NEWSLETTER TRIBUTÁRIO

Transcrição

1 Nº 05/ de maio de 2019 NEWSLETTER 1. ITCD TJMG MANTÉM DECISÃO LIMINAR QUE AFASTA ITCD EM DOAÇÃO DE BENS LOCALIZADOS NO EXTERIOR O Tribunal de Justiça de Minas Gerais afastou a aplicação da legislação mineira quanto à incidência de ITCD na doação de ações de sociedade localizada no Panamá. 2. CARF CRIAÇÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO DEVERÁ TER PROPÓSITO NEGOCIAL O CARF manteve a cobrança de Imposto de Renda dos cotistas de Fundo de Investimento por identificar que o único propósito da constituição do Fundo foi reduzir a carga tributária incidente sobre o ganho de capital na alienação das cotas. 3. STJ RECURSO REPETITIVO CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS STJ DECIDE QUE O ICMS NÃO COMPÕE A BASE DE CÁLCULO DA CPRB Publicado acórdão proferido pelo STJ definindo a impossibilidade da inclusão do ICMS na composição da base de cálculo da CPRB, nos moldes do julgamento do STF sobre ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. 4. RECEITA FEDERAL PUBLICADA SOLUÇÃO DE CONSULTA DETERMINANDO QUE OS VALORES REDUZIDOS DE MULTA E DE JUROS NO PERT SEJAM ADICIONADOS À RECEITA DO PERÍODO A Receita Federal publicou solução de consulta determinando que os valores reduzidos de multa e de juros decorrentes da adesão ao PERT deverão ser considerados receita da sociedade e adicionados à base de cálculo do IRPJ, da CSLL, do PIS e da COFINS.

2 1 ITCD TJMG MANTÉM DECISÃO LIMINAR QUE AFASTA ITCD EM DOAÇÃO DE BENS LOCALIZADOS NO EXTERIOR O Tribunal de Justiça de Minas Gerais ( TJMG ) manteve decisão liminar proferida em Mandado de Segurança para afastar a incidência de ITCD na doação de ações de sociedade localizada no Panamá. Trata-se de ação ajuizada pelos herdeiros das ações, que seriam os contribuintes do ITCD perante o Estado de Minas Gerais, pela previsão do artigo 1º, 2º, IV, da Lei Estadual nº /2003. A legislação mineira prevê que o ITCD é devido em Minas Gerais quando o herdeiro ou legatário de bens localizados no Exterior for domiciliado no Estado. Contudo, por previsão da Constituição Federal, a competência para legislar sobre ITCD na doação de bens do exterior é de Lei Complementar Federal e não de Lei Estadual. Porém, a Lei Complementar Federal nunca foi editada. Por isso, o TJMG decidiu que não cabe ao Estado de Minas Gerais legislar a esse respeito, exigindo o ITCD dos contribuintes mineiros. Com as decisões favoráveis, os herdeiros das ações da sociedade panamenha puderam receber as ações sem recolher o imposto estadual. Cabe lembrar que a constitucionalidade da exigência de ITCD em doações de bens localizados no exterior está pendente de julgamento no STF em sede de repercussão geral no RE nº /SP. Para ter acesso à íntegra da decisão do TJMG, clique aqui. 02

3 2 CARF CRIAÇÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO DEVERÁ TER PROPÓSITO NEGOCIAL O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais ( CARF ) publicou acórdão mantendo a cobrança de Imposto de Renda sobre o ganho de capital na venda de participação da Ypioca Agroindustrial de Bebidas ( Ypioca ), que ocorreu por meio da alienação de cotas de um Fundo de Investimento. De acordo com o acórdão do CARF, os contribuintes autuados eram sócios de uma holding que detinha a participação da Ypioca. Para realizar a operação de venda, a holding foi extinta, com posterior integralização das cotas de um Fundo (recémcriado) com a participação da Ypioca. Posteriormente, as cotas do Fundo foram alienadas e consequentemente a participação na Ypioca, venda esta que não foi tributada, por previsão legal de isenção de Imposto de Renda. Para manter a cobrança do imposto, o CARF identificou que o Fundo não detinha participação em outros investimentos e que a participação dos contribuintes autuados no Fundo durou apenas alguns dias, demonstrando que a constituição foi concomitante com a venda da participação da Ypioca. Assim sendo, a operação foi descaracterizada por concluir que o único objetivo da constituição do Fundo e posterior alienação das cotas era a busca por economia tributária. Para ter acesso à íntegra da decisão do CARF, clique aqui. 03

4 3 STJ RECURSO REPETITIVO CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS STJ DECIDE QUE O ICMS NÃO COMPÕE A BASE DE CÁLCULO DA CPRB Nos moldes da decisão paradigma do Supremo Tribunal Federal ( STF ), o Superior Tribunal de Justiça ( STJ ) publicou o acórdão do Recurso Especial nº /SC determinando a impossibilidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta ( CPRB ). A CPRB, diferentemente do modelo tradicional, não incide sobre a folha de pagamentos do empregador e sim sobre a receita auferida pela sociedade. A instituição dessa modalidade de recolhimento das Contribuições Previdenciárias foi uma tentativa de desonerar a folha de pagamento dos empregadores. Atualmente, o recolhimento da CPRB só é permitido para alguns contribuintes definidos em lei, que deverão aplicar o percentual de 1 a 2,5% sobre a receita bruta, dependendo da área de atuação. O STJ, por entender que essa sistemática de recolhimento se assemelha à do PIS e da COFINS, julgou pela impossibilidade de incluir o ICMS na receita bruta dos contribuintes. Esse entendimento vai ao encontro do posicionamento do STF que, em 2017, julgou por excluir o ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS em sede de repercussão geral. Como o julgamento do STJ foi proferido sob a sistemática dos recursos repetitivos, todos os Tribunais do Brasil deverão seguir o entendimento do STJ em processos sobre o assunto. Para ter acesso à íntegra da decisão do STJ, clique aqui. 04

5 4 RECEITA FEDERAL PUBLICADA SOLUÇÃO DE CONSULTA DETERMINANDO QUE OS VALORES REDUZIDOS DE MULTA E DE JUROS NO PERT SEJAM ADICIONADOS À RECEITA DO PERÍODO A Receita Federal publicou, no último dia 18, a Solução de Consulta COSIT nº determinando que os valores de multa e de juros de débitos tributários, contabilizados à sua época como despesa, e posteriormente remitidos ou reduzidos pelo Programa Especial de Regularização Tributária ( PERT ) devem ser considerados como receita, compondo a base de cálculo dos tributos. No entendimento da Receita Federal, a reversão das despesas já contabilizadas resulta em uma receita para a sociedade. Dessa forma, a receita decorrente dos valores de multa e juros que deixaram de ser recolhidos pela adesão ao PERT deverá compor a base de cálculo do IRPJ e da CSLL, bem como do PIS e da COFINS. Por se tratar de uma Solução de Consulta publicada pela COSIT (Coordenação Geral de Tributação), os fiscais da Receita Federal estão vinculados a esse entendimento, podendo autuar contribuintes que deixem de adicionar os valores perdoados no âmbito do PERT da apuração do Lucro Real e do recolhimento de PIS e COFINS. Para ter acesso à íntegra da Solução de Consulta nº , clique aqui. 05

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