FLUXO PARA ACOMPANHAMENTO, ENCERRAMENTO E DIGITAÇÃO DOS CASOS DE DENGUE
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- Maria de Lourdes Aleixo Carrilho
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1 Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil Subsecretaria de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Coordenação de Vigilância Epidemiológica Gerência de Vigilância de Doenças e Agravos FLUXO PARA ACOMPANHAMENTO, ENCERRAMENTO E DIGITAÇÃO DOS CASOS DE DENGUE Todas as unidades de saúde são responsáveis por garantir acesso aos casos suspeitos de dengue, cabendo à equipe local realizar o primeiro atendimento e avaliação criteriosa. Todo usuário que chegar ao estabelecimento de saúde com suspeita de dengue, deverá ser acolhido pela equipe de saúde, direcionado para avaliação médica e somente se for mantida a suspeição, o mesmo deverá ser notificado como caso suspeito de dengue. Considera-se caso suspeito de dengue todo paciente que apresente doença febril aguda, com duração máxima de sete dias, acompanhada de pelo menos 2 dos sinais ou sintomas como cefaleia, dor retro-orbitaria, mialgia, artralgia, prostração ou exantema, associados ou não a presença de sangramentos ou hemorragias. Atualmente, estamos vivenciando um período não epidêmico, e, portanto, todos os casos suspeitos deverão ter confirmação laboratorial, seja por detecção de antígeno (NS1, PCR ou isolamento viral ideal entre o 1º e o 5º dia de doença) ou de anticorpo (sorologia ideal do 6º dia em diante, até cerca de 90 dias), não podendo ser encerrados por vínculo clínicoepidemiológico. O teste NS1 negativo não exclui a possibilidade da doença devido a sua moderada sensibilidade, sendo necessários exames complementares e clinica detalhada e coleta de sorologia em tempo oportuno. Com o intuito de orientar e normatizar a digitação e encerramento de todos os casos suspeitos de dengue (dengue clássico, graves, atípicos e óbitos) segue abaixo fluxo de digitação, encerramento e acompanhamento dos casos.
2 - Fluxo dos casos de dengue clássico, graves, atípicos, óbitos: orientações gerais. 1) Os casos suspeitos de dengue clássico serão notificados pelas unidades de saúde, investigados e encerrados pelos Serviços de Vigilância em Saúde (SVS) e digitados pela Divisão de Vigilância em Saúde (DVS). 2) Os casos graves e/ou internados deverão ser notificados por telefone à CVE e digitados pela Divisão de Vigilância em Saúde (DVS). A investigação dos casos deverá ser realizada pelos serviços de vigilância em Saúde (SVS), tanto da área hospitalar quanto da área de residência, com colaboração da Divisão de Vigilância em Saúde (DVS). 3) Os óbitos suspeitos de dengue deverão ser notificados imediatamente por telefone à CVE que será responsável por sua digitação e encerramento no SINAN. A investigação dos casos deverá ser realizada pelos serviços de vigilância em Saúde (SVS), tanto hospitalar como da área de residência, com envolvimento da Divisão de Vigilância em Saúde (DVS) e colaboração da CVE. 4) Para a notificação dos casos graves e óbitos, fora do horário de funcionamento comercial, notificar imediatamente o plantão CIEVS (contato: ). - Fluxo da entrada de informações e prioridades: 1) A entrada de casos suspeitos de dengue grave, atípicos e internados é prioritária e deverá ser de digitação imediata a partir do conhecimento do caso. Os casos de dengue clássico deverão ser digitados no prazo máximo de 01 semana após sua notificação. 2) Se no momento da digitação não houver informações que permitam o encerramento do caso, deverá ser digitada apenas a ficha de notificação individual. A parte destinada a investigação será digitada, quando houver informações clínicas e/ou informações laboratoriais. 3) Os casos que não atenderem a definição de caso suspeito não deverão ser digitados. 4) As DVS deverão buscar no banco de dados (dbf) disponibilizado semanalmente na página da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, em página na internet específica com acesso restrito, todos os casos de moradores de sua área, para identificação daqueles notificados/digitados por outra DVS, para proceder investigação domiciliar e as ações da vigilância ambiental local. 5) A unidade de saúde notificante fornece o nº do SINAN e repassa o caso para o Serviço de Vigilância em Saúde (SVS) para investigação. A Divisão de Vigilância em Saúde (DVS) colabora com a investigação e digita o caso. Ao digitar o caso, se a unidade notificante tiver informações
3 suficientes que permitam o encerramento do caso (por exemplo: resultado laboratorial), esta informação será digitada e o caso encerrado. A DVS da área de residência validará o encerramento dos casos, de forma regular, assim como o Nível Central. 6) O SVS da área de residência do paciente procede a investigação domiciliar e complementa informações no SINAN. Se o caso ainda não tenha sido encerrado, a área de residência (DVS) o encerrará no Sistema. 7) Nos casos internados, o Núcleo de Vigilância Hospitalar (NVH) e/ou Comissão de Controle de Infecção Hospital (CCIH) fornece o nº do SINAN e repassa o caso para o Serviço de Vigilância em Saúde (SVS) para investigação. A Divisão de Vigilância em Saúde (DVS) colabora com a investigação e digita o caso. A área de moradia complementa informações. 8) As DVS atualizarão no SINAN todos os resultados obtidos no GAL, de forma regular, encerrando os casos com critério laboratorial, sempre que o tempo entre início de sintomas e coleta de amostra for oportuno. - Critérios para classificação final dos casos A infecção por dengue causa uma doença cujo espectro inclui desde formas oligo ou assintomáticas, até quadros com hemorragia e choque, podendo evoluir para óbito. A dengue pode ser classificada em 4 tipos: Dengue Clássico, Dengue com Complicações (DCC), Febre Hemorrágica do Dengue (FHD) e Síndrome do Choque por Dengue (SCF). 1) Dengue Clássico: Todo caso que apresente doença febril aguda, com duração máxima de sete dias, acompanhada de pelo menos 2 dos sinais ou sintomas como cefaléia, dor retro-orbitaria, mialgia, artralgia, prostração ou exantema. 2) Dengue com Complicações: Todo caso que atenda a definição de caso suspeito associado a um ou mais dos seguintes sintomas: derrames cavitários, alterações neurológicas e/ou cardiovasculares, insuficiência hepática, hemorragia digestiva, leucometria menor que 1000 e plaquetopenia menor de mm 3. Ao preencher o critério de classificação de caso como dengue com complicações, FHD e SCD se torna necessário o preenchimento do verso da ficha de investigação, neste caso em específico o campo 62, onde se especifica o tipo de complicações.
