Informativo nº 114 de

Transcrição

1 Informativo nº 114 de Í N D I C E 1. TRF1 ANULA CITAÇÃO EM EXECUÇÃO FISCAL POR EDITAL ENQUANTO NÃO ESGOTADOS TODOS OS MEIOS DE LOCALIZAÇÃO DE DEVEDORES p JULGAMENTO DO CARF SOBRE INSUMOS PIS APROVEITAMENTO p RECONHECIMENTO PELA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT N.º 35/2019 SOBRE AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO PAGO IN NATURA, OU POR TÍQUETE/VALE NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS p O AVISO PRÉVIO INDENIZADO TAMBEM TEVE RECONHECIMENTO PELA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT N.º 31/2019 QUANTO A NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS p REDUÇÃO PELA METADE DOS JUROS PAGOS EM EXECUÇÃO DE DÍVIDAS SE TORNA OBJETO DE PROJETO DE LEI p.06 *** Este informativo foi redigido meramente para fins de informação e debate, não devendo ser considerado opinião legal para qualquer operação ou negócio específico. Direitos autorais reservados a Micheloni

2 TRF1 ANULA CITAÇÃO EM EXECUÇÃO FISCAL POR EDITAL ENQUANTO NÃO ESGOTADOS TODOS OS MEIOS PARA LOCALIZAÇÃO DOS DEVEDORES A citação por edital somente deve ser manejada nos casos em que realmente não se tem conhecimento da localização do próprio Réu, ou quando este se encontre em lugar totalmente desconhecido, ou até mesmo o local seja inacessível. Portanto, a sua admissibilidade, fica condicionada ao esgotamento das possibilidades de localização do Réu ou no caso concreto, do devedor ora executado. Em razão da incerteza do conhecimento da demanda, a citação ficta (seja por edital ou hora certa) deve obedecer determinados requisitos legais, para que seja considerada válida e possa produzir efeitos. Assim, com base nesse entendimento que a 7ª Turma do TRF1 deu provimento à apelação do devedor, por considerar a inexistência de nulidade na citação por edital, reformando a sentença do juiz em primeira instância que tinha julgado improcedentes os embargos à execução fiscal. Ao analisar o recurso a relatora, Desembargadora Federal Angela Catão, assinalou que, em se tratando de execução fiscal, a citação por edital somente deve ser realizada quando efetivamente esgotados todos os meios de localização do devedor, inclusive após frustradas tentativas por meio de oficial de justiça. Segundo a magistrada, a simples certificação pelo oficial de justiça da não localização do executado no endereço indicado na inicial não tem aptidão por si só para demonstrar o esgotamento dos meios à sua disposição, registrando não se afigurar razoável autorizar que o credor exequente, a Fazenda Nacional se desonere da obrigação que é sua, sob grave risco de se instaurar desequilíbrio de forças no processo judicial, quando mais não 2

3 ficar demonstrado que foram esgotados todos os meios de que dispunha para a localização do devedor. Para a desembargadora, o simples fato de haver realizado uma tentativa por oficial de justiça em um endereço não é suficiente para entender restarem cumpridos os requisitos do precedente julgado sob o rito dos recursos repetitivos pelo Superior Tribunal de Justiça a autorizar a imediata citação por edital, sendo ônus do credor envidar todos os esforços para a efetiva localização pessoal do executado, não apenas em um único endereço constante de seu banco de dados. Dessa maneira, a Corte deu provimento à apelação do contribuinte para declarar a nulidade da citação levada à efeito nos autos diante de Súmula do Superior Tribunal de Justiça, com o entendimento ora ratificado pelo TRF1, in verbis: A citação por edital na execução fiscal é cabível quando frustradas as demais modalidades. JULGAMENTO DO CARF SOBRE INSUMOS PIS APROVEITAMENTO A 3ª Turma da Câmara Superior do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais analisou pela primeira vez o conceito insumos após edição do Parecer Normativo RFB nº 5, publicado pela Receita Federal em 18 de dezembro Para o relator, Conselheiro Luiz Eduardo Santos considerou, com base no novo parecer da Receita, que materiais de segurança e de limpeza se enquadram no conceito de insumo e, portanto, geram créditos. Porém, desconsiderou o crédito para as despesas com embalagens, justificando que insumos só são caracterizados quando são parte do processo de produção, e não utilizados posteriormente. 3

