Mandala representativa do labirinto da Catedral de Chartres

Transcrição

1 Mandala representativa do labirinto da Catedral de Chartres O labirinto é um símbolo importante no contexto da moderna psicologia, particularmente a psicologia analítica que se interessa pelos símbolos arquetípicos. A busca através do labirinto torna-se a busca do próprio Ser. É uma representação do indivíduo, do seu centro espiritual e da emanação cada vez mais intensa desse centro em direção ao exterior. Mas o labirinto conduz também ao interior do si-mesmo, na direção de um santuário interior escondido, no qual se encontra o aspeto mais misterioso da pessoa humana.

2 MANDALA E O EQUILIBRIO NOS QUATROS NÍVEIS DE EXISTÊNCA (espiritual, mental, emocional e físico)

3 Porque escolhi este tema Há oito anos abri o meu primeiro espaço terapêutico, ao qual dei o nome de Equilíbrio- Body, Mind & Soul ; na altura o meu trabalho dirigia-se mais na área do corpo, pois a minha formação era nessa área: técnica de fisioterapia, massoterapeuta e esteticista; e como terapeuta de Reiki equilibrava a alma. Desde essa altura que sentia necessidade em abordar os outros níveis do Ser; sempre fui muito procurada pelas minhas clientes pela disponibilidade que tinha em as ouvir e por vezes em as orientar nos seus problemas dando-lhes uma visão mais positiva e fazendo-as acreditar no seu poder interno, para resolverem os seus problemas. Depois de passar por um período mais difícil na minha vida, percebi por experiência própria como era importante o equilíbrio dos nossos quatro níveis de existência. Então tenho vindo, desde há quatro anos, a estudar de forma a ganhar ferramentas que me permitam abordar os Seres que me procuram de uma forma mais abrangente. Não consigo ter outra visão do Ser, senão de uma forma holística. Assim além das competências que já referi, hoje sou também, Reflexologista percetiva, terapeuta de Florais de Bach, facilitadora do Método Louise Hay, terapeuta do Sistema Corpo Espelho, Coach e muito em breve serei terapeuta Transpessoal. Há seis meses concretizei um sonho, abri o meu pequeno espaço alternativo. Na altura surgiu a dúvida do nome para o novo espaço, mas optei por manter o nome do primeiro mas agora desta forma EQUILIBRIO, CORPO, MENTE e ALMA; agora mais do que nunca, era o que fazia sentido, pois é neste novo espaço que me posso ocupar integralmente e de uma forma holística de quem me procura. A proposta para este trabalho surgiu no momento em que eu estava a tomar consciência de como me sentia desequilibrada por não estar a prestar a devida atenção ao meu nível físico e mental. Senti que deveria escrever sobre exatamente este assunto, visto ser um assunto diário na minha vida e ao qual dou muita importância. Introduzi o tema das mandalas após uma conversa com a minha tutora, em que ela abordou o tema e ele ressoou em mim, visto que é um tema pelo qual me apaixonei também há algum tempo e do qual tenho andado a estudar e tenciono aprofundar ainda mais. Esta foi a razão da minha escolha temática.

4 Mandala e o equilíbrio nos quatros níveis de existência (espiritual, mental, emocional e físico) Mandala é uma palavra sânscrita e significa círculo sagrado ou círculo mágico. É um símbolo de cura, de totalidade, de unidade, harmonia e integração do absoluto. Mandala é movimento, é a roda da vida, a imagem do universo que surge continuamente do mesmo centro, desenvolve-se para o exterior e ao mesmo tempo converge da multiplicidade para o centro unificador. Poderíamos dizer que tudo em nossas vidas tem a forma de círculo. Desde o universo (o sol, a lua, as estrelas, os planetas, as nebulosas, as galáxias ) assim como toda a natureza (o caule das árvores, as flores, os frutos, os cristais, as conchas ) todos seguem uma linha circular. A própria terra foi formada por uma explosão com forma mandálica. Nascemos num planeta circular que se movimenta numa órbita também ela circular. O corpo humano é todo ele constituído por mandalas incontáveis átomos, células, moléculas, e a sua totalidade é também uma mandala. Com os braços e as pernas esticados, o corpo humano forma uma estrela de cinco pontas, e cada estrela é uma mandala; Enquanto mandala estelar possuímos um centro, e todos estamos constantemente em busca do nosso centro. Através da meditação acedemos a esse centro em torno do qual giramos criando a nossa própria mandala. Do ponto de vista espiritual, mandala, é uma força energética de equilíbrio e purificação, transformadora da mente e do meio ambiente. Do ponto de vista mental, e segundo Carl Jung, as mandalas simbolizam o self, e são uma ferramenta útil para trabalhar a Psique ajudando no processo de autoconhecimento. A mandala pode responder a muitas perguntas sobre nós, e pode ser um bom caminho para a busca interior. As mandalas são também um excelente instrumento de meditação, pois a sua contemplação leva-nos a um contacto profundo com a nossa essência. Através da prática de meditação é- nos proporcionado o apaziguar da turbulência exterior e interior, da nossa vida, e naturalmente gera uma calma, uma tranquilidade e harmonia que facilita o despertar espiritual. A meditação proporciona ainda equilíbrio mental e emocional, reduz a ansiedade e o stress e consequentemente proporciona bem estar e saúde física. O trabalho com mandalas, o desenhar, o pintar, o construir mandalas de areia, em vidro, com flores, com frutas, é uma forma simples de iniciar um trabalho mais profundo com vista a trazer maior equilíbrio, saúde e harmonia à nossa vida enquanto Seres em busca de uma maior consciência de quem somos nós.

