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1 ,...., o I ts J À '4 my,? r +:., (;::;:r_. ) i 1471 sf -.. "8.83grilit F'41 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA GAB. DES. ABRAHAM LINCOLN DA CUNHA RAMOS 1 A C ó R I) Á O APELAÇÃO CíVEI. n /001 Comarca da Capital RELATOR : Des. Abraham Lincoln da Cunha Ramos APELANTIE : ltautec Componentes e serviços S/A (Grupo ltautec Philco) ADVOGADOS: João Vaz de Aguiar Neto e outros APELADO : Estado da Paraíba e : PROCESSUAL CIVIL e TRIBUTÁRIO Apelação chiei Ação Anulatória de débito fiscal com depósito c/c ação declaratória ICMS Produtos intermediários Creditamento Impossibilidade Exercício regular do direito Validade do ato administrativo Desprovimento A aquisição de insumos intermediários, que não integram o produto final ou que não são consumidos de forma imediata no processo de - - industrialização, não gera direito ao creditamento do ICMS. VISTOS, relatados e discutidos estes autos da apelação cível em que figuram como partes as acima mencionadas ACORDAM, em Quarta Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator e de súmula de julgamento de fl RELATÓRIO. Cuida-se de AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL COM DEPÓSITO C/C AÇÃO DECLARATÓRIA ajuizada por ITAUTEC COMPONENTES E SERVIÇOS S/A (GRUPO ITAUTEC PHILCO) em face do ESTADO DA PARAÍBA, haja vista que como prestadora de serviços de manutenção em equipamentos de informática, substitui peças defeituosas por outras em perfeito estado, novas ou recondicionadas e, esporadicamente, realiza vendas, recebendo, para tanto, material da matriz localizada no Estado de São Paulo ou de outras filiais, para ser utilizado na manutenção dos equipamentos de seus clientes, e que, estes são utilizados, exclusivamente, para serviços de assistência técnica. Informou, ainda, que fora autuada em 03/01/1997 pelo fisco estadual, através do auto de infração n 2363, por não. recolher o ICMS no valor total de R$ ,86 (trinta e oito mil duzentos e oitenta reais e oitenta e seis centavos) relativo à utilização indevida de crédito fiscal, no \ k

2 Apelação Cível n /001 período de julho de 1995 a novembro de 1996, infringindo o art. 84, XVI, "b", do Decreto n Argumentou que o aludido auto de infração é nulo, já que está em desacordo com os preceitos legais, uma vez fora totalmente recolhido o imposto, na forma antecipada, no momento da entrada das mercadorias em seu estabelecimento, ou seja, pagou o ICMS antes da ocorrência do fato gerador, já que não há na legislação estadual preceito aplicável, utilizando por analogia o art. 108, do CTN. Assim, aduziu que o valor exigido é indevido, posto que não fora considerado o recolhimento do ICMS no período apurado pela fiscalização estadual. Ao final, requereu a nulidade do auto de infração n 2363 e a regularidade e licitude do procedimento adotado, tendo em vista o princípio constitucional da não-cumulatividade Devidamente citado, o réu alegou em sua peça de defesa a correção do auto de infração, pois, o direito ao crédito, para efeito de compensação, está condicionado à idoneidade da documentação e, se for o caso, à escrituração nos prazos e condições estabelecidas, além da inadmissão do uso de créditos pelas saldas, já que há vedação de utilização de créditos fiscais, quando da entrada de bens destinados ao consumo no próprio estabelecimento, tudo em conformidade com o Convênio 66 e Regulamento do ICMS. Impugnação às fls. 57/60. Em sentença exarada às fls. 93/97, o MM Juiz "a quo" julgou improcedente o pedido, haja vista a inexistência de provas. Insatisfeita, a promovente recorreu da decisão alegando a desnecessidade de comprovação dos fatos, pois a matéria é exclusivamente de direito e não requeria provas que não o lançamento combativo. Assim, ratificou os argumentos expendidos da inicial (fls. 101/114). Apesar de intimado, o Estado da Paraíba não apresentou contra-razões, consoante certidão de fl Instada a se manifestar, a D. Procuradoria de Justiça não emitiu parecer, por não vislumbrar hipótese para sua intervenção (fl. 125). É o que importa relatar. VOTO Cuida-se de AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL COM DEPÓSITO C/C AÇÃO DECLARATÓRIA ajuizada por ITAUTEC COMPONENTES E SERVIÇOS S/A (GRUPO ITAUTEC PHILCO) em face do ESTADO DA PARAÍBA. Tem-se que a promovente atacou a regularidade do auto de infração n 2363, lavrado pelo Estado da Paraíba, ante o argumento deste estar impedindo, irregularmente, o seu direito de creditamento no ICMS dos produtos indispensáveis para o impulsionamento da sua atividade comercial. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que só pode haver dedução do ICMS pago anteriormente quando se tratar de insumos que se incorporam ao produto final ou 2

