MUTUALISMO, SEGURANÇA SOCIAL, SEGUROS

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1 Forum Abel Varzim Desenvolvimento e Solidariedade Rua Damasceno Monteiro, n.º 1 r/t LISBOA Colóquio MUTUALISMO, SEGURANÇA SOCIAL, SEGUROS 14 de Outubro de 2006 Culturgest - Lisboa Intervenções PROGRAMA Sessão III Seguros e Fundos de Pensões - Moderador: Dr. Luís Barbosa - Dr. Eugénio Ramos Seguros e Protecção Social - Dr. José Santos Teixeira Os Fundos de Pensões: A participação nos lucros das empresas Debate Patrocínios:

2 Dr. Eugénio Manuel dos Santos Ramos 1 Seguros e Protecção Social 1 [.] o tema que me propuseram no âmbito deste Colóquio, foi o de falar um pouco sobre a ligação entre os seguros e a Segurança Social, na medida em que a minha experiência profissional mais recente tem a ver com a actividade seguradora. Mas, ao longo dos tempos, também tenho tido oportunidade de fazer alguns estudos (até também por razões profissionais) e acompanhar alguns aspectos dos mecanismos de protecção social que fomos construindo ao longo dos tempos no nosso país. Em termos de índice [2], proponho-me fazer uma introdução muito rápida e passar também muito rapidamente a caracterização, para relembrar dois ou três aspectos da nossa protecção social global. Hoje de manhã, já falámos um pouco sobre esse assunto; da parte da tarde, depois deste painel, vamos ouvir algum debate sobre a valorização política desta questão, mas acho que vale a pena, muito rapidamente, passarmos um pouco as questões relacionadas com a protecção social em si, só para vermos, um pouco, sobre o que é que estamos a falar; não é uma síntese recordativa (não na perspectiva jurídico-histórica, que já ouvimos hoje de manhã), ou de sustentabilidade, embora tenhamos de dar uma palavra ou duas, muito simples, sobre esta questão. Não deixarei também de referir dois ou três pontos (como ponto de partida para abordar exactamente a questão que me foi proposta) dos seguros e do papel dos seguros no âmbito da nossa protecção social, no âmbito da sociedade portuguesa; não deixarei de tomar como ponto de partida aquilo que se desenha como sendo a reforma da Segurança Social neste momento; e finalmente abordar aquele que parece que pode ser o papel dos seguros no âmbito desta questão e tirar, porventura, algumas conclusões. 1 Texto retirado de gravação. Editado.

3 Em primeiro lugar, como introdução, gostaria de agradecer a oportunidade que me foi dada. Quando me falaram no Forum Abel Varzim, devo confessar-lhes que tocou uma campainha muito longínqua; a única vez que tinha ouvido falar do Pe. Abel Varzim, foi uma referência do meu pai ou várias referências do meu pai. O meu pai estudou no Seminário, fez todos os seus estudos no Seminário; resolveu depois passar à vida laica, se não fora assim eu não estava aqui, digamos, a falar convosco, mas sempre ouvi o meu pai falar do Pe. Abel Varzim, como uma referência, nos anos da minha meninice. Portanto digamos que houve um reencontro e, desse ponto de vista, um segundo agradecimento que eu gostava de fazer, não só por me terem convidado, mas por esta recordatória que, doutra forma, não teria acontecido. Em termos de objectivo, eu apenas lhes quero tentar passar uma palavra muito simples sobre aquilo que, dentro deste espectro de preocupação do Colóquio, pode ser a contribuição da actividade seguradora, no âmbito de uma solução que é complexa, que não tem soluções únicas e que tem que ter soluções de variadíssimos vectores: públicas, privadas, cooperativas/mutualistas, etc.. E, finalmente, que apesar de ser um crítico da forma como as coisas têm sido conduzidas, estou, ao nível macro, no nosso país, nestas matérias, optimista. Basicamente, estou optimista porque penso que há uma característica da nossa sociedade: nós só respondemos bem sob stress, precisamos de stress senão, relaxamos e fazemos muito pouco; quando os problemas surgirem logo pensamos neles. Mas os tempos que aí vêm, com toda a abertura, com todas as obrigações que têm (a maior parte delas impostas de fora; algumas internas, mas a maior parte delas impostas de fora), são tempos de stress e, portanto, eu estou convencido que nós vamos responder bem. E daí, o meu razoável optimismo, apesar da minha crítica em relação à forma como estes assuntos têm vindo a ser pouco considerados ao longo das últimas décadas. Em termos de Segurança Social [4], eu recordar-lhes-ia que, basicamente, nós, na sequência daquilo que foi hoje já dito, estamos protegidos contra dois tipos de eventualidades. Uma delas tem a ver com algo 2

