ANO 8 REVISTA JURÍDICA Nº CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE JATAÍ CESUT

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1 REVISTA JURÍDICA

2 2 ANO 8 REVISTA JURÍDICA Nº CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE JATAÍ CESUT DIRETOR Profº. João Geraldo de Souza Braga COORDENADORA DO CURSO DE DIREITO Profª. Sirlene Moreira Fideles COLABORADORES Profº. José Carlos Ribeiro Bibl. Soraia de Carvalho Ferreira ALUNOS: 01. Deborah de Meira e Silva 02. Eliana Assis Mendonça 03. Fabrízio dos Santos Faria 04. Fernanda Loreno Lopes Pacheco Mello 05. Lívia Christina Borges Soares Lemos 06. Maria Aparecida Ferreira Morais 07. Oriston de Souza Cardoso 08. Sissiane Dias Pedrosa 09. Vanderlei Martins de Oliveira Júnior

3 3 SUMÁRIO 01. Editorial O psicopata na visão do direito penal: aspectos da imputabilidade e da medida de segurança Condomínio de empregadores rurais Terceirização da mão-de-obra e a responsabilidade subsidiária da empresa tomadora dos serviços Violência contra a mulher: Lei Maria da Penha Redução da maioridade penal Corte de conciliação e arbitragem; modelo goiano Estatudo do idoso: a distância entre o marco legal e a plena efetivação do direito do idoso no Brasil Progressão de regime em crimes hediondos Transação penal nos juizados criminais

4 4 EDITORIAL A elaboração de mais uma Revista Jurídica, a de número 10, como produto científico e intelectual, é o resultado de pesquisas desenvolvidas pelos acadêmicos do Centro de Ensino Superior de Jataí, tendo por base não uma decisão isolada, mas uma escolha consciente de temas jurídicos interessantíssimos e apaixonantes, e por objetivo principal conseguir um produto científico novo e diferente, sempre se preocupando em privilegiar uma análise mais crítica do saber jurídico. Partindo do pressuposto de que o conhecimento científico é crítico, rigoroso, objetivo e se consolida na certeza das leis apresentadas, é que a presente edição da Revista Jurídica, como as anteriores e como já dito, está recheada de temas jurídicos e, por isso, temos certeza de que os resultados, para quem lê-los, serão bons, visto que a produção científica dos notáveis acadêmicos do Cesut é o resultado de um trabalho Monográfico bem desenvolvido, e, por isso, a eles endereçamos os nossos agradecimentos, além de prestarmos nossas homenagens. Convictos de que esta nossa Revista Jurídica brilhará pela sua qualidade, é que convocamos os adeptos da cognição jurídica a se deliciarem com as verdades e com as empolgantes e sadias polêmicas contidas em cada um dos textos jurídicos apresentados. Jataí, maio de 2008 João Geraldo de Souza Braga Diretor Acadêmico

5 5 O PSICOPATA NA VISÃO DO DIREITO PENAL: ASPECTOS DA IMPUTABILIDADE E DA MEDIDA DE SEGURANÇA DÉBORAH DE MEIRA E SILVA RESUMO. A presente pesquisa analisará o indivíduo psicopata, caracterizado como sendo portador de um transtorno de personalidade eivado de particularidades e dúvidas. Este estudo mostrará, dentre outros pontos, os aspectos históricos que envolveram o tema, bem como as dificuldades de se diagnosticar um psicopata, quando este vem a cometer um delito. Ademais serão expostos alguns sintomas e sinais que nortearão o jurista na aplicação do Direito quando se vir diante de um criminoso que se difere das demais pessoas. Por fim, tendo em vista o sistema punitivo e corretivo adotado em nossa legislação, será demonstrada a solução mais adequada a ser tomada, levando-se em consideração as especificidades do psicopata. Palavras-chave: psicopata, transtornos da personalidade, imputabilidade, tratamento e medida de segurança. INTRODUÇÃO Dada a sua particularidade marcante, o psicopata vem intrigando a humanidade desde os tempos mais remotos, mobilizando assim as mais diversas classes de profissionais, tais como: antropólogos, sociólogos, psiquiatras, juristas e tantos outros. A relação entre os distúrbios mentais e a violência tem levado às maiores divergências durante a história, mas, felizmente, as formas dispensadas para definição, avaliação e tratamento daqueles que têm alterado o funcionamento de suas mentes, sofreram modificações consideráveis com o evoluir da sociedade. Aqueles que hodiernamente se enquadram no perfil de um psicopata já foram considerados como endemoniados, bruxos ou simplesmente doentes que precisavam ser banidos da sociedade. Hoje, sabe-se que o portador da personalidade psicopática possui um funcionamento mental perturbado, caracterizando-se, de forma geral, por ser um indivíduo que trapaceia, rouba e mata das mais variadas formas irresponsáveis e enganosas. Sobretudo, sabe-se que estes sujeitos não fazem parte de uma classificação permanente e muito menos de uma instituição jurídica imutável, em que começam a surgir as maiores indagações. O primeiro problema a ser encarado é a subjetividade do indivíduo, pois não há uma regra absoluta que delimite com precisão onde este deverá ser enquadrado. Por tal motivo, cada caso concreto deve ser analisado individualmente, elaborando-se uma

6 6 análise retrospectiva real do perfil do criminoso, para que a ele seja imputada ou não uma sanção penal por seus atos. Outro problema reside no fato de que, quando um psicopata comete um fato criminoso, ele o faz por uma necessidade incontrolável de transgredir a norma, o que o faz ser pouco sensível a castigos e punições. Ora, então como agir com esses indivíduos que possuem desvios de ordem psíquica e que acabam por não respeitar regras impostas à sociedade? Será que a simples reclusão num presídio ou sua internação perpétua seria a opção mais adequada para por a salvo tanto a comunidade quando o próprio delinquente? Qual é o tratamento jurídico dispensado àqueles que são acometidos de um transtorno mental à época da conduta delituosa? Quais são os modificativos da responsabilidade penal, e poderia ser o psicopata enquadrado em algum deles? Essas são apenas algumas indagações que surgem diante de um fato típico cometido por um sujeito psicopata e, para tanto, serão estas e outras questões abordadas no presente trabalho. Neste ínterim, o primeiro ponto a ser examinado é acerca dos transtornos mentais e seus reflexos para posterior verificação da situação jurídica e do tratamento mais adequado para o psicopata. 1 ASPECTOS DOS TRANSTORNOS MENTAIS A razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí, insânia, insânia e só insânia. (Machado de Assis. O Alienista.) 1.1 Histórico Em uma simples análise dos fatos históricos, percebe-se que somente a partir do século XIX é iniciada uma diferenciação entre o delinquente e o enfermo mental e tal processo de distinção foi lenta e morosa com longos períodos de estagnação. Até chegar-se à afirmativa de que nem todo delinquente é um louco e que nem todo louco é um delinquente, foram necessárias as modificações nos próprios conceitos de saúde e enfermidade mental. Nas concepções mágicas e primitivas encontradas na Grécia antiga, os transtornos mentais eram atribuídos ao poder da possessão pelas divindades.

