Conclusões Lúcio Meneses de Almeida MD
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1 CONGRESSO INTERNACIONAL Prevenir e Combater as Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde Métodos de Atuação Translacional COIMBRA setembro 2014 Conclusões Lúcio Meneses de Almeida MD
2 Mesa redonda 1 (Dia 25, 09h00-10h30) A importância das instalações e equipamentos na prevenção e controlo das IACS Moderadores: Engº Vítor Pais (CHUC) e Prof. Fernando António Amaral (APIH) O controlo da infeção começa desde a conceção do hospital (FA). Conceção dos espaços e materiais: Eng. J. Graça-Rocha (ATEHP) Funcionalidade (interligações entre serviços); cumprimento de áreas mínimas; acabamentos adequados). Bloco operatório como área crítica do controlo de infeção (fluxo de ar, unidirecional...; taxa de renovação do ar; lavatório de mãos; distância entre camas/recobro). Pavimentos contínuos e cantos arredondados. Ação humana para evitar infeção cruzada: limpeza de superfícies (rotina). Mopas húmidas vs mopas com microfibras aplicação correta de desinfetantes. Norma ISO 22136; produtos de acabamento antibacteriano (bactericida vs bacteriostático). Designações diversas para igual comportamento do produto (fabricantes). Iões de prata (adequabilidade dos testes de eficácia). Iões de cobre e stress celular oxidativo: da evidência científica às políticas de marketing internacional. Nanotecnologia: dióxido de titânio (desinfeção fotocatalítica/luz UV de espetro completo fotossíntese ). Tecnologia ao serviço do Homem: ajuda a minimizar as falhas humanas.
3 Mesa redonda 1 (Dia 25, 09h00-10h30) A importância das instalações e equipamentos na prevenção e controlo das IACS Moderadores: Engº Vítor Pais (CHUC) e Prof. Fernando António Amaral (APIH) O controlo da infeção começa desde a conceção do hospital (FA). Qualidade do ambiente e da água: Eng. Francisco Brito (ATEHP) Fazer a ponte entre quem desenha o hospital e quem presta cuidados. Taxas de infeção hospitalar em Portugal elevadas. Tríade de minimização do risco: pessoal (competências, treino e atitudes); instalações e equipamentos; procedimentos e métodos validados. Passado: contaminação química área (gases anestésicos nos blocos operatórios renovação de ar deficiente/exaustão deficiente). Teste de fugas: grande falibilidade na sua implementação. Presente: fluxos unidirecionais com velocidades distintas (maior na zona central). Sistemas semi-fechados (menor débito) com maior monitorização. Auto-teste: não depende da variabilidade humana (processo automático intrínseco ao equipamento). Estratégicas de controlo do risco de contaminação aérea (controlo da fonte, extração localizada ). A experiência do SUCH. Contaminação microbiana: reservatório (animado e inanimado); meio de transmissão (contacto direto e indireto/via aérea). Processo de amostragem (microbiologia). Zonas de risco/níveis de aceitação do risco. Pontos críticos de controlo: humidade, pressão, renovação de ar, filtragem, insuflação Movimentação das pessoas, etc. Contenção: várias barreiras (em casca de cebola ). Sistemas de monitorização contínua (partículas, pressão, ) como proxies da movimentação humana (abertura de portas ). Controlo na fonte. Superfícies: processo de limpeza e desinfeção. Identificação de contaminação microbiana: controlo por ATP. Lavagem das mãos. Água: temperatura, estagnação, depósitos, desinfeção térmica da rede...
4 Mesa redonda 1 (Dia 25, 09h00-10h30) A importância das instalações e equipamentos na prevenção e controlo das IACS Moderadores: Engº Vítor Pais (CHUC) e Prof. Fernando Amaral (APIH) O controlo da infeção começa desde a conceção do hospital e tem a ver com todos os profissionais (FA). Esterilização de dispositivos médicos abordagem normativa: Eng. A. Faria Gomes (ATEHP) Evolução das centrais de esterilização. Portugal ao nível dos melhores do Mundo importante garantir o processo de melhoria contínua e de atualização de conhecimentos. Papel crucial dos enfermeiros no processo de ganhos. Palavras-chave; esterilização; validação; normas. Normas internacionais existentes e abundantes. Apenas é possível acompanhar o estado da Arte. Organismos de normalização: ISO, CEN e IPQ/NP. Dispositivos médicos como risco (fonte) de infeção. Descontaminação como redução da carga microbiana. Risco como probabilidade: risco/incidente (evento adverso)/consequência. Gestão do risco microbiológico. Esterilização como processo validado e probabilístico (SAL Sterility Assurance Level). Sistema de gestão de qualidade (norma NP EN ISO 13485:2004). Validação: lavagem e desinfeção; embalamento; esterilização. Qualificação: instalação; operacional; desempenho. Validação (inicial) e revalidação (periódica). Validação e manutenção pela mesma entidade?
