DIREITO TRIBUTÁRIO. Execução Fiscal e Processo Tributário. Ação Anulatória. Prof. Marcello Leal

Transcrição

1 DIREITO TRIBUTÁRIO Execução Fiscal e Processo Tributário

2 Regra: foro do domicílio do devedor - competência territorial (relativa) Pode ser alterada em razão das modificações de competência causadas por fenômenos processuais, como a conexão e continência. (arts. 54 a 63, NCPC). A ação anulatória pode ser ajuizada, de acordo com a doutrina majoritária, antes ou depois da execução fiscal.

3 O NCPC (art. 55, 2º) diz que há conexão entre a execução do título extrajudicial e a ação de conhecimento relativa ao mesmo título. STJ entende nesse mesmo sentido: CC nº /MA).

4 O NCPC unificou o evento processual apto a tornar o juiz prevento, que passará a ser, sempre, o registro ou distribuição da petição inicial, deixando de ser relevante, para o caso, o despacho inicial. CPC, Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, observado o disposto nesta Seção. CPC, Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.

5 1 o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. 2 o Aplica-se o disposto no caput: I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. 3 o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.

6 A reunião deverá ser apreciada de ofício pelo juiz Quando a anulatória é ajuizada em primeiro lugar, a competência deste juízo é modificada e ampliada Caso a execução tenha sido ajuizada em primeiro lugar, faz com que a ação anulatória seja atraída para o juízo da execução fiscal.

7 Se a anulatória versa para além do crédito exequendo, a conclusão será a mesma, havendo conexão ou continência. O NPC determina a reunião dos processos, mesmo quando não haja conexão ou continência, em casos de haver possibilidade de decisões conflitantes ou contraditórias (art. 55, 3º, NCPC). Se um dos processos já tiver sido julgado, não caberá mais reuni-los súmula 235, STJ.

8 Antes da execução fiscal, é possível suspender a exigibilidade do crédito no bojo da ação anulatória, mas após o feito executivo, não cabe ao juízo da anulatória, se outro interferir na atividade de outro órgão do poder judiciário.

9 Mauro Luís Rocha Lopes Do mesmo modo, não cabe a um juízo, mediante antecipação de tutela em ação impugnativa do crédito tributário que lhe tenha sido dirigida, suspender a execução fiscal que tramita em outro, por lhe ser vedado interferir indevidamente em atividade de órgão situado no mesmo grau de jurisdição.

10 A criação de vara especializada, após o ajuizamento de ação anulatória, segundo o STJ, não atrairá a incidência da regra de conexão. Contudo, o juiz da execução, se entender nesse sentido, poderá decidir pela sua suspensão. STJ, CC /Sp.

11 Ação anulatória e a ação de embargos A ação anulatória, para o STJ, poderá ser utilizada antes, durante a execução fiscal e após a ação de embargos. Como a anulatória e os embargos são autônomos, eles poderão conviver, devendo, contudo, ser reconhecida litispendência caso haja identidade de partes, causa de pedir e pedido.