Informativo nº 92 de

Transcrição

1 Informativo nº 92 de Í N D I C E 1. GOVERNO FEDERAL EDITA PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO TRIBUTÁRIA (PRT) p SENADO APROVA A SEGUNDA FASE DA REPATRIAÇÃO DE RECURSOS p LEI ESTADUAL Nº 7.504/ RIO DE JANEIRO (PROCEDIMENTO DE INTIMAÇÃO) p RECEITA FEDERAL EMITE SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA SOBRE INSUMOS QUANTO AOS CRÉDITOS PARA COMPENSAÇÃO DA COFINS E PIS p DESPESAS COM O PAT PODEM SER DEDUZIDAS DO LUCRO REAL DAS EMPRESAS LIMITADO A 4% DO IR DEVIDO p.08 * * * * * Este informativo foi redigido meramente para fins de informação e debate, não devendo ser considerado opinião legal para qualquer operação ou negócio específico. Direitos autorais reservados a Micheloni

2 GOVERNO FEDERAL EDITA PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO TRIBUTÁRIA (PRT) No início do ano, mais precisamente em 4 de janeiro de 2017, foi criado o Programa de Regularização Tributária (PRT), através da Medida Provisória nº 766 que deliberou a possiblidade de um novo Parcelamento e deixou a regulamentação para o âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil e Procuradoria da Fazenda Nacional. Quanto a Receita, tal ato foi materializado através da Instrução Normativa nº 1.687/17e a Fazenda Nacional pela Portaria nº 152/2017. Destacam-se dentre os pontos principais, em que fazemos alguns esclarecimentos que mereçam ser pontuados. Vejamos: Foram delineados os seguintes parâmetros tanto na Medida Provisória, e agora na Instrução Normativa quanto aos débitos que o contribuinte deverá observar e decidir. São eles: i) Não haverá qualquer redução de multa, juros e honorários, considerandose confissão irretratável e irrevogável; ii) Podem ser incluídos débitos com vencimento até , inscritos ou não em dívida ativa e já parcelados anteriormente ou não; iii) É necessário incluir todos os débitos exigíveis e feita a adesão e não haverá possibilidade de adesão destes em qualquer outro parcelamento futuro, especial; iv) Uma das condições para manutenção do parcelamento é o pagamento de todos os tributos e FGTS dos meses subsequentes à adesão; iv) Débitos superiores a R$ 15 milhões precisam de garantia (carta de fiança ou seguro garantia); vi) Existem duas modalidades de parcelamento sem utilização de créditos fiscais: 2

3 a) entrada de 20% e o restante em até 96 meses; a.1) u nenhuma entrada e o restante em 120 meses, sendo cada uma das primeiras doze parcelas deve representar 0,5% do total do débito (primeiro ano), cada uma das doze subsequentes deve representar 0,6% (segundo ano) e entre as parcelas 25 e 36, o montante de cada uma delas deve representar 0,7% do total (terceiro ano). Ao fim do triênio, o saldo restante deverá ser dividido em até 84 meses, ou seja, pelo tempo que ainda restou do parcelamento; b) Alternativamente, o contribuinte tem a possibilidade de pagar os débitos à vista, utilizando eventuais créditos (base de cálculo negativa, prejuízo fiscal e créditos próprios junto à Receita Federal). Regra geral, 9% dessa base. Nessa modalidade, existem duas possibilidades: b.1) pagamento de 20% do débito em dinheiro e o restante com os créditos e; b.2) pagamento de 24% em até 24 parcelas em dinheiro e o restante com créditos. Caso, não existam créditos suficientes, o saldo poderá ser parcelado em até 60 meses; vii) O disposto no item acima somente se aplica a débitos não inscritos em dívida ativa; viii) Ficam estabelecidos valores mínimos para adesão, em que as parcelas tenham o valor de R$ 200,00 para pessoas físicas e R$ 1.000,00 para pessoas jurídicas; Essas são algumas considerações gerais que se extrai inicialmente do que está previsto na Medida Provisória e que as regulamentações da Receita e Procuradoria, em parte descerão mais a detalhes para esclarecimentos da regra geral, de onde eles devem se alinhar e o contribuinte possa refletir, quanto as condições financeiras e jurídicas sobre a desistência de defesas em curso. 3

