Aula 00 Curso: Economia do Trabalho Auditor Fiscal do Trabalho. Professor: Marcos Bezerra
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- Otávio Escobar Bonilha
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1 Aula 00 Curso: Economia do Trabalho Auditor Fiscal do Trabalho Prof. Marcos Bezerra Professor: Marcos Bezerra 1 de 37
2 APRESENTAÇÃO Olá, concursandos! Sejam bem-vindos ao curso de Economia do Trabalho para o concurso de Auditor-Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. Meu nome é Marcos Bezerra, sou formado em Ciências Econômicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e estou há algum tempo na carreira pública. Minha história de concurseiro começou quando eu estava com 20 anos, sendo aprovado para o concurso do Banco do Brasil. Por lá fiquei durante 5 anos, até decidir alçar novos voos. Hoje, aos 31, ocupo o cargo de Especialista em Regulação da ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar, tendo sido aprovado em 1º lugar no concurso de Após a saída do Banco e até tomar posse na ANS, fui empossado nos cargos de Técnico de Registro de Empresas na JUCERJA, Assistente Técnico Administrativo no Ministério da Fazenda e Técnico Administrativo no Ministério Público da União. É claro que apesar desses concursos em que fui aprovado e nomeado, houve outros diversos em que, embora muitas vezes aprovado, não chegava a ser nomeado. Isso nunca foi motivo de desânimo, pelo contrário, a cada certame eu aprendia com os erros e percebia que estava cada vez mais próximo de ser bem sucedido nas provas. Posso dizer que todo sacrifício valeu a pena. A sensação de ser nomeado, de ver seu nome no Diário Oficial, é indescritível. Por isso, aconselho a vocês que tenham foco, disciplina e, principalmente, que persistam. Cada esforço investido é a certeza de que o objetivo está mais próximo de ser alcançado. Vamos falar do nosso curso: Nosso curso terá como objetivo oferecer-lhes uma base sólida, que seja suficiente para que vocês obtenham êxito na hora da prova. Além da parte teórica, abordaremos algumas questões para que o conteúdo seja bem fixado. O CESPE/UNB foi responsável pela última prova de Auditor Fiscal do Trabalho, em Nos concursos anteriores a este, nos anos de 2003, 2006 e 2009, a ESAF realizou os certames. Nos 4 concursos mencionados, o conteúdo programático do edital foi o mesmo, ou seja, a única diferença está no estilo de prova de cada banca. Enquanto na prova realizada pelo CESPE o candidato deveria julgar se a afirmativa estava certa ou errada, na ESAF era adotado o estilo mais tradicional para que o candidato assinalasse uma dentre as cinco alternativas. Prof. Marcos Bezerra 2 de 37
3 Portanto, caso o CESPE seja o responsável por elaborar o próximo certame, fiquem atentos ao responder, já que uma questão respondida errada anula uma respondida certa. Na prova de 2013, a disciplina de Economia do Trabalho teve 12 questões, do total de 220 questões da prova. Além disso, do total de 200 pontos das provas discursivas, 19 pontos corresponderam a questões de Economia do Trabalho. As questões objetivam foram divididas em três blocos temáticos: o 1º relativo a conceitos e indicadores que envolviam classificações da população em termos trabalhistas; o 2º era relativo a questões que envolviam desemprego e curva de determinação salarial; por fim, o 3º bloco dizia respeito a questões relacionadas ao modelo clássico de salário-eficiência. Já em termos de questões discursivas de Economia, tivemos duas questões: a 1º girando sobre os impactos da negociação coletiva sobre o desemprego e a inflação; e a 2º sobre as diferenças nas taxas de desemprego conforme variassem os modos de determinação salarial. Veremos a parte teórica, com várias esquematizações que facilitam a assimilação do conteúdo, e, ao final, uma bateria de questões, principalmente questões que caíram em provas anteriores para AFT. Dito isto, vamos à luta! Lembrem-se de que a remuneração recebida, no início da carreira, é de R$ ,64! Prof. Marcos Bezerra 3 de 37
4 Confira no site a data de liberação das aulas =) Aula Assunto Economia do Trabalho Conceitos básicos e definições População e força de trabalho 1.3. População economicamente ativa e sua composição: empregados, subempregos e desempregados 1.4. Rotatividade da Mão-de-obra 1.5. Indicadores do mercado de trabalho O mercado de trabalho Demanda por trabalho: o modelo competitivo e modelos não-competitivos, as decisões de emprego das empresas, custos salariais, elasticidades da demanda Oferta de trabalho: a decisão de trabalhar e a opção renda x lazer, a curva de oferta de trabalho, elasticidades da oferta O equilíbrio no mercado de trabalho. 3. Os diferenciais de salário Diferenciação compensatória Capital humano: educação e treinamento Discriminação no mercado de trabalho Segmentação no mercado de trabalho Desemprego A taxa natural de desemprego Tipos de desemprego e suas causas Salário eficiência e modelos de procura de emprego instituições e mercado de trabalho A intervenção governamental: política salarial e políticas de emprego Assistência ao desemprego Modelos tradicionais sobre o papel dos sindicatos e modelo de preferência salarial Sindicato: monopólio bilateral e monopsônio. 6. O mercado de trabalho no Brasil Mercado de trabalho formal e informal. Prof. Marcos Bezerra 4 de 37
5 Aula 00: Economia do Trabalho. Conceitos básicos e definições. População e força de trabalho. População economicamente ativa e sua composição: empregados, subempregos e desempregados. Rotatividade da Mão-de-obra. Indicadores do mercado de trabalho. Assunto Página 1- Conceituando a Economia do Trabalho 5 2- População e força de trabalho 7 3- Rotatividade da mão-de-obra Indicadores do mercado de trabalho Questões comentadas Lista de Exercícios Gabarito Conceituando a Economia do Trabalho Vamos começar entendendo o que é a Economia do Trabalho. Mas vejamos antes o que está por trás da ideia do estudo da economia. A economia pressupõe a escassez de algo. Como não há tudo para todos, as pessoas de maneira geral, tanto aqueles que produzem (ofertam) bens como aqueles que consomem (demandam) bens, são obrigadas a efetuar escolhas para alocarem seus recursos da forma que entenderem ser mais apropriada. As escolhas que envolvem essa relação de produção e consumo também acontecem no âmbito do trabalho, mais especificamente no que se chama de Mercado de Trabalho, ou seja, também ocorre a oferta e a demanda de trabalho dentro deste Mercado de Trabalho. Definição de trabalho E o que vem a ser trabalho? Segundo o IBGE, considera-se como trabalho em atividade econômica o exercício de: a) ocupação remunerada em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios (moradia, alimentação, roupas, treinamento, etc.) na produção de bens e serviços; b) ocupação remunerada em dinheiro ou benefícios (moradia, alimentação, roupas, etc.) no serviço doméstico; ou c) ocupação sem remuneração na produção de bens e serviços, em ajuda na atividade econômica de membro da unidade familiar. Prof. Marcos Bezerra 5 de 37