3 Apelação Cível n /001 quando, não se incorporando, são consumidos do curso do processo de industrialização de forma indireta e integral. Veja-se: "TRIBUTÁRIO. ICMS. PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS UTILIZADOS NO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE CREDITAMENTO DE ICMS. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. A aquisição de produtos ou mercadorias que, apesar de integrarem o processo de industrialização, nele não são completamente consumidos e nem integram o produto final, não gera direito ao creditamento do ICMS, posto que ocorre quanto a estes produtos apenas um desgaste, e a necessidade de sua substituição periódica é inerente à atividade industrial. Recurso especial desprovido] ". Ainda: "TRIBUTÁRIO. ICMS. EQUIPAMENTOS DE "INFORMÁTICA. CRÉDITO. ART. 20, 1 0 DA LC N 87/96.]. A recorrente deixou de cumprir as formalidades exigidas pelo artigo 541, parágrafo único, do Código de Ritos e 255 do RISTJ, no que concerne à comprovação do dissídio jurisprudencial. 2. Os equipamentos de informática não se constituem em matéria-prima, insumos ou máquinas que sejam utilizadas no processo de industrialização e tampouco integram o produto final, o que afasta o direito ao creditamento do ICMS. 3. Recurso especial improvido2". Igualmente: 411 "TRIBUTÁRIO ICMS COMPENSAÇÃO DO ICMS PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS UTILIZADOS NO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO IMPOSSIBILIDADE DE CREDITAMENTO DE ICMS I. Na vigência do Decreto-lei 406/68 e do Convênio 66/88, a aquisição de produtos ou mercadorias que, apesar de integrarem o processo de industrialização, nele não eram completamente consumidos e nem integravam o produto final, não gerava direito ao creditamento do ICMS, posto que ocorre quanto a estes produtos apenas um desgaste, e a necessidade de sua substituição periódica é inerente à atividade industrial. 2. Previsão expressa do não-creditamento (inciso III do art. 31 do Convênio 66/88). 3. Recurso especial provido3". O principio da não-cumulatividade invocado pela promovente apenas alcançaria a matéria-prima caso adquirida e que viesse a ser consumida ou integrada ao produto final, na condição de elemento indispensável à respectiva composição, o que não é o caso, já que se trata de atividade comercial (assistência técnica de equipamentos de informática). No caso vertente, como dito alhures, a promovente objetiva a declaração de nulidade dos atos praticados pela Administração Estadual, que lhe penalizaram em razão de ter-se creditado, indevidamente, do ICMS. De fato, os citados produtos apenas fazem parte do processo de assistência técnica de equipamentos de informática empreendi 1 (REsp n ,SP, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, DJ de ) 2 (RESP n /RJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, DJ 20/02/2006) 3 (RESP /SC Rel. Ministra Eliana Calmon DJ 16/05/2006) 3

4 . ' Apelação Cível n /001 pela promovente. Não se incorporam, nem, muito menos, são consumidos de. forma integral. Entender como plausíveis os pedidos formulados pela promovente, estar-se-ia criando um precedente para que o ICMS incidisse sobre quaisquer produtos, apesar de não ter uma ligação estreita com os mesmos. Por tal razão, evita-se que ao Fisco sobrevenha t tamanho prejuízo. Com efeito, "entender contrariamente seria colocar o contribuinte em posição de eterno privilégio perante o Fisco, pois, sempre que trocasse peças ou acessórios de seus equipamentos industriais, creditar-se-ia do ICMS, além do crédito já garantido, por lei, nos casos de bens consumidos para produzir o produto finar".. - o Supremo Tribunal Federal, diga-se, pacificou o entendimento nuper deduzido. Veja-se:. ""AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO TRIBUTÁRIO ICMS ATIVO FIXO LANÇAMENTO DE CRÉDITO IMPOSSIBILIDADE 1. Ativo fixo. Creditamento. Impossibilidade. Não implica crédito para compensação com o montante do imposto devido nas. operações ou prestações seguintes, a entrada de bens destinados a consumo ou a integração no ativo fixo do ' estabelecimento. 2. Se não há saída do bem, ainda que na qualidade de componente de produto industrializado, não há. falar-se em cunzulatividade tributária. Precedentes. Agravo regimental não providos ". Ainda: III "A jurisprudência de ambas as turmas, citada no despacho agravado, continua firme no sentido de inexistir ofensa ao principio da não-cumulatividade no fato de a legislação estadual não autorizar a compensação de créditos de icms advindos da aquisição de bens destinados ao consumo e ao ativo fixo do contribuinte com os débitos decorrentes da alienação das mercadorias produzidas6". Desta ilação, tem-se que os produtos, os quais a promovente tenta se creditar do respectivo ICMS, pertence ao seu ativo fixo. Eis a razão de ser devido o pagamento do referido imposto. Este Colendo Tribunal, é de bom alvitre, traça esta orientação: "ICMS Diferença entre aliquotas - Bens destinados ao consumo ou ao ativo fixo - Inconstitucionalidade - Inocorrência - Fisco do Estado - Tributo devido. O imposto sobre a circulação de mercadorias é devido quando ocorre a. entrada de bens, no estabelecimento do contribuinte,. destinados ao consumo ou ao ativo fixo. Cabe ao Estado, onde se localiza o destinatário contribuinte, cobrar a diferença entre as aliquotas interna e interestadual. Não há inconstitucionalidade de Lei Estadual, que deternzinc \ a 4 (STJ REsp n 84808/SP Rel. Ministro José Delgado. DJU ) 5 (RE-AGR /SE Rel. Ministro Eros Grau DJ 15/04/2005) 6 (STF RE-AgR SP 1 a T. Reis Mina Ellen Grade DJU p. 122) k \ \\ 4,

