Informativo nº 91 de

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1 Informativo nº 91 de Í N D I C E 1. IMUNIDADE DE EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES SOBRE RECEITA DECORRENTE DE EXPORTAÇÕES E OPERAÇÕES COM PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS É JULGADO PELO STF COM REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA p DESEMBARGADOR DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DEFERE LIMINAR PARA QUE SECRETÁRIO DE ESTADO DE FAZENDA INFORME SOBRE AS ISENÇÕES FISCAIS p LEI COMPLEMENTAR Nº 155/16 TROUXE ALTERAÇÕES NO SIMPLES NACIONAL p TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DECIDE QUE NÃO É POSSÍVEL OS REPASSES DE CARTÕES DE CRÉDITOS ANTES DE ESGOTAR VIA RENAJUD E INFOJUD, COMO MEIOS DE GARANTIA EM EXECUÇÃO FISCAL p A CÂMARA APROVA PROJETO DE LEI PARA AQUISIÇÃO DE IMÓVEL POR CONDOMÍNIO QUE POSSIBILITA A RECUPERAR TAXAS NÃO PAGAS p.06 * * * * * Este informativo foi redigido meramente para fins de informação e debate, não devendo ser considerado opinião legal para qualquer operação ou negócio específico. Direitos autorais reservados a Micheloni

2 IMUNIDADE DE EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES SOBRE RECEITA DECORRENTE DE EXPORTAÇÕES E OPERAÇÕES COM PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS É JULGADO PELO STF COM REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA Recentemente, o julgamento do Recurso Extraordinário RE nº , com repercussão geral reconhecida, foi suspenso por pedido de voto vista. Nele discutese sobre a possibilidade de empresas optantes pelo SIMPLES, têm direito a imunidades tributárias previstas nos artigos 149 (parágrafo 2º, inciso I) e 153 (parágrafo 3º, III) da Constituição Federal. No julgamento do Tribunal originário, entendeu-se ser exigível a cobrança de INSS, Cofins, PIS, CSLL e IPI, sob o fundamento da inviabilidade de se conjugar dois benefícios fiscais incompatíveis a imunidade e o recolhimento de tributos pelo Simples criando-se um sistema híbrido. Vale ressaltar que a questão se restringe ao período anterior ao Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar 123/2006. O novo regramento já prevê as hipóteses de benefício das imunidades tributárias concomitantes ao programa. De acordo com o voto do Ministro Marco Aurélio que daria provimento ao recurso: a imunidade é garantia constitucional que afasta a própria incidência do tributo. Já a isenção, decorrente de lei, torna o tributo inexigível, embora se tenha inicialmente como atendidos elementos tributários: definição de espécie, fato gerador, base de cálculo e definição de contribuinte. Ainda segundo seu entendimento: Acabou-se por inserir na disciplina das imunidades exceção não prevista e que diz respeito à qualificação do contribuinte Assim, após o pedido de vista do Ministro Luiz Fux, a questão 2

3 poderá ser definitivamente decidida, possivelmente com decisão a favor dos contribuintes. DESEMBARGADOR DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DEFERE LIMINAR PARA QUE SECRETÁRIO DE ESTADO DE FAZENDA INFORME SOBRE AS ISENÇÕES FISCAIS Através do processo nº , impetrado por um grupo de deputados estaduais, na 11ª Câmara Cível, o desembargador Cláudio Mello Tavares, da concedeu liminar em mandado de segurança contra ato da Secretaria estadual de Fazenda, que então se recusou a prestar esclarecimentos sobre a relação das pessoas jurídicas que obtiveram benefícios fiscais nem sobre informações sobre as isenções tributárias concedidas nos últimos 10 anos. A decisão do Relator assegura que a medida pleiteada pelos parlamentares não resulta em quebra de sigilo fiscal previsto no Código Tributário Nacional, que foi a justificativa para negar dados com as informações fiscais der natureza sigilosa de contribuintes. Assim, é dever do Executivo, prestar as informações solicitadas pelos parlamentares, até para que sejam adotadas providências urgentes que justificam a atual situação financeira estadual, que dificulta o atendimento básico aos cidadãos, porque de acordo com uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas do Estado constataram como concedidos, em benefícios fiscais para as empresas entre 2008 e 2013 a importância de R$ 138 bilhões. Nesse contexto o Relator acrescentou que o pedido judicial, busca especificar as empresas beneficiadas pelo estado e quais condições foram concedidos os benefícios, com a apresentação da legislação aplicável, a modalidade, 3