6 Obs: Não se inclui no conceito de trabalho o exercício de: Curso: Economia do Trabalho - ocupação sem remuneração desenvolvida em ajuda a instituição religiosa, beneficente ou de cooperativismo; e - ocupação na produção para o próprio consumo ou uso de membro(s) da unidade domiciliar. Ocupação na produção de bens e serviços Ocupação no serviço doméstico Ocupação sem remuneração na produção de bens e serviços Remuneração em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios. Remuneração em dinheiroou benefícios. Em ajuda na atividade econômica de membro da unidade familiar. Definição de trabalho Observem que na concepção de trabalho, a remuneração em produtos ou mercadorias poderia ser dada na produção de bens e serviços, mas não na realização de serviço doméstico. Já a ocupação sem remuneração só poderia ser considerada trabalho na produção de bens e serviços e em ajuda na atividade econômica de membro da unidade familiar. Ocupação Ocupação na produção de bens e serviços Ocupação no serviço doméstico Remuneração Remuneração em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios Não. Em ajuda na atividade econômica de membro da unidade familiar Remuneração em dinheiro ou benefício. Um ponto muito importante e que costuma confundir o estudante é relativo a quem oferta e quem demanda trabalho. O trabalho é oferecido pelos trabalhadores. Já quem procura por trabalho, ou seja, quem está atrás do insumo trabalho oferecido pelos trabalhadores são as empresas. O insumo trabalho oferecido pelos trabalhadores também é chamado de força de Prof. Marcos Bezerra 6 de 37
7 trabalho, que é oferecida no mercado de trabalho em troca de uma remuneração paga por quem demanda trabalho (as empresas). Atentem-se: Quem oferta trabalho? Os trabalhadores. Atentem-se: Quem demanda trabalho? As empresas. Quem oferta trabalho? Os trabalhadores Quem demanda trabalho? As empresas Em aulas posteriores, veremos detalhadamente os pormenores da oferta e da demanda de trabalho. 2 População e força de trabalho 2.1. Introdução e conceitos Dentre as várias definições de população, o que nos interessa é aquela no âmbito da economia do trabalho. Neste sentido, a população tem um conceito numérico, associado à quantidade de indivíduos em determinado espaço geográfico. Dentro desse universo de indivíduos de um território, que chamamos de população, existem aqueles que estão em idade ativa, que compreende o conjunto de pessoas que estão aptas a exercer determinada atividade econômica; e aqueles que estão em idade não-ativa. Para o IBGE, a população em idade ativa (PIA) é composta por pessoas com 10 anos ou mais. A população que não está nesse conjunto é classificada como população em idade não ativa (PINA). PIA População PINA Dentro da população em idade ativa (PIA), existem aqueles que possuem uma ocupação: os indivíduos ocupados (ou empregados); existem outros que não possuem essa ocupação, mas estão em busca de uma: os indivíduos desocupados (ou desempregados); e o restante, que não possui nem está à procura de uma ocupação. Os pesquisadores do IBGE utilizam um período de referência, que corresponde a um período imediatamente anterior à realização da pesquisa de Prof. Marcos Bezerra 7 de 37
8 coleta de dados (uma semana, um mês, etc.), para delimitar o período a que os dados obtidos se referem. Vejamos no quadro abaixo: Semana de referência é a semana, de domingo a sábado, que precede a semana definida como de entrevista para a unidade domiciliar. Cada mês da pesquisa é constituído por quatro semanas de referência. Data de referência é a data do último dia da semana de referência. Período de referência de 30 dias é o período de 30 dias que finaliza no último dia da semana de referência. Período de referência de 365 dias é o período de 365 dias que finaliza no último dia da semana de referência. Mês de referência é o mês anterior ao que contém as quatro semanas de referência que compõem o mês da pesquisa. Segundo o IBGE, as pessoas ocupadas são aquelas que exerceram trabalho, remunerado ou sem remuneração, durante pelo menos uma hora completa na semana de referência, ou que tinham trabalho remunerado do qual estavam temporariamente afastadas essa semana. Já segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (DIEESE), as pessoas ocupadas são aquelas que possuíam um trabalho regular na semana anterior à entrevista, independentemente da quantidade de horas trabalhadas. Pessoas Ocupadas Definições IBGE Exerceram trabalho, remunerado ou sem remuneração, durante pelo menos uma hora completa na semana de referência. Ou que tinham trabalho remunerado do qual estavam temporariamente afastadas essa semana DIEESE Trabalho regular na semana anterior à entrevista, independentemente da quantidade de horas trabalhadas Voltando às definições utilizadas pelo IBGE, considera-se como ocupada temporariamente afastada de trabalho remunerado a pessoa que não trabalhou durante pelo menos uma hora completa na semana de referência por motivo de férias, greve, suspensão temporária do contrato de trabalho, licença remunerada pelo empregador, más condições do tempo ou outros fatores ocasionais. Assim, também, foi considerada a pessoa que, na data de referência, Prof. Marcos Bezerra 8 de 37