5 Apelação Cível n /001 cobrança de imposto que tem como base a Constituição Federal7". E, mais: "PROCESSUAL CIVIL Preliminar de nulidade Fundamentação sucinta, porém suficiente Possibilidade Rejeição "A fundamentação sucinta, que exponha os motivos que ensejaram a conclusão alcançado, não inquina a decisão de nulidade, ao contrário do que sucede com a decisão desmotivado" (STJ RESP ES 4' T. Rei. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira DJU ) PROCESSUAL CIVIL e TRIBUTÁRIO Reexame Necessário Ação Anulatória de Lançamento Fiscal c/c Obrigação de Fazer Revelia Presunção relativa de veracidade Inocorrência Fazenda Pública Estadual Direito Indisponível ICMS Produtos intermediários, Creditamento Impossibilidade Exercício regular do direito Validade do ato administrativo Provimento "Contra o Estado não prevalece a regra da confissão ficta e a incidência dos efeitos da revelia, por se tratar de direito indisponível (art. 320, II, do CPC)". (STJ RESP /RJ 1" T. Rel. pio Ac. Min. José Delgado DJU ) A aquisição de insumos intermediários, que não integram o produto final ou que não são consumidos de forma imediata no processo de industrialização, tais como retentores, engrenagens, eixos, correias, mangueiras, peneiras, porcas arruelas, tubos de pulverizações, parafusos, hastes e alavancas de acionamento, pinças, coador, diafragmas, pneus etc, não gera direito ao creditamento do ICMS5". Do mesmo modo: "APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA Crédito de ICMS referentes às mercadorias que não integram o produto final da indústria Inexistência de direito líquido e certo Desprovimento É admissivel a utilização de crédito extemporâneo do ICMS relativo aos bens destinados ao uso e ao consumo, ou ativo fixo ou imobiliário da empresa, desde que tais mercadorias integrem o produto final nela fabricado9". Não merece, portanto, guarida a pretensão deduzida pela promovente. Outrossim, impende-se ressaltar a desnecessidade de produção de provas, como entendeu o magistrado "a quo", haja vista tratar-se de questão de mérito que não necessita de dilação probatória, em consonância com o art. 330, I, do Código de Processo Civil. Por tais razões, NEGA-SE PROVIMENTO AO RECURSO, mantendo-se a decisão monocrática prolatada pelo Exmo. Dr. MARCOS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE, apesar de fundamento diverso. Presidiu a Sessão o Exmo. Sr. Des. Luiz Silvio Ramalho Júnior. Participaram do julgamento, além do Relator, o Exmo. Sr. Des. 7 (Revista ou Seleção :SELECAO DA COM JUR Volume : O Página : () Relator : DES. ANTONIO ELIAS DE QUEIROGA Tribunal : TJ-PB Ano : 1997 Data Julgamento : Data Pub. no DJ : Natureza : APELACAO CIVEL Órgão Julgador : 2 CAMARA CIVEL Origem : Capital" 8 (RO /001 Rel. Juiz convocado Márcio Murilo da Cunha Ramos DJ 23/09/2003) 9 AC /001 Rel. Des. Evandro de Souza Neves DJ 17/06/1998),\ 5

6 Apelação Cível n /001 Abraham Lincoln da Cunha Ramos, o Exmo. Sr. Des. Jorge Ribeiro da Nóbrega e o Exmo. Sr. Des. Luiz Silvio Ramalho Júnior. Presente ao julgamento a Exma. Sra Dra Maria Edilígia Chaves Leite, Promotora de Justiça convocada. Sala de Sessões da Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, em Jo=o Pessoa, aos 13 de março de jata. cre41-}zun Pncoin ucunipt Ramos Ptintor 6

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