4 SENADO APROVA A SEGUNDA FASE DA REPATRIAÇÃO DE RECURSOS Após o sucesso da Repatriação de Recursos realizada em 2016, aguarda análise e aprovação na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei nº 405, de 8 de novembro de 2016 (PL 405/2016), aprovado pelo Plenário do Senado, que reabre o prazo para adesão ao Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária (RERCT), previsto na Lei nº , de 13 de janeiro de De fato, tanto o Governo quanto diferentes setores do mercado atestaram o sucesso da arrecadação na primeira fase do regime especial, que resultou na recuperação aos Cofres Públicos de aproximadamente cinquenta bilhões de reais a título de imposto de renda e multa, haja vista o interesse dos contribuintes em regularizarem situações fiscais e até penais pendentes. A nova proposta tem o objetivo de ajudar a resolver o problema fiscal do País em 2017, como ocorreu parcialmente em 2016, com a primeira fase do regime especial, sendo certo que a estimativa de arrecadação com a segunda fase da repatriação de recursos ficará entre vinte e trinta bilhões de reais. O novo prazo para adesão ao regime especial, previsto no Projeto de Lei, inicia em 1º de fevereiro de 2017 e encerra em 30 de junho de Assim, quando aprovado o projeto, o contribuinte que então não aderiu a primeira fase por motivos outros, dúvidas, etc. e deixou de se regularizar poderá novamente promover a repatriação de recursos, bens ou direitos de origem lícita, não declarados ou declarados incorretamente, remetidos, mantidos no exterior ou repatriados por residentes ou domiciliados no país, sem a respectiva punição por crimes de natureza fiscal, como prevista na legislação corrente, desde que ainda não tenha havido condenação relativa aos recursos, ou seja, decisão criminal, bens e

5 direitos que pretendam ser regularizados nesta fase. Além disso, a alíquota do imposto de renda sobe de 15% (quinze por cento) para de 17,5% (dezessete e meio por cento), bem como a alíquota da multa corresponde a 100% (cem por cento) do valor do imposto devido, sendo certo que o percentual total a ser pago pelo declarante que aderir ao programa durante o novo prazo será de 35% (trinta e cinco por cento). Neste sentido, a justificativa da Comissão diretora do Senado para o aumento dos percentuais é a de que trata-se de medida de justiça e correção aos contribuintes que aderiram ao regime especial na primeira fase, tempestivamente, ou seja, uma espécie de "ônus" a quem não participou à época. Cumpre ressaltar que, o regime especial abrangerá as declarações da situação patrimonial do contribuinte até a data de 30 de junho de 2016, sendo certo que a primeira fase alcançou somente as declarações até 31 de dezembro de Ademais, a União deverá repassar 46% (quarenta e seis por cento) do produto da arrecadação com a multa aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Por fim, vale destacar que, fica expressamente vedada a adesão ao regime pelos Presidente da República, Vice-Presidente da República, Senador, Deputado Federal, Governador, Vice- Governador, Deputados Estadual e Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador, assim como a agente público da administração pública direta ou indireta da União, de Estado, do Distrito Federal ou de Município no exercício de seu mandato ou investido em cargo, emprego ou função em 14 de janeiro de

6 LEI COMPLEMENTAR Nº 155/16 TROUXE ALTERAÇÕES NO SIMPLES NACIONAL Em foi publicada a Lei Estadual nº 7.504/2016, que alterou o Decreto-lei nº 05/75 (Código Tributário Estadual). Dentre as diversas modificações, destaca-se o parágrafo 2º e os incisos III e IV do art No referido dispositivo, restou configurada a possibilidade de intimação do contribuinte através do envio da comunicação para a Caixa Postal Virtual CPV. Confira-se: III - Por meio eletrônico, pelo envio da comunicação para a Caixa Postal Virtual - CPV do sujeito passivo, na forma de regulamento do Poder Executivo; IV - Por edital, publicado uma única vez no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro ou no Diário Eletrônico da Secretaria de Estado de Fazenda, na forma da regulamentação do Poder Executivo, quando resultar improfícuo um dos meios de intimação previstos nos incisos I e II deste artigo. (...) 2º - Excepcionalmente, na forma de regulamento do Poder Executivo, poderá ser utilizado o meio de intimação do inciso I sem necessidade de utilização prévia da intimação prevista no inciso III. De acordo com o que foi devidamente estabelecido em legislação própria, a Administração Tributária informará aos sujeitos passivos e seus respectivos representantes as normas e condições da utilização e manutenção da CPV. Será atribuída uma única CPV por número base no CNPJ ou por número de CPF, quando o sujeito passivo for pessoa física e for inscrito no CAD-ICMS. O acesso à CPV será realizado com a utilização de certificado digital emitido por Autoridade Certificadora credenciada de forma a garantir a identificação inequívoca do signatário. Por fim, tendo em vista que o texto legal entrará em vigor em 90 (noventa) dias da sua publicação, sugerimos que a empresa adote todas as medidas necessárias para a verificação junto ao Ente Público Estadual. 6