9 estava afastada: por motivo de licença remunerada por instituto de previdência por período não superior a 24 meses; do próprio empreendimento por período de gestação, doença ou acidente, sem ser licenciada por instituto de previdência, por período não superior a três meses; por falta voluntária ou outro motivo, por período não superior a 30 dias. Ainda segundo o IBGE, as pessoas desocupadas na semana de referência são aquelas que na semana de referência estavam sem trabalho, mas que estavam disponíveis para assumir um trabalho nessa semana e que tomaram alguma providência efetiva para conseguir trabalho no período de referência de 30 dias, sem terem tido qualquer trabalho ou após terem saído do último trabalho que tiveram nesse período. Pessoas desocupadas, segundo o IBGE Sem trabalho Disponíveis para assumir um trabalho Tomaram providência efetiva para conseguir um trabalho no período de 30 dias O IBGE ainda define o tempo de procura ininterrupta de trabalho como sendo o tempo que a pessoa vinha tomando medidas para conseguir trabalho sem consegui-lo e sem interromper mais de duas semanas seguidas, contado até a data da última providência ocorrida no período de referência de 365 dias. Vimos que os trabalhadores ofertam sua força de trabalho no mercado de trabalho. Assim, dentro de uma população, a força de trabalho é composta apenas pelos indivíduos ocupados e pelos que estão procurando por uma ocupação, os indivíduos desocupados. Essa fatia da população é chamada de população economicamente ativa (PEA). Já as pessoas que não são classificadas como ocupadas nem como desocupadas formam a população não-economicamente ativa (PNEA). A PNEA é composta tanto por aqueles que não querem ou que desistiram de procurar um trabalho, os chamados inativos, quanto por aqueles que estão incapacitados para o trabalho, como por exemplo por causa de alguma doença. PNEA Inativos Incapacitados para o trabalho Prof. Marcos Bezerra 9 de 37
10 Dentro da PNEA, temos a figura dos desalentados, que, segundo o IBGE, são aquelas pessoas que procuraram trabalho ininterruptamente durante pelo menos seis meses, no período de referência de 365 dias, mas que desistiram por não terem encontrado qualquer tipo de trabalho, trabalho com remuneração adequada ou trabalho de acordo com as suas qualificações. Já o DIEESE inclui os desalentados na população economicamente ativa, o que diverge da classificação do IBGE. Além disso, o DIEESE classifica como desalentadas as pessoas que procuraram trabalho ininterruptamente durante pelo menos 15 dias no último ano. ATENÇÃO Desalentados, segundo o IBGE PNEA Desalentados, segundo o DIEESE PEA Força de Trabalho = População Economicamente Ativa (PEA) PEA = Empregados + Desempregados em busca de emprego Diante de tudo que foi dito acima, podemos verificar alguns casos e em que grupos essas pessoas estariam inseridas. Por exemplo: Paulo, 20 anos, está fazendo faculdade, recebe auxílio financeiro dos pais, e não trabalha nem está procurando trabalho. Neste caso, Paulo pertence à população em idade ativa (PIA), mas não está inserido na população economicamente ativa (PEA); Maria, 20 anos, está fazendo faculdade, não trabalha, mas está procurando trabalho. Neste caso, Maria pertence à população em idade ativa (PIA) e na população economicamente ativa (PEA); Prof. Marcos Bezerra 10 de 37
11 População PIA PINA PEA Ocupados Desocupados Maria PNEA Paulo O IBGE também classifica as pessoas quanto às suas ocupações, a chamada posição na ocupação, que é a relação de trabalho existente entre a pessoa e o empreendimento em que trabalha. Segundo a posição na ocupação, a pessoa é classificada em: empregado, conta própria, empregador e trabalhador não-remunerado de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador. Empregado: pessoa que trabalha para um empregador (pessoa física ou jurídica), geralmente obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo em contrapartida uma remuneração em dinheiro, mercadorias, produtos ou benefícios (moradia, comida, roupas, treinamento, etc.). Nesta categoria inclui-se a pessoa que presta serviço militar obrigatório, o clérigo (sacerdote, ministro de igreja, pastor, rabino, frade, freira e outros) e, também, o aprendiz ou estagiário que recebe somente aprendizado ou treinamento como pagamento. Classifica-se também como empregado: Trabalhador doméstico pessoa que trabalha prestando serviço doméstico remunerado em dinheiro ou benefícios, em uma ou mais unidades domiciliares; Trabalhador não-remunerado de membro da unidade domiciliar que era empregado pessoa que trabalha, em ajuda ao membro da unidade domiciliar, com quem o empregador estabelecia o contrato ou acordo de trabalho e que recebe a Prof. Marcos Bezerra 11 de 37
12 remuneração pelo trabalho do grupo de membros da unidade domiciliar que organiza, dirige ou é responsável; Conta própria pessoa que trabalha explorando o seu próprio empreendimento, sozinha ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com ajuda de trabalhador não-remunerado de membro da unidade domiciliar; Empregador pessoa que trabalha explorando o seu próprio empreendimento, tendo pelo menos um empregado e contando, ou não, com ajuda de trabalhador não-remunerado de membro da unidade domiciliar; Trabalhador não-remunerado de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador pessoa que trabalha sem remuneração em empreendimento de membro da unidade domiciliar que é conta própria ou empregador. Posição na ocupação, segundo o IBGE Empregado Conta própria Empregador Trabalhador nãoremunerado de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador Caso seja um trabalhador não-remunerado de membro da unidade domiciliar que era empregado, essa pessoa também estará enquadrada como empregado. Apenas se for trabalhador não-remunerado de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador, essa pessoa será enquadrada no quarto tipo de ocupação exposta no esquema acima. 01 Julgue o item a seguir: Segundo o IBGE, considera-se como trabalho em atividade econômica o exercício de ocupação remunerada em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios (moradia, alimentação, roupas, treinamento, etc.) no serviço doméstico. Prof. Marcos Bezerra 12 de 37