4 Na ocorrência de mais de uma complicação, prioriza-se o seguinte encerramento: Alterações neurológicas/ cardiovasculares; insuficiência hepática; hemorragia digestiva; derrame cavitário; plaquetas < e leucometria < ) Febre Hemorrágica do Dengue (FHD): Todo caso que atenda a definição de caso suspeito com resultado laboratorial reagente associado a manifestações hemorrágicas, extravasamento plasmático e plaquetopenia menor que mm 3. Neste caso, é necessário o preenchimento dos campos 56 a 61 da ficha de investigação. Dependendo do tipo de manifestação clínica apresentada, a FHD pode ser classificada em 04 graus: - Grau I febre acompanhada de sintomas inespecíficos, em que a única manifestação hemorrágica é a prova do laço positiva; - Grau II além das manifestações constantes do Grau I, acrescenta-se as hemorragias espontâneas (sangramentos de pele, petéquias, epistaxe, gengivorragia e outras); - Grau III colapso circulatório com pulso fraco e rápido, diminuição da pressão arterial ou hipotensão, pele pegajosa e fria e inquietação; - Grau IV choque profundo, com pressão arterial e pulsos imperceptíveis (síndrome do choque da dengue).
5 - Critério para encerramento dos casos 1) Considera-se como caso confirmado por critério laboratorial, todo caso que apresente sorologia, NS1 e/ou PCR reagente para dengue. Ressalta-se que os casos suspeitos de dengue não poderão ser encerrados como confirmados por critério clínico epidemiológico, exceto em situação epidêmica. 2) Considera-se como caso descartado por critério laboratorial, todo caso que apresente diagnóstico sorológico (pesquisa de anticorpos no organismo) com resultado negativo e que tenha coleta em tempo oportuno (a partir do 6º dia do início dos sintomas), ou que tenha NS1 negativo com amostra oportuna (até o 5º dia de doença) e sem nova coleta para sorologia. OBSERVAÇÃO1: O resultado do teste NS1 negativo descarta epidemiologicamente a doença, contudo, se o caso persistir com sinais e sintomas sugestivos de dengue, deve-se continuar conduzindo clinicamente o caso como suspeito de dengue até que se realize a coleta de sorologia em tempo oportuno (a partir do 6º dia do inicio dos sintomas) e o caso seja descartado. Para a conduta assistencial, a apresentação clinica é sempre soberana. 3) Considera-se como caso descartado por critério clínico-epidemiológico, todo caso que inicialmente atendia a definição de caso suspeito de dengue e que após avaliação médica apresente investigação clínica e/ou epidemiológica compatível com outras patologias (por ex: diagnóstico médico final - amigdalite). 4) Considera-se como caso em investigação, todo caso suspeito de dengue onde foi coletada amostra de sorologia e/ou de NS1, porém que não tenha resultado do exame até o momento da digitação. OBSERVAÇÃO2: Em casos onde foi realizada coleta de sorologia, contudo, esta foi inoportuna (anterior ao 6º dia do início dos sintomas), no momento da digitação do caso no SINAN deve-se realizar os seguintes passos: 1) Desconsiderar o preenchimento do campo referente a sorologia (deixar os campos 33 e 34 em branco); 2) C
6 lassificar o caso, colocando no campo de critério de confirmação (campo 45) a opção em investigação (opção 3); 3) Anotar em vermelho na primeira linha do campo das observações o seguinte código: IGM NEGATIVO DDMMAAAA. Esta medida é adotada, uma vez que o preenchimento do campo destinado a sorologia obriga a confirmação ou descarte por laboratório. Com vistas a obter um resultado laboratorial efetivo, se faz oportuna a coleta de uma nova amostra em tempo oportuno. Contato - Coordenação de Vigilância Epidemiológica (CVE) Telefone: / / / gvevs@rio.rj.gov.br
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