4 Entretanto, abriu-se divergência a Conselheira Tatiana Midori que pelo seu entendimento, considera sim que as embalagens são parte do processo de produção, e foi acompanhada dos conselheiros Demes Brito, Érica Autran e Vanessa Cecconello. Porém, pelo critério do de qualidade, prevaleceu o entendimento do relator. Na segunda parte do voto, o conselheiro relator manifestou-se contrário ao pedido do contribuinte para utilizar créditos provenientes do transporte de mercadorias. Para ele, o serviço não faz parte do processo de produção. A conselheira Tatiana, mais uma vez, abriu divergência e destacou a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça favorável ao contribuinte e votou por dar provimento ao recurso. A maioria da turma seguiu a tese nesse ponto. Nesse ambiente, pode-se ver que o tema comporta analise detida e meticulosa do contribuinte, onde as divergências sobre quais créditos podem se apropriar, tanto quanto os que não são possíveis ou em tese, prováveis, para se implementar o ressarcimento. RECONHECIMENTO PELA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT N.º 35/2019 SOBRE AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO PAGO IN NATURA, OU POR TÍQUETE/VALE NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Foi publicada em 25/01/2019, a Solução de Consulta Cosit n.º 35/2019 que consubstancia a alteração de entendimento por parte da Receita Federal do Brasil RFB, que, assim, formalmente passou a admitir a não incidência de contribuição previdenciária sobre o auxílio-alimentação, quando pago in natura, ou por meio de tíquete/vale. Entretanto, quando o respectivo valor for pago em espécie, a RFB 4

5 manteve o seu questionável entendimento em prol da inclusão deste na base de cálculo das contribuições sociais previdenciárias a cargo das empresas e segurados empregados, algo ainda pendente de pacificação pelos Tribunais pátrios, os quais, por exemplo, podem analogicamente acatar o posicionamento do Supremo Tribunal Federal STF que reconheceu a natureza indenizatória do vale-transporte para afastar tributação em exame. Cabe lembrar que, até DEZEMBRO/2018, o entendimento da RFB era no sentido de que haveria a referida incidência tributária, independentemente da forma de pagamento do auxílio-alimentação, razão pela qual a jurisprudência sobre esta matéria se revelava amplamente desfavorável aos contribuintes, inclusive em sede administrativa, estando a equipe especializada em Direito Tributário do Escritório Micheloni Advogados Associados à inteira disposição dos seus clientes e demais interessados nesta matéria. O AVISO PRÉVIO INDENIZADO TAMBEM TEVE RECONHECIMENTO PELA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT N.º 31/2019 QUANTO A NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Publicada em 25/01/2019, a Solução de Consulta Cosit n.º 31/2019 consubstancia o reconhecimento, pela Receita Federal do Brasil quanto a não incidência de contribuições previdenciárias sobre verbas pertinentes ao aviso prévio indenizado, com alusão, inclusive, à jurisprudência sedimentada, neste exato sentido, pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça STJ quando do julgamento, sob a sistemática de recursos repetitivos, do Recurso Especial n.º /RS. A par disto, a Solução de Consulta ora noticiada também expressamente reconhece o direito à compensabilidade dos respectivos indébitos com parcelas vincendas das correspondentes contribuições 5

6 previdenciárias, ou à restituição destes valores nos termos do Parecer Normativo Cosit n.º 1/2017, estando, pois, a equipe especializada em Direito Tributário do Escritório Micheloni Advogados Associados à inteira disposição dos seus clientes e demais interessados nesta matéria. REDUÇÃO PELA METADE DOS JUROS PAGOS EM EXECUÇÃO DE DÍVIDAS SE TORNA OBJETO DE PROJETO DE LEI O Projeto de Lei nº 10735/18, de proposta do deputado Carlos Bezerra prevê a redução dos juros das parcelas em execução de dívidas ainda no período de possíveis embargos à Justiça por parte do devedor, e assim ajustando o critério de remuneração do credor para juros de 0,5% ao mês. Ocorre que, atualmente o Código de Processo Civil estabelece que caso o devedor se manifeste e reconheça o débito a ser pago, ainda que caiba embargos à sentença, pode depositar 30% do valor devido, acrescido de custas processuais, e requerer o pagamento do restante da dívida em até 6 parcelas acrescidos de atualização monetária e juros de 1% ao mês. Nesse prisma, o deputado tem por intenção reduzir esses juros à metade, diante da necessidade de diminuição da taxa de inflação mensal no País. Considerando-se, ainda, que a dívida executada já está corrigida com juros e correção monetária, é de todo razoável que as seis parcelas em que pode ser dividido o restante da execução sejam corrigidas em meio ponto percentual, ao invés do 1% previsto, afirma o parlamentar. Advogados responsáveis pela redação e revisão: Ricardo Micheloni da Silva Av. Churchill, 129 Grupo 1003 Paulo Nelson Nascimento Centro Rio de Janeiro Patrícia Van der Put (21) Marcus Vinicius Gontijo Nadine Van der Put secretaria@micheloni.com.br 6