7 7 Exatamente os gregos que vieram criar a primeira tipologia dos transtornos mentais, dividindo-os de acordo com os sintomas apresentados: os demoníacos, os energúmenos e os possuídos. Já na Roma antiga, a postura adotada era diferente. O delinquente considerado louco recebia tratamento com certa brandura, vez que se julgava moralmente inconcebível incluir nova punição àquele que sofria da loucura. Aqui, a loucura era tida como um castigo divino, merecendo tratamento diferenciado. A alienação na Idade Média não era mais vista como um castigo divino, mas novamente como uma possessão demoníaca ou de bruxas, uma influência do sobrenatural, ou seja, os transtornos mentais voltaram a ser tratados como um fenômeno religioso, de forma que o seu tratamento deveria como consequência estar nas mãos dos religiosos, considerados agentes de cura. Somente no período renascentista, começou a surgir um interesse pela análise do comportamento anormal, encarado agora não como uma possessão demoníaca, mas como uma doença. Por fim, as bases dos estudos acerca da alienação mental foram se desenvolvendo de tal forma a encontrar a sistemática mais adequada à conceituação e ao tratamento dos portadores de transtornos mentais. 1.2 Conceito e diferenciação A 4ª edição da obra DSM (DSM IV - Diagnostic and Statistical Manual), uma publicação da Associação Americana de Psiquiatria, avaliou que os transtornos mentais são concebidos como síndromes, padrões comportamentais ou psicológicos clinicamente importantes que ocorrem num indivíduo e estão associados a sofrimento ou incapacitação, ou com um risco significativamente aumentado de sofrimento, morte, dor, deficiência ou perda importante da liberdade. 1.3 Espécies de Transtornos Mentais Os transtornos mentais são alterações no funcionamento da mente que venham a prejudicar o adequado desempenho do indivíduo na vida familiar, na vida pessoal, no trabalho, e por consequência na possibilidade de seguir padrões e regras sociais. É comum a utilização dos termos transtornos mentais e doenças mentais como sinônimos, englobando um espectro de condições que afetem a mente. Entretanto, já existem diversos posicionamentos contrários, afirmando que existem características diferenciadoras entre tais denominações. O ponto central de tal distinção se fundamenta no fato de que para a medicina, são consideradas doenças as alterações da saúde que têm uma causa determinada com a existência de modificações físicas detectáveis. Já a expressão transtornos é utilizada

8 8 para designar agrupamentos de sinais e sintomas associados a alterações de funcionamento sem origem conhecida. Justificam tal diferenciação até pela opção adotada pelo Governo Federal Brasileiro ao publicar em 2001 uma lei sobre os direitos das pessoas com transtorno mental (Lei n , de 6/4/01), na qual foi utilizada exclusivamente a expressão transtorno mental. Ainda encontram-se outros fundamentos para a defesa de que a expressão doença mental não se ajusta ao que se quer atingir, pois se entende como sinônimo de enfermidade da mente. Assim, tecnicamente não sendo a mente algo material e sim uma atividade, não se admitiria em tese uma doença. O Código Penal brasileiro ainda utiliza a expressão doença mental, correspondendo ao conceito de loucura ou alienação mental, mesmo que entre os psiquiatras esteja em desuso tal denominação. O que se vislumbra é que o legislador brasileiro da década de 40, ao mencionar o termo doença mental, quis abranger todas as doenças, quer orgânicas ou tóxicas, funcionais e sintomáticas ou decorrentes dos transtornos do metabolismo interno. Ademais, fora das distinções semânticas, de forma prática para as aplicações jurídicas, a doença mental ou mesmo os transtornos mentais terão a mesma inferência jurídica, sendo necessário, entretanto, que se estabeleçam algumas diferenciações acerca das espécies de transtornos mentais e uma melhor visualização, sobre onde se encontra, nessa relação, o chamado psicopata, que é objeto especifico desse nosso estudo. A Classificação Internacional de Doenças (CID) é um dos sistemas mais utilizados para classificar e diagnosticar doenças no mundo. Ela é periodicamente revisada na Organização Mundial da Saúde (OMS) e sua versão em vigor e mais atualizada é a CID 10, com previsão de atualização para 2011 com a publicação da 11. Apenas como mais uma opção de visualização das espécies de transtornos mentais, segue abaixo um esboço doutrinário acerca de uma classificação mais simplificada e de melhor aplicação jurídica: a) transtornos mentais orgânicos (cognoscitivos) como a demência arterioesclerótica dos idosos e a Doença de Alzheimer; b) transtornos relacionados com o consumo e dependência do álcool e de drogas; c) oligofrenia ou retardamento mental; d) esquizofrenia; e) psicoses maníacodepressivas ou transtornos bipolares e as depressões; f) neuroses, e transtornos somatomorfos, fatícios e dissociativos; g) transtornos da personalidade que serão objeto de maior análise, a seguir, visto suas importâncias na conceituação posterior da personalidade psicopática.