4 o tributo e o valor da renúncia da receita por parte do estado para cada contribuinte. Literalmente: Não acarreta a divulgação de dados particulares e sigilosos relacionados às pessoas jurídicas, não se configurando, assim, a violação ao referido dispositivo legal. E ainda: A receita tributária, como se sabe, integra o patrimônio público e, por tal razão, o Executivo não pode renunciar às mesmas sem adotar a transparência e a publicidade necessárias à prática de tal conduta, destacou sem hesitação que uma das funções do Poder Legislativo é de fiscalizar as ações executivas. LEI COMPLEMENTAR Nº 155/16 TROUXE ALTERAÇÕES NO SIMPLES NACIONAL Com a publicação da Lei Complementar nº 155/16 em , o Simples Nacional passou por algumas relevantes alterações. Primeiramente, foi estabelecido um novo limite para enquadramento das pequenas empresas, passando de R$ 3.6 milhões para R$ 4.8 milhões. Tal limite será válido a partir de Contudo, para o ICMS e o ISS, o teto continua sendo R$ 3.6 milhões, já que caso o contribuinte exceda esse limite deverá recolher os tributos indicados fora o SIMPLES Nacional. A nova legislação prevê a possibilidade de parcelamento em até 120 meses dos débitos vencidos até maio de Referido parcelamento deverá ser regulamentado em até noventa dias da edição da Lei Complementar nº 155/16. Por fim, a norma regulamenta a figura do investidor-anjo para fomentar os aportes de capital nas start-ups, pois possibilita a captação de 4

5 dinheiro no mercado sem que o investidor se torne sócio da empresa recebedora do aporte. TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DECIDE QUE NÃO É POSSÍVEL OS REPASSES DE CARTÕES DE CRÉDITOS ANTES DE ESGOTAR VIA RENAJUD E INFOJUD, COMO MEIOS DE GARANTIA EM EXECUÇÃO FISCAL Em razão do pedido no Processo nº do CRF/RJ - Conselho Regional de Farmácia para penhora dos repasses mensais de operadoras de cartão de crédito contra um hospital, que havia recebido multas administrativas do CRF, e por esse motivo ingressaram com a Execução Fiscal. Entretanto, a desembargadora federal Nizete Lobato, como Relatora da 6ª Turma Especializada do TRF2, manteve a decisão de 1ª instância e não autorizou o pleito, por considerar os fatos como muito similar à penhora de faturamento, que é a décima opção na ordem de preferência legal para garantia em execução fiscal. Em acréscimo, afirmou não ser devido a constrição dos repasses mensais das operadoras de cartão de crédito, enquanto não esgotados outros meios disponíveis para localizar outros bens penhoráveis. Apesar do Conselho fundamentar que os repasses das operadoras de cartão de crédito deveriam ser considerados equivalentes a dinheiro em espécie, ou seja, estando assim em primeiro lugar na do artigo 835 do Código de Processo Civil, conforme a tese que não fora acolhida pela 1ª Instância, pois entendeu ser mais adequada a comparação com o faturamento de empresa, havendo outros bens que poderiam ser oferecidos como garantia, entre os quais, títulos da dívida pública, bens imóveis e móveis. 5

6 A CÂMARA APROVA PROJETO DE LEI PARA AQUISIÇÃO DE IMÓVEL POR CONDOMÍNIO QUE POSSIBILITA A RECUPERAR TAXAS NÃO PAGAS No dia 23/11, a Comissão de Constituição e Justiça aprovou o Projeto de Lei nº 443/11, sendo o autor, deputado Ricardo Izar do PV-SP, que possibilita a aquisição de unidades autônomas da própria estrutura do condomínio ou demais imóveis para a recuperação de cotas condominiais vencidas e não pagas. Essa alternativa de aquisição poderá ser feita por meio de adjudicação (transferência judicial de posse), arremate em leilão e por doação. Devido a análise conclusiva, a proposta foi aprovada pela Câmara e possivelmente seguirá para votação no Senado. O Relator da proposta, deputado Evandro Gussi do PV-SP defende o Projeto de Lei porque acredita que tal mudança irá ajudar os condomínios, que mesmo tendo registro próprio de CNPJ não possuem todas as atribuições de uma pessoa jurídica. Vale ressaltar que a venda e aluguel, dos imóveis transferidos para os condomínios, deverão ser feitas pelo valor de mercado para que o retorno do valor pecuniário vá para o caixa do mesmo. Por fim, o projeto determina que as despesas referentes ao imóvel serão distribuídas entre os condôminos de forma proporcional as suas cotas, enquanto tal imóvel não for alienado ou locado. O autor argumenta que devido à falta de personalidade jurídica por parte do condomínio, os cartórios de registro de imóveis se recusam a registrar as cartas de adjudicação ou arrematação em nome deles. Essa falta de registro da carta de adjudicação ou arrematação impede o cumprimento do princípio da continuidade imobiliária e, portanto, a alienação da unidade autônoma para o retorno do valor pecuniário ao caixa condominial, afirma.

7 Advogados responsáveis pela redação e revisão: Ricardo Micheloni da Silva Av. Churchill, 129 Grupo 1003 Eduardo Landi De Vitto Centro Rio de Janeiro Rafael Ribeiro Campos (21) Patrícia Van der Put office@micheloni.com.br Nadine Van der Put