13 Curso: Economia do Trabalho A remuneração no serviço doméstico exclui produtos e mercadorias. Gabarito: 02 Julgue o item a seguir: Um trabalhador desempregado que esteja tomando providências efetivas para conseguir uma ocupação pertence à população economicamente ativa (PEA). A PEA é formada por pessoas ocupadas e por pessoas desocupadas. São considerados desocupados aqueles que não possuem um emprego, mas estão à procura de um. Gabarito: 03 Julgue o item a seguir: Segundo o DIEESE, os desalentados fazem parte da população nãoeconomicamente ativa (PNEA). O IBGE inclui os desalentados na população não-economicamente ativa (PNEA). Já para o DIEESE, os desalentados pertencem à população economicamente ativa (PEA). Gabarito: 04 Julgue o item a seguir: Considerando que uma população possui 800 pessoas em idade ativa, 200 pessoas não-economicamente ativas e 500 indivíduos ocupados, pode-se afirmar que 600 pessoas compõem a forca de trabalho dessa população e que há 100 indivíduos desocupados. Prof. Marcos Bezerra 13 de 37
14 Curso: Economia do Trabalho Sabemos que população em idade ativa (PIA) é igual a população economicamente ativa (PEA) mais população não-economicamente ativa (PNEA). Assim, 800 = PEA PEA = força de trabalho = 600 Sabemos que a PEA é formada pela população ocupada (PO) mais a população desocupada (PD). Assim, 600 = PD Gabarito: PD = Subemprego O subemprego é uma situação intermediária entre o emprego e o desemprego. Conforme entendimento do IBGE, o subemprego pode ser de dois tipos: por insuficiência de horas trabalhadas e por sub-remuneração. Subemprego, segundo o IBGE Insuficiência de horas trabalhadas Subremuneração trabalho de menos de40 horas desejode trabalhar mais horas disponibilidade para trabalhar mais horas O subemprego por insuficiência de horas trabalhadas estaria caracterizado na seguinte situação: Define-se como subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas as pessoas que trabalharam efetivamente menos de 40 horas na semana de referência, no seu único trabalho ou no Prof. Marcos Bezerra 14 de 37
15 conjunto de todos os seus trabalhos, gostariam de trabalhar mais horas que as efetivamente trabalhadas na semana de referência e estavam disponíveis para trabalhar mais horas no período de 30 dias, contados a partir do primeiro dia da semana de referência. Observem que três pontos devem estar presentes para que seja caracterizado o subemprego por insuficiência de horas trabalhadas: trabalho de menos de 40 horas; desejo de trabalhar mais horas; e disponibilidade para trabalhar mais horas. Já o subemprego por sub-remuneração estaria caracterizado na seguinte situação: Define-se como sub-remuneradas as pessoas ocupadas na semana de referência, cuja relação do rendimento mensal habitualmente recebido de todos os trabalhos por horas semanais habitualmente trabalhadas em todos os trabalhos é inferior a relação do salário mínimo por 40 horas semanais. Desta forma, no caso da sub-remuneração, o foco é a relação entre a remuneração recebida pela quantidade de horas semanais trabalhadas e o salário mínimo por 40 horas semanais. É importante notar o que a Organização Internacional do Trabalho OIT relata sobre o assunto. Vejamos os pontos mais relevantes. Segundo a OIT, a medição do subemprego e dos indicadores de emprego inadequado devem basear-se, principalmente, nas atuais capacidades dos trabalhadores e na sua situação de trabalho de acordo com o que for descrito por esses trabalhadores. Cai fora do âmbito desta resolução o conceito de subemprego baseado em modelos teóricos relativos a capacidades potenciais e aos desejos de trabalho da população em idade de trabalhar. A OIT menciona a questão do subemprego como resultante de um sistema econômico deficiente ao nível nacional ou regional, sendo o subemprego relacionado a uma situação alternativa de emprego, na qual as pessoas desejam trabalhar e estão disponíveis para o fazer. Já os indicadores de situações de emprego inadequado que afetam as aptidões e o bem-estar dos trabalhadores, podem diferir segundo as circunstâncias nacionais e relacionam-se com características do emprego. As pessoas com emprego podem estar simultaneamente em subemprego e em situação de emprego inadequado. Prof. Marcos Bezerra 15 de 37
16 dispostos a fazer mais horas Subemprego ligado à duraçãodo trabalho disponíveis para fazer mais horas Segundo a OIT tendo trabalhadomenosque um mínimorelacionado com a duração do trabalho ligado às qualificações Emprego inadequado ligado ao rendimento ligado ao númerode horasde trabalho demasiado elevado Subemprego ligado à duração do trabalho O subemprego ligado à duração do trabalho existe, quando a duração do trabalho de uma pessoa com emprego é insuficiente em relação a uma situação de emprego possível, que essa pessoa está disposta a ocupar e disponível para o fazer. As pessoas em subemprego ligado à duração do trabalho compreendem todas as pessoas providas de um emprego que respondem aos três critérios seguintes, durante o período de referência utilizado para definir o emprego: dispostos a fazer mais horas ; disponíveis para fazer mais horas ; e tendo trabalhado menos que um mínimo relacionado com a duração do trabalho. Situações de emprego inadequado Os indicadores de situações de emprego inadequado descrevem situações de trabalho que diminuem as aptidões e o bem-estar dos trabalhadores relativamente a uma outra situação de emprego. Adiante a OIT informa que os países desejarão talvez considerar, entre os diferentes tipos de situações de emprego inadequado, se é importante produzir indicadores diferentes para: emprego inadequado ligado às qualificações, que significa uma má utilização dos recursos humanos; emprego inadequado ligado ao rendimento, que resulta de uma Prof. Marcos Bezerra 16 de 37