5 Quando nos ocupamos com a representação de uma mandala estamos inconscientemente a fazer a representação do nosso subconsciente. O desenhar e pintar mandalas é uma viagem ao nosso interior, dando formas e cores a instantes em que a imagem oculta do nosso interior revela um guia de possibilidades para trabalharmos em nós próprios diferentes níveis da nossa existência, influenciando o nosso estado físico, psicológico e espiritual. Criar mandalas é um processo reflexivo e criativo, um momento de reflexão que desperta o nosso processo criativo, levando-nos a um estado de consciência cada vez maior trazendonos novos conteúdos internos. A criação de mandalas é um acto terapêutico que visa desenvolver em nós o nosso próprio caminho para o auto-conhecimento e percepção, para a busca da verdade interior, para o equilíbrio de energia, para a nossa evolução pessoal. Enquanto pessoa sou um ser que preciso estar sempre em processo de criação e em atividade. Ao iniciar um percurso mais espiritual na minha vida, tomei conhecimento do fascinante mundo das mandalas, e desde logo me apaixonei por esse universo. Tenho vindo a estudar um pouco sobre o assunto, sobre como elas nos podem responder a muitas questões interiores, sobre a importância de as vivenciar durante a sua realização, sobre a necessidade de desenvolver um olhar interpretativo sobre elas, analisar as cores, os símbolos, as formas, os números, os elementos; tudo é importante e nos dá imensa informação. A prática diária, do trabalho com mandalas, é um excelente caminho de busca interior e a sua vivência ajuda a estimular o nosso lado emocional, levando-nos ao equilíbrio e a um caminhar cada vez maior para o nosso centro. Como terapeuta holística sinto necessidade de fazer a integração das mandalas com os 4 níveis que constituem a existência humana e com algumas terapias que permitem o seu equilíbrio. A abordagem materialista da vida e a focalização apenas no desenvolvimento intelectual deixa-nos espiritualmente vazios e emocionalmente insatisfeitos. Para nossa satisfação pessoal, precisamos de encontrar modos para desenvolver e exprimir a totalidade de quem somos e de quem nascemos para ser, e viver com uma maior consciência disso mesmo. Assim para encontrarmos equilíbrio e realização na nossa vida é necessário desenvolver e integrar os nossos aspectos físicos, mental, emocional e espiritual, e uma forma simples de o fazer é através do trabalho com mandalas. Podemos criar uma mandala com intenção; por exemplo, podemos fazer uma reflexão para ajudar a ouvir o nosso interior, e perguntar em meditação O QUE É QUE EU PRECISO DE TRABALHAR EM MIM AGORA? E deixar fluir. O que vier primeiro é o que se deve dar atenção e depois deixar fluir na representação da mandala. NÓS SOMOS O QUE PENSAMOS, E EXPRESSAMOS O QUE SOMOS

6 Os quatro níveis de existência O nosso aspeto espiritual é a nossa essência interior, a nossa alma, a parte de nós que existe para além do tempo e do espaço. É quem nos liga à fonte Universal. O nosso aspeto mental é o intelecto, a nossa capacidade de pensar e raciocinar. O nível mental da nossa existência consiste nos pensamentos, atitudes, crenças e valores. É na mente que ficam registados o conhecimento e a sabedoria a partir da experiência de vida e do mundo que nos cerca. O nosso aspeto emocional é a nossa capacidade de experimentar a vida profundamente, de nos relacionarmos uns com os outros e com o mundo ao nível dos sentimentos. O nosso aspeto físico é, claro, o nosso corpo físico. Desenvolver o nível físico é a nossa capacidade de viver a vida de uma forma segura e enraizada. Por vezes temos tendência a dar mais atenção a um ou outro aspeto. É no entanto muito importante manter o equilíbrio entre os vários aspetos. Por vezes ao longo da vida ou ainda enquanto crianças, fomos vítimas de atitudes menos corretas que nos fizeram sofrer e nos causaram dor levando-nos a rejeitar um determinado aspeto da nossa existência. Todos nós sofremos algum grau de desapontamento, mágoa ou dor que nos deixou emocionalmente feridos; muitos de nós têm algumas fraquezas físicas que lhes trouxeram traumas; podemos ter passado por uma situação que nos levou a perder a confiança para viver. Todos somos diferentes, e o caminho do desenvolvimento é único. Podemos prosseguir desenvolvendo os quatro níveis ao mesmo tempo ou não. Estamos todos numa caminhada evolutiva, mas muitos de nós não tem consciência disso, até ao momento em que haja um despertar, e esse despertar pode ocorrer em qualquer um dos quatro níveis. Uma pessoa pode ter uma experiência de quase-morte e então abrir-se-á uma porta para a exploração da parte mais espiritual da sua existência. Outra pessoa pode aceder a um processo mais emocional através de um divórcio ou de uma outra situação de separação de um ente querido, que o levará para uma tomada de consciência sobre o aspeto emocional do seu ser. Outra pessoa poderá aceder ao seu aspeto físico devido a um problema de saúde ou até devido a uma adição, ou apenas porque decidiu ter uma vida mais saudável. Outra pessoa pode ter acedido ao seu lado mais mental através da leitura de um livro que o tenha estimulado mentalmente. Portanto, o processo de crescimento pessoal consciente pode começar em qualquer um dos aspetos. Quando desenvolvemos um aspeto, a vida convida-nos a explorar outro, e outro ainda. Os quatro aspetos estão relacionados entre si e quando trabalhamos um estamos automaticamente a influenciar os outros. O objetivo fundamental é a integração de todos os aspetos através do desenvolvimento e equilíbrio espiritual, emocional, mental e físico.