4 que nos acontece ao longo da nossa vida activa (e depois dela) e que implica perdas de remuneração, relativamente às quais convém estarmos precavidos (numa situação de doença, numa situação de desemprego, numa situação de reforma); e, não direi perdas de remuneração, mas necessidade de remuneração adicional numa situação de sobrecustos familiares; e também, não como resposta a perdas de remuneração, mas de resposta a necessidade de outros cuidados, muitas vezes em espécie ou que também são objecto de resposta via financiamento público, mas com prestação em espécie através de entidades específicas, com quem os poderes públicos subcontratam. Em particular em situações de doença e temos o caso do Serviço Nacional de Saúde, que podemos considerar, numa concepção alargada de protecção social, em caso de invalidez ou em caso de dependência, que é algo que, como o Dr. Luís Barbosa já referiu, que vai sendo a crescente longevidade de uma boa parte dos elementos da sociedade, se vai pondo ao longo dos tempos. O financiamento destas respostas (já hoje foi referido também de manhã), regra geral tem sido obtido via repartição, o que significa que tem sido obtido a partir de mecanismos contributivos e fiscais que levam a que uma parte da riqueza gerada, em cada momento, pelos activos dum determinado país seja transferida para responder às necessidades dos não activos. Eu faria aqui um pequeno acrescento a isto que aqui está [5], na medida em que hoje de manhã foi referida, pela Dr.ª Isabel Saldida, a questão da Acção Social. Nós, para além dos mecanismos que aqui estão [indicados] e que têm que ver com uma concepção mais contributiva da protecção social que é a contributiva através dos regimes de Segurança Social, quer contributiva através do sistema fiscal (no que respeita ao Serviço Nacional de Saúde), temos também um apoio a quem não pode contribuir, não tem condições para contribuir. Portanto há aqui uma função duplamente ou acrescentadamente, ou adicionalmente redistributiva do Estado que é muito importante e que se consubstancia no conceito de Acção Social, que no nosso país tem, porventura até, uma tradição maior do que noutros, o que faz com que nós tenhamos uma rede de protecção que tem vindo a diminuir, com o urbanismo e com a diminuição do peso de conceito alargado da instituição familiar e com a 3

5 diminuição do peso da nossa ruralidade, digamos assim, mas que apesar de tudo, penso eu, é ainda uma rede de segurança que não tem, talvez, paralelo em muitos outros países Europeus. Em termos de evolução da protecção social [5], o que nós podemos dizer é que as duas condicionantes da evolução são a Demografia e a Economia. Já hoje foram aqui referidas: por um lado as pessoas vivem mais e, sobretudo, sobrevivem mais para além [da reforma]. Agora concentro-me um pouco (como foi dito pelo Prof. Ribeiro Mendes hoje de manhã) no principal problema do financiamento destes esquemas, que é a questão das pensões, que é a grande fatia de despesa da protecção social, excluindo a parte da saúde e que vai para a questão das Pensões de Reforma, de Invalidez e de Sobrevivência, mas sobretudo de Reforma. De facto, a demografia faz com que cada vez haja mais pessoas numa situação de beneficiárias de pensões, vivendo durante mais tempo, portanto recebendo pensões também durante mais tempo. A Economia é importante porquê? porque, como disse há pouco, num sistema destes, financiado basicamente em repartição, o que importa é o montante de riqueza criado pela comunidade dos activos de uma determinada sociedade, a parte dessa riqueza que é repartida pelos não activos e a forma como ela acaba por ser repartida. De uma maneira ou de outra, através dum sistema contributivo e dum sistema fiscal, de um sistema de prestações directas (mas esta questão é a questão que se põe). Gostava de referir apenas duas tendências, para nós percebermos um pouco. O Dr. Luís Barbosa já fez uma abordagem desta questão, eu gostaria de reforçar um ou dois pontos. Ao longo dos últimos vinte ou trinta anos, criou-se um pouco na nossa sociedade (mais do que porventura noutras sociedades Europeias), a ideia de que estávamos seguros contra tudo ou deveríamos estar seguros contra tudo; em primeiro lugar e em segundo lugar, [a ideia] de que isso era uma tarefa do Estado, ou seja, o Estado tinha que andar connosco ao colo. A primeira questão de que é preciso nós termos consciência é de que não há segurança total, nem há possibilidade de qualquer entidade pública prover e financiar todos os mecanismos que pudessem, eventualmente e se isso fosse possível, garantir a nossa segurança total. Há limites pessoais, pois nós podemos estar de boa saúde ou podemos ter uma 4

6 boa reforma, mas ao atravessar a estrada podemos ter um azar, portanto há limites pessoais; e há limites públicos, também na medida em que estas coisas custam dinheiro. Eu, há pouco, quando comecei a fazer a minha apresentação, esqueci-me de lhes dizer uma coisa de que os devia avisar: é de que, em primeiro lugar, eu sou economista; queria relembrar-lhes (o Dr. Luís Barbosa já o disse), que tenho a mania de trabalhar números e as pessoas costumam não gostar disso; tenho a mania de fazer projecções, portanto tudo aquilo que eu disser e que tenha algum pessimismo, a partir desta questão, por favor concedam-me a vossa indulgência e dêem algum relativismo. Mas eu vou tentar não falar muito de números. Em segundo lugar, trabalho em seguros, que é uma coisa muito aborrecida e que a maior parte das pessoas não gosta muito, mas também veremos isso mais à frente. É uma segunda razão para, porventura, relativizar aquilo que eu estou a dizer ou para, pelo menos, levarem na devida conta. Porque às vezes a fita do tempo corre tão depressa, que nós nos esquecemos. Gostava apenas de lhes falar de duas questões muito pequenas. Há cinco, seis anos, uma empresa que fechasse e que pusesse no desemprego dez trabalhadores era abertura de telejornal; não estávamos habituados a isso, era uma coisa que nunca tinha acontecido ao longo dos últimos anos no nosso país, achávamos que as empresas não tinham o direito de o fazer e, mesmo que tivessem absoluta necessidade de o fazer, a legislação não o permitia; por isso (nós tínhamos uma legislação rígida) não tínhamos desemprego, mas tínhamos, por exemplo, salários em atraso, porque uma empresa com trezentos empregados que só subsistia em termos de viabilidade com duzentos e cinquenta, não podia arranjar mecanismos para reduzir de trezentos para duzentos e cinquenta e tinha que ficar com os trezentos. Portanto, a prazo, tínhamos trezentos desempregados, porventura, em vez de cinquenta. De imediato, tínhamos salários em atraso, que era uma coisa que nenhum estrangeiro que vinha ao nosso país percebia o que é que isso era, porque nos outros países era uma coisa que não existia; a empresa ou paga ou não paga, e se não paga é porque não tem condições, abre um processo de falência e é substituída por outras, mais viáveis, que imediatamente regeneram, ajudam a regenerar o tecido produtivo. Mas isso era uma coisa a que nós não 5