9 9 2 PERSONALIDADE E TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE 2.1 Personalidade Diversas são as expressões e conceitos usados no intuito de dar um sentido à palavra personalidade, pois não faz parte do presente trabalho aprofundar em tal definição e sim, apresentá-la da maneira mais simples e direta possível. Newton Fernandes e Getúlio Chofard (1995, p. 137 apud FRANÇA, 2005), afirmam que se iniciando do pressuposto de que pessoa é o ser humano dotado de plenos recursos para desempenhar as funções psicológicas adequadas às suas finalidades vitais, pode-se atribuir à personalidade o significado de temperamento, atitudes, expressões e emoções aos quais se sujeita o homem. Portanto, a personalidade integraria de forma geral todos os elementos de comportamento social do ser humano, que de uma forma ou de outra seria afetado no tempo e no espaço perante a sua interação nos ambientes físicos, psíquicos, morais e culturais. Nesse sentido, a personalidade está sujeita a transtornos no seu desenvolvimento e em sua continuidade, como será explicitado a baixo. 2.2 Transtorno de personalidade A Organização Mundial de Saúde (OMS), 1993, conceitua o transtorno específico de personalidade como uma perturbação grave da constituição caracterológica e das tendências comportamentais do indivíduo. Tais personalidades representam perturbações não-normais da natureza humana que não devem ser diretamente imputável a uma doença, lesão ou outra afecção cerebral, mas a anomalias do desenvolvimento psíquico, sendo considerados, em psiquiatria forense, como perturbação da saúde mental. Ainda segundo o CID-10, os transtornos de personalidade (TP) são condições do desenvolvimento da personalidade, que surgem na infância ou adolescência e continuam pela vida adulta, diferentemente do transtorno da alteração da personalidade, que sucede durante a vida como consequência de algum outro transtorno emocional ou mesmo seguindo-se a estresse grave. Por conseguinte, os transtornos de personalidade seriam modalidades incomuns de a pessoa interagir com sua vida ou de se manifestar socialmente, isto é, uma espécie de ruptura pessoal e social. Assim, estarão em desarmonia a afetividade e a excitabilidade com integração dos impulsos, das atitudes e das condutas.

10 10 Em âmbito forense, os transtornos de personalidade adquirem uma grande importância, no sentido de que seus portadores se envolvem, costumeiramente, em atos criminosos, principalmente naqueles que apresentam características anti-sociais. 2.3 Espécies de transtornos da personalidade no DSM-IV Como visto anteriormente, o Transtorno da Personalidade é um padrão de comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é estável ao longo do tempo e provoca sofrimento ou prejuízo. Nesta linha de raciocínio, o DSM IV na avaliação destes transtornos delimitou suas principais espécies, que se fazem necessárias no presente estudo simplesmente para uma visão global do assunto. Apenas a título de melhor visualização, segue abaixo uma sintética definição acerca de cada uma destas espécies, também fornecida pela DSM IV, ressaltando-se que em seguida se dará início ao estudo mais aprofundado do tema proposto: a) transtorno da personalidade paranóide é um padrão de desconfiança e suspeitas, de modo que os motivos dos outros são interpretados como malévolos; b) transtorno da personalidade esquizóide é um padrão de distanciamento dos relacionamentos sociais, com uma faixa restrita de expressão emocional; c) transtorno da personalidade esquizotípica é um padrão de desconforto agudo em relacionamentos íntimos, distorções cognitivas ou da percepção de comportamento excêntrico; d) transtorno da personalidade antissocial é um padrão de desconsideração e violação dos direitos dos outros; e) transtorno da personalidade borderline é um padrão de instabilidade nos relacionamentos interpessoais, auto-imagem e afetos, bem como de acentuada impulsividade; f) transtorno da personalidade histriônica é um padrão de excessiva emotividade e busca de atenção; g) transtorno da personalidade narcisista é um padrão de grandiosidade, necessidade por admiração e falta de empatia; h) transtorno da personalidade esquiva é um padrão de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade a avaliações negativas; i) transtorno da personalidade dependente é um padrão de comportamento submisso e aderente, relacionado a uma necessidade excessiva de proteção e cuidados; j) transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva é um padrão de preocupação com organização, perfeccionismo e controle. 3 PERSONALIDADE PSICOPÁTICA 3.1 Enfoque Como já verificado, existem certas modalidades de transtornos mentais que são relevantes para a Psiquiatria, para a Psicanálise e para a Psicologia. Entretanto, mostram-se irrelevantes para o âmbito criminológico, ou ainda, não apresentam reflexos diretos quando se trata de estudos criminais. O indivíduo pode ter um comportamento anormal, ter completa desorganização mental, mas não ser propenso ao crime, não

11 11 emprestando real interesse para as questões forenses, e em conseqüência para o presente estudo. Neste ínterim, entender o funcionamento dos psicopatas, ou portadores de transtorno de personalidade antissocial, é uma tarefa de suma importância para a sociedade, vez que o número de portadores deste transtorno cresce em grande número, vem se instalando em todos os âmbitos sociais, abrangendo com isso o interesse na área criminal. Destarte, a psicopatologia em geral e a psiquiatria forense têm dedicado ao estudo desse terreno cauteloso, este que envolve as pessoas que não se enquadram nas doenças mentais já bem delineadas, mas possuem características bastante específicas. Tendo como forte empecilho a falta de um consenso definitivo, tal assunto tem despertado um combate de opiniões entre os autores ao longo do tempo. Os problemas vão desde a conceituação do tema, até as questões psicopatológicas de diagnóstico e tratamento. Nesse sentido, a seguir serão abordados os pontos mais importantes e esclarecedores acerca da personalidade psicopata. 3.2 Histórico Conforme visto anteriormente, as causas invocadas para explicar e entender as perturbações mentais eram desprovidas de qualquer fundamentação lógica ou racional. Segundo dados históricos, foi Hipócrates, por volta de , o primeiro que interpretou a alienação mental com alguma base científica, identificando tal distúrbio como devido à ação da bile ou da pituíta misturando-se com o sangue. Mais tarde, em 1835, começam a surgir indícios mais fortes de estudos científicos, quando James Cowles Prichard (VARGAS, 1990, p. 327) apresentou a denominação insanidade moral (Moral Insanity) para se referir à conduta anti-social e à falta de senso ético de certos criminosos. A expressão, inferioridade psicopáticas, foi utilizada pela primeira vez por J. L. Koch (VARGAS, 1990, 327) em meados de Para ele, as inferioridades psicopáticas eram permanentes e congênitas e divididas em três formas: disposição psicopática, tara psíquica congênita e inferioridade psicopática (BALLONE, 2006). Em 1904, Kraepelin faz a classificação das doenças mentais e utiliza a denominação Personalidade Psicopática para tratar das pessoas que não são neuróticos e nem mesmo psicóticos, mas que seus parâmetros de convivência se chocam com os da sociedade vigente. Aqui, estão incluídos os homossexuais, os estados obsessivos, a loucura impulsiva, os criminosos congênitos e outros. (BALLONE, 2006). Kurt Schneider, doutor em teologia, em direito, em ciências sociais, em filosofia e em medicina, vem em 1923 com uma descrição empírica de determinadas