5 Conferência inaugural (Dia 25, 11h15-12h00) Drª Elaine Pina (DGS): Políticas de saúde na prevenção e controlo das IACS Presidente: Prof. Doutor António Meliço-Silvestre (CHUC) Homenagem ao Senhor Dr Vitor Pombo (in memoriam) Portugal tem uma prevalência de infeção (observada) superior à esperada para a sua população assistencial estudo de âmbito nacional válido, incluindo todos os hospitais. Portugal como primeiro país europeu em que foi isolado o s. aureus resistente à vancomicina. Reduzir as IACS + reduzir o consumo de antimicrobianos. Importante a criação do PPCIRA como programa prioritário, com estrutura e missão definidas (afeto ao DQS/DGS; criação de grupos de coordenação regional/ars; grupos de coordenação local/comissões de qualidade e segurança. Novo paradigma: melhoria da prescrição por razões de saúde pública ao invés do controlo de custos. Poucos enfermeiros de controlo da infeção e muito poucos médicos. Necessidade de alocar especificamente horas à função (pela primeira vez contabilizadas horas de função). Vigilância epidemiológica essencial para o conhecimento da realidade e para a tomada de decisão fundamentada: resistências; consumo; infeção. Compromisso nacional de inquéritos de prevalência 5-5 anos. Garantir o retorno da informação às unidades notificadoras. Importância do compromisso das direções e dos elos de ligação institucionais e dos serviços. Conselho científico inclusivo (representação profissional). Não há doentes de risco; há, antes, procedimentos de risco. A efetividade da campanha das mãos pressupõe uma adesão igual ou superior a 80%. Campanha de Precauções Básicas ( ): em fase de diagnóstico de situação. PPCIRA: bundles institucional e comunitário. Formação de formadores baseada nas ARS/DRS outubro de Erradicar o uso de antibióticos na doença nãomicrobiana. O PPCIRA já evidencia resultados ( ): redução MRSA, Colaboração inter-institucional é essencial.
6 Simposium-satélite Biodecon (Dia 25, 12h00-13h00) O controlo das IACS não está só nas suas mãos! Moderação e conclusões: Drª Rosa Sá (CHUC) A importância da contaminação de superfícies: Drª Rosa Sá (CHUC CCIRA) Aumento de custos associados às IACS. Limpeza e desinfeção das superfícies essencial à redução das IACS, bem como a higiene das mãos. Fonte de infeção fundamentalmente exógena. Meio ambiente como determinante da infeção. Superfícies deficientemente higienizadas e desinfetadas como reservatório de infeção. Importância da infeção cruzada. Tecnologia molecular: estabelecimento de nexo de causalidade. Evidência científica abundante estudos observacionais. Mãos como veículo de infeção. Quantidade e tipo do inóculo (doente colonizados/superfícies contaminadas). Controlo da infeção dificultado pela dimensão dos hospitais (movimento de pessoas, ), Microorganismos-problema, Novas estratégias de controlo contaminaç ão de superfícies: Prof. Jon Otter (CIDR London) Estudos nos últimos 10 anos no âmbito das novas tecnologias para a desinfeção de superfícies terminais. Importância crescente na transmissão da infeção. Risco de infeção relacionado com o estado de colonização/infeção do doente prévio do quarto hospitalar. O risco é o mesmo, quer se toque num doente ou numa superfície. Presença de microorganismos viáveis em superfícies até 4 anos após a contaminação inicial. Importância de check lists de limpeza e desinfeção. Banho de diário de doentes com clorohexidina reduz o shedding infecioso no doente e nas superfícies. Sistemas de limpeza automática: são muito úteis (garantem o tempo de contacto necessário). Sistemas de desinfeção no touch (vapores de peróxido de hidrogénio, ). Internamento em quartos de ocupação única: reduz o risco de infeção e aumenta a qualidade dos cuidados (muitos doentes requerem isolamento e observação). Portugal: apenas 5% de quartos singulares. Vapor de peróxido hidrogénio e controlo de multiresistentes: Prof. Jon Otter (CIDR London) Diferença de risco assocado aos VPH inferior em 64% (estudo de coortes em doentes com infeção multirresistente). Custo superior à desinfeção manual mas redução de infeção entre 35-64%. Em termos de custos líquidos a relação é muito benéfica (custo-benefício) casos de infeção evitados e custos associados (evitados).
