ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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1 1 ~~1 1111~111~11~2~.. 41~4., ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DECISÃO AGRAVO N / CAPITAL RELATOR : Dr. Josivaldo Félix de Oliveira Juiz Convocado AGRAVANTE : Antonio Targino Praxedes ADVOGADO : Olavo Machado e outros AGRAVADO : Polyutil S. A. Indústria e Comércio de Materiais Plásticos ADVOGADO : Caius Marcellus de Araújo Lacerda e outros AGRAVO. COMPETÊNCIA ABSOLUTAi AÇÃO INDENIZA TÓRIA. DANOS MORAIS E MATERIAIS: ACIDENTE DETRABALHO: EC 45/04. PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. COMPETÊNCIA D JUSTIÇA COMUM. PROVIMENTO. i Compete à Justiça Comum proc,ssar e julgar as ações indenkatórias por danos morais e/ou materiais decor;.entes de acidente de trabalho, na justa conformidade de precedentes jurisprudenciaisdo Supremo Tribunal Federal, que tem o fito de preservar a "unicidade de' convicção", mesmo após o advento da Emenda Constitucional n 45/2004. VISTO S, e t c., ANTONIO TARGINO PRAXEDES, devidamente qualificado nos autos, agrava a esta Instância, inconformado com a decisão proferida pelo Juizo da 13a Vara Cível da Comarca da Capital, que, em sede de ação indenizatória em decorrência de acidente de trabalho, declinou da competência da Justiça Comum, contra POLYUTIL S. A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MATERIAIS PLÁSTICOS, com o intuito de suspender referido ato processual. Argumenta, a agravante, que a competência para apreciar e julgar a lide, por ser em decorrência de acidente de trabalho, é da Justiça Comum, e não da Justiça Trabalhista. Diz, ainda, o agravante, que a decisão guerreada merece ser reformada, porquanto, muito embora pareça acertada, contudo, o Supremo Tribunal Federal já apreciou a matéria à luz da Emenda Constitucional ' n 45104, e decidiu ser da Jij»ttComum a competência sob testilha.

2 2 Ao prestar as informações requisitadas, o Juiz "a quo" mantém inalterada a decisão objurgada. Os autos me vieram conclusos. É o relatório Decido. A presente irresignação comporta imediata decisão de mérito, em função dos precedentes das Cortes Superiores que, de forma Clara e sobeja,, decidiram que a competência para processar e julgar demanda indenizatória decorrente' de acidente de trabalho é da Justiça Comum. Antes, porém, mister se faz tecer alguns comentários, acerca das prerrogativas, afetas ao relator, de poder julgar, monocraticamente, recurso que versa sobre matéria cujo entendimento já 'se encontra sedimentado em jurisprudências das Cortes Superiores. A teor das prescrições do art 557 do CPC, o relator, poderá analisar e julgar, monocraticamente, o recurso quando manifestamente procedente. In casu, trata-se 'de agravo que discute matéria cujo enter dimento está sedimentado em precedentes jurisprudenciais das Cortes Superiores. Vejamos, então, o que prescreve o art. 557, do CPC: "Art O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. 1 -A Se a-decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. Nesse diapasão, temos que é permitido ao relator dar provimento ao recurso quando o mesmo discute matéria de entendimento pacificado pelas Cortes Superiores, a exemplo do que ocorre com este agravo, que dispensa maiores delongas. título meramente ilustrativo: Vejamos o seguinte entendimento jurisprudencial, a "Esta disposição permite que o relator : aprecie, inclusive, o mérito do recurso, Idesde que manifestamente improcedente (p. e., manifestado contra jurisprudência pacifica, embora

3 3 não sumulada)": STJ-2a Turma, Ag DF, rel. Min. Ari Pargendler, j , negaram provimento, v.u., DJU , p , RT 738/432, RTJE 157/235. diretamente o mérito recursal. Com base nesse dispositivo, passo a analisar Tomando como base o advento da Emenda! Constitucional n 45, que alterou substancialmente a competência do Poder Judiciário Como um todo, o Juiz "a quo" declinou da competência da Justiça Comum para, processar e julgar ação indenizatória decorrente de acidente de trabalho e demandadá Contra empregador. I Ocorre que o Supremo Tribunal Federal, guardião da I Constituição Federal, sedimentou o entendimento de que, mesmo à luz da referida Emenda Constitucional n 45, a competência para processar e julgar ação indenizatória decorrente de acidente de trabalho e demandada contra empregador é da Justiça Comum. - "I As recentissimas decisões do Supremo Tribunal' Federal têm como parâmetro 'precedente daquela mesma Corte, que teve o relato do Preclaro Ministro CEZAR PELUSO, assim ementado: "INDENIZAÇÃO POR DANOS DECORRENTES DE ACIDENTE DO TRABALHO: COMPETÊNCIA. As ações de indenização propostas por empregados ou ex-empregados contra empregador, quando fundadas em acidente de trabalho, continuam a ser da competência da justiça comum estadual. Com base nesse entendimento, o Tribunal, por maioria, deu provimento a recurso extraordinário interposto contra acórdão do extinto Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais que, confirmando decisão do juizo de 1 " instância, entendera ser da competência da justiça do trabalho o julgamento de ação de indenização por danos morais decorrentes de acidente do trabalho, movida pelo empregado contra seu empregador. Ressaltando ser, em tese, da competência justiça comum estadual o julgamento de ação de indenização baseada na; legislá ção acidentária, entendeu-se que, havendo um fato histórico que gerasse, ao mesmo tempo, duas pretensões uma de direito comum e oura de direito acidentário a atribuição à justiça do trabalho da competência para julgar a ação de indenização fundgda em direito comurk, oriunda do mesmo fato hist&lco, poderia I resultar em decisões contraditórias, já que deveria intervir no fator de