12 12 características, mas que deixou claro em suas definições que o psicopata não é um indivíduo que é acometido de uma doença chamada psicopatia, e sim que o termo caracteriza a personalidade como um todo. Ele distinguia os seguintes tipos de Personalidade Psicopática: Hipertímicos, Depressivos, Inseguros, Fanáticos, Carentes de Atenção, Emocionalmente Lábeis, Explosivos, Desalmados, Abúlicos, e Astênicos. (BALLONE, 2006). Aderindo à tipologia criada por Schneider, em 1939, Henderson (VARGAS, 1990, 329) demonstrava que a conduta anti-social era característica das personalidades psicopáticas e conceituava-a como uma pessoa anti-social que se mostra incorrigível. Assim, perante mais de duzentas expressões diferentes usadas no presente século como sinônimas de psicopatia, e fornecendo praticamente sessenta características e trinta comportamentos distintos à personalidade psicopática, faz com que esse seja um dos capítulos mais controvertidos da Psiquiatria Clínica. Não obstante, o quadro clínico da personalidade psicopata vem sendo cada vez mais descrito, principalmente por ausência de sentimentos afetuosos, amoralidade, impulsividade, falta de adaptação social e incorrigibilidade. 3.3 Conceito Mesmo com as numerosíssimas tipologias existentes para clarificar o conceito de psicopatia, esta pode ser descrita como um tipo de transtorno de personalidade caracterizada por distúrbios crônicos de conduta, por falta de sentimento de culpa, inaptabilidade com valores éticos etc. Tal distúrbio qualifica os indivíduos que, apesar de possuírem padrão intelectual médio ou até elevado, exteriorizam, no curso da vida, variações da conduta, de natureza ética ou anti-social. Estes portadores são incapazes de se integrar em qualquer grupo, em virtude de seu egoísmo absoluto e pelo fato de não aceitarem qualquer tipo de regras. A princípio podem até fazer amizades com facilidade, mas, posteriormente, com os primeiros conflitos, sua amoralidade aparece em todo o potencial. Assim, acabam sendo rejeitados pelos grupos pouco tempo depois, o que justifica o fato de serem em geral pessoas solitárias, que trocam de grupo periodicamente. 3.3 Características e classificações Para uma melhor compreensão das características essenciais da personalidade psicopática, é mister que esta seja subdividida em dois grupos principais, conforme nos ensina Blackbum (1998): (BALLONE, 2006): 1- os Psicopatas Primários, com traços impulsivos, agressivos, hostis, extrovertidos, confiantes em si mesmos, baixos teores de ansiedade e ainda com uma adequada socialização. Aqui estão presentes, em grande

13 13 teor, as pessoas narcisistas, histriônicas, e anti-sociais, podendo sua figura se identificar muito bem com personalidades do mundo político; e 2- os Psicopatas Secundários, geralmente hostis, impulsivos, agressivos, socialmente ansiosos e isolados, malhumorados, com baixa auto-estima, e característica de isolamento social e traços neuróticos. Podem ser identificados com líderes de seitas, cultos e associações excêntricas. Estão aqui os anti-sociais, evitativos, esquizóides, dependentes e paranoides. Ainda sob os estudos de Blackbum (1998), os Psicopatas Primários teriam convicções firmes para efetuar crimes mais violentos, enquanto que os Psicopatas Secundários para os roubos. (BALLONE, 2002). Observa-se também que grande parte dos psicopatas forma uma interação social do tipo hostilidade e dominância, restando a submissão e o cuidado por conta dos não psicopatas. Para tanto, o psicopata costuma culpar os outros, mentir com frequência, buscar atenção e ameaçar os outros com violência. Não bastasse a gama de problemas advindos de tais características, ainda há de se considerar o desempenho representativo dos psicopatas, por meio do qual manifestam atitudes que não fazem parte de suas características genuínas, mas, sobretudo, de suas simulações sociais. Ainda buscando uma divisão que se amoldasse com mais perfeição à realidade, Millom (1998) estabeleceu algumas outras divisões que em suas próprias denominações já indicam suas características, e que condensadas podem ser apresentadas da seguinte forma: o Psicopata carente de princípios, o psicopata malévolo, o psicopata dissimulado e o psicopata ambicioso. (BALLONE, 2005). Para Schneider (VARGAS, 1990, 333), os psicopatas foram classificados da seguinte forma: a) Psicopatas hipertímicos - são indivíduos voltados para escândalos e desarmonias familiares e conjugais; são impulsivos, inconstante, além de uma instabilidade de vida e de trabalho; b) Psicopatas depressivos - são pessoas permanentemente depressivas, melancólicas e com tendências ao suicídio; c) Psicopatas lábeis - têm mudanças bruscas de estado de ânimo, com crises de irritação e depressão, são perigosos na fase impulsiva; d) Psicopatas irritáveis ou explosivos - possuem intensa irritabilidade de humor e de afetividade, suscetíveis de fácil excitação; e) Psicopatas de instintividade débil - são frívolos, ligeiros e inquietos. Mesmo que tenham grande inteligência, começam algo e logo abandonam, além de tenderem vagabundagem, aos tóxicos e ao homossexualismo; f) Psicopatas sem sentimentos ou amorais - estes não conseguem experimentar qualquer sentimento de afeto, amor ou compaixão, sendo capazes de todas as condutas anti-sociais, desconhecem a bondade, a piedade, a misericórdia, a vergonha, a honra, ou qualquer sentimento de afeto. Mesmo na infância ja apresentam distúrbios, possuindo comportamentos anormais, principalmente de condutas cruéis com pequenos animais. Estes são os denominados por alguns de psicopatas perversos, já que de uma criminalidade instintiva. Observa-se que as medidas de reeducação e as prisões são inúteis e se mostram ineficientes, pois estes não se adequam em nenhuma forma de socialização; g) Psicopatas carentes de afeto - estes fazem parte da porção de exibicionistas e desordeiros, possuindo extrema facilidade em enganar as pessoas, com diferentes técnicas teatrais; h) Psicopatas