7 RECEITA FEDERAL EMITE SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA SOBRE INSUMOS QUANTO AOS CRÉDITOS PARA COMPENSAÇÃO DA COFINS E PIS No dia 27/01 foi publicado no Diário Oficial decisão acerca dos créditos de PIS e COFINS quando da aquisição de insumos, no sistema não cumulativo das contribuições. Em razão do levantamento feito pela Receita Federal, por meio da Solução de Divergência nº 11/2017, que estabeleceu posicionamento ao contribuinte, que para calcular o PIS e a COFINS, poderá tomar créditos sobre a aquisição de insumos, desde que a apuração seja feita com base no sistema não cumulativo. É importante dizer que, para efeito de apuração do PIS e da COFINS, são considerados insumos: Despesas com partes e peças e serviços de manutenção aplicados em empilhadeiras e veículos utilizados no transporte interno (mesmo estabelecimento da pessoa jurídica) de matérias-primas e produtos em elaboração, desde que tais dispêndios não sejam incorporados ao bem em manutenção; e Os combustíveis e lubrificantes utilizados nas máquinas e equipamentos de produção e nos veículos de transporte interno da produção; Portanto, não são considerados insumos os itens acima que acabam não permitindo tomar créditos para apuração do PIS e da COFINS. Entretanto, o conceito de insumos verificar a redação do inciso II do artigo 3º das Leis nºs /2002 e /2003, que instituíram o sistema não cumulativo na cobrança do PIS e da COFINS, lembrando que existem decisões pontuais no CARF, mas a indicação de que a matéria como será definido o conceito de insumos encontra-se suspenso o recurso odo contribuinte no julgamento pelo STJ, no RESP /PR, agora com a Ministra Assusete Magalhães desde 09 de novembro de 2016, e

8 quando pautado resta votar o Ministro Sergio Kukina. DESPESAS COM O PAT PODEM SER DEDUZIDAS DO LUCRO REAL DAS EMPRESAS LIMITADO A 4% DO IR DEVIDO Recentemente no julgamento do processo n.º , o Juiz Federal da Subseção Judiciária de Sete Lagoas do TRF da 1ª Região, Bruno acerca do PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR PAT decidiu que a alteração da parcela dedutível do lucro tributável e a base de cálculo do imposto, por serem normas infra legais ultrapassavam os limites da lei. O magistrado com base em decisões anteriores do Superior Tribunal de Justiça, afirmou que tanto a portaria quanto a instrução normativa estabeleceram limitações ilegais não previstas na Lei nº 6.321/76, quanto a condição de gozo do incentivo fiscal ao PAT, quando fixaram custos máximo para as refeições individuais oferecidas. O PAT foi criado pela Lei nº 6.321/76, e o incentivo está concedido no art. 1º, que foi incorporado pelos arts. 581/582 do RIR, e nele o contribuinte pode se inscreve, e optar pelo fornecimento de vale-refeição em vez de manter setor próprio de preparação e fornecimento de refeições. Por fim, ao final do processo diante dos créditos indevidos, o contribuinte poderá realizar a compensação por meio de declaração, condicionada à homologação da autoridade fiscal. 8

9 Advogados responsáveis pela redação e revisão: Ricardo Micheloni da Silva Av. Churchill, 129 Grupo 1003 Cristina Câmara Lins Centro Rio de Janeiro Rafael Ribeiro Campos (21) Patrícia Van der Put office@micheloni.com.br Vivian Camacho Nadine Van Der Put 9