4 nutlanalle~bliansw1,4,-.1.,.4. 4 discriminação e de interpretação dessas competências o que se chamou de 'unidade convicção', segundo a qual o mesmo fato, quando tiver ser analisado mais de uma vez, deve sê-lo pela mesma justiça. Vendidos os Ministros Carlos Britc, relator e Marco Aurélio, que negavam,orovirnento ao recurso e declaravam a competência da justiça do Trabalho". (RE MG. Informativo n 379 do STF. 07 a 11/03/2005). Com base no citado 'precedente, o Supremo Tribunal Federal, ao analisar o RE AgR MG, por sua, Segunda Turma, sob o relato do : H eminente Ministro CELSO DE MELLO, adotou o mesmíssimo posicionamento, - senão vejamos: "ACIDENTE DE TRABALHO INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E/OU MORAIS AÇÃO AJUIZADA EM FACE DO EMPREGADOR, COM FUNDAMENTO NO DIREITO COMUM MATÉRIA QUE, NÃO OBSTANTE A SUPER VENIÊNCIA DA EC 45/2004, AINDA PERMANECE NA ESFERA DE COMPETÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO LOCAL RECURSO IMPROVIDO. Compete à Justiça dos Estados-membros e do Distrito Federal, e não à Justiça do Trabalho, o julgamento das ações de indenização por danos materiais elou morais resultantes de acidente de trabalho, ainda que fundada em direito comum e ajuizadas em face do empregador.- Não obstante a superveniência da EC 45/2004, subsiste íntegra na esfera de competência material do Poder Judiciário local, a atribuição para processar e julgar as causas acidentá rias, qualquer que seja a condição ostentada pela parte passiva (INSS ou empregador), mesmo que a pretensão jurídica nelas deduzida encontre fundamento no direito comum. Inaplicabilidade da Súmula 736/STF. Precedente: RE /MG, Rel. p/ acórdão Min. CEZÁR FEL USO (PlenO)". Na mesma linha de entendimento, a Segunda Sessão 1 do Superior Tribunal de Justiça encerrou a controvérsia sob o pálio das mesmas :argumentações e destinos traçados pelo citado precedente do STF: "CONFLITO DE 1 COMPETÊNCIA. JUSTIÇA COMUM E LABORAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS E MATERIAIS. ACIDENTE DE TRABALHO.

5 5 Em 'recente julgamento do RE , o STF': atribuiu à Justiça Comum Estadual á competêncià para processar e julgar ações de indenização po)- danos morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho Conflito solucionado conform entendimento do STF, ressalvado joosicionamentá pessoal. Conflito conhecido para declarar á competência do Juízo Suscitado". (Ce 47559/SP -I Segunda Sessão. '; STJ. Rel. Min. NANCY I 1 ANDRIGHI. DJ 20/04/2005). Como visto, as Cortes Superiores firmaram entendimento sedimentado em precedente do Supremo Tribunal Federal, o qual zela pela unicidade de entendimento, por se tratar de questionamento acerca do direito comum. Assim, outro caminho não há, senão o de acolher o entendimento capitaneado pelo Supremo Tribunal Federal e, à luz do que dispõe o art. 557 do CPC, dar, monocraticamente, provimento ao presente agravo e, assim, fazer valer jurisprudência dominante das Cortes Superiores. Diante do exposto, monocraticamente, dou provimento ao presente agravo, para reformar a decisão agravada e declarar competente a Justiça Comum para julgar a ação de indenização por danos morais e materiais sob testilha, na conformidade do prescrito no art. 557 do CPC. Intimações necessárias. Cumpra se. João Pessoa de maio de Dr. Jósi o Félix de Oliveira Juiz convocado

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