14 14 fanáticos - têm preponderância tirânica, e atitudes expansivas, expressando-se de maneira filosóficas ou políticas como costumam tomar posturas radicais em assuntos polêmicos, podem vir a assumir um papel influente e incisivo na massa populacional, geralmente em épocas de grande instabilidade política; i) Psicopatas inseguros de si mesmos - estes possuem um grande complexo de inferioridade, são pessimistas e não acreditam em si mesmos; j) Psicopatas astênicos - bastante influenciáveis, acabam agindo por indução ao cometimento de delitos, além de serem tendentes à depressão, ao alcoolismo e ao suicídio. Mesmo com a divisão apontada por Blackbum (1998) ou por Millom (1998), existem elementos comuns a todos os grupos, seja marcado pelo egocentrismo ou por um profundo desprezo pelos sentimentos e necessidades alheias. (BALLONE, 2005). 4 A IMPUTABILIDADE Como já explicitado anteriormente, existem inúmeras variações que envolvem a personalidade psicótica, e para que seja feita uma análise acerca da possibilidade de se imputar ou não a responsabilidade por um fato criminoso aos indivíduos portadores deste transtorno, é mister que em primeiro plano se visualize quais os conceitos, indicativos e soluções jurídicas encontradas para este instituto da imputabilidade. Ora, é de total importância o entendimento da conduta do psicopata, e principalmente se o mesmo possui as condições pessoais que lhe dão capacidade para lhe ser juridicamente imputada a pratica de um fato punível, conforme será estudado a seguir. 4.1 Conceito de imputabilidade e sua posição na constituição do crime A expressão imputar traz o significado de atribuir a outro a responsabilidade de algum fato, que se difere do simples atribuir, que pode ser auto-aplicado. Entretanto, antes de adentramos diretamente no conceito de imputabilidade penal, é mister que seja feita a sua localização dentro da constituição de crime. Segundo a doutrina tradicional, o crime se integra pela reunião simultânea da tipicidade, antijuridicidade e culpabilidade, de forma que a ausência de um ou mais destes requisitos essenciais implica na inexistência do delito. Nesse modelo clássico, a culpabilidade apresenta três elementos essenciais, quais sejam: a imputabilidade, elemento psicológico-normativo, que abrange o dolo e a culpa, e por fim a exigibilidade de conduta diversa. Noutro passo, na doutrina finalista, amparada especialmente por Damásio E. de Jesus (2003, p. 467.), o crime é formado pela junção do fato típico e da antijuricidade, em que a culpabilidade estará inserida apenas na área de pressuposto de pena e estará estruturada nos seguintes requisitos: imputabilidade; possibilidade de conhecimento do

15 15 injusto (potencial consciência da ilicitude); exigibilidade de conduta conforme a norma jurídica. Não obstante as divergências existentes acerca da estruturação do crime éinegável que a imputabilidade é um elemento constitutivo, um pressuposto, um requisito de culpabilidade que deverá ser analisado e compreendido para a aplicação das leis penais ao caso concreto. 4.2 Imputabilidade penal Aníbal Bruno (BRUNO, p. 39) é citado por Damásio de Jesus (2003, p. 469), onde aquele ensina que imputabilidade penal é o conjunto de condições pessoais que dão ao agente capacidade para lhe ser juridicamente imputada a prática de um fato punível.. Já Luiz Regis do Prado ensina que é a plena capacidade (estado ou condição) de culpabilidade, entendida como capacidade de entender e de querer, e, por conseguinte, de responsabilidade criminal (o imputável responde por seus atos). (PRADO, 2000, p. 271). O legislador penal preferiu apresentar a definição dos imputáveis a contrário sensu, veja-se: art. 26, caput, do Código Penal: é isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (GOMES, 2003, p. 292). Em outras palavras, a imputabilidade exige que o sujeito tenha o entendimento de que o ato que cometeu é ilícito. Só é reprovável a conduta e o sujeito que tem certo grau de capacidade psíquica que lhe permita compreender a antijuricidade do fato e também a de adequar essa conduta a sua consciência. É exatamente por isso que o legislador considera inimputável aquele que não possui o discernimento do certo e do errado, de forma que não consiga se portar de acordo com a norma prevista. Com efeito, pode-se afirmar que a imputabilidade possui dois aspectos: o cognoscitivo ou intelectivo, que se refere à capacidade de compreender ilicitude do fato, e o volitivo ou de determinação da vontade, que o faz atuar segundo essa compreensão. Vale lembrar ainda que a imputabilidade deve ser estabelecida no tempo da ação, isto é, no momento em que o sujeito praticou o ato delituoso, conforme preceitua o caput do artigo 26, do CP, ao mencionar as causas de exclusão de imputabilidade, devem existir ao tempo da ação ou da omissão.

16 Responsabilidade e imputabilidade Dentro do exato conceito de imputabilidade está presente a diferenciação desta para com a responsabilidade penal. Mesmo que para alguns doutrinadores como Nelson Hungria tal distinção seja bisantina e inútil, outros como Damásio E. de Jesus (2003) e Genival França (2005) frisam uma estreita correlação entre suas definições. Tem-se assim que, a responsabilidade penal se traduz na declaração de que um indivíduo é, em concreto, imputável e efetivamente idôneo para sofrer as consequências jurídico-penais de um delito, como o autor ou participante dele, declaração pronunciada pelos órgãos de jurisdição competente. (FÁVERO, 2007). A responsabilidade penal é um fato de competência judicial, no qual serão verificados outros aspectos e dados processuais, a fim de verificar se o indivíduo terá a obrigação de suportar as consequências jurídicas do seu crime. Destarte, a responsabilidade depende da imputabilidade para sua verificação, de forma que em toda responsabilidade existe uma imputabilidade, entretanto nem todos os imputáveis são legalmente responsáveis por certas infrações. Uma seria a obrigação de responder penalmente, e outra uma capacidade de direito penal. 4.3 Inimputabilidade Como visto anteriormente, a imputabilidade está condicionada à existência de pelo menos duas funções psíquicas intactas: juízo de realidade e volição. Entretanto, se o indivíduo for incapaz de apreciar o caráter ilícito do fato e posicionar-se de acordo com tal apreciação, está presente a chamada inimputabilidade. Verifica-se assim, que em regra o sujeito é imputável, e somente por exceção será ele inimputável. Em sede doutrinária, é comum a qualificação de três sistemas existentes que determinam, conforme suas legislações, aqueles que estarão isentos de pena por serem inimputáveis. O sistema biológico é o primeiro que indica que é sempre inimputável aquele que apresenta uma anomalia psíquica, não se discutindo se essa anomalia causou qualquer perturbação que retirou do agente a inteligência e a vontade no momento do fato. Nesse sentido, percebe-se que esse sistema leva em conta a causa, e não o efeito. Certamente, é um critério repleto de falhas, vez que deixa impune aquele que tem entendimento e capacidade de determinação, apesar de, por exemplo, ser portador de doença mental. Já o sistema psicológico afirma que o importante é o efeito e não a causa, de tal forma que verificam apenas as condições psíquicas do autor no momento do fato, afastada qualquer preocupação a respeito da existência ou não de doença mental ou distúrbio patológico. Tal critério se mostra de difícil constatação, já que é pouco científico.