7 estávamos habituados. Durante muitos anos, os sucessivos governos foram fechando os olhos à fuga das empresas à Segurança Social e ao Fisco, porque não queriam problemas de desemprego; nós, durante décadas (duas décadas pelo menos que eu me recorde), dissemos que tínhamos 4%, 5% de desemprego que era a taxa mais baixa da Europa (à excepção do Luxemburgo, porventura), só que nos esquecíamos de uma coisa: é que isso acontecia porque, sobretudo ao nível das pequenas e médias empresas, que empregam três a quatro milhões de trabalhadores, o trabalho de casa não estava feito, a reorganização das empresas não estava feita e, portanto, havia muitas pessoas que estavam a receber ordenado (aparentemente era um ordenado), mas era um subsídio de desemprego sob a forma de ordenado. Na nosso vizinha Espanha, que chegou a 24% de taxa de desemprego, este trabalho foi feito ao longo de muito tempo, as empresas estão muito mais preparadas do que as nossas, a taxa de desemprego veio descendo de 24 e, dentro de um ano ou dois (se não está já), vai ficar inferior à nossa, precisamente porquê, porque esta questão foi vista a tempo. Resultado: nós, só sob stress é que nos reorganizámos. Quando apareceu o Euro, as empresas deixaram de poder exportar em escudos, o Estado Português deixou de poder ajudar as empresas com a desvalorização competitiva, porque agora recebemos em euros (e euros revalorizados) e, portanto, a desvalorização deixou de poder ajudar as empresas; no plano exterior as empresas deixaram de poder exportar. Tiveram que começar a ser competitivas ao nível de custos, a nível de qualidade, e ao nível doutros aspectos e a pensar de facto que não estávamos, como hoje também já se referiu aqui, num circuito fechado, ou num circuito aberto, mas cujas torneiras nós, em certa medida, regulávamos. Não foi só a questão do Euro, foi a questão da liberalização do comércio, nós já há doze anos que sabíamos que a Índia e a China nos têxteis, no calçado, etc., e as empresas pouco fizeram nesse sentido. Começaram com dores de barriga, na véspera, e a pedir para fecharem fronteiras. Ora, nós tínhamos combinado, há dez ou doze anos, que íamos abrir as fronteiras, fizemos foi pouco. Outros deslocaram-se na fieira do valor acrescentado, começaram a não ficar dependentes de contratos de outros, os italianos, por exemplo, começaram a arranjar soluções 6

8 alternativas que lhes permitissem, um pouco, evitar aquilo que iria inevitavelmente acontecer. E porquê? porque nós esquecemos uma coisa, há quem diga (os mais pessimistas e os mais cínicos, digamos assim) que no próprio momento em que nós começámos a construir o Estado Social, foi o momento em que se começaram a desenhar as evoluções a nível planetário que punham em causa esse próprio Estado Social. A seguir aos grandes nascimentos e aos baby boomers a seguir a segunda Guerra Mundial, a evolução demográfica começou a ser negativa, deste ponto de vista. Os mercados exclusivos para onde os Europeus e os ocidentais em geral vendiam, desapareceram com a descolonização e, sobretudo, numa fase mais final, aquilo que era a grande vantagem, que era a vantagem tecnológica e o gap de produtividade, desapareceu também. Hoje, na Índia ou na China, há mão-de-obra tão qualificada que domina uma tecnologia tão sofisticada como a nossa, que trabalha muito mais barato Portanto nós temos um Estado Social que nos exige um conjunto de contribuições dos activos, mas aquilo que nós fomos conseguindo fazer ao longo de alguns anos (que foi, com os referenciais de produtividade, responder a esta questão), veio gradativamente a desaparecer e, portanto, hoje em dia nós estamos de facto confrontados com uma situação que é razoavelmente delicada nesta matéria. Ao mesmo tempo que surgem dificuldades acrescidas para os estados e para o financiamento da protecção social na maior parte dos estados ocidentais e mais desenvolvidos, surgem, por uma questão natural e evolutiva, tendências no sentido de nos comprometermos, de nos responsabilizarmos em responder de novas formas a novas questões que nos vão surgindo. Eu, um pouco mais à frente, vou dar um exemplo ou dois sobre esta matéria, no que respeita a seguros; elenquei aqui os casos dos doentes com doenças como o SIDA ou como a Hepatite C, que são doenças terminais; os casos da dependência, que não é doença, que é uma coisa diferente, que afecta sobretudo as populações mais idosas e é um problema que vai ser cada vez mais recorrente nas nossas sociedades não é um problema de doença é um problema de, com a idade, algumas pessoas deixarem de ser capazes de ser autónomas no dia a dia, para desenvolverem as chamadas actividades da 7