17 organização insuficiente do trabalho ou de uma fraca produtividade, de utensílios, equipamentos, ou formação insuficientes, ou de uma infraestrutura deficiente; e emprego inadequado ligado ao número de horas de trabalho demasiado elevado, que se refere a pessoas que procuravam ou desejavam fazer menos horas de trabalho do que as que tinham feito. 05 Julgue o item a seguir: Segundo o IBGE, define-se como subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas as pessoas ocupadas na semana de referência, cuja relação do rendimento mensal habitualmente recebido de todos os trabalhos por horas semanais habitualmente trabalhadas em todos os trabalhos é inferior a relação do salário mínimo por 40 horas semanais. Pessoal, quando se fala em insuficiência de remuneração estamos diante de pessoas sub-remuneradas (e não subocupadas por insuficiência de horas). Gabarito: 3 Rotatividade da mão-de-obra A rotatividade da mão-de-obra é a quantidade de substituição de trabalhadores nos postos de trabalho. Assim, os casos considerados na caracterização de rotatividade de mão-de-obra são aqueles em que o desligamento de um trabalhador implica na admissão de outro no lugar que ficou vago, ou seja, quando há rotatividade não há aumento nem redução no nível de desemprego, já que não houve crescimento de postos de trabalho vagos nem criação de novos postos de trabalho. Fatores econômicos e fatores específicos de cada empresa influenciam em um maior ou menor nível de rotatividade de mão-de-obra. Os fatores mais conhecidos que impactam esta rotatividade são: a) Mantidos os demais fatores constantes, a rotatividade tende a ser maior quanto menores forem as remunerações, já que quanto menor for o salário pago pela empresa, maior será a motivação de o trabalhador se desligar dela. b) Quanto maior for o tamanho da empresa, menor será a tendência de desligamento do trabalhador. Isto ocorre porque empresas maiores tendem a oferecer maiores possibilidades de crescimento interno, aumento de salário e maior investimento na qualificação de seus empregados. Prof. Marcos Bezerra 17 de 37
18 c) Quanto mais tempo no emprego e quanto mais velho for o trabalhador, menor é a tendência de desligamento. d) Quanto maior for a facilidade de obter emprego, maior será a tendência de desligamento. Essa facilidade será maior quanto maiores forem as oportunidades de obtenção de novos trabalhos no mercado, o que ocorre em tempos de economia aquecida. Considera-se a alta rotatividade como uma das causas da baixa qualificação dos profissionais no mercado de trabalho. Como as empresas sabem desta alta rotatividade, elas ficam desestimuladas a investir em treinamentos, cursos, e etc, para seus empregados, levando a uma força de trabalho de baixa qualificação. Tamanhoda empresa Facilidadepara conseguir outro emprego Remunerações do trabalho São fatores que impactama rotatividade Tempono emprego e idade do empregado O Ministério do Trabalho e Emprego utiliza a taxa de desligamentos e admissões de trabalhadores no cálculo do índice de rotatividade. Este índice mede o percentual de trabalhadores que foram substituídos em um determinado mês e é calculado da seguinte forma: Onde, Taxa de rotatividade = [min (A t ; D t) / E t - 1] x 100 A t = total de admissões no tempo t; D t = total de desligamentos no tempo t; E t 1 = Estoque de empregos no tempo t 1. Por exemplo, se em um dado período o total de admissões foi de 30 e o total de desligamentos foi de 40, sendo o estoque de emprego de 500, a taxa de rotatividade foi de (30/500) x 100 = 6%. Prof. Marcos Bezerra 18 de 37
19 O índice considera o valor mínimo entre admissões e desligamentos, que no caso do nosso exemplo foi de 30 (admissões), ou seja, não importou a quantidade de 10 desligamentos (40 30) que não foi reposta por novas admissões. A tendência é que quanto mais aquecida estiver a economia, maior será a rotatividade da mão-de-obra, já que os empregados irão se desligar com mais frequência de seus trabalhos em busca de melhores oportunidades. Já em períodos de recessão, as empresas buscarão cortar seus custos, demitindo empregados, mas sem reposição. No lado dos trabalhadores, considerando a redução de novas oportunidades, eles tenderão a permanecer em seus trabalhos. Essa conjuntura leva a uma menor rotatividade de mãode-obra. 06 Julgue o item a seguir: Uma maior quantidade de desligamentos de empregados pode estar atrelada a um período de crescimento econômico. Em períodos de crescimento econômico, torna-se mais fácil conseguir empregos mais atrativos, o que aumenta o desligamento de trabalhadores. Gabarito: 4 Indicadores do mercado de trabalho Os indicadores do mercado de trabalho expõem o comportamento das diversas variáveis atreladas ao trabalho. 4.1 Taxa de participação na Força de Trabalho É também chamada de taxa de atividade. Reflete o quanto da população em idade ativa (PIA) é considerada como força de trabalho, ou seja, pertencente à população economicamente ativa (PEA). Mede o volume de oferta de emprego disponível na economia. Taxa de Participação na Força de Trabalho = PEA/PIA Essa taxa é maior para a população masculina, embora essa superioridade da taxa da população masculina em relação à feminina venha diminuindo ao longo dos anos. A participação de adultos quando comparada à participação de idosos e jovens também é superior. Ressalta-se que os jovens passam a participar cada vez mais tarde da população economicamente ativa, Prof. Marcos Bezerra 19 de 37
20 já que levam mais tempo exclusivamente se qualificando para entrada no mercado de trabalho. 4.2 Taxa de não participação na Força de Trabalho É também chamada de taxa de inatividade. Reflete o percentual da população não-economicamente ativa (PNEA) que compõe a população em idade ativa (PIA). Taxa de não participação na Força de Trabalho = PNEA/PIA Lembrando que: PIA = PEA + PNEA 4.3 Nível de Ocupação e Nível de Desocupação O nível de ocupação mostra o percentual de pessoas ocupadas (PO) em relação ao total da população em idade ativa. Nível de Ocupação = PO/PIA Já o nível de desocupação mede o percentual de pessoas desocupadas (PD) em relação ao total da população em idade ativa. Nível de Desocupação = PD/PIA 4.4 Taxa de Desemprego (TD) Pessoal, fiquem atentos nesse ponto! A taxa de desemprego (ou taxa de desocupação) vai medir o percentual de pessoas desocupadas em comparação à população economicamente ativa (PEA). Observem que no nível de desocupação, a relação se faz com a população em idade ativa (PIA). Já no cálculo da taxa de desemprego, a comparação é com a PEA. Portanto: TD = PD/PEA Nível de desocupação PD/PIA Taxa de desocupação (ou desemprego) PD/PEA Prof. Marcos Bezerra 20 de 37