17 17 Por fim, o terceiro critério denominado de sistema biopsicológico, foi o escolhido pela lei brasileira em seu artigo 26, que veio fazer uma combinação dos dois anteriores, haja vista que tanto a causa quanto o efeito são levados em conta na valoração da imputabilidade. Aqui se verifica em primeiro plano, se o agente é doente mental ou se tem desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Obtendo-se uma resposta negativa, não é inimputável. Já em caso positivo, será feita uma análise se ele era capaz de entender o caráter ilícito do fato, em que será inimputável se não tiver essa capacidade. Consequentemente, tendo essa capacidade de entendimento, é o momento de apurar se o agente era capaz de determinar-se de acordo com essa consciência. Inexistente tal capacidade de determinação, o agente é também inimputável. Neste ínterim, pelo sistema adotado pelo legislador, a doença por si só não isentará o sujeito da pena, é mister que em decorrência dela o indivíduo não consiga no momento do fato entender o que é certo e o que é errado Hipóteses de inimputabilidade O Código Penal brasileiro considera três hipóteses de inimputabilidade, tidas doutrinariamente também como causas de exclusão de imputabilidade, quais sejam: a doença mental e o desenvolvimento mental incompleto ou retardado (artigo 26); a menoridade, caso de desenvolvimento mental incompleto presumido (artigo 27); e a embriaguez fortuita completa (artigo 28, parágrafo primeiro). Nestes dois últimos casos, não se fará pertinente um estudo acerca de suas incidências, pois fogem ao tema ora proposto. Portanto, aqui se torna suficiente o conhecimento de que a menoridade, (desenvolvimento mental incompleto presumido) e a embriaguez fortuita completa são causas de exclusão de imputabilidade. A primeira hipótese, objeto deste trabalho, é tratada no artigo 26 do Código Penal e, como visto anteriormente, aduz que não basta apenas que o agente seja portador da doença mental e o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, é mister que, em decorrência de tais estados e exatamente no momento da conduta, ele seja inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Como observado, a lei dispõe sobre doença mental de maneira não especifica ou até mesmo superficial, de forma que assim estariam incluídas todas as moléstias que ocasionassem modificações na saúde mental. Dentro de tais moléstias, há as chamadas psicoses funcionais: a esquizofrenia (sobretudo a de forma paranoide, em que são comuns os impulsos em que o sujeito agride e mata por ser portador de mentalidade selvagem primitiva, sujeita a explosões de fúria, mas que não escolhem nenhuma classe de delitos e cometem mesmo os que demandam meditação e refinamento na execução); a psicose maníaco-depressiva (em

18 18 que existe uma desorganização da sociabilidade e, eventualmente, da personalidade, provocando isolamento e condutas antissociais); a paranoia (que afeta o pensamento e, sobretudo, as relações com o mundo exterior, às vezes, associadas à síndrome paranoide) e ainda a epilepsia (neuropsicose constitucional com efeitos determinantes de profundas alterações do caráter, da inteligência, da consciência e dos sentidos), oligofrenia, neuroses e diversas outras. Observada a possibilidade de estar o agente amparado pelo instituto da imputabilidade, será aplicada a medida de segurança, e não uma pena. O referido artigo 26 expõe que é isento de pena ou invés de não há crime, informando que o crime persiste, porém seu autor não recebe pena, por falta de imputabilidade. Tem-se também que a prova da inimputabilidade do indivíduo é fornecida através do exame pericial, que esclarecerá sobre a integridade mental do réu. É o chamado incidente de insanidade mental, que é substanciado pela perícia psiquiátricoforense realizada por dois peritos oficiais do Estado, um relator e um revisor. 4.3 Semi-imputabilidade O conceito de semi-imputabilidade está presente em poucos códigos penais além do Brasil, sendo considerado, para muitos, como objeto de confusão nas decisões judiciais. Também denominada como responsabilidade diminuída, a semi-imputabilidade se constitui dos chamados casos fronteiriços, ou seja, os indivíduos que não possuem as capacidades intelectivas e volitivas em sua plenitude. Nesses casos, a pessoa é imputável e responsável por ter alguma consciência da ilicitude da conduta, entretanto a sanção é reduzida por ter agido com culpabilidade diminuída em consequência de suas condições pessoais. A capacidade do agente semi-imputável em resistir aos impulsos é menor que em um sujeito considerado normal, assim, lhe é necessário mais esforço para alcançar o grau de conhecimento e de autodeterminação. Por tal circunstância, o agente será condenado, com a pena atenuada de um a dois terços, isto é, trata-se apenas de uma diminuição de pena, e não isenção dela. Vale salientar a discussão existente na questão de ser essa redução da pena uma obrigação ou uma faculdade do magistrado. A principal justificativa para tal posicionamento reside no fato de que o termo pode exposto no parágrafo único do artigo 26 do CP, se refira à quantia que será reduzida a pena, e não à causa de diminuição propriamente dita. O que se entende, é que o juiz pode aplicar a pena reduzida que for mais conveniente ao caso, desde que seja dentro do limite máximo e mínimo estabelecido pelo legislador.