7 Como podemos então tomar consciência de como se encontram os diferentes aspetos do ser? Como poderemos fazer essa avaliação? Para isso temos que pensar um pouco e de uma forma serena e honesta fazer uma análise dos nossos 4 níveis de existência e podemos nos questionar: A nível físico Sinto-me eu saudável e ativa? Sinto-me com energia de manhã quando me levanto da cama? Gosto do meu corpo e sinto-me confortável nele? Tenho prazer na minha sexualidade? Sinto-me bem no mundo material? A nível mental - Estou eu aberta a novas ideias? Estou satisfeita com o meu intelecto? Será que consigo pensar e exprimir-me com clareza? O meu sistema de crenças trabalha a meu favor? A nível emocional Será que eu me permito expressar os meus sentimentos e as minhas emoções, como o medo, a tristeza, a raiva, a alegria e o amor? Consigo eu relacionar-me com os outros de um modo familiar e intimo? Serei eu capaz de impor limites aos outros? A nível espiritual Qual é a minha ligação com o Divino? Será que eu escuto a minha sabedoria interior e dou atenção à minha intuição? Serei capaz de estar em silêncio comigo mesma sem fazer nada e simplesmente SER? Ao tomarmos consciência das respostas a estas perguntas percebemos o quão equilibrados estamos nos diferentes aspetos do nosso Ser, e quais os que precisam mais de atenção da nossa parte. Temos apenas que lhes dedicar algum tempo e atenção. A procura de uma maior consciência pode ser iniciada em qualquer um dos níveis. O objetivo fundamental é a integração de todos eles através do nosso próprio desenvolvimento e equilíbrio. Quando fazemos isto, não só trazemos harmonia e equilíbrio à nossa vida como ajudamos a trazer equilíbrio ao mundo. A minha experiência pessoal Numa fase da minha vida, o meu foco estava no plano material e mental; trabalhava 12horas seguidas, muitas vezes sem almoçar e até sem ir à casa de banho. Resultado, comecei por ficar doente fisicamente, o meu corpo reagiu de tal forma a esta agressão a que estava sujeito, que criou dores generalizadas. As articulações doíam de tal forma que me impediam de trabalhar durante dias seguidos. Diagnóstico médico na altura: inicio de fibromialgia (???) Também o meu lado emocional e espiritual estavam totalmente desequilibrados. Estava com uma depressão profunda queria partir foi complicado (não só para mim como para a minha família). Comecei por ter que mudar um pouco a minha vida profissional; ainda assim o meu lado emocional estava completamente arrasado, estava completamente afastada da minha essência. Era uma pessoa muito pessimista, negativa sem vontade de viver. Não gostava de mim, não tinha autoestima, não gostava de me relacionar com ninguém.

8 Iniciei um ciclo de consultas primeiro com um psiquiatra, depois percorri várias psicólogas, passei ainda pela psicoterapia. Mas não foi aí que encontrei o caminho de regresso à minha casa interior. Esse caminho foi encontrado através de um método de desenvolvimento pessoal primeiro realizado em sessões individuais e mais tarde integrada num grupo. Não sabia sequer o que era meditar, nem o que era o poder da mente, nem fazer afirmações de poder, nem que podia conectar-me com a minha respiração; nada, eu não sabia o que é que estava a fazer nesta vida... Desde há 4 anos que venho a trabalhar intensamente e com persistência o meu lado mental, emocional e espiritual sinto-me muito mais equilibrada. No entanto, esqueci de novo um pouco o meu corpo físico, e nos últimos 2 meses ele tem-me chamado várias vezes à atenção para que eu cuide mais de mim. Sei da sua importância, sei que é a morada do meu corpo espiritual, mental e emocional, quanto mais equilibrada estiver fisicamente mais energia terei para os outros níveis, porque todos estão interligados. O meu corpo pede-me agora descanso, tem- se sentido sem energia; a minha mente sente-se esgotada. Sei por isso que agora é momento de dar mais atenção a essa parte de mim e parar um pouco. Cuidar de mim, mimar-me mais.

9 Vamos então ver o que podemos fazer no sentido de atingir o equilíbrio dos quatro níveis existências. Tal como no desenhar de uma mandala vamos abordar os quatro níveis de existência desde o nosso aspeto mais central, mais interno - a nossa essência; para o nosso aspeto, mais denso, mais visível, mais exterior - o nosso corpo. Equilíbrio do nível espiritual O equilíbrio do corpo espiritual acontece quando conscientemente começamos a retomar o contacto com a nossa parte mais interna e essencial, o nosso eu superior. Quando esse retomar de contacto, essa nossa parte muitas vezes esquecida acontece, ficamos com a sensação de maior segurança, confiança e realização. Sentimos que somos um com o Universo. Sentimos como que um preenchimento do nosso vazio interior e passamos a ver a vida com os olhos da alma, permitindo-nos perceber melhor a razão por que estamos aqui e qual é nossa missão nesta vida e neste planeta. Passamos assim a valorizar a vida de uma outra forma. É a este nível que, quando equilibrado, vamos buscar a esperança, a compreensão, o discernimento e a força que precisamos para enfrentar as dificuldades nos momentos mais difíceis e traumáticos. O equilíbrio espiritual começa quando encontramos uma forma de manter o contacto assíduo com a nossa essência, criando uma prática espiritual adequada para nós e empenhando-nos em cumpri-la fielmente, isto é, todos os dias ou pelo menos uma vez por semana. Para alguns essa prática poderá ser a meditação silenciosa, individual ou em grupo; para outros a participação em atos religiosos ou comunitários; para outros ainda através de caminhadas na natureza, de atividade física como correr, andar de bicicleta. Outra forma é através da expressão criativa; muitas pessoas encontram uma profunda ligação consigo próprias através do desenho, da pintura, da escultura, da cerâmica, da escrita, da música, da dança. Sempre que pudermos estar em atenção plena, consciência e energia no momento, de modo a estarmos totalmente presentes connosco, começamos a penetrar na dimensão espiritual, onde experimentamos um sentimento de conexão, de unidade e fluidez. Então, tudo o que fizermos com entrega nutre-nos espiritualmente. Na realidade tudo o que fazemos pode ser uma prática espiritual, se nela concentrarmos toda a nossa atenção plena de tal forma que nos tornemos totalmente presentes e conectados com a nossa essência.