9 vida diária, vestirem-se, lavarem-se, confeccionarem a comida, e portanto bastarem-se a si próprias; é um problema de quem acaba por precisar de apoios duma terceira pessoa e é, de facto, uma das questões que vai tomando cada vez mais peso nas nossas sociedades. E, a propósito de uma Lei que saiu recentemente, no dia 28 de Agosto e que entrou em vigor no dia seguinte, os problemas das pessoas com risco agravado de saúde, portadores de deficiências e que precisam de ter determinados tipos de apoios da sociedade, ao mesmo tempo que os recursos vão escasseando, a nossa evolução social vai sendo no sentido de prover respostas, ou querer prover respostas de uma forma cada vez mais abrangente para as novas necessidades que vão surgindo. Eu vou passar um pouco por cima das grandes linhas que estão em debate para a resolução destes assuntos. Hoje de manhã também já vimos isso com o Prof. Ribeiro Mendes, [6] a dicotomia entre soluções públicas e soluções privadas, entre soluções em repartição e capitalização. Muitas vezes associamse as soluções públicas a soluções em repartição (existe uma certa convergência, não é absolutamente assim), as soluções privadas a soluções em capitalização, ou a ideia de que temos que optar: ou há aqui uma exclusividade do Estado ou há uma complementaridade ou então há mais do que uma complementaridade, uma solução alternativa, ou é Estado ou é Privado, ponto final! Eu queria deixar apenas aqui uma ideia que foi abordada de manhã, e que penso que, provavelmente, no painel seguinte vai ser aflorada e eu gostava de me antecipar um bocadinho. Eu não concordo com a ideia, muito difundida nalguns quadrantes políticos e muito veiculada na comunicação social, de que repartição é sinónimo de solidariedade. Os sistemas em repartição não são necessariamente sistemas solidários, por vezes são mesmo muito pouco solidários, tudo depende da forma como eles estão considerados e, sobretudo, nem são solidários entre gerações, porque por vezes, estamos a criar um fardo demasiado pesado para as gerações que aí vêm (podemos estar a correr esse risco). Por outro lado, nem mesmo dentro da mesma geração: hoje no nosso país o peso das corporações é muito grande, provavelmente nunca o peso das corporações foi tão grande como, ironicamente, quando nós acabamos por 8

10 desmantelar o Estado Corporativo. E, portanto, sendo tão grande o peso das corporações hoje, as solidariedades são solidariedades sectoriais, os egoísmos são egoísmos sectoriais e nós não podemos ter a certeza de que mecanismos de repartição significam mecanismos de solidariedade. Em conclusão, em termos de perspectivas [7], diria mais uma vez, que não é possível nós cobrirmos todas as eventualidades, estarmos cobertos de todos os riscos com que nos defrontamos todos os dias; não é possível financiarmos de forma adequada permanente sistemática a cobertura da generalidade das eventualidades através de soluções públicas. E a razão porquê (voltaria apenas a ela), muito basicamente, [é que], mesmo que nós, como hoje também aqui foi referido, recuperássemos taxas de natalidade que nos permitissem a substituição de gerações (portanto 2,1 filhos por mulher durante o seu período fértil hoje estamos à volta de 1,4 ou 1,5), o que é que isso significava? Significava que tínhamos jovens a entrar no mercado de trabalho daqui a 25 anos, mas que, até lá, só significavam despesa. Que é um investimento, naturalmente, mas que é despesa do ponto de vista da Segurança Social. Portanto, nós temos que resolver, no mínimo, o problema dos próximos 25 anos; se resolvermos o problema da natalidade entretanto senão, a questão estende-se no tempo, provavelmente mais, dentro da lógica dos sistemas que hoje temos. Quanto à questão da produtividade, também já hoje aqui falada e que, de facto, é o problema básico da nossa economia, nas contas que tive a oportunidade de fazer sobre projecção da Segurança Social há dez anos, cheguei à conclusão de que para mantermos as taxas de substituição que temos e os níveis de contribuição que temos (que também, como já hoje vimos, são muito generosas no nosso país são um suicídio financeiro), com a demografia a actuar como tem vindo a actuar, precisávamos de acréscimos permanentes de produtividade; dos que ficam e continuam a trabalhar (cada vez menos face ao número daqueles que passam à situação de reforma), precisávamos de acréscimos de produtividade permanentes de 5% ao ano. Podemos perguntar o que é que isto significa. É muito? É pouco? Eu apenas direi que não encontrei registo histórico nenhum, nenhum período de 10, 15, 9

