Plano de Inclusão Social e Econômica de Favelas

Transcrição

1 ESTUDOS E PESQUISAS Nº 501 Plano de Inclusão Social e Econômica de Favelas Marília Pastuk * XXV Fórum Nacional (Jubileu de Prata 1988/2013) O Brasil de Amanhã. Transformar Crise em Oportunidade. Rio de Janeiro, de maio de 2013 * Coordenador-Geral do Fórum Nacional. Versão Preliminar Texto sujeito à revisões pelo(s) autor(es). Copyright INAE - Instituto Nacional de Altos Estudos. Todos os direitos reservados. Permitida a cópia desde que citada a fonte. All rights reserved. Copy permitted since source cited. INAE - Instituto Nacional de Altos Estudos - Rua Sete de Setembro, 71-8º andar - Rio de Janeiro Tel.: (21) Fax: (21) forumnacional@inae.org.br - web:

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3 De nossos medos nascem as nossas coragens e nas nossas dúvidas vivem as nossas certezas. Os sonhos anunciam outra realidade possível e, os delírios, outras razões Eduardo Galeano

4 Antecedentes 2010: Publicação do Projeto de Integração Social de Comunidades elaborado por lideranças comunitárias e do Projeto de Integração Social da Comunidade do Jacarezinho 2011: Apresentação, no Fórum Nacional, das Bases Preliminares para um Plano visando à Inclusão Social e Econômica de 20 Comunidades (favelas e periferias metropolitanas)

5 Maio de 2012: lançamento do livro Favela como Oportunidade 1 Envolvimento do BNDES Trajetória Formação de um colegiado : Arquidiocese do Rio de Janeiro, BNDES, PAC Social, SEASDH, IPP, FIRJAN, FIOCRUZ, FAFERJ, Lideranças Comunitárias. Adesão à máxima: O respeito que constrói confiança começa com um pressuposto de igualdade: todas as partes trazem algo valioso para a relação e merecem ser escutadas Setembro de 2012: lançamento do livro Nem um Dia se Passa Sem Notícias Suas ou Favela como Oportunidade 2

6 Pressupostos Fundamentais (para o colegiado) Todos têm muito que apreender e trocar entre si. A verdade é relativa O respeito e o diálogo são instrumentos para a transformação social As favelas são territórios de potência. Fazem parte da cidade ajudando na sua significação Reconhecimento do protagonismo de atores locais com relação ao desenvolvimento do território Aposta na negociação de conflitos, no amadurecimento e na organização e autonomia dos envolvidos

7 Falas Recorrentes (de moradores das favelas) Esses se sentem desrespeitados; dizem ser tratados como curral eleitoral em função de interesses politico-partidários ; se sentem iscas fáceis para n projetos e iniciativas pontuais e/ou inconclusos, cujo montante do gasto e prestação de contas, em geral, não têm acesso Reclamam da superposição das ações, da falta de informações e esclarecimentos em relação às mesmas insistindo na sua participação de caráter deliberativo em processos de tomada de decisão afins Mencionam a importância de se organizarem entre si para reivindicar direitos de forma conjunta (os deveres têm vindo primeiro) São protagonistas com relação à história e ao desenvolvimento de seus territórios, cuja memória fazem questão de resgatar e valorizar denunciando a remoção branca Acreditam que projetos sociais devem ter como foco prioritário, além do saneamento básico e da saúde, a educação. Mais do que isso, afirmam que estes devem estar pautados por pólíticas públicas estruturantes Insistem na necessidade de articulação entre as instituições que atuam no território e dessas com a comunidade

8 Livro: Favela como Oportunidade 3 Cantagalo, Pavão-Pavãozinho, Rocinha, Borel e Manguinhos Devolutivas de instituições que conformam o colegiado e réplicas de moradores e lideranças das favelas Base: diagnósticos e propostas apresentadas no livro Favela como Oportunidade 1 Organização: IPP Contribuição: SEASDH, PAC Social, FIOCRUZ, FAFERJ, Moradores e Lideranças Comunitárias Desdobramentos: condicionados à pró-atividade dos envolvidos

9 Livro: Favela como Oportunidade 4 Complexos do Alemão e do Jacarezinho Elaboração: Fórum Nacional em parceria com Ação Comunitária do Brasil Contribuição: IPP, PAC, SEASDH, Instituto Raízes e Movimento, Moradores e Lideranças Comunitárias Sumário: diagnóstico (incluindo a comunidade por ela mesma), a palavra de moradores e propostas de inclusão social e econômica Principal ativo: grupos e lideranças locais com todo um histórico de lutas e conquistas comunitárias Principal necessidade: vontade política, atitudes consistentes

10 Desdobramentos Ampliação do colegiado e dos coletivos de confiança, elaboração de projetos de desenvolvimento local, identificação/habilitação de operadoras e realização de Feiras de Oportunidades Tentativa de inovação Maior efetividade de intervenções realizadas pelo poder público e por terceiros Ampliação da comunicação comunitária

11 ... o correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e, depois, desinquieta. O que ela quer da gente é coragem Guimarães Rosa