21 Notem que se a população desocupada (ou desempregada) não se alterar, mas se a PEA apresentar aumento, provocado, por exemplo, por um jovem que passe a buscar emprego, a taxa de desemprego aumentará, mas sem ter havido demissões. Em aulas futuras falaremos mais detalhadamente sobre a questão do desemprego. Para finalizar, a banca também pode querer saber a respeito da taxa de ocupação ou de emprego. Neste caso, é só comparar o nível de pessoas ocupadas em relação à população economicamente ativa. Taxa de emprego ou de ocupação = PO/PEA 4.5 Rendimento Médio Real O indicador rendimento médio real mede o quanto de rendimento, em média, um trabalhador obtém. Notem que pelo fato de ser um rendimento médio real, considera-se descontado o índice de inflação nesse cálculo. De forma sucinta, a inflação espelha a alta de preços numa economia. Assim, o rendimento recebido pelo trabalhador é chamado de rendimento nominal. Quando descontamos a inflação desse rendimento nominal encontramos o rendimento real. 07 Julgue o item a seguir: Uma população é formada por 50 pessoas desocupadas, 500 pessoas em idade ativa e 400 pessoas economicamente ativas. Pode-se afirmar que a taxa de desemprego dessa população é de 10%. A taxa de desemprego (ou de desocupação) mede o percentual da população desocupada em relação à população economicamente ativa. Portanto, essa taxa é de 50/400 = 12,5%. Gabarito: Pessoal, aqui finalizamos nossa aula demonstrativa. Espero que tenham gostado! Vamos à resolução de algumas questões para prática e fixação do conteúdo. Até a próxima aula! Prof. Marcos Bezerra 21 de 37
22 5- Questões Comentadas Curso: Economia do Trabalho 08 - (ESAF/2006/AFT) Suponha uma economia que possua as seguintes características: População total=1000 pessoas; População em idade ativa=800 pessoas; População desocupada = 200 pessoas; População economicamente ativa = 600 pessoas. Podemos afirmar que, nessa economia, a taxa de desocupação e a taxa de inatividade são (aproximadamente), respectivamente: a) 33,3% e 25,0% b) 25,0% e 25,0% c) 20,0% e 20,0% d) 33,3% e 40,0% e) 25,0% e 20,0% A taxa de desocupação, sinônimo de taxa de desemprego, mede o percentual de pessoas desocupadas em relação à população economicamente ativa. Portanto, essa taxa é de 200/600 = 33,3%. Já a taxa de inatividade mede o percentual da população nãoeconomicamente ativa em relação à população em idade ativa (PIA). A PIA é dividida em população não-economicamente ativa (PNEA) e população economicamente ativa (PEA). PIA = PNEA + PEA 800 = PNEA + PEA PNEA = 200 Gabarito: A Taxa de inatividade = PNEA/PIA = 200/800 = 25% (ESAF/2003/AFT) De acordo com o IBGE, os trabalhadores desalentados são aqueles que desistem de procurar emprego porque: a) não encontram qualquer tipo de trabalho ou não encontram trabalho com remuneração adequada ou de acordo com suas qualificações. b) não pertencem a nenhum sindicato. c) não estão dispostos a trabalhar, independentemente do salário, pois valorizam o lazer acima de todas as coisas. d) trabalharam efetivamente menos de 40 horas em todos os trabalhos da semana de referência. e) trabalharam efetivamente mais de 40 horas em todos os trabalhos da semana de referência. Prof. Marcos Bezerra 22 de 37
23 Curso: Economia do Trabalho Relembrando: Segundo o IBGE, os desalentados são aquelas pessoas que procuraram trabalho ininterruptamente durante pelo menos seis meses, no período de referência de 365 dias, mas que desistiram por não terem encontrado qualquer tipo de trabalho, trabalho com remuneração adequada ou trabalho de acordo com as suas qualificações. Gabarito: A 10 (ESAF/1998/AFT) Com relação aos conceitos básicos envolvendo o mercado de trabalho, podemos afirmar que a) não se incluem no conceito de desemprego aquelas pessoas que, não estando empregadas, abandonaram a busca de emprego b) é considerado desempregado todo o membro da população residente que não possui emprego c) é considerado desempregado todo o membro da população residente que não possui carteira de trabalho assinada d) não são computadas no desemprego aquelas pessoas que nunca trabalharam e) o fato de um indivíduo estar em idade ativa caracteriza-o como sendo membro da PEA (População Economicamente Ativa) A alternativa a está correta. Um dos pré-requisitos para que a pessoa seja incluída no grupo de desempregadas é que ela esteja procurando por emprego. As alternativas b e c estão incorretas. Uma pessoa é considerada desempregada (ou desocupada) quando não possui trabalho, mas está em busca de um. A alternativa d está incorreta. Se a pessoa nunca trabalhou, mas está em idade ativa e em busca de um emprego, ela será considerada desempregada. A alternativa e também está incorreta. Um indivíduo em idade ativa tanto pode pertencer à população economicamente ativa (PEA) como à população não-economicamente ativa (PNEA). Gabarito: A (CESPE/2013/AFT) Determinada economia apresenta os seguintes dados. população total: 200 milhões de habitantes população acima de 65 anos: 60 milhões de habitantes Prof. Marcos Bezerra 23 de 37
24 população abaixo de 18 anos: 65 milhões de habitantes população abaixo de 14 anos: 50 milhões de habitantes população abaixo de 10 anos: 40 milhões de habitantes população empregada: 70 milhões de habitantes Curso: Economia do Trabalho população fora do mercado de trabalho (desalentados): 20 milhões de habitantes Considerando que a essa economia se aplique a mesma abordagem conceitual e metodológica adotada no Brasil, julgue os itens de 11 a Não será enquadrado nas estatísticas de desemprego o indivíduo em idade ativa que estiver fora do mercado de trabalho. As estatísticas de desemprego consideram o percentual de população desocupada em relação à população economicamente ativa. Assim, o indivíduo que está em idade ativa (pertencente à PIA), mas fora do mercado de trabalho, pertence à PNEA, ou seja, não estará enquadrado nas estatísticas de desemprego. Gabarito: 12 - A população economicamente ativa, de acordo com a classificação do IBGE, é de 70 milhões de pessoas. A população economicamente ativa é composta pelas pessoas ocupadas, que são 70 milhões de pessoas, e pelas pessoas desocupadas. Sabemos que entre a população não-economicamente ativa, estão os desalentados, que somam 20 milhões de pessoas. A população em idade ativa (PIA) é a população com 10 anos ou mais, que no caso é de 160 milhões de habitantes. Sabemos que: PIA = PEA + PNEA Assim, apenas com os dados do enunciado temos: Gabarito: 160 = PEA + 20 PEA = 140 milhões de pessoas Prof. Marcos Bezerra 24 de 37