10 Como terapeuta que ferramentas posso utilizar A meditação é uma maneira de se dar tempo e tomar consciência dos pensamentos, dos sentimentos, das sensações físicas, permitindo assim ir cada vez mais a um nível mais profundo até tocarmos a nossa essência. É uma excelente forma de alcançar o equilíbrio espiritual. Falo nomeadamente da meditação Za Zen que é uma forma de meditação Zen que consiste em sentar-se mantendo-se imóvel por um período de cerca de 20m estando com consciência da postura, da respiração e da atitude. Existem no entanto muitas outras formas de meditação, o importante é que com consciência haja um acesso ao Eu Divino de cada um. Como terapeuta de Florais de Bach e de Reiki acredito que estas terapias, sendo terapias energéticas, atuam ao nível da essência do Ser, podem ser de grande ajuda no equilíbrio a nível espiritual e por consequência, uma vez que estão todos interligados, em todos os outros níveis. Breve explicação de como atuam os Florais de Bach e o Reiki As essências florais são extraídas de plantas silvestres através de método natural ou por fervura; da planta é extraída a sua energia. O floral atua pelo princípio da transformação; a um determinado sentimento negativo corresponde um floral com a energia positiva oposta; essa energia do floral, vai atuar ao nível do Eu Superior, onde estão todas as qualidades positivas do Ser, o Floral apenas nos relembra que somos seres Divinos preenchidos com todas as qualidades. Reiki é a antiga arte tibetana de canalizar energia vital pela imposição das mãos. Reiki significa energia vital do universo. A energia Reiki é uma energia bipolar feminina/masculina, negativa/positiva, yin/yang, sendo que a parte masculina vem do cosmos e a parte feminina vem da terra; estas duas energias atuam ao nível dos chacras e juntam-se ao nível do chacra do coração. Quando todos os chacras vibram com a energia correspondente dizemos que o Ser está equilibrado energeticamente e isto reflete-se em todos os níveis de existência. A minha experiência pessoal Durante o percurso que tenho feito na área do desenvolvimento pessoal, dei-me conta de que há coisas que me tranquilizam e me deixam Una com Universo, pois nessas alturas não há nem espaço nem tempo, conecto-me na totalidade com a minha essência. Dei-me conta do que me preenche, do que me serve de alimento para a minha alma e que me ajuda a equilibrar o meu corpo espiritual.

11 Adoro fazer trabalhos manuais, faço cadernos com capas em tecido e pinto em madeira e faço jardinagem, sou capaz de estar horas sem dar pelo tempo passar. Caminhar sozinha junto ao mar ou no meio de uma floresta, é algo que adoro fazer, chegando a sentir-me una com o cenário onde estou. Faço meditação regularmente, no entanto a forma de meditar que me faz conectar mais com o meu centro são as meditações ativas de Osho. Mesmo a nível profissional sou capaz de voar e quase sair de mim mesma, quando estou a dar uma massagem de relaxamento a alguém que tenha uma vibração energética muito próxima da minha ou quando estou a trabalhar com grupos de desenvolvimento pessoal; muitas vezes perco a noção das horas. Faço auto-reiki regularmente e tomo diariamente Florais de Bach. Estas são algumas formas que utilizo para nutrir a minha essência..