11 20 anos em que isto acontecesse, em nenhum país do mundo. Portanto acho que temos, de facto, que concluir que as coisas não são tão cor-de-rosa quanto às vezes nos querem fazer crer; também já vimos hoje de manhã essa questão. Eu gostava de referir, e como ponto de partida, a questão da [8] reforma da Segurança Social para colocar a questão, para situar o problema dos seguros. Esta é a terceira Lei em cinco anos: nós tivemos uma Lei durante dezasseis anos, vigorou até 2000, salvo erro desde 1984, tivemos uma Lei que durou mais de uma década e meia e esse Lei continha em si mesma tudo aquilo que era necessário para se fazer qualquer tipo de ajustamento; continha dois princípios básicos, que eram o da Convergência entre as Pensões e o Regime do Sector Público e o do Sector Privado, por um lado, e um dispositivo que dizia que o Governo pode adequar as formas de financiamento à evolução económica e social portanto estava lá tudo. Mas, durante o ano 2000, houve um grande debate que teve a grande virtude de permitir trazer para a opinião pública esta questão, que estava adormecida e sobre a qual ninguém queria falar; tínhamos eleições no fim do ano 2000 e esse debate saldou-se, de facto, por um fracasso. Ainda bem! Ainda bem, porque, naquela altura, perante problemas agravados e a necessidade de controlar a despesa e de, eventualmente, reforçar a receita, todos os partidos políticos o que propuseram foi exactamente o contrário: aumentar a despesa; e falar na receita, ninguém falou. Mais do que uma Lei de Bases, era um leilão, como eu costumava dizer na altura, porque era ver quem dava mais; ainda bem que não foi aprovada, porque teria sido um desastre, ainda maior do que a situação que nós temos hoje. E depois tivemos, em 2001, uma Lei que não tendo podido ser negociada pelo Governo minoritário socialista na altura, à direita (portanto dentro do arco do poder), foi negociada, à esquerda, com soluções ao arrepio de tudo aquilo que se estava a fazer na Europa e com a recuperação de terminologia revolucionária dos anos 1974; se quiseram passar uma vista de olhos por essa Lei, não deixa de ser curioso. Finalmente, e como não podia deixar de ser, esta Lei não só agravava as questões como era absolutamente inexequível; um Governo com outra orientação política revogou-a e tivemos uma Lei, salvo erro em 2002 entre 2002 e 2003, que não foi regulamentada e que previa um 10

12 sistema misto, com plafonamento, que acabou por não ser regulamentada. Chegados a este momento político, naturalmente, também como a orientação ideológica do actual Governo é diferente, a Lei foi posta em causa, mas foi posta em causa numa perspectiva diferente. De qualquer das maneiras enfrentou-se o problema e há, sobretudo, um significado de nós termos uma terceira Lei; uma terceira Lei ainda não temos, mas temos um acordo para aprovar uma Lei. E o significado é basicamente o seguinte: é que nós finalmente reconhecemos que o modelo não é sustentável; é isso o que significa a Lei actual, embora não se mexa no essencial do seu funcionamento, o que significa que é o reconhecimento de que o modelo não é sustentável. Não fora isso, não se teria mexido, tal como não se teria começado a mexer em Eu, pessoalmente, não acompanho as ideias de que haja uma grande coragem nas medidas que estão a ser tomadas; o problema é completamente diferente. Acabou-se-nos o dinheiro e acabou-se-nos o crédito; aliás, nós duplicamos o crédito que tínhamos: o deficit do Estado passou de 3% para 6%, chegou a 6% em vez de ser 3%; como podem imaginar, isto significa que nós até usámos o dobro do crédito que tínhamos disponível. Como se acabou o dinheiro e como se nos acabou o crédito, começámos a ter que resolver este assunto. Eu penso que, por aquilo que eu conheço do acordo, esta reforma significará uma meia reforma. É uma meia reforma porquê? Porque, através de um conjunto de medidas que vão ao encontro do essencial (podem ser criticadas dum lado e doutro) se faz um controlo da despesa através de mecanismos que reduzem o valor das pensões, quer das novas, quer das que já estão em pagamento através da actualização. É insuficiente porquê? Porque, tal como hoje de manhã foi dito, ao determinar-se uma redução no valor das pensões, devia criar-se um sistema eficaz de complementaridade que desse a oportunidade às pessoas de se precaverem contra essa perda e de, efectivamente, prepararem o seu futuro em termos complementares. Isso não acontece, apesar de no acordo estarem lá um conjunto de medidas, que são medidas que não vão, em meu entender, funcionar. Nem o segundo pilar, nem o terceiro pilar vão ser dinamizados por esta reforma. O que é que eu quero dizer com isto? Os Fundos de Pensões que se pretende apoiar, sem a 11