19 19 Ora, assim constitui um direito público e subjetivo do réu, ter sua pena diminuída, de forma que tal grau da redução deva levar em conta não só a gravidade do fato, mas também sua perturbação mental responsável pela diminuição de capacidade de entendimento ou determinação. Vale salientar que, necessitando o condenado de especial tratamento, a pena poderá ser substituída por internação ou tratamento ambulatorial, de acordo com a regra prevista no artigo 98 do Código Penal. Art Na hipótese do parágrafo único do Art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos 1º a 4º. (BRASIL, 2003, p. 307). Essa alternativa apresentada no artigo 98 do Código Penal demonstra claramente a reforma penal e a implantação do Sistema Vicariante, em que se pode aplicar somente pena ou medida de segurança para os semi-imputáveis e unicamente a pena para os imputáveis. Definidos então todos estes conceitos pertinentes, passa-se a seguir à análise da verificação da imputabilidade, inimputabilidade, ou ainda, semi-imputabilidade do indivíduo psicopata. 5 SITUAÇÃO JURÍDICA DO PSICOPATA Pelas razões já expostas, as bases da imputabilidade estão condicionadas à saúde mental e à normalidade psíquica. Representa a condição de quem tem a capacidade de realizar um ato com pleno discernimento e com a vivência de direcionar suas atitudes. Ressalta-se que mesmo que a medicina, por meio da Psiquiatria Forense, auxilie a justiça naquilo que ela quer saber, é exclusivamente jurídica e não médica, a noção de imputabilidade e inimputabilidade. Nesse sentido, para a decretação dessa imputabilidade ou não, examina-se a capacidade de entendimento e de determinação de acordo com o entendimento de um indivíduo que tenha cometido um ilícito penal. Tem-se que a capacidade de entendimento depende essencialmente da capacidade cognitiva, que geralmente se encontra preservada no transtorno de personalidade anti-social, bem como no psicopata. Já em relação à capacidade de determinação, depende da capacidade volitiva do indivíduo e pode estar comprometida parcialmente no transtorno anti-social de personalidade ou na psicopatia, o que pode gerar uma condição jurídica de semi-imputabilidade. Por outro lado, a capacidade de determinação pode estar preservada nos casos de transtorno de leve intensidade e que não guardam nexo causal com o ato cometido.

20 20 Alguns autores tais como, França (1998), Pataro (1996) e Maranhão (1988), enquadram os portadores da personalidade psicopática dentro da classe dos semiimputáveis, vez que estes não têm perfeito senso de autodeterminação, mas se encontram numa posição fronteiriça, analisando a capacidade de entendimento que estes ainda possuem. (FRANÇA, 2005). Ponderam, no entanto, que o Código Penal vigente usa os termos doença mental, quando deseja se referir aos inimputáveis, perturbação mental, quando se refere aos fronteiriços, e desenvolvimento mental incompleto ou retardado, quando atende às condições ocorrentes da oligofrenia, psicose, epilepsia e etc. Sabe-se que no momento em que o Legislador brasileiro veio a adotar a expressão perturbação da Saúde Mental, no parágrafo único do artigo 26 do Código Penal, encontrou inicialmente grande resistência não somente na área jurídica, como também na psiquiatria. A controvérsia residia principalmente no fato de quando se chamava de fronteiriços os semiloucos, ou seja, aqueles que sem serem doentes mentais comportavam-se de modo anormal, tal conceito ia contrário à teoria unitária, que era ligada à escola positivista, e que não poderia haver graus intermediários em termos de loucura, ou se era louco ou não. Já, na teoria eclética, não se concebia uma separação nítida entre os doentes mentais e os mentalmente sãos, de forma que estariam os fronteiriços entre estes, de permeio. Sobretudo, é cediço que o legislador brasileiro adotou, no Código Penal de 1984, uma diferenciação sutil entre doença mental e perturbação da saúde mental, apenas quanto ao grau de entendimento do caráter criminoso do fato: na primeira, uma incapacidade total, já na segunda, esta seria capacidade parcial. O fato aqui é que não se pode estabelecer uma regra absoluta, no sentido de que para se chegar a uma conclusão, no tocante à imputabilidade ou não do psicopata, é necessário, ou melhor, indispensável um cuidadoso exame para análise de todos os aspectos da vida psíquica, além de todas as condições ambientais do agente. Destarte, a partir da perícia médica será feita a constatação sobre a presença ou não do distúrbio da personalidade, de forma que assim, sejam os psicopatas beneficiados com a redução de pena ou com a aplicação da medida de segurança. Como já se tem insistido, os psicopatas ocupam uma zona limítrofe entre a normalidade psíquica e a doença mental, em que não há a supressão total do juízo ético e são do agente, pelo que se trata de um criminoso fronteiriço. Ora, diante das inúmeras particularidades que envolvem a caracterização desse transtorno de personalidade, não há outro caminho a ser trilhado, senão a observação pericial do suspeito.

21 21 No chamado incidente de insanidade mental, a avaliação pericial será de natureza retrospectiva, procurando identificar o funcionamento mental do autor do crime no momento em que este ocorreu, apontando assim, o melhor posicionamento a ser tomado diante do caso concreto. Em regra, até que se demonstre o contrário, o psicopata está ciente dos seus atos, vez que tem conhecimento das normas como qualquer um. Tanto é verdade que se eles tiverem o conhecimento de uma possibilidade muito grande de serem descobertos, eles preferem não agir. Exatamente por tal motivo, faz-se indispensável a realização de uma análise pericial. Nesse diapasão, o psicopata deve ser analisado segundo o caso concreto, e principalmente conforme sua psicopatia, para que o mesmo tenha um julgamento justo, e de acordo com o caso, seja conduzido à pena correta ou ao tratamento adequado. Sendo o caso, partir dessa análise minuciosa, o juiz em uma sentença condenatória, aplicará pena reduzida de um a dois terços ou necessitando o condenado de especial tratamento, a pena poderá ser substituída por internação ou tratamento ambulatorial. Para que se tenha um maior entendimento e uma possibilidade de encontrar-se uma solução mais adequada, vem a seguir uma exposição sobre esse instituto da medida de segurança, com um breve apanhado acerca de seus principais pontos, já que este se trata de uma das opções conferidas ao magistrado para o embasamento de sua sentença. 6 MEDIDA DE SEGURANÇA Não obstante, a preocupação com a assistência prestada nas instituições de internação psiquiátrica e os direitos individuais de seus internados, a simples extinção do instituto da medida de segurança com base na sua falibilidade, não traria aparentemente solução desejada como querem provar alguns, especialmente quando se tem em conta que restaria apenas o sistema penitenciário como possível caminho, que da mesma forma se mostrou ineficaz ao longo dos tempos. Posta assim a questão, é imprescindível que se observe os motivos e fatos que levaram a tal constatação, e principalmente se buscar empós uma possível solução para a problemática. 6.1 Histórico e evolução da medida de segurança É cediço que a história do Direito Penal é trágica e desenvolvida com muitas lágrimas e sangue, em que suas bases se fincaram na penalização como um castigo arbitrário, como vingança na mesma proporção da ofensa, além da defesa do grupo.