12 Equilíbrio do nível Mental O nível mental engloba não só o intelecto como, as ideias, as crenças e a filosofia de vida. Para atingir o equilíbrio mental é fundamental tomar consciência dos nossos padrões de pensamento e sistemas de crenças pelos quais nos regemos. Muitas das nossas crenças são inconscientes e foram-nos incutidas durante o nosso crescimento pelos nossos pais, família e professores; quando adultos deixamos de nos identificar com algumas dessas crenças, mas ou porque não termos consciência delas ou por respeito e amor a quem nos as ensinou, continuamos a usá-las mesmo que elas nos possam por vezes não nos fazer sentido. É como se víssemos o mundo com uns óculos coloridos, que nem sequer imaginamos estar a usar. Acreditamos que o mundo é exatamente daquela cor. Se tomarmos consciência dos óculos, podemos sempre escolher tirá-los e passamos a ver o mundo de um modo muito diferente. Interpretamos e recriamos o mundo baseados no nosso sistema de crenças, e assim, criamos a nossa vida e a nossa realidade com base em perceções. Para nos tornarmos conscientes das nossas crenças, temos que prestar atenção aos nossos pensamentos, especialmente os repetitivos e crónicos. À medida que nos tornamos mais conscientes dos nossos padrões de pensamento e sistema de crenças, podemos ir verificando quais os que ainda nos fazem sentido e nos trazem realização á nossa vida e quais os que já não nos servem. Com esta consciência, o que já não nos serve vai-se dissolvendo e o que nos é útil vai criando raízes cada vez mais fortes. Quando tomamos consciência dos nossos pensamentos e fazemos a seleção do que é ou não importante para nós, temos a oportunidade de tomar contacto com o nosso eu interior, com a voz da nossa intuição e, por vezes também tomamos consciência do nosso crítico interior - aquela voz interna que está sempre a criticar tudo o que fazemos e dizemos. Esta voz que muitas vezes impede de nos expressar livremente, de tentar experienciar coisas novas, de seremos mais criativos, que nos desencoraja, oprime e deprime. Ao tomarmos consciência desta parte de nós podemos assim trabalhá-la no sentido, não de a calar, mas de a transformar numa aliada e de a aceitar. Nenhum mal se cura tentado eliminá-lo, esquecendo-o ou fugindo dele. O que temos que fazer é tomar consciência e percebermos que há outras opções possíveis. Temos, isso sim, de o reconhecer e aceitar como nosso e a partir daí desenvolver outras perspetivas que nos permitam um maior crescimento interior. Como terapeuta que ferramentas posso utilizar Como facilitadora do Método Louise Hay, método que trabalha o desenvolvimento pessoal, sinto que é uma ferramenta muito útil para fazermos um trabalho profundo no processo de identificação de crenças e pensamentos limitadores, através de exercícios que integram técnicas eficazes para facilitar a tomada de consciência, a mudança de atitudes e acrescentar poder pessoal e autoestima, permitindo assumir novos desafios e viver uma vida mais plena. Este trabalho é dedicado integralmente ao trabalho pessoal, fazendo uma profunda viagem ao encontro do autodescobrimento. É um trabalho muito poderoso quando feito em grupo, pois a energia que se cria com as diversas partilhas é uma bênção para todo o processo, no entanto é também possível, com base neste método e com o auxílio de ferramentas do coach, fazer um trabalho individual.

13 As ferramentas de coach e de inteligência emocional aplicada são uma excelente ajuda na identificação de pensamentos e crenças e permite-nos ter um maior conhecimento sobre o funcionamento da mente; como ela nos sabota e nos faz acreditar que somos seres imperfeitos. Como futura terapeuta transpessoal sinto que posso utilizar algumas ferramentas, aprendidas durante este ano, com vista a permitir atingir o equilíbrio ao nível mental e consequentemente nos outros níveis. O exercício das 40 respirações é uma excelente técnica que permite observar os pensamentos e tomar consciência que tipo de pensamentos surgem na mente ao mesmo tempo que se toma consciência do nosso mundo interno. O exercício A testemunha permite perceber que temos pensamentos, mas não somos os nossos pensamentos, somos apenas uma testemunha desses pensamentos, apenas observadores de nós próprios. A minha experiência pessoal Eu achava que pouco podia fazer para alterar as circunstâncias da minha vida. Pensava que existia algo superior que ia ditando as regras e que muito do que era a minha vida fazia parte de um plano que já estaria mais ou menos pré-estabelecido. Achava que tinha que fazer parte de um grande rebanho, em que todos tínhamos que pensar e agir mais ou menos igual, embora eu nunca sentisse que pertencia a esse rebanho e nem tão pouco queria fazer parte dele, pois não me identificava nada com ele. Só quando entrei no caminho do autoconhecimento aprendi e percebi que nós temos a capacidade de criar a nossa própria realidade. Nós somos cocriadores da nossa vida. Comecei então a pôr em prática este e outros ensinamentos, e passei a ver o mundo de uma forma diferente, percebi então que podia ter controlo sobre grande parte da minha vida. Eu posso sempre fazer escolhas, segundo os meus critérios, do que é melhor para mim criando a minha própria realidade. Descobri que tudo depende da forma como eu quero ver o que me rodeia, posso sempre mudar a cor dos óculos que coloco para ver o mundo, e assim, ver sempre o que de bom ou útil posso retirar dos desafios que me vão surgindo. Descobri a importância de ouvir e seguir a minha intuição, a minha voz interior, e de como isto me faz uma pessoa mais feliz e realizada. Trabalhei, e trabalho muito, o meu crítico interior que me castrava e me impedia de ser eu própria sempre com medo da opinião dos outros. O trabalho de desenvolvimento pessoal é um trabalho para a vida inteira, a nossa mente está sempre a arranjar estratégias para nos dominar, através do seu parceiro Ego; hoje posso dizer que ganhei autoestima, ganhei mais confiança e mais poder pessoal, aprendi a gostar de mim tal como sou, a aceitar que não sou um Ser perfeito, mas que está tudo bem, pois o conceito de perfeição é muito subjetivo, o que é perfeito para uns pode não ser para outros; logo ninguém é perfeito.