13 introdução do plafonamento, são inviáveis. O que nós estamos a dizer às pessoas, é que vocês sobre o vosso salário continuam a descontar e vai tudo para a Segurança Social, mas no entanto, se quiserem pôr mais alguma coisa, ponham e constituem fundos. E até não percebemos por que é que isso não acontece, porque até há incentivos fiscais; eu já ouvi os actuais responsáveis políticos da área da Segurança Social (qualquer deles) dizer rigorosamente isto: eu não tenho solução, mas estou aberto a propostas ; tenho muita dificuldade em perceber um responsável político que diz que não tem soluções e que fica onde está, mas isso é outra questão que tem a ver com a minha dificuldade em entender estas coisas. Portanto, a questão à volta dos Fundos de Pensões e do desenvolvimento do segundo Pilar é simples: sem plafonamento, com o grau de endividamento que as famílias e que as empresas têm neste momento em Portugal, nos próximos anos não há capacidade para poupança complementar, portanto os Fundos de Pensões, por muitos incentivos fiscais que existam, vão ter um desenvolvimento extraordinariamente limitado. Quanto ao terceiro Pilar, os P.P.R., as poupanças individuais, etc., aí sim; mas aí serão as pessoas com mais rendimentos que poderão ter acesso a eles e pouco mais. Penso que uma questão bizarra, a conta de uma conta individual pública, mesmo que seja entregue à gestão de privados, porque o que está por detrás disto é um conceito ideológico; aquilo que é privado é de desconfiar e aquilo que é público é de confiar. Ora, na minha opinião, neste momento, se há um problema de credibilidade, não é em relação aos privados, é em relação aos públicos. As pessoas andaram a ouvir dos responsáveis políticos, durante vinte anos, que não havia problema nenhum na Segurança Social, que as suas Pensões estavam garantidas e agora dizem-nos que afinal não estão: a taxa de substituição vai diminuir ao longo dos próximos tempos, as vossas Pensões vão reduzir, mas se quiserem, temos aqui um produto e vocês continuam a entregar-nos o vosso dinheiro adicional. Não estou a ver qual vai ser o português que vai entregar mais dinheiro a fundos públicos, quando, de facto, o problema da credibilidade, não é privado, é público. E portanto esta reforma é uma meia reforma, [ ] ela é importante mas é insuficiente. 12

14 Nós temos tido uma profusão legislativa numa área que devia estar estável por gerações, tivemos (como ouvimos aqui hoje de manhã) uma Lei [durante] mais de quinze anos, que não era necessário ser mudada, mas que acabou por ser objecto de duas alterações e uma terceira alteração, em cinco anos; estamos a caminho da terceira alteração e não vamos ficar por aqui, porque ela é manifestamente insuficiente. Nós só teremos estabilidade nesta matéria, quando os partidos políticos do arco do poder se entenderem sobre esta matéria. Ainda não foi o caso, infelizmente; é uma oportunidade perdida, portanto, dentro de dois anos ou dentro de seis anos; quando tivermos alternância governamental, vamos ter nova Lei de Bases da Segurança Social. Vou passar muito rapidamente [9] pela natureza da actividade seguradora. Todos vocês sabem que a sua natureza essencial é assumir riscos e receber riscos de terceiros. Funciona no mercado e em concorrência, no nosso enquadramento institucional e, em toda a Europa, não vamos esconder, tem por objectivo ganhar dinheiro. Portanto, não é assistência social, é uma actividade negocial; desempenha todavia uma função social importante, garante uma mutualização, parcial, dos riscos e portanto garante uma certa cobertura às pessoas numa situação em que o careçam. É objecto normalmente de uma percepção negativa. E porquê? Porque, por responsabilidades próprias, é muito hermética, tem conceitos que não consegue passar para fora, fecha-se demasiado, porventura, e depois, tem aquilo que eu costumo designar por um ciclo invertido. Nós, normalmente, nos outros serviços todos que nos são prestados, prestam-nos o serviço e nós pagamos depois. Mas nós, na actividade seguradora, temos o ciclo invertido: normalmente as pessoas pagam primeiro e depois talvez venham a receber. O depois, naturalmente, tem a ver com a situação que existe no sinistro, em que têm ou não têm condições para receber, mas isso cria sempre um contencioso entre as pessoas e a seguradora e, daí, esta percepção negativa que existe e que, em parte, tem a ver com a natureza da actividade e em parte tem a ver com o facto de nós, seguradores, não nos conseguirmos adaptar tão rapidamente quanto a evolução social o exigiria. Nós, no âmbito destas crescentes necessidades de protecção social, [10] quer no passado quer projectando-as para o futuro, podemos, ao longo da 13

15 vida de uma pessoa, ver quais são as principais necessidades de protecção que uma pessoa tem. Os jovens têm necessidade de protecção nas suas preocupações, designadamente com a educação; se os seus pais lhes faltam por algum motivo, há algum determinado tipo de apoio que os poderes públicos dão e que as seguradoras complementam, com produtos específicos que têm. Os adultos, sobretudo os jovens adultos, que podem ficar inválidos, têm pequenos apoios da Segurança Social; têm retribuições ainda porventura baixas no inicio da sua vida profissional e carreiras contributivas baixas aqui é outro ponto onde a Protecção Social pode e, porventura, deve ser complementada; em situação de doença e desemprego, a mesma coisa e, naturalmente, para os idosos, as situações de complemento de reforma e de financiamento da tal terceira pessoa nas situações de dependência, como referi, vão estar cada vez mais na ordem do dia. Portugal, a par talvez com a Bélgica e com a Finlândia, na Europa, é um país que tem uma situação específica em que, total ou parcialmente, a questão da gestão dos acidentes de trabalho foi entregue à actividade seguradora; já há várias décadas que isso acontece no nosso país e eu penso que tem sido um caso, não só um caso singular, como um caso em que o sector segurador tem respondido com razoável eficácia e com bom nível de qualidade de serviço, àquilo que, em muitos outros países é mais uma eventualidade coberta pela Segurança Social, a par do desemprego ou da doença, por exemplo. As seguradoras têm, de facto, alguma dificuldade de relacionamento com os seus segurados, com os seus clientes [11]; uma das questões está ao nível da transparência e só tem evoluído nesse sentido, quase sempre, por imposição do legislador. Ainda bem que essas imposições existem, na medida em que as pessoas têm que ser informadas, naturalmente, e têm que perceber aquilo que está em causa em cada uma das formas de contratualização que fazem. As seguradoras são muitas vezes tidas como empresas que procuram lucro, que têm grandes capitais, que são grandes investidores institucionais. E fala-se muito nos chorudos lucros das seguradoras. As seguradoras, para poderem garantir o essencial das responsabilidades que assumem com os seus segurados (e às vezes são responsabilidade a trinta e a quarenta anos), têm que constituir provisões, têm que constituir grandes 14

