóssil famoso e importante para a compreensão da evolução dos seres vivos é o fóssil de animais conhecidos como Archaeopteryx do período Jurássico. Muitos paleontólogos afirmam que estes seres pertencem a uma linhagem extinta de dinossauros que possuíam penas. Este fóssil indicou que as aves descendem de um grupo de dinossauros que não se extinguiu. Por isso, as aves foram consideradas como "representantes vivos" dos dinossauros no planeta. Mas a descoberta de outros Fóssil e reconstrução do Archaeopteryx no Museu de História Natural de Genebra fósseis pode mudar a forma como esta história vem sendo contada. A paleontologia é uma ciência muito dinâmica e instigante, porque a todo momento são descobertos novos fósseis que reabrem o debate sobre a história natural no Planeta. 17
18 Se não fosse pela presença dos fósseis, que evidenciam a estrutura e as relações dos organismos com ambiente, o passado da Terra seria totalmente misterioso para o ser humano. A sucessão de fósseis nas camadas de sedimentos indica como se deu a evolução dos seres vivos ao longo do tempo geológico. Por exemplo, nas rochas pré-cambrianas não existem restos de conchas ou de carapaças. Já nas rochas sedimentares dos primeiros períodos da era paleozóica é possível encontrar restos de vestígios de todos os grupos de invertebrados. Os mamíferos só aparecem como uma fauna comum e abundante um após o desaparecimento dos dinossauros, o que significa que apesar da coexistência de mamíferos e dinossauros, os primeiros só vieram a se tornar predominantes a partir da extinção dos dinossauros. Algumas linhagens de seres vivos foram totalmente extintas. Este foi o caso do Trilobites que eram artrópodes marinhos muito abundantes no Planeta. Pelos registros fósseis encontrados é possível concluir que os trilobites formavam um grupo de animais com hábitos de vida e estratégias de sobrevivência bastante variadas. Exemplares fósseis de Trilobites 18
19 Os fósseis são importantes não só para compreender a dinâmica da vida, como também os fenômenos geológicos e as mudanças de clima que já ocorreram no Planeta Terra. Por exemplo, o fato de que fósseis de determinado grupo de répteis foram encontrados em rochas do período Premiano tanto no Brasil como na África, aliado a constituição similar das rochas, indica que a América do Sul e África formavam um único continente. Os fósseis podem indicar as características da vida existente em determinado território e com isto evidenciar qual era o clima neste território, ajudando a compreender a dinâmica do movimento das placas tectônicas e dos continentes no planeta. Contar a história da evolução da vida na Terra significa compreender as condições que os seres vivos encontravam, os recursos que tinham disponíveis no ambiente para sobreviver e se reproduzir. Estes recursos se referem às Exposições como a do Carnegie Museum of Natural History, apresentam ao grande público a História Natural, conforme contada pelos estudiosos. características da atmosfera, proporção dos gases, temperatura e etc. E também aos recursos alimentares, ou seja, quais seres vivos existiam e que podiam servir de alimento para outros. Trata-se de compreender como os seres conseguiram sobreviver em determinadas condições climáticas e obter energia nessas mesmas condições, seja através de alimentos que outros seres vivos produzem, seja captando a energia do sol e produzido seu próprio alimento. Contar esta história significa compreender as relações de parentesco entre os diversos grupos de organismos que já habitaram o Planeta. Compreender quais características os fizeram permanecer ou ser extintos em determinadas condições ambientais. 19
20 Imagens das exposições do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas A história natural, revelada pelos fósseis, pode ser contada ao grande público, através de livros e exposições, como as do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas, que estão retratadas nas quatro imagens apresentadas anteriormente. 20
21 Atividade 3 Pesquisa sobre os Períodos Geológicos. A turma deve ser dividida em pequenos grupos, de três componentes. Cada grupo irá pesquisar sobre um Período geológico: Toda a Era Pré Cambriana. Da Era Paleozóica: Cambriano; Ortoviciano; Siluriano; Devoniano; Carbonífero; Permiano. Da Era Mesozóica: Triássico; Jurássico; Cretáceo Da Era Cenozóica: Terceário; Quaternário Cada grupo e irá pesquisar sobre os seguintes aspectos referentes ao seu Período: - Como era a conformação dos continentes. (Neste item o ideal é que os grupos representem a conformação dos continentes sobre o mesmo suporte. Por exemplo, usar o formato de um mapa-mundi único para toda a turma para que os alunos usem o mesmo espaço e tenham uma idéia da movimentação das placas tectônicas ao longo do tempo geológico, após a elaboração feita por todos os grupos). - uma descrição do clima do período; - uma descrição das formas de vida existentes, - representação dos tipos de seres vivos mais abundantes. Após a pesquisa, os alunos devem fazer uma representação das características do período através de maquetes, desenhos ou outros recursos para a representação (quadrinhos, tecnologias de comunicação ou teatro) para apresentar para toda turma o resultado da sua pesquisa. A ordem das apresentações deve seguir preferencialmente a do tempo geológico (do surgimento da Terra aos dias atuais ou o contrário). Pode ser feita também uma única linha do tempo geológico para toda a turma, em que os alunos marquem o período ao qual estão se referindo. 21
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