25 13 - A taxa de desemprego da economia em apreço corresponde a 12,5%. A taxa de desemprego mede a relação entre as pessoas ocupadas (PO) e a população economicamente ativa (PEA). As pessoas ocupadas (ou população empregada) são 70 milhões. Vimos que a PEA é de 140 milhões de habitantes, de forma que as pessoas desocupadas somam 70 milhões. Lembrem-se de que PEA = pessoas ocupadas + pessoas desocupadas Assim, a taxa de desemprego seria 70/140 = 50% Ocorre que o CESPE excluiu da população em idade ativa a população com mais de 65 anos, ou seja, 60 milhões de habitantes. Assim, a PIA seria de = 100. Dentro da população em idade ativa ainda teríamos que tirar os 20 milhões de desalentados para chegarmos à população economicamente ativa de 80 milhões de habitantes. Como a população ocupada é de 70 milhões, chegamos a 10 milhões de pessoas desocupadas. Logo, a taxa de desemprego (PD/PEA) é de 10/80 = 12,5%. Entende-se que não há limite máximo de idade para considerar um indivíduo em idade ativa, apenas o limite mínimo de 10 anos de idade. Entendo que o mais correto, neste caso, seria a anulação da questão. Gabarito: 14 (CESPE/2002/Câmara dos Deputados/Consultor) A taxa de desemprego é a relação percentual entre as pessoas que procuram emprego e a quantidade de ocupados. A taxa de desemprego é a relação percentual entre as pessoas desocupadas (desempregados que procuram emprego) e a população economicamente ativa (PEA). Gabarito: Prof. Marcos Bezerra 25 de 37
26 15 (CESPE/2002/Câmara dos Deputados/Consultor) A diferença entre a população em idade ativa (PIA) e a população economicamente ativa (PEA) está no número de pessoas que não participam do mercado de trabalho, ou seja, que não estão ocupadas nem à procura de trabalho. Exato! Dentro da população em idade ativa, temos a população economicamente ativa, que é formada pelos empregados e pelos desempregados em busca de emprego, e a população não-economicamente ativa, que não está ocupada nem à procura de trabalho. Gabarito: 16 (ESAF/2010/AFT) Avalie as seguintes considerações sobre o subemprego e emprego, oriundas da Resolução Relativa à Medição do Subemprego e das Situações de Emprego Inadequado, da Organização Internacional do Trabalho OIT, e assinale a opção incorreta. a) A medição do subemprego e dos indicadores de emprego inadequado devem basear-se, principalmente, nas atuais capacidades dos trabalhadores e na sua situação de trabalho de acordo com o que for descrito por esses trabalhadores. b) O conceito de subemprego é baseado em modelos teóricos relativos a capacidades potenciais e aos desejos de trabalho da população em idade de trabalhar. c) O subemprego reflete a subutilização da capacidade produtiva da população com emprego, incluindo a que resulta de um sistema econômico deficiente ao nível nacional ou regional. d) O subemprego, ligado à duração do trabalho, existe quando a duração do trabalho de uma pessoa com emprego é insuficiente em relação a uma situação de emprego possível, que essa pessoa está disposta a ocupar e disponível para fazê-lo. e) O emprego inadequado ligado ao rendimento resulta de uma organização insuficiente do trabalho ou de uma fraca produtividade de utensílios, equipamentos ou formação insuficientes, ou de uma infra-estrutura deficiente. Acredito que essa tenha sido a questão mais difícil em relação aos temas tratados nessa aula, por tocar em conceitos muito específicos da OIT. Temos que relembrar o que a OIT fala em relação a subemprego e emprego inadequado. Esse tema foi abordado no item 2.2 desta aula. Prof. Marcos Bezerra 26 de 37
27 Segundo a OIT, a medição do subemprego e dos indicadores de emprego inadequado devem basear-se, principalmente, nas atuais capacidades dos trabalhadores e na sua situação de trabalho de acordo com o que for descrito por esses trabalhadores. Cai fora do âmbito desta resolução o conceito de subemprego baseado em modelos teóricos relativos a capacidades potenciais e aos desejos de trabalho da população em idade de trabalhar. Todas as alternativas fornecem conceitos corretos relativos a subemprego e emprego inadequado, com exceção da letra b, já que modelos teóricos relativos a capacidades potenciais e aos desejos de trabalho da população em idade de trabalhar estão fora do âmbito da Resolução da OIT. Gabarito: B 17 Julgue o item a seguir: Segundo o IBGE, considera-se como trabalho em atividade econômica o exercício de ocupação sem remuneração na produção de bens e serviços, em ajuda na atividade econômica de membro da unidade familiar. A afirmativa está correta. Cabe salientar que o exercício de ocupação na produção para o próprio consumo ou uso de membro(s) da unidade domiciliar não se inclui no conceito de trabalho. Gabarito: 18 Julgue o item a seguir: No mercado de trabalho, pode-se afirmar que os trabalhadores demandam o trabalho que é ofertado pelas empresas. Vimos que o trabalho é demandado pelas empresas, enquanto que a oferta de trabalho é feita pelos trabalhadores. Portanto, a afirmativa inverteu os conceitos. Gabarito: 19 Julgue o item a seguir: Prof. Marcos Bezerra 27 de 37
28 Segundo o IBGE, as pessoas que exerceram trabalho, desde que remuneradas, durante pelo menos uma hora completa na semana de referência, são consideradas pessoas ocupadas. Segundo o IBGE, esse trabalho pode ter sido remunerado ou não remunerado. Assim, o "desde que remuneradas torna a afirmativa incorreta. Gabarito: 20 Julgue o item a seguir: Para o IBGE, um indivíduo com 13 anos de idade pertenceria ao grupo de população em idade não-ativa, já que só aqueles que possuem 14 anos ou mais poderiam ser enquadrados na população em idade ativa. Segundo o IBGE, os indivíduos com 10 anos ou mais de idade fazem parte da população em idade ativa (PIA). Gabarito: 21 Julgue o item a seguir: No que tange à forma como o IBGE classifica as pessoas quanto às suas ocupações, pode-se afirmar que uma pessoa que esteja prestando serviço militar obrigatório é classificada como empregado. Segundo o IBGE, a pessoa é classificada, conforme a posição na ocupação, em: empregado, conta própria, empregador e trabalhador nãoremunerado de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador. Enquadra-se como empregado o indivíduo que esteja prestando serviço militar obrigatório. Gabarito: Prof. Marcos Bezerra 28 de 37