16 capacidades de capital. São os seus accionistas que as constituem de inicio e, para isso, têm que ser remunerados e uma parte dos lucros naturalmente tem que ir para aí, sob pena de não haver accionistas e não haver seguradora. Mas uma boa parte dos proveitos das seguradoras vai, em termos das regras de solvabilidade das empresas, que cada vez são mais rígidas (e estamos neste momento num processo até de uma muito maior exigência junto das seguradoras a nível internacional), para constituir provisões para responder às rendas [vendas] dos acidentes de trabalho, às pensões complementares de reforma e a muitos outros riscos que vão assumindo e para serem capazes de, em qualquer momento prover às necessidades dos seus segurados. Têm um papel, do meu ponto de vista, que será sempre de complementaridade em relação à protecção social. Continuo a pensar que a protecção social deve continuar a ser, no seu essencial e nos aspectos básicos, uma responsabilidade dos estados, mas os estados têm que recuar, por incapacidade financeira e por insuficiência de mecanismos de gestão, naqueles aspectos onde são financiadores e mesmo nalguns aspectos onde são prestadores. Tem vindo a haver e vai continuar a haver, um inevitável recuo dos estados, há aspectos de complementaridade em que, a par de outros, o sector segurador pode actuar. Tem que ser pró-activo não tem sido, no nosso país não tem sido e tem que voltar a ser. E eu, antes de terminar, gostava apenas de lhes referir um pouco um aspecto muito específico que tem a ver com a Lei recentemente aprovada pelo Parlamento, a Lei do apoio às pessoas com deficiência. No aspecto que tem a ver com os seguros, é uma Lei Geral, para apoiar os deficientes em muitos aspectos. No aspecto das barreiras arquitectónicas, do acesso ao emprego, às carreiras. Quanto à não discriminação, nesse aspecto, aquilo que foi mediatizado foi a contratualização do seguro. Tem, de facto, algumas medidas sobre essa matéria, redigidas de uma forma que, na sua leitura mais radical, naturalmente inviabilizavam a actuação da actividade seguradora, mas tem sobretudo esta curiosidade: o Governo não foi ouvido, o Ministério das Finanças não foi ouvido, o Instituto de Seguros de Portugal não foi ouvido, sobre esta matéria. Foi preparada no Parlamento e vem no sentido de, como referi há pouco, consagrar alguns direitos sociais um pouco mais além 15

17 do que está hoje, mas vem no sentido de que, na sua leitura mais radical, pode levar a dizer assim: as seguradoras têm de aceitar todos os seguros de toda a gente, incluindo seguros de vida que cubram caso de morte de doentes terminais, que se sabe que têm um, dois meses de vida e que não pode de maneira nenhuma ser rejeitado. Naturalmente que isto impediria a actividade das seguradoras; há riscos que são riscos que têm que ser resolvidos no âmbito da função redistributiva do Estado e não ser passados para outras [entidades]. Mas há muitas soluções que hoje estão em evolução por essa Europa fora, há mecanismos de mutualização de alguns destes aspectos, entre seguradores; o próprio Estado, onde se vão criando fundos para responder a casos de necessidades adequadas de doentes terminais, doentes com SIDA, portadores de Hepatite C, que nós hoje, em conjunto, vamos vendo ser objecto de legislação específica. E penso que também aqui, em conjunto com os poderes públicos, a actividade seguradora pode dar uma achega importante. Já vimos quais são os principais desafios, [12/13] quer em termos de risco, quer em termos de quebra de rendimentos, mas já vimos também, e eu antecipei-me um pouco quando queria dizer há limites! Há limites e estes têm que ser entendidos: o Estado Social está sem dinheiro, tem vindo a ensaiar [acordos??] para os hospitais, para construção de auto-estradas; o problema não está nos acordos, está no cumprimento desses acordos a prazo, porque os privados para desonerarem o Estado de despesas de investimento que o Estado não pode ou não tem capacidade neste momento para suportar, precisam de ter garantias de retorno a prazo, no âmbito da exploração dessas infraestruturas, de que aquilo que vão investir acabam por recuperar, com uma margem e não é liquido que isso aconteça no futuro, pelo que há aqui riscos que se estão a correr, sobretudo se estas parcerias forem encaradas, não como uma forma de reconversão ideológica e dissermos assim a actividade privada interessa, tem interesse social, é relevante e vamos basear-nos nela, se for assim, pode ser que tenhamos um caminho para trilhar em conjunto, mas se não for assim, se for apenas eu não tenho dinheiro vou buscá-lo aos privados e depois volto a recuperar o controlo destas situações, porque o Estado é que 16

