Política Nacional de Atenção Básica
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- Sabina Figueira
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1 MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica Política Nacional de Atenção Básica Cuiabá Mato Grosso 03 de julho de 2018
2 Atenção Primaria à Saúde É a estratégia chave para a sustentabilidade do SUS Brasil Seminário Internacional da OPAS 17 e 18 de abril 2018 Por quê APS? Não existe sistema de saúde perfeito, pois todos têm de balancear gastos, cobertura, qualidade e equidade, entre outros fatores. As evidencias mostram que sistemas de saúde com uma forte base na atenção primaria à saúde conseguem os melhores resultados, maior equidade, e uma menor taxa de crescimento nas despesas em saúde (Starfield et al, 2005; Kringos et al 2013)
3 Impacto da ESF na mortalidade infantil: redução de 10% com a expansão da ESF, controlando outros fatores. Serra 2005, Pos-neonatal, SP Roncalli 2006, Infantil, municipios Macinko 2007, Infantil, microregioes Macinko 2007, Pos-neonatal, microregioes Serra 2005, Neonatal, municipios (SP) Guanais 2009, Pos-neonatal, municipios Rocha 2010, Infantil, municipios Macinko 2006, Infantil, estados Zanini, 2009, Infantil, municipios -4,6-5,0-2,5 0,0 0,0-0,4-0,6-0,8-0,9 Até 2018, 18 artigos de boa qualidade foram publicados sobre ESF e seu impacto na mortalidade infantil, 92% identificaram um impacto significativo na redução da mortalidade infantil. -10,0-8,0-6,0-4,0-2,0 0,0 2,0 Adaptado de: Bastos ML, Menzies D, Hone T, Dehghani K, Trajman A. The impact of the Brazilian family health strategy on selected primary care 22
4 % reduçâo Expansão da ESF resultou em redução na taxa de mortalidade e de internação por doenças cardiovasculares e AVC Mortes AVC Mortes por doenças cardiovasculares Internaçâo por AVC Internaçâo por doença cardiovascular 0,89 0,89 0,88 0,89 0,81 Mortalidade por AVC foi 31% menor e por doenças cardiovasculares foi 36% menor nos municípios com cobertura ESF >70%. 0,69 0,78 0,64 0,82 0,83 0,72 Cobertura ESF 0-29% % 30-69% 0,7 Fonte: Rasella D, Harhay MO, Pamponet ML, Aquino R, Barreto ML. Impact of primary health care on mortality from heart and diseases in Brazil: a nationwide analysis of longitudinal data. BMJ Jul 3;349 cerebrovascular 24
5 Sobrevivência 6 anos apos AVC, Joinville, Brasil Seis anos apos AVC, indivíduos atendidos pela ESF tiveram risco de morte 42% menor que pessoas sem ESF. A ESF reduziu a risco absoluto de morte em 16,4%. Fonte: Cabral NL, et al. The Brazilian Family Health Program and secondary stroke and myocardial infarction prevention: a 6-year cohort study. Am J Public Health Dec;102(12):e90-5 HR 0,58** (0,39,- 0,85) ESF UBS
6 Tempo de espera para especialistas, 2013 Expansão do ESF não resolve problemas do resto do sistema de saúde! <4 semanas 5-12 semanas >12 semanas <4 semanas 8+ semanas CAN FRA GER UK 80 7 US 76 6 BRASIL 45,92 37,18 16,9 COLOMBIA 51,07 42,7 6,24 EL SALVADOR 57,42 24,84 17,74 MEXICO 68,47 28,37 3,16 Source: IDB LAC-PHC Survey, 2013; Commonwealth Fund
7 Envelhecimento da população vai requerer ainda mais serviços de saúde. Em 2004, 17% das consultas na AB foram para pessoas com % 60 anos a mais, em 2015 chegou a 27%. 27% 27% 26% % 23% 23% 24% 25% % 20% 17% 17% 18% 20% # consultas (60+) Razao 60+/total 15% 10% 5% 0% 34
8 O Brasil tornou-se reconhecido internacionalmente como líder e inovador na área de atenção primária comunitária. Artigos publicados sobre Atenção primária ou Atenção básica, por pais, Pais Inglaterra Artigos totais 7103 Espanha Canadá Brasi 2475 l China Italia França India Mexico 1155 Portugal Brasil Brazil Mexico Canada China England Fonte: US National Library of Medicine PubMed database. Obs: Algumas revistas brasileiras nao foram indexadas no PubMed ate os anos 90 ou apos. France Portugal India Spain 37 0
9 Conclusões e evidências Não há modelo perfeito, mas, entre os existentes, a APS tem as melhores credenciais e as evidências sugerem que essa é a melhor forma de organizar um sistema de saúde. Além disso, existe consenso internacional que falta de investimento suficiente no sistema e serviços de saúde pode resultar em piores condições de vida, retrocessos nos avanços já alcançados, mais desigualdades, e pode até desacelerar o crescimento econômico. A ESF cumpre com os requisitos de um bom sistema de APS e existem muitas evidencias sobre sua efetividade. James Macinko (2018) 41
10 Programa Mais Médicos
11 Impacto do Programa Mais Médicos: Diminuição da desigualdade número de médicos em municipios e regiões do Brasil Fonte: Estação de Pesquisas sinais de mercado UFMG, 2015; Santos LMP et al. WHO Bulletin Feb, 2017; Mourão et al, Do total de municípios do PMM en 2014, (2.377) 62,8% eram prioritários ou em situação de vulnerabilidade. A proporção de médicos do PMM nos municípios de extrema pobreza foi quase 3 vezes maior do que nas capitais e municípios mais ricos. 77% dos médicos do PMM foram alocados em municípios prioritários ou em situação de vulnerabilidade.
