Tempo, modo, modalidade, aspeto e coesão Sessão 5, aula 24

Transcrição

1 Produção do Português Escrito Oficinas de escrita Tempo, modo, modalidade, aspeto e coesão Sessão 5, aula 24 Fernanda Pratas CLUL

2 Objetivos destas 6 sessões Sessões 1 e 2 (em março): - introdução aos conceitos de tempo, modo, modalidade e aspeto - exercícios destinados a criar familiaridade com estes conceitos Sessões 3 e 4 (em abril): - tempo, modo, modalidade e aspeto em diferentes sequências textuais: descritivas, narrativas - exercícios destinados à prática destes géneros textuais Sessões 5 e 6 (em maio): - tempo, modo, modalidade e aspeto em diferentes sequências textuais: explicativas, argumentativas - exercícios destinados à prática destes géneros textuais

3 sequência argumentativa numa sequência argumentativa, uma pessoa tenta convencer outra(s) de alguma ideia - para isso, pode recorrer a diversas outras sequências: narrativas, explicativas, descritivas; mas, no seu conjunto, o que temos é uma argumentação

4 sequência argumentativa - isto é, temos uma sequência de dados que, segundo a pessoa que os enuncia, permitem chegar a uma conclusão (que pode nem ser formulada explicitamente, mas pretende-se que o interlocutor chegue a ela através das informações denotadas no discurso)

5 sequência argumentativa Nas sequências mais puramente argumentativas: tempo muito utilizado: presente do indicativo (semelhanças com as sequências descritiva e explicativa, embora o resultado seja diferente) valor aspetual: habitual, que aponta para um conteúdo genérico ou seja, este presente não pretende referir uma ocorrência pontual, mas sim uma situação que se repete regularmente

6 sequência argumentativa inclui a noção de um resultado este resultado é também ele episódico e regular; por outras palavras, não é o caso de um conteúdo genérico ter um resultado genérico, mas sim a ocorrência regular de um episódio que tem, também regularmente, um resultado esta relação é, em certos casos, reforçada pelo conjuntivo: se A (conjuntivo), então B

7 sequência argumentativa Exemplo: crónicas jornalísticas Observar, em ambos os casos ( Marine Le Pen agradece a Hollande, de Ferreira Fernandes; O que fica bem a uma mulher, de Alexandra Lucas Coelho): - o uso de segmentos narrativos e descritivos sempre com um mesmo fim argumentar a favor de uma determinada ideia - os tempos e modos verbais a que recorrem os autores nos diferentes segmentos

8 sequência explicativa Nela temos a explicação, com mais ou menos detalhes, de um fenómeno ou situação, dirigida uma determinada audiência tempo mais utilizado: presente do indicativo (semelhanças com a sequência descritiva) a pessoa que a enuncia coloca-se no papel de observador, mantendo uma distância e uma certa objetividade face ao fenómeno que é explicado

9 sequência explicativa valor aspetual: habitual, que aponta para um conteúdo genérico ou seja, tal como na sequência argumentativa, o presente não pretende aqui referir uma ocorrência pontual (ver slide seguinte); pretende, sim referir uma situação que se repete regularmente -- no fundo, trata-se de recorrer a um tipo específico de estados (os estados habituais, segundo Moens 1987)

10 sequência explicativa - Como vimos em aulas anteriores, temos frequentemente frases que recorrem ao presente verbal para denotar episódios que não ocorrem, de facto, no presente: presente narrativo: Parlamento aprova diploma sobre barrigas de substituição (aprovou ontem) presente com valor de futuro: amanhã almoço em tua casa

11 sequência explicativa modos também utilizados, quando se pretende dar instruções: imperativo, conjuntivo isto acontece em casos em que há uma clara ligação entre um procedimento / uma ocorrência e um resultado

12 sequência explicativa Outros recursos verbais muito frequentes: passivas impessoais (o que implica a utilização de particípios passados nessas frases) gerúndios

13 sequência explicativa Exemplo (verificar tempos, aspetos e conectores) Como cultivar morangos