18 tem de prover a tudo, estamos a entrar por um mau caminho, que dará certamente maus resultados. As seguradoras por vezes respondem, por vezes têm dificuldades em responder. Na última década e meia houve tendências, por exemplo, para exagerar nos seguros obrigatórios de responsabilidade civil, que eram necessários para tudo e mais alguma coisa e que se impunham às seguradoras sem qualquer consideração por aquilo que é a natureza da actividade seguradora. Só para lhes dar um último exemplo: em 1993 houve uma intenção de criar um seguro de saúde; só que o seguro de saúde era alternativo; o que é que significa isso? alternativo por oposição ao complementar: quando nós queremos um seguro de saúde para apoiar as pessoas num conjunto de coberturas, mas há outras que não podemos cobrir, são aquelas que, de facto, de acordo com a nossa actividade, não eram até há pouco tempo susceptíveis de cobertura, como um doente com SIDA ou um doente com Hepatite C ou um doente com uma doença qualquer terminal e que compete bastante mais aos estados do que às actividades privadas, através da função distributiva, fazê-lo. Em 1993, tentou-se um seguro alternativo, que era: as pessoas fazem aquilo que se designa por opting out, ou seja, deixam de estar no sistema geral de saúde, passam para um seguro de uma seguradora qualquer, mas a seguradora tem de assegurar tudo, todos os riscos de doença, sem qualquer excepção. Resultado: em 1993, não houve uma única, das mais de cem seguradoras a operar no mercado português, que pegasse numa coisa que era, na altura, pelo menos manifestamente inseguro. Portanto, há limites, embora se possa ir mais longe do que nós temos ido até agora e com alguma responsabilidade nossa. Simplesmente, se as seguradoras forem obrigadas a assumir determinados riscos (que não são riscos, são certezas), o que vai acontecer é que os prémios dos seguros para aquelas pessoas que têm riscos médios, digamos assim, vão ser agravados, para as seguradoras poderem suportar os outros riscos adicionais. E aqui estaríamos a fazer, mais uma vez, uma operação pouco adequada, que era a de estarmos a transferir, da responsabilidade do Estado, para as casas seguradoras ou para outra entidade qualquer, um aspecto essencial da sua função redistributiva. Nós, ao 17

19 aumentarmos um prémio, não estávamos a aumentar o prémio, estávamos, em colaboração com o Estado, a impor um imposto escondido, para suportar algo que devia ser da responsabilidade do próprio Estado. Apenas meio minuto mais para terminar. A actividade seguradora tem, de facto, uma responsabilidade social, tem objectivos lucrativos, sem dúvida, [14] mas desempenha, tem desempenhado e pode continuar a desempenhar, uma actividade com muito interesse social e vai fazê-lo certamente de forma acrescida nos próximos anos, face a todo o enquadramento do Estado Social que nós conhecemos; ao mesmo tempo que há um conjunto de desafios, há um conjunto de oportunidades, oxalá que nós, em conjunto, as consigamos desenvolver. Através de um diálogo construtivo, estou convencido de que sim; tal como vos tinha dito no inicio, eu sou muito crítico da forma como muitas decisões foram sendo tomadas ou adiadas ao longo dos últimos vinte anos, mas sou optimista na medida em nós funcionamos bem sob stress e vamos estar sob stress durante muitos dos próximos anos, felizmente para nós. 18 Muito obrigado pela vossa atenção

20 Dr. José Santos Teixeira 2 Os Fundos de Pensões: A participação nos lucros das 19 empresas [Agradecimentos ] Tenho um certo direito a estar aqui num encontro mutualista, porque a minha empresa é a única (julgo) gestora de Fundos de Pensões que tem no Capital Social dois sindicatos: o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil e o Sindicato dos Quadros e Técnicos Bancários. Portanto, em certa medida somos uma instituição mutualista. Portanto, vou falar sobre os Fundos de Pensões, [01] tentando introduzir uma inovação, que é o seu financiamento através dos lucros das empresas. Ouvi dizer, já depois de ter feito a minha apresentação, que o Dr. Francisco Louçã falou em qualquer coisa deste tipo (não sei, não ouvi), mas na realidade esta é uma ideia perfeitamente normal: não se pode ir buscar dinheiro onde não há, mas aos lucros das empresas, [onde] ainda há algum e talvez as empresas estejam interessadas em motivar os seus colaboradores através, exactamente, da criação de fundos de pensões a partir dos lucros das empresas. Isto nem é nada de novo, porque em França (onde eu vivi trinta anos, aproximadamente), desde o General De Gaule que há participation, antérressement, participation benefice há três esquemas, há falta de um, há três esquemas de participação nos resultados das empresas, sem fundos de pensões. Para começar eu fiz apelo ao Gandhi, [02] que não falava nisto a propósito da segurança social, mas efectivamente penso que se apresenta também ao tema que estamos a abordar. Também não vou dizer-vos que a 2 Transcrição a partir de gravação. Texto editado. Esta comunicação foi apoiada pela projecção de imagens em power point. Incluímos no texto indicação das imagens relativas a algumas das afirmações produzidas.

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