14 Equilíbrio do nível Emocional As emoções são um elemento importante da força vital que circula em nós. Se não nos permitimos viver plenamente os nossos sentimentos, interrompemos a circulação natural dessa força vital. Vivemos numa sociedade que tem medo das emoções. O nosso lado racional procura darnos segurança no mundo físico e receia as emoções profundas que podem fazer-nos perder o controlo. Aprendemos desde crianças a esconder bem fundo as nossas emoções, só mostramos aos outros o que achamos que não nos vai fazer correr riscos. É importante contactar e expressar as carências que provocam as nossas reações emocionais. Temos que conhecer a criança frágil, que vive no fundo de nós, e aprender a acarinhá-la e a amála. Se queremos viver a plenitude do nosso Ser na vida presente, devemos dedicar-nos a curar as feridas emocionais que nos ficaram da infância e adolescência. Poucos são os que se sentem à vontade em mostrar os chamados sentimentos negativos, como o medo, a mágoa, a tristeza, a raiva. Em vez de os rejeitarmos e evitarmos, devemos explorá-los e descobrir o seu lado positivo e quais as vantagens que nos trazem, como nos podem ser uteis. Só podemos vivenciar integralmente uma emoção dita positiva se experienciarmos plenamente a emoção oposta correspondente; assim só podemos viver a alegria se soubermos o que é a tristeza. Só vamos saber o que é o amor se soubermos o que é o ódio. A maioria das pessoas aprende a reprimir os sentimentos, mas algumas sofrem pelo seu contrário deixam-se dominar por eles, tendo uma grande dificuldade em encontrar o equilíbrio emocional. Há também quem viva preso a um determinado sentimento como por exemplo a raiva, e todo o seu comportamento tem como base essa emoção. Tudo isto demonstra um grande desequilíbrio emocional. No trabalho de equilíbrio emocional aprendemos a aceitar e a conhecer os nossos sentimentos e, quando necessário, a expressá-los de modo que os outros nos possam compreender. Quando não expressamos os nossos sentimentos na sua totalidade, estamos a bloquear energia, isto é, em vez de soltarmos a energia correspondente a essa emoção dita negativa estamos a reprimi-la e a interioriza-la dentro de nós. Se não aprendermos como expressar corretamente essas emoções ou como transformar essa energia em algo útil para nós, mais cedo ou mais tarde iremos criar uma qualquer doença, pois as emoções reprimidas manifestam-se no nosso corpo físico sob a forma de tensão, dor ou desconforto. Por isso, devemos estar bem convictos que a negação emocional é perigosa e destruidora do nosso organismo, porque estamos a rejeitar uma parte importante de nós próprios. Exemplo disto é precisamente o cancro, que não é mais do que uma enorme explosão de emoções reprimidas.

15 Segundo o que preconiza a nova medicina todas as doenças são manifestações físicas de bloqueios emocionais e mentais, a doença é vista como uma dádiva, pois não é mais do que um alerta para que o Ser se possa reequilibrar. O corpo físico não é mais do que o reflexo dos três outros corpos que o habitam. É por isso importante identificar as emoções, tomar consciência do que elas representam para nós, tomar a responsabilidade por essas emoções, isto é, escolher olhá-las com amor, aceitá-las em nós e perdoarmo-nos por essas emoções ou atitudes, pois estamos sempre a fazer o melhor que sabemos com a consciência que temos no determinado momento. Como terapeuta que ferramentas posso utilizar Também a este nível o trabalho feito através do método Louise Hay é de grande eficácia; no método são trabalhados profundamente os sentimentos ditos negativos a culpa, o medo, a tristeza, a raiva, a vingança; é também trabalhado o perdão, aos outros e a nós próprios, e o merecimento. Trabalhar a Sombra Humana é um passo importante na aceitação dos sentimentos negativos. Com o trabalho da sombra, nós somos confrontados com aquilo que não gostamos e não aceitamos em nós, com os sentimentos e emoções que não nos permitimos sentir por achar que não nos enaltecem. A sombra não é mais do que a parte reprimida do nosso ego. É um trabalho muito intenso que nos permite transmutar a energia das emoções e sentimentos e leva-nos a um maior estado de consciência de quem somos, a aceitarmo-nos e a amarmo-nos exatamente como somos. Se queremos evoluir, temos que testemunhar a nossa sombra, abraçá-la e aceitá-la. Sistema de Cura Corpo Espelho é um trabalho de cura que permite através da intuição e da percepção energética avaliar o nível energético dos chacras e perceber que tipo de bloqueios emocionais podem existir que não permitem a energia fluir naturalmente. Cada chacra está relacionado com uma determinada cor quando está em vibração energética equilibrada; quando em desequilíbrio pode mudar de cor ou apresentar cor negra. Cada chacra está ainda relacionado com um sentimento e emoção e com um ou mais órgãos bem como com uma glândula do sistema endócrino; quando se verifica um desequilíbrio energético em determinado chacra é identificada qual a emoção ou sentimento a ele associado é restabelecido o equilíbrio energético correspondente. Ao tomar consciência dessa emoção ou sentimento cria-se a possibilidade de se trabalhar sobre essa emoção e a auto cura acontece. A cura não é mais do que um regresso ao equilíbrio natural do Ser através de uma tomada de consciência. A base deste trabalho é precisamente o conhecimento que cada um deve ter de si próprio, sabendo que tudo começa ao nível da consciência. Tudo depende da forma como decidimos reagir aos diferentes desafios que nos são propostos pela vida; somos nós quem decide o que queremos sentir ou que importância queremos dar a determinado acontecimento.