7 Mesa redonda 2 (Dia 25, 14h30-16h00) IACS: da residência à alta hospitalar Moderadores: Drª Graça Ribeiro (ex-chuc) e Dr António Vieira (CHUC) Os antibióticos profilaxia e terapêutica: Dr Eduardo Rabadão (CHUC-HUC) Estudo de prevalência europeu: 5,7% em doentes provenientes em hospitais de agudos Portugal: 10,8% (ECDC, 2013). Taxa de utilização de AB em doentes internados 35% (Estados Unidos: 50%). Infeções respiratórias, urinárias e da ferida cirúrgica responsáveis por 50% das IACS. MRSA: Portugal em 1º lugar (80%)! Panorama português preocupante. Prevalência de uso de AB em doentes internados: 46% (3º lugar europeu). Profilaxia cirúrgica usada durante demasiado tempo (extensão) em Portugal. A cirurgia limpa não carece de profilaxia. Cefazolina e cefoxitina a usar na maior parte das situações (eficácia e segurança elevadas). Princípios gerais de profilaxia cirúrgica (indicações, dose dupla da terapêutica, etc.). Terapêutica das IACS por Gram +: fármacos (vancomicina, daptomicina inativada pelo surfatante pulmonar - ) e vias de administração. Terapêutica para infeções por Gram -. Carbapenemes só em último caso. Associação terapêutica AB e otimização de doses. Novidades terapêuticas na colite pseudomembranosa. Internamento em pediatria a criança, a mãe e os brinquedos: Drª Graça Rocha (CHUC-HP) A criança não é um adulto em pequenino. Particularidades dos hospitais pediátricos: humanização/presença de mãe, partilha de brinquedos/salas de atividades, UCI mistas (médicas e cirúrgicas). Criança com < 2 anos ou permanência em UCI com risco aumentado de infeção; imaturidade fisiológica e maior duração do tempo de eliminação dos microorganismos; aumento dos RN de (muito) baixo peso - aumento idade materna. Importância do controlo da infeção. O controlo das infeções (comunitárias e associadas aos cuidados) passa pela capacitação da população geral: a replicar o exemplo da gripe pandémica. Criança internada portadora de agentes infeciosos comunitários (eg. vírus). Infeção fúngica. Ensino à mãe e visitas: quem entra deve ser previamente informado dos comportamentos redutores do risco de IACS cultura de ensino à porta do hospital e mantida ao longo de todo o internamento. Regras definidas: cumprir e fazer cumprir. Estudos evidenciam que muitos dos brinquedos vêm contaminados. Papel das CCI na escolha de brinquedos e materiais deverão ser facilmente laváveis e, de preferência, rijos. Mais difícil a limpeza e desinfeção de brinquedos eletrónicos. Não esquecer os vírus (eg. VSR). Lavagem das mãos e vacinação antigripal.
8 Mesa redonda 2 (Dia 25, 14h30-16h00) IACS: da residência à alta hospitalar Moderadores: Drª Graça Ribeiro (ex-chuc) e Dr António Vieira (CHUC) A microbiologia no controlo das IACS: Drª Valquíria Alves (ULSMatosinhos) Microbiologia como componente essencial a qualquer programa de controlo de infeção. O trabalho começa com a atualização das normas, passando pela racionalização dos pedidos <> melhor articulação com a clínica/clínicos. Relatar informação relevante para o doente/quadro clínico e para o controlo da infeção. Resposta em tempo útil - ajuste à terapêutica. Sistema de alerta para microorganismos-problema (fácil transmissão e difícil tratamento): comunicação e verificação de medidas de controlo. Vigilância ativa e atividade formativa diária. Rastreio ativo (colonização). Cada instituição tem a sua realidade em termos de resistências. Avaliar e divulgar o perfil de suscetibilidade das estirpes resistentes ( carta microbiológica de bolso para apoio à prescrição). Apoio à prescrição de antimicrobianos. DGS: estripes-alerta de notificação laboratorial. O regresso a casa: Dr António Júlio Capela Daniel (ARSC-ACeS PIN/CS Tábua) Dificuldades de comunicação clínica interinstitucional com o CHUC (hospital de referência). Excesso de carga burocrática. Deficientes condições infra-estruturais: constrangimentos à adesão das medidas de prevenção e controlo (eg. lavagem das mãos). Importa renovar, anualmente, a campanha de etiqueta respiratória. Procedimentos de bom senso : atender prioritariamente febris, arejar salas, etc Educação/capacitação em saúde (cartazes et al.).