29 22 Julgue o item a seguir: Curso: Economia do Trabalho A taxa de rotatividade, em um dado período, no qual o total de admissões foi de 150, o total de desligamentos foi de 120 e o estoque de emprego foi de 1500, é de 10%. Primeiro, pegamos o menor valor entre o total de admissões e total de desligamentos. No caso, 120 desligamentos. Dividindo esse valor pelo estoque de empregos temos: 120/1500 = 0,08 = 8%. Assim, a taxa de rotatividade foi de 8%. Gabarito: 23 Julgue o item a seguir: Empresas maiores tendem a alcançar menores taxas de rotatividade de mão-de-obra do que empresas menores. Exatamente! E uma dessas causas é a maior possibilidade de crescimento dos funcionários em empresas grandes. Gabarito: 24 Julgue o item a seguir: Dentro de uma população de 1000 indivíduos, há 400 pessoas ocupadas, 150 pessoas desocupadas e 200 pessoas em idade não ativa. Pode-se afirmar que a taxa de inatividade dessa população é de 31,25%. A taxa de inatividade mede o percentual de indivíduos não economicamente ativos que compõem a população em idade ativa. Assim, essa taxa vem da divisão entre PNEA e PIA. O total da população é resultado de PIA + PINA. Logo, 1000 = PIA + 200, PIA = 800. Prof. Marcos Bezerra 29 de 37
30 Sabemos que PIA = PEA + PNEA e que PEA = PO + PD. Logo, PEA = , PEA = 550 De forma que 800 = PNEA, PNEA = 250 Taxa de inatividade = 250/800 = 0,3125 = 31,25% Gabarito: Curso: Economia do Trabalho 25 Julgue o item a seguir: A partir dos dados apresentados na questão nº 24, pode-se afirmar que o nível de desocupação é de 27,27%. O nível de desocupação mede a relação entre pessoas desocupadas e população em idade ativa. Assim, o nível de desocupação será 150/800 = 0,1875 = 18,75%. Já a taxa de desemprego ou de desocupação mede a relação entre pessoas desocupadas e população economicamente ativa. Assim, a taxa de desemprego será 150/550 = 0,2727 = 27,27%. Como a questão dá o nível de desocupação, a afirmativa está incorreta. Gabarito: 26 Julgue o item a seguir: Os indivíduos que não querem procurar um trabalho são classificados no grupo de pessoas desocupadas. Tais indivíduos são classificados como inativos, fazendo parte da população não economicamente ativa. Já o grupo de pessoas desocupadas integra a população economicamente ativa. Gabarito: Prof. Marcos Bezerra 30 de 37
31 6- Lista de exercícios 01 Julgue o item a seguir: Segundo o IBGE, considera-se como trabalho em atividade econômica o exercício de ocupação remunerada em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios (moradia, alimentação, roupas, treinamento, etc.) no serviço doméstico. 02 Julgue o item a seguir: Um trabalhador desempregado que esteja tomando providências efetivas para conseguir uma ocupação pertence à população economicamente ativa (PEA). 03 Julgue o item a seguir: Segundo o DIEESE, os desalentados fazem parte da população nãoeconomicamente ativa (PNEA). 04 Julgue o item a seguir: Considerando que uma população possui 800 pessoas em idade ativa, 200 pessoas não-economicamente ativas e 500 indivíduos ocupados, pode-se afirmar que 600 pessoas compõem a forca de trabalho dessa população e que há 100 indivíduos desocupados. 05 Julgue o item a seguir: Segundo o IBGE, define-se como subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas as pessoas ocupadas na semana de referência, cuja relação do rendimento mensal habitualmente recebido de todos os trabalhos por horas semanais habitualmente trabalhadas em todos os trabalhos é inferior a relação do salário mínimo por 40 horas semanais. Prof. Marcos Bezerra 31 de 37
32 Curso: Economia do Trabalho 06 Julgue o item a seguir: Uma maior quantidade de desligamentos de empregados pode estar atrelada a um período de crescimento econômico. 07 Julgue o item a seguir: Uma população é formada por 50 pessoas desocupadas, 500 pessoas em idade ativa e 400 pessoas economicamente ativas. Pode-se afirmar que a taxa de desemprego dessa população é de 10% (ESAF/2006/AFT) Suponha uma economia que possua as seguintes características: População total=1000 pessoas; População em idade ativa=800 pessoas; População desocupada = 200 pessoas; População economicamente ativa = 600 pessoas. Podemos afirmar que, nessa economia, a taxa de desocupação e a taxa de inatividade são (aproximadamente), respectivamente: a) 33,3% e 25,0% b) 25,0% e 25,0% c) 20,0% e 20,0% d) 33,3% e 40,0% e) 25,0% e 20,0% 09 - (ESAF/2003/AFT) De acordo com o IBGE, os trabalhadores desalentados são aqueles que desistem de procurar emprego porque: a) não encontram qualquer tipo de trabalho ou não encontram trabalho com remuneração adequada ou de acordo com suas qualificações. b) não pertencem a nenhum sindicato. c) não estão dispostos a trabalhar, independentemente do salário, pois valorizam o lazer acima de todas as coisas. d) trabalharam efetivamente menos de 40 horas em todos os trabalhos da semana de referência. Prof. Marcos Bezerra 32 de 37
33 e) trabalharam efetivamente mais de 40 horas em todos os trabalhos da semana de referência. 10 (ESAF/1998/AFT) Com relação aos conceitos básicos envolvendo o mercado de trabalho, podemos afirmar que a) não se incluem no conceito de desemprego aquelas pessoas que, não estando empregadas, abandonaram a busca de emprego b) é considerado desempregado todo o membro da população residente que não possui emprego c) é considerado desempregado todo o membro da população residente que não possui carteira de trabalho assinada d) não são computadas no desemprego aquelas pessoas que nunca trabalharam e) o fato de um indivíduo estar em idade ativa caracteriza-o como sendo membro da PEA (População Economicamente Ativa) (CESPE/2013/AFT) Determinada economia apresenta os seguintes dados. população total: 200 milhões de habitantes população acima de 65 anos: 60 milhões de habitantes população abaixo de 18 anos: 65 milhões de habitantes população abaixo de 14 anos: 50 milhões de habitantes população abaixo de 10 anos: 40 milhões de habitantes população empregada: 70 milhões de habitantes população fora do mercado de trabalho (desalentados): 20 milhões de habitantes Considerando que a essa economia se aplique a mesma abordagem conceitual e metodológica adotada no Brasil, julgue os itens de 11 a Não será enquadrado nas estatísticas de desemprego o indivíduo em idade ativa que estiver fora do mercado de trabalho A população economicamente ativa, de acordo com a classificação do IBGE, é de 70 milhões de pessoas. Prof. Marcos Bezerra 33 de 37
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