12 Impacto do Programa Mais Médicos: Internações por Condições Sensíveis a APS (ICSAP) (9 estudos publicados sobre o PMM e as ICSAP; todos concluem que PMM contribui para redução das ICSAP, especialmente na população mais vulnerável). Resultados: Diminuição crescente das ICSAP em municípios com PMM (os que receberam médicos em ,3% - 1º ano; 8,2% no 2º ano e 15,8% no 3º ano ) Brasil Diminuição média das hospitalizações 23 mil, com economia de US$ 6 milhões Brasil Diminuição das hospitalizações por diarreia e gastroenterite Nordeste Diminuição das ICSAP em 7,9% entre (antes PMM) e 9,1% entre (depois PMM). Maior diminuição nas regiões Norte (21%) e Centro Oeste (19%) Brasil Diminuição das ICSAP nos municípios mais pobres - menor PIB - 4,8% - especialmente por gastroenterite e asma Brasil Diminuição das ICSAP de 45% a 41% nos municípios prioritários do PMM. Brasil 20% pobreza
13 Impacto do Programa Mais Médicos: Satisfação da população, equipes e gestores Resultados: As equipes avaliaram positivamente o trabalho dos médicos cooperantes cubanos e ressaltaram a responsabilidade, ética e humanismo, assim como a alta qualidade das consultas médicas e a boa relação com seus pares na atenção básica (Comes et al, 2017). 95,6% dos usuários (n=6,060) recomendaria o médico do PMM a uma pessoa da família (OPAS/UFRGS, 2018). Gestores: ter sempre médicos nas UBS e cumprindo efetivamente a carga horária definida; a ampliação do acesso à população; e o aumento da oferta de consultas (UFMG/IPESPE, 2015). Avaliação positiva da população (n+14 mil), (95%) satisfeitos com o PMM (ICESP/UFMG, 2015) Avaliação positiva dos usuários (n=263), 50,8% satisfação tempo de espera a consulta; 98,1% o médico esteve atento as queixas; 95,8% receberam todas as orientações que necessitavam (Santos et al, 2016).
14 Impacto do Programa Mais Médicos: Acesso e equidade Resultados: Aumento do escopo de práticas (ex: extração de unhas e sutura); aumento da oferta de procedimentos coletivos e de visitas domiciliares, estabilização de consultas programadas a grupos específicos; o aumento do número de consultas nos municípios participantes do programa (ROPMM, 2015). Aumento de 33% no número de consultas médicas nos municípios participantes do PMM Consultas do PMM em 2014 (460 consultas/ médico / mês), residentes (255) e outras categorias de médicos que trabalham na AB (234). Médicos do PMM aumentaram o número diário de consultas em Curitiba-PR (OPAS, 2015). A relevância do PMM na oferta de consultas na AB cresceu, passando de 33,1% em 2012 para 36,2% em PMM equiparou e alguns casos superou a média de consultas médicas para HAS/DM, menores de um e cinco anos, geral e pré-natal se comparado as equipes de Saúde da Família entre ) (OPAS/UFPel, 2017). PMM ampliou o acesso a 36 milhões de pessoas, que não dispunham de cuidado de modo permanente ou regular em seus municípios e/ou localidades. No Nordeste, a oferta de médicos beneficiou 41% da população. Os municípios de extrema pobreza receberam 28% do total de médicos, viabilizando o cuidado a mais de 17 milhões de pessoas (OPAS/UFPel, 2017).
15 Programa Mais Médicos Conclusão 1. É evidente a efetividade do PMM com base nos estudos e pesquisas realizadas, especialmente no aumento da cobertura, acesso, equidade e satisfação dos usuários. 2. PMM representa uma mola propulsora ao desenvolvimento da APS e para o SUS. 3. PMM trouxe a APS para o centro do debate. 4. Principal resultado do PMM é contribuir para a efetivação do direito a saúde.