9 Mesa redonda 3 (Dia 25, 16h30-18h00) Economia da saúde e custos associados às IACS Moderadora: Drª Margarida França (Vice-presidente, APAH) Os administradores hospitalares podem e querem acompanhar o tema IACS. Quanto nos custa a infeção hospitalar: Drª Ana Vaz (IPOFG-Coimbra) Perguntar é fácil; responder é mais difícil, porque difícil é a questão. A IACS tem como consequências custos económicos e sociais acrescidos, além dos custos para o doente e sua família (sofrimento, morte). Apresentação de estudo relativo a infeções na corrente sanguínea e ferida cirúrgica (IPO Coimbra): estimação de custos diretos e indiretos. Média de idades: 64 anos. Duração média de internamento doentes IACS/corrente sanguínea cerca de 6 vezes superior à de todos os doentes. Infeção ferida cirúrgica: densidade de incidência superior mas distribuição etária semelhante (69 anos).demora média 20 dias (todos os doentes: 12 dias). Conclusões e recomendações: elevado custo de oportunidade das IACS. Necessidade de reforço de práticas clínicas redutoras do risco de infeção. Painel (grupo nominal): reforçar normas e protocolos + formação (correspondentes a 56%); comunicação; prescrição antibiótica; estrutura. Cultura de segurança inclusiva a toda a comunidade hospitalar. Controlo da IACS como processo de melhoria contínua. Novas metodologias de higiene nas unidades de saúde: Enfª Maria de Lurdes Reis (ULSCB) Partilha da experiência da ULSCB: início em 2008 (solicitado apoio à CCI). Nível de higiene compatível com unidades de risco. Ambiente hospitalar: flora microbiana especifica controlo do ambiente hospitalar (comportamentos dos profissionais; procedimentos, suscetibilidade individual; desinfeção/higienização do ambiente). Instrumentos de monitorização da qualidade mais precisa/exata do que a avaliação visual (bioluminescência ATP). Identificação de equipamento com boa funcionalidade operativa e ergonomicamente amigável (facilita a adesão do profissional). Promover o uso racional/monitorizar o consumo de materiais. Aquisição de equipamento de novo : formação. Sistema de 2 passos: aplicação dos tensioativos; extração da carga biológica. Rapidez/economia do processo. Exibido vídeo exemplificativo.
10 Mesa redonda 3 (Dia 25, 16h30-18h00) Economia da saúde e custos associados às IACS Moderadora: Drª Margarida França (Vice-presidente, APAH) Custos hospitalares associados às IACS: Profª Doutora Anabela Almeida (CHCB, Vogal do CA) O controlo das infeções hospitalares é um investimento, não é um custo. Custos difíceis de estimar (escassez de dados com validade; ausência de dados extra-hospitalares/setting prestador). Responsável como complicações em até 50% dos doentes internados em UCI. As IACS são evitáveis; existem estratégias efetivas de prevenção e controlo. Desde 2008 que a Medicare não suporta custos associados às IACS. Importância de equipas multidisciplinares de controlo da infeção. Estudo CHCB: custos diretos associados às IACS (duração do internamento, EAD, terapêutica ). Reino Unidos: mortes associadas. Bélgica: quase euros por doente. Não se pode comparar o que não é comparável (eg. seleção dos doentes). Importante conhecer a realidade. Custos indiretos mais difíceis de estimar custos de oportunidade para o hospital e para o doente/família. Intangíveis: mais difíceis, ainda (CHCB: em desenho de estudo). CHCB pioneiro na higienização das mãos (campanha). Custos indiretos associados enfoque: Dr Manuel Lacerda Cabral (Hospital Beatriz Ângelo) Como os gestores encaram o investimento na prevenção das IACS. Um dos 4 cavaleiros do Apocalipse dos sistemas de saúde. Tema mediático e mediatizável. As IACS são evitáveis e representam um grande peso económico mas estudos escassos e pouco esclarecidos (quanto ao material e métodos), enfocados fundamentalmente nos custos diretos. Vários mitos, incluindo o dos GDH majorados compensarem os custos associados ( mas o SNS perde recursos ). Custos intangíveis: relacionados com a notoriedade/confiança nas instituições e com o moral das equipas. Demora média como efeito e (possível) causa de IACS. Fundamental de assegurar o apoio de topo (pressuposto para a sua efetividade).