22 22 Aqueles que apresentavam, de uma forma ou de outra, comportamentos diferentes eram denominados feiticeiros, possuídos ou bruxos. No decorrer da história, os comportamentos desviantes dos membros do grupo foram sendo absolvidos e interpretados de maneiras diferentes. Por exemplo, as leis de Manu apresentavam dispositivos de caráter preventivo que não eram semelhantes às penas, e as antigas leis romanas já possuíam o instituto da relegação, que tinha por finalidade afastar os indivíduos perigosos da ordem pública. Sobretudo, não havia uma distinção entre o delito de um indivíduo anormal e um que apresentava um comportamento médio, tanto que já no século XVII, foram fundados e estruturados os hospícios europeus em semelhança às prisões, com a única tarefa de confinar essas pessoas que eram indesejáveis socialmente. Em 1810, no Código Penal Francês já se tem disposições referentes aos menores de 18 anos que tivessem agido sem discernimento, os quais, livres de pena, eram submetidos a medidas tutelares. Já no terreno normativo, a primeira vez que a medida de segurança surge como um conjunto de providências preventivas é no projeto de Código Penal Suíço de Carlos Stoos em Entrementes, mesmo com o evoluir da matéria criminal, foi apenas com o Código Penal Italiano de que as Medidas de Segurança encontraram consolidação e uma sistematização, influenciando vários estatutos repressivos, inclusive o Código Penal Brasileiro de No Brasil, há registros de loucura e do destino dado a seus portadores, desde a época da colonização. Por exemplo, tem-se o caso do sapateiro André de Freitas Lessa, (apud VAINFAS, 2005) residente em Recife, que era acusado de praticar sodomia com jovens em troca de sapatos. Esse caso foi questionado e analisado no século XVI por um visitador da Inquisição, que se tratava de um tribunal destinado a defender a fé católica, bem como distinguir os acusados por heresia e aqueles que se apresentavam como loucos. Nesse processo inquisitorial, os acusados de heresia eram julgados, ao passo que os alienados mentais eram enviados para a Casa de doudos, que constituiu um esboço de um asilo, organizado em um hospital para receber os aluados mais graves. Sobretudo, o Brasil colonial não deixou marcas no atendimento à saúde mental, e nem mesmo se estabelecia uma relação mais específica entre o crime e a loucura. Somente em 1830 se dá início a um questionamento acerca da maneira de viver dos loucos, que acaba por culminar em 1841 no Rio de Janeiro, com a determinação por D. Pedro II, a criação de um hospício destinado ao tratamento de alienados, em anexo ao Hospital da Santa Casa de Misericórdia da Corte. Nesse mesmo ano, o Código Criminal do Império do Brasil (PIERANGELLI, 1980, 167), em seus artigos 10, 2º, e 12, regulamenta a relação entre a loucura e o crime.

23 23 No período compreendido entre 1903 a 1930, são criadas no Brasil colônias agrícolas para os loucos, de forma que coexistiam várias formas de estabelecimentos em regimes fechados: colônia, asilos, dispensários. Aqui, a internação era vista como única forma possível de tratar os alienados, onde o isolamento era visto como essencial para o bem estar das famílias, para a sociedade e para o próprio interno. Essa questão, de ser com manicômios judiciários que se resolve o problema do louco infrator, teve grande influência de Cezar Lombroso ( ), com sua ideologia científica do destino biológico fatal de um indivíduo se tornar criminoso. Na continuidade da história, tem-se que o Código da República (PIERANGELLI, 1980, 271) apresenta algumas disposições acerca do assunto, por exemplo, quando traz em seu artigo 29 que os inimputáveis por afecção mental seriam entregues à família ou internados em hospitais de alienados. No entanto, é no Código Penal de 1940 (PIERANGELLI, 1980) que a medida de segurança foi qualificada como uma medida punitiva acessória ou complementar, pressupondo, para sua aplicação, a prática de fato previsto como crime e a periculosidade do agente. Tal código adotou o sistema de aplicação de Medida de Segurança ao lado da pena, no denominado sistema do Duplo Binário. Finalmente, em 11 de julho de 1984, com a Lei 7.209, reformou-se o Código Penal pátrio, entrando em vigor o chamado Sistema Vicariante, ou seja, aplica-se a medida de segurança ou a pena, mas nunca uma cumulação entre as mesmas. Seguindo o modelo italiano, o Código trouxe uma série de disposições gerais, divisões e enumeração das diferentes espécies de medida de segurança, além de seu modo de execução. Ademais, a medida de segurança passa a ter um caráter de prevenção e assistência social, no tocante ao estado daqueles aos quais não se pode aplicar uma pena, mesmo tendo praticado ações previstas na lei como crime. 6.2 Conceito e diferenciação Trata-se a medida de segurança de uma espécie de sanção penal com natureza essencialmente preventiva, que tem como objetivo impedir que o criminoso venha delinquir novamente, não visando retribuir uma culpa, mas impedir um perigo. Difere-se da pena em sua natureza e fundamento, por ser esta de caráter retributiva-preventiva com o intuito de readaptar o criminoso à sociedade, baseando-se na culpabilidade, enquanto a medida de segurança possui natureza preventiva, com fulcro na periculosidade do indivíduo, para evitar que o sujeito volte a delinquir. Ademais, as penas são proporcionais à gravidade da infração, enquanto a proporcionalidade da medida de segurança baseia-se na periculosidade do agente.

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