16 Quando existe uma tensão numa parte específica do nosso corpo, ela reflete a tensão numa parte específica da nossa consciência, relacionada com um aspeto específico da nossa vida. Toda a doença tem origem num desequilíbrio energético que resulta de energia que se encontra bloqueada. Sinto ainda, que um trabalho importante a fazer a nível emocional será a Sanação da criança interior, pois este exercício permite recrear emoções e vivências experienciadas enquanto crianças e que por vezes nos deixam marcas profundas ao longo da construção da nossa personalidade e que são mais tarde, em adultos, causadoras de grandes bloqueios emocionais. Curar o relacionamento com a nossa criança interior é um dos passos mais importantes e íntimos da busca da nossa consciência. Sendo a criança a parte mais profunda da nossa personalidade, ela é a chave para o nosso bem-estar emocional. A criança é a primeira camada da nossa personalidade, e está por isso ligada à nossa essência espiritual. Descobrir e integrar a criança que há em nós abre as portas à alma. Também o trabalho de Perdão aos pais, é importante como forma de equilíbrio emocional, pois muitas vezes existem conflitos abertos com os pais que geram emoções tóxicas cuja energia tem que ser transmutada. O perdão tem um poderoso efeito libertador e curador, porque traz um grande sentimento de serenidade e paz profunda a quem faz este trabalho. A minha experiência pessoal Antes de iniciar o meu percurso na grande caminhada do desenvolvimento pessoal o meu corpo manifestava-se de diversas formas para me indicar que algo não estava bem dentro de mim, mas eu não lhe prestava grande atenção. Por essa altura muito do meu tempo era gasto em médicos; ou com dores nas articulações, ou com fortes dores de cabeça ou com dores nas costas, havia sempre dores, mau estar, falta de força e falta de energia. Quando o relógio tocava todos os dias de manhã era um com enorme sacrifício que eu saía da cama. Todos os anos em Fevereiro (no mesmo mês em que um dia o meu pai partiu sem aviso prévio) eu ficava pelo menos uma semana de cama com dores em todo o corpo sem conseguir mexer-me. Dentro de mim havia muita raiva, pelos maus tratos físicos e psicológicos que eu me tinha permitido vivenciar durante o casamento; muita revolta por o meu pai ter partido tão repentinamente, sem aviso prévio; mágoa, tristeza, medo, desconfiança era uma tão grande amálgama dos tais sentimentos ditos negativos e eu sempre a teimar em não me permitir sentir, nem aceitar, nem sequer me questionar sobre eles. Como é que eu, que queria ser uma boa pessoa, podia ter dentro de mim tão maus sentimentos? Ao iniciar a caminhada na conquista de mim mesma, aos poucos, e com algumas resistências iniciais, fui abordando todos aqueles sentimentos e emoções que me minavam e arrastavam para o abismo (leia-se depressões) e fui tomando consciência deles e de como eu tinha permitido que me dominassem, fui tomando consciência do tipo de pensamentos que habitualmente passeavam na minha mente e nas muitas crenças que já não me serviam mas que eu continuava a usar. Fui trabalhando para alterar a minha forma de ver a vida (que até então pouco interesse tinha para mim). E aos poucos, fui colocando óculos cada vez mais coloridos, e a vida foi-me devolvendo o entusiasmo, a iniciativa, a alegria, a serenidade interior, o amor por mim própria.

17 O meu resgate interno foi quase todo ele feito com base no Método Louise Hay, pelo qual me apaixonei e me tornei facilitadora por ver os resultados obtidos em mim. No método, trabalhei o perdão ao meu pai e a mim mesma, acedi à minha criança interior e percebi o quanto estava abandonada, trabalhei a minha autoestima, que na altura era praticamente nula, trabalhei os relacionamentos que até então eram bastante instáveis. Fui crescendo e tomando consciência de mim mesma. Na mesma altura participei de vários outros seminários nomeadamente, sobre a Sombra Humana, que foi determinante na minha libertação da raiva e do ódio que sentia em relação à minha experiência de casamento. Aos poucos o meu corpo foi-se libertando dos bloqueios energéticos e a minha saúde foi-se restabelecendo. As dores generalizadas foram desaparecendo, ganhei entusiasmo e vontade de viver. Aprendi a visualizar o que desejo para mim, a fazer afirmações positivas, a aceitar em mim todas as emoções e sentimentos, em vez de fingir que não os tenho, a falar com o meu corpo e a escutá-lo, a dar atenção à minha voz interior e à minha intuição, a mimar a minha criança interior, aceitar que não sou, nem quero ser, super-mulher, mas que sou uma mulher inteira, com tudo o de bom e de mau que é natural num ser humano, mas consciente disso. Todos os dias ao levantar ponho os meus óculos coloridos e escolho que nesse dia não me vou pré-ocupar, vou isso sim, viver esse dia intensamente o melhor que sei. Desde que estou neste curso de terapia transpessoal aprendi mais uma ferramenta que me tem ajudado muito; tentar viver em atenção plena, isto é, estar consciente do momento presente, viver no aqui e agora.vivo um dia de cada vez, sou feliz e voltei a sonhar.