11 Dia 26
12 Conferência (Dia 26, 09h15-09h45) Prof. Doutor J. Saraiva da Cunha (CHUC): As vacinas na prevenção das IACS Presidente: Drª Maria da Graça Freitas, Subdiretora-geral da Saúde (DGS) Programa Nacional de Vacinação: 50 anos de uma história de sucesso. Vacinação que não se esgota no PNV. Vacinação dos profissionais de saúde: fontes potenciais de IACS (transmissão assintomática e doentes imunodeprimidos). Setor da saúde: profissionais (excluindo os que estão em formação/alunos). Doenças associadas: hepatite B (risco dependente da carga viral/infeciosidade); gripe (infeciosidade présintomática) 50% dos casos de gripe nosocomial da responsabilidade de profissionais de saúde; sarampo; parotidite; rubéola; tosse convulsa; varicela PNV omisso quanto aos profissionais de saúde, exceto vacinação anti-gripal. CDC (2011): calendário vacinal para os profissionais de saúde. Portugal: cobertura vacinal insuficiente disseminação de rumores. Vacinação obrigatória dos profissionais de saúde? EUA em discussão. Bens jurídicos em confronto: autodeterminação dos profissionais vs proteção dos doentes. Vacinas que evitam a hospitalização > reduzem (teoricamente) as IACS. Vacinas da gripe e antipneumocócica. Gripe: dados controversos e contraditórios. Evitar a ida a cuidados de saúde reduz o risco de IACS. Vacinas antipneumocócicas: eficácia moderada na prevenção da hospitalização (resultados diferenciais por sexo maior no sexo F). Investigação em vacinologia: as novidades não são muitas, nem são boas (vacinas antiestafilocócicas sem evidência de eficácia, mas ensaios fase 3 vacinação anti-pseudomonas e anti-c. difficile). As vacinas são a melhor arma na prevenção das doenças infeciosas. A população beneficiaria se houvesse um PNV especificamente ajustado aos profissionais de saúde.
13 Mesa redonda 4 (Dia 26, 09h45-10h45) Luta quotidiana nas infeções nosocomiais Moderadora: Drª Elaine Pina (DGS consultora) Ambiente seguro e serviços de esterilização centralizada: Enfª Amália Espada (ANES) Serviço de esterilização centralizada: integrado, ou não, num hospital. Esterilizar: isentar de microorganismos viáveis. Seguro: livre de risco, perigo ou lesão. Uso correto de detergentes e desinfetantes, práticas de limpeza e desinfeção, rotina de superfícies e equipamentos, Norma DGS (dezembro de 2012) de precauções básicas de controlo de infeção (PBCI) prevenir a infeção cruzada (fontes conhecidas e desconhecidas). Cabe aos dirigentes garantir os sistemas e recursos necessários > desdobrar a norma em orientações de serviço. Contaminação ambiental: mãos (contaminação de todas as superfícies); sujidade; integridade dos revestimentos; Superfícies: risco mínimo de transmissão indireta de infeção. Enunciação das PBCI (eg. EPI saber colocar e remover; lavagem das mãos; ). Manutenção dos esterilizadores; sistemas de AVAC; sistemas de ar; descontaminação de artigos e dispositivos médicos. Reprocessamento de dispositivos médicos visando garantir a sua segurança. Contentorização hermética. Máquinas com barreiras sanitárias. Inspeção fundamental (após processamento). Rastreabilidade dos dispositivos médicos. Atuação após exposição ocupacional a líquidos biológicos. Importância da evidência científica para uma prática correta. O papel e o perfil dos profissionais: Enfª Flora Carvalho (ANES) Resenha histórica. Instrumentos não esterilizados e cirurgia no limite da dor. Microbiologia: conhecimentos sobre infeciosidade/transmissibilidade. Grande evolução dos serviços de esterilização: concentração em ilhas com materiais concentrados. Especificidade técnica e processual do serviço implica um perfil específico (profissional e formativo). Grande stress profissional > erros. Profissionais dos serviços de esterilização (enfermeiros e AO): responsabilidade ativa no controlo da infeção. Serviços de esterilização: profissional com formação específica, experiência e domínio das caraterísticas e especificidades dos dispositivos médicos. Não se sabe quantos profissionais têm a formação específica (DGS). Caraterização e formação do enfermeiro no serviço de esterilização central. Avaliação sistémica de todas as atividades. Aperfeiçoamento de conhecimentos e práticas. As exigências apontam na diferenciação (técnicos de esterilização) onde obter essa formação?
14 Mesa redonda 5 (Dia 26, 11h15-13h00) IACS: experiências internacionais Moderadores: Dr Carlos Leça da Veiga (APIH) e Engº Abraão Ribeiro (APIH) Angola (Luanda): Profª Doutora Maria Helena Pereira Agostinho (Clínica Sagrada Esperança) Experiência de Angola e da CSEsperança no controlo da infeção. Desde 2003 em paz: grande impacte da guerra na saúde pública (epidemias, surtos e endemias). 60% da população angolana é urbana (25% da população: Luanda). A infeção VIH/sida como impulso de medidas de biossegurança. 1º curso de biossegurança (nacional) em Investimento em equipamento e material. Alguns hospitais com CCI (desde 2006). Clínica Sagrada Esperança: dependente do Ministério da Geologia e Minas, mas com gestão e funcionamento privados. Nível 3ario de prestação de cuidados. Grande investimento na formação. Idoneidade formativa(omangolanos). Acordos de cooperação com hospitais em Portugal (CHUC ), ENSP Realizado inquérito de prevalência de IACS (junho de 2014): quase 16%; UCI 59%. CCI-CSE como comissão de apoio técnico ao Conselho de Gerência (de futuro: Direção Clínica). Trabalha com a comissão da qualidade, de vigilância epidemiológica, entre outras. Objetivo: prevenir, detetar e propor medidas de controlo de infeção (normas portuguesas e brasileiras adaptadas à realidade angolana). As atribuições incluem o controlo da prescrição antibiótica, o apoio à aquisição de material e equipamentos, formação/sensibilização dos profissionais, etc. Constituição da CCI: 4 membros (médicos e enfermeiros) + 5 profissionais de diferentes perfis. Corpo clínico fidelizado recentemente. Funcionamento por subcomissões e reunião quinzenal. Fluxogramas de procedimentos em tempo útil (eg. malária, Ébola, etc.). Resíduos. Espanha (Madrid): Enfª Maria Carmen Carrero Caballero Infeção associada ao acesso vascular. Próximo congresso internacional de acesso vascular em Lisboa (2016). Trabalhar com inteligência e atualizar o conhecimento. Terapêutica endovenosa: a grande esquecida dos programas letivos. Importância do acesso vascular no tratamento dos doentes: equipas (multidisciplinares) de terapia endovenosa (ETI) ocupam-se exclusivamente do acesso venoso. Racionalização do uso do capital venoso do doente/anatomia vascular preservada. Os enfermeiros têm de ter protagonismo nesta prática, a bem do doente. Nem o médico nem o enfermeiros são os mais importantes: o mais importante é o doente. Menor sofrimento; maior segurança; menor risco iatrogénico (complicações trombóticas e mecânicas); utilização adequada dos recursos Objetivo: constituição de ETI em todos os hospitais de Espanha. Aposta na formação/capacitação grande oferta de equipamentos. Há que trabalhar em equipa, a bem dos doentes.