18 Equilíbrio do nível Físico Nascemos com uma consciência natural das necessidades e sensações do corpo, mas rapidamente ao longo da nossa vida aprendemos a desafiná-lo, ignorando-o ou controlando-o com as nossas ideias mentais do que é bom ou mau para ele. Perdemos o contacto com a nossa sensibilidade no que se refere ao que acontece dentro de nós. Poucas pessoas têm consciência do seu corpo a não ser quando este se encontra em sofrimento. O corpo tem que adoecer para obter a nossa atenção. O equilíbrio físico acontece quando aprendemos a sintonizar, sentir e escutar o nosso corpo. O nosso corpo é imensamente inteligente, ele sabe sempre do que precisa. Comunica connosco de forma clara e específica, só temos que estar atentos para o escutar. Temos cada vez mais que cultivar a arte de compreender e interpretar os seus sinais. O corpo está constantemente a comunicar a sua necessidade de alimento certo, na hora certa, de descanso quando está cansado, de movimento e de carinho. O nosso corpo deseja naturalmente o que é bom para ele. O nosso corpo físico não só comunica as suas próprias necessidades, mas também tenta comunicar as necessidades dos outros níveis emocional, mental e espiritual. Uma doença, um sofrimento ou um acidente é uma indicação que devemos olhar com mais atenção para dentro de nós, para as nossas vidas e aceitar que é necessário fazer mudanças em qualquer um dos níveis. Geralmente, ele envia mensagens que temos que analisar profundamente, e verificar quais são as nossas necessidades e sentimentos, cuidar melhor de nós, sermos mais verdadeiros com a nossa essência. Muitos de nós vivemos alheados das nossas verdadeiras necessidades físicas. A vida sedentária que fazemos, no meio de uma floresta de cimento que erguemos à nossa volta, afastou-nos por completo da nossa mãe terra e dos seus ritmos e vivências naturais. A nossa crescente necessidade de explorar o nível mental contribuiu também para nos fazer esquecer a importância do nosso nível físico. Também não nos podemos esquecer que é no nosso corpo físico que se registam todas as nossas necessidades emocionais, mentais e espirituais. Como já vimos, muitos dos desconfortos físicos e doenças, são manifestações de desequilíbrios e bloqueios a nível emocional, ou até mesmo, de outro nível. Sempre que o nosso corpo físico entra em desequilíbrio surge a doença. Por vezes (senão a maior parte das vezes) a doença é apenas uma chamada de atenção que o nosso corpo nos dá para uma tomada de consciência que deverá ser feita. Devemos por isso criar o hábito de sentir e escutar o que o nosso corpo nos diz, de lhe falar, fazendo-lhe perguntas. Aprendendo a responder às suas necessidades, sintonizamo-nos gradualmente com os nossos ritmos naturais. É cada vez mais importante para o ser humano voltar a sintonizar-se e a aprender com os ritmos naturais da terra, com os ciclos e as leis naturais da vida. Não somos máquinas, o nosso estado mental e emocional está cada vez mais e mais a degradar-se pelas exigências impostas diariamente pela sociedade dita civilizada.

19 Adotamos uma série de regras sobre o que é bom para nós e tentamos forçar o nosso corpo a adaptar-se a elas. É necessário parar de tentar controlar tanto o corpo e libertarmo-nos da ansiedade que criámos da sua aparência. Há que aprender a nos aceitar. Precisamos reconhecer e apreciar o modo como ele nos serve 24h por dia 365 dias por ano numa vida inteira. O nosso santuário físico necessita de alguns cuidados básicos diários bastante simples para se manter equilibrado e saudável, para servir de habitação nesta vida, aos níveis emocional, mental e espiritual. Alguns desses cuidados são: 1,5L de água pura e fresca Alimentação equilibrada Ar fresco um passeio por uma zona com vegetação Exercício físico 1h de caminhada Descanso saudável - uma boa noite de sono Contacto físico afeto, carinho, atenção e amor Meditação Como terapeuta que ferramentas posso utilizar Como massoterapeuta que sou, penso que a massagem é um excelente contributo para o equilíbrio a nível físico, mental e espiritual; a massagem devolve o equilíbrio e a harmonia a uma mente sobrecarregada e a um corpo tenso. Constitui um excelente antidoto contra os efeitos nocivos da tensão crónica, evitando também à partida que o stress se estabeleça no organismo. A massagem dissolve a tensão física, e a armadura física criada pelo medo e ansiedade, gera um sentimento de relaxamento e bem-estar contribuindo assim para a felicidade e tranquilidade. A Reflexologia dá um excelente contributo para que o equilíbrio físico seja restabelecido. Os pés representam um microcosmo do corpo; todos os órgãos, glândulas e outras partes do corpo estão nele representados; são eles que nos ligam à energia da mãe terra e que constituem a nossa base e alicerce. A Reflexologia tem como objetivo tratar o corpo com vista a promover o retorno da homeostasia - um estado de equilíbrio, através de uma sequência de pressões realizadas em determinadas zonas do pé a que correspondem órgãos. Esta terapia holística tem como premissa que os desequilíbrios físicos estão relacionados com padrões emocionais e estilos de vida a nossa mente cria o nosso corpo. Muito do que nós somos e pensamos encontra-se visível nos nossos pés. Para um reflexologista os pés contam mil histórias.

20 A massagem psíquica é também uma excelente técnica que consiste em focar a energia e atenção nos diferentes membros e órgãos do corpo, sentido, iluminando e respirando cada um deles. Ao focarmos a atenção nessa parte do nosso corpo tomamos consciência da energia que o inunda e ilumina o que permite a regeneração e uma revitalização criando uma harmonia corpo-mente. Ao realizarmos este exercício vamos tomando consciência das partes de nós que estão sobe tensão, tensão essa que surge quase sempre por bloqueios emocionais, somatizados pelo corpo físico Existem inúmeras terapias que poderia falar aqui, escolho no entanto falar apenas das que me sinto apta a praticar, por as ter escolhido para fazerem parte da minha atividade profissional. A minha experiência pessoal A forma como tenho tentado trabalhar o meu nível físico passa pela alimentação, o exercício físico e o relaxamento através da massagem. Tento ter uma alimentação variada, rica em fruta e legumes, não como carne vermelha nem porco, mas como peixe e carnes brancas; evito ao máximo alimentos que sinto que o meu organismo não aceita muito bem, bebo 1,5L de água diariamente. Como exercício físico gosto de fazer caminhada em locais em que possa ter contacto com a natureza, à beira-mar ou na serra. Gosto de fazer Biodanza e Yoga porque além de trabalhar o meu aspeto físico trabalho também o nível mental, emocional e espiritual. Uma vez por semana recebo uma massagem de relaxamento e sempre que posso gosto de fazer hidromassagem e sauna. Nem sempre consigo realizar tudo por falta de tempo e preguiça, mas tenho consciência do quanto este conjunto de atividades são importantes para o meu equilíbrio nos quatro níveis de existência. Sempre que permito que a preguiça se instale durante algum tempo, sei que mais cedo ou mais tarde o meu corpo irá se manifestar.