15 Mesa redonda 5 (Dia 26, 11h15-13h00) IACS: experiências internacionais Moderadores: Dr Carlos Leça da Veiga (APIH) e Engº Abraão Ribeiro (APIH) Itália (Pavia): Prof. Carlo Marena Estudo propetivo de vigilância nosocomial e ambiental da Legionella pneumophila (14 anos). Legionelose hospitalar como um problema global. Itália: apenas dos casos de transmissão é identificada. 60% dos hospitais privados e 93% são positivos para a Legionella. Hospital remonta ao século XV e é constituído por 28 estruturas históricas. Lotação praticada: camas. 26 salas operatórias. Desde 2000, avaliação da contaminação do sistema de abastecimento de água do hospital. Desde 2009, implementada a vigilância (grupo multidisciplinar). Tecnologias de cobre-prata/ionização e de dióxido de cloro + sistema de filtração + controlo de corrosão. Resultados de amostragem: 11-79% (amplitude) mas evolução favorável. Dióxido de cloro eficaz no controlo (pontos distais de colheita) e mais eficiente do que a ionização Cu-Ag/corrosão. Reino Unido (Londres): Prof. Jon Otter Redução muito acentuada na incidência de casos de bacteriema por MSRA em Inglaterra. Notificação obrigatória (2001) + campanha nacional de lavagem das mãos + estabelecimento de objetivos de saúde (redução de 50%) + + rastreio universal (2010). Foi fundamental para o controlo o estabelecimento dos objetivos ( accountability ). Targeted interventions. Resistência ao carbapeneme/enterobacteriáceas: retrato comparativo entre países. Consumo de AB no Reino Unido superior ao de Portugal (?). Europa meridional com maior uso de carbapenemes. Em Portugal, menos de 5% dos quartos são singulares. Necessidade de enfermeiros de controlo da infeção em Portugal. Controlo de resistências: relação políticas nacionais/ação local.
16 Workshop Laboratórios Rovi (Dia 26, 14h30-15h30) Manutenção e permeabilidade do catéter: Enfª Maria Carmen Carrero Caballero Moderador: Prof. Alfredo Lourenço (APIH) Presidente da Sociedade Espanhola de Enfermagem de Equipas de Terapia Intensiva. Hospital Ramon y Cajal. Prémio de investigação sobre nutrição parenteral. Problemática do cuidado. Cuidar é do âmbito do enfermeiro. Cuidar dos acessos vasculares disciplina em pleno desenvolvimento. Setting prestador: instituição; domicílio. Prioridade: segurança do doente. Nem sempre o doente está seguro quando está no hospital. Segurança como determinante da qualidade. Qualidade assistencial: efetividade + eficiência. Eficiência = gestão adequada das nossas decisões/recursos. Errar é humano; ocultar os erros é estupidez. Modelo Reason: falta de comunicação; falha de supervisão; falha/falta de formação; avaliação dos danos; monitorizar. Responsabilidade partilhada (das falhas, como dos sucessos).doente como centro do sistema prestador. Metade dos efeitos adversos/não pretendidos é evitável. Formação como eixo essencial da estratégia de segurança do doente. Investigar é não parar na procura do conhecimento. Cultura de notificação. Envolver o doente no processo terapêutico. Boas práticas: baseadas em evidência generalizável (validade externa). Conhecimento especifico: aprendizagem/formação. Terapia endovenosa: acessos venosos seguros. Catéter central vs periférico (duração do tratamento/risco). O hospital não deve agravar a doença: deve aliviá-la. 50% dos doentes admitidos vão ter um acesso venoso (80% periférico). Procedimentos para a colocação de catéteres: o cuidado tem que ser o mesmo (central/periférico); o impacte dos (maus) cuidados é que é diferente... Problemas e soluções/alternativas. Esgotamento vascular. Causas de contaminação/infeção do catéter: desinfetantes/soros contaminados (preferir unidose), mãos (má técnica) Evidência clínica. Protocolos consensualizados. É importante olhar o futuro!.
17 Conferência (Dia 26, 15h30-16h00) Mestre Omar Fernández Sanfrancisco (Universidade de Granada): Novo modelo de gestão de resíduos farmacêuticos e hospitalares & infeções hospitalares Presidente: Drª Maria José Saraiva (APIH) Tratamento de resíduos hospitalares e minimização das infeções nosocomiais. Experiência da Athisa modelo de gestão de resíduos hospitalares. Empresa instalada na bacia do Mediterrâneo (Espanha et al.). Presença em 3 continentes (26 fábricas). Hospitais como grande fábricas produtoras de resíduos perigosos e impactantes do ambiente. Objetivo geral: eliminar os riscos para a saúde pública, ocupacional e ambiental. Etapas do processamento dos resíduos hospitalares desde a recolha, até ao destino final, passando pelo tratamento. Alternativa à incineração: desenvolvida pela empresa, ajustável a cada realidade nacional. Elaboração de documento-base: plano diretor de gestão de resíduos; avaliação. Formação e avaliação contínuas. Logística para uma maior segurança microbiana (recolha, armazenamento, transporte, tratamento, eliminação). Controlo da ecotoxicidade. Resíduos perigosos (países menos desenvolvidos): hepatite B (21 milhões de novas infeções), VIH/sida Investigar a nível global.
18 Mesa redonda 6 (Dia 26, 16h15-17h45) A área hoteleira na prevenção das IACS Moderadora: Drª Maria João Lino da Silva (APHotelariaHospitalar, Presidente da Direção) Três perspetivas: gestão hoteleira, técnica e tecnológica. Contributos da gestão hoteleira na prevenção da infeção: Mestre Alexandra Santos (HGO) e Drª Sandra de Olim (CHBarreiroMontijo) Partilha de conhecimentos, práticas e de experiências. Colaboração inter e intrainstitucional. Decisões tecnicamente informadas. Aspetos comuns: a definição de circuitos é crucial. Visitas de verificação de conformidade (importante o respeito pela utilização dos materiais), em conjunto com as CCI. Essencial a elaboração de cadernos de encargos em conjunto com as CCI (incluindo avaliação das fichas técnicas de produto pela CCI). Análises periódicas a roupas e carros de transporte (evidência microbiológica de contaminação). Contentores adequados (nº) aos resíduos produzidos. Avaliação da adequação dos procedimentos de limpeza e higienização. Segurança alimentar: HACCP. Identificação de pontos críticos de controlo. EPI (corretamente usados) na manipulação dos alimentos. Saúde dos manipuladores é fundamental. O impacte das novas instalações: Enf. Filipe Macedo (HVFXira) A infeção está associada, não só, às instalações, mas também aos procedimentos /complexidade dos doentes. Comparação do último ano de atividade com o primeiro ano de atividade do Hospital Reynaldo dos Santos: dados. Novos serviços, novas especialidades (incluindo serviço de infeciologia) novos riscos novas exigências (taxas de infeção). Quartos de isolamento, UCI, mais salas de BO (3 x) aumento da produção cirúrgica em 150%. Novas instalações como fator de risco de novos microbiomas (pressão seletiva antissética e AB). HRS: aumento dos microorganismos ESKAPE (maior procura, maior resultado?). Campanha de higiene das mãos (adesão basal de 40%): novas instalações, novos recursos (lavatórios, SABA, etc.). Aumento da adesão global para 62%. Higiene de superfícies; testes ATP e protocolos específicos de limpeza. Isolamento: formação transprofissional. Revisão de todos os isolamentos bacterianos (19 quartos). Redução da prescrição global de AB. Infeção associada a dispositivos: CVC e ventilação reduziram. ITU/algaliação: aumento ligeiro em 2013.
19 Mesa redonda 6 (Dia 26, 16h15-17h45) A área hoteleira na prevenção das IACS Moderadora: Drª Maria João Lino da Silva (APHotelariaHospitalar, Presidente da Direção) Implementação do sistema de medição da qualidade em limpeza: Mestre Guenter Herr Todos os profissionais de saúde são clientes internos da higienização. Importância da higiene do ambiente e das superfícies. Higiene do ambiente: durante muito tempo menosprezada. O produto final do hospital são os doentes. Temos milhares de auditores externos, relativamente à qualidade da limpeza, a começar pelos doentes, familiares e visitas. Sistema de medição da qualidade da limpeza: elaborar um caderno de encargos moderno. Requisitos para a sua elaboração. Correção da terminologia técnica. Contemplar objetivos de limpeza. Métodos de controlo da qualidade. Facilidade de implementação do sistema nas infra-estruturas informáticas pré-existentes. Norma europeia. Os hospitais têm estruturas informáticas muito complexas. O controlo de qualidade pressupõe o registo. Requisito: software de utilização universal (por todas as áreas da prestação do serviço). Caderno de encargos: como elaborá-lo. Cada compartimento tem componentes e cada componente tem uma pontuação (importância relativa). Auditorias com equipamento móvel. Elaboração automática de documentos. Trabalho em conjunto com as empresas de limpeza: melhorar e não castigar. Mantenha tudo sob controlo.
20 Muito obrigado pela V. atenção
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