16 Panorama geral da Atenção Básica Brasileira o 74,6%* da população coberta pela atenção básica, considerando-se, além das equipes de Saúde da Família, equipes equivalentes formadas por clínicos gerais, ginecologistas-obstetras e pediatras. o 63,3%** da população coberta por Equipes de Saúde da Família. o Cerca de equipes de Saúde da Família cuidam de mais de 126 milhões de cidadãos. o Distribuída em Unidades Básicas de Saúde *Cobertura com parâmetro de cálculo de 3000 habitantes por equipes de saúde da família e equipes equivalentes ( compostas por 60h ambulatoriais de clínicos, ginecologistas-obstetras e pediatras), utilizando no cálculo a população do IBGE de ** Parâmetro de Cobertura de habitantes por equipe e como referência a população IBGE, o Com mais de 700 mil profissionais
17 Equipes da Estratégia Saúde da Família Equipes de Estratégia de Saúde Bucal Agentes Comunitários de Saúde Equipes dos Núcleos Ampliado de Saúde da Família/AB NASF Números da Atenção Básica Brasil Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias Centros de Especialidades Odontológicas - CEO 257 Equipes de Atenção Básica da Saúde Prisional 121 Equipes de Atenção Básica do Consultório na Rua 125 Equipes de Saúde Bucal das Unidades Odontológicas Móveis - UOM 141 ESF para populações Ribeirinhas e 06 UBS Fluviais
18 Cobertura de Saúde da Família 2007 a 2017 Cobertura % 100,0 85,9 87,6 88,7 89,8 90,6 90,5 91,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 77,1 63,6 50,2 48,0 35,7 88,6 85,5 86,4 86,4 76,2 83,1 80,9 71,2 73,0 73,6 67,8 69,2 62,4 54,9 55,8 57,0 58,5 59,0 38,6 38,1 39,6 41,0 42,4 44,3 51,0 51,4 53,0 54,6 55,5 57,5 30,0 27,1 27,2 28,0 33,2 34,7 36,2 93,9 94,9 94,1 94,6 91,3 92,3 92,0 92,6 82,7 80,6 81,8 82,6 68,8 68,5 70,4 66,3 61,1 62,5 62,6 63,1 48,7 50,9 50,6 50,5 42,1 42,8 39,6 39,5 20, Até Hab Entre e Hab Entre e Hab Entre e Hab Entre e Hab Acima de Hab BRASIL
19 Política Nacional de Atenção Básica Políticas, programas e estratégias UBS Fluvial
20 Panorama Geral do Programa RequalificaUBS
21 Panorama Geral do Requalifica UBS 28,6 mil propostas do Requalifica UBS vigentes, em municípios obras (69%) concluídas em municípios obras (18,4%) em execução na Atenção Básica 6,3 bilhões aprovados em infraestrutura 4,9 bilhões repassados para execução das obras Construções Reformas Ampliações
22 Equipamentos e Materiais Permanentes Em 2017 foram aprovados 950 milhões para propostas de Equipamentos, Materiais Permanentes e Transporte Sanitário Eletivo para Atenção Básica. Destas propostas 904 propostas de transporte sanitário eletivo, contemplando 810 municípios brasileiros. Quanto aos equipamentos e materiais permanentes, foram aprovados equipamentos para as Unidades Básicas de Saúde, contribuindo para o fortalecimento da Atenção Básica de municípios.
23 Programa Nacional de Melhoria do Acesso e Qualidade - PMAQ
24 Programa Nacional de Melhoria do Acesso e Qualidade 1º Ciclo (2011/2012) 2º Ciclo (2013/2014) 3º Ciclo (2016/2018) % municípios 71,2 % municípios 91,0 % municípios Equipes de AB e Saúde Bucal 53,1 % Equipes de AB Equipes de Saúde Bucal 88,7 % 89,6% Equipes de Atenção Básica Equipes com Saúde Bucal 94 % 95,6 % NASF 93,0% 4110 NASF 94 % CEO 94,2% 953 CEO 95%
25 e-sus Atenção Básica Competência Fevereiro 2018 Abril, 2018
26 Panorama Nacional de implantação do PE 42,6 mil UBS no país, em municípios UBS utilizam prontuário eletrônico em municípios UBS utilizam o Prontuário Eletrônico do Cidadão do Ministério da Saúde em municípios; UBS adotam sistemas próprios ou terceiros; Fonte: SISAB, FEV/2017 a FEV/ 2018
27 Panorama Nacional de implantação do PE Número de UBS com envio por Prontuário Eletrônico (PE próprio e PEC), Fevereiro 2018, Brasil Fonte: SISAB/DAB/SAS/MS
28 Práticas Integrativas e Complementares Ampliação da PNPIC para 29 práticas Criação da Coordenação das Práticas Integrativas e Complementares Realização do 1º CONGREPICS (12 a 15 de março no RJ) Cursos de Introdução às Práticas Integrativas e Complementares Disponíveis no AVASUS: Destes 12 ofertam acupuntura, 1 fitoterapia, 6 outras técnicas em medicina tradicional chinesa, 87 práticas corporais/atividade física e 1 termalismo.
29 Política Nacional de Alimentação e Nutrição - PNAN Programa Saúde na Escola Adesão de municípios 85 mil escolas 20 milhões de educandos Programa Bolsa Família famílias acompanhadas - 77,5% gestantes localizadas 78,04% profissionais capacitados no Curso de Gestão do PBF Amamenta Alimenta Número de tutores formados: Número de UBS que receberam oficinas de trabalho: Número de profissionais da AB qualificados: Programa Crescer Saudável Apoio financeiros para 548 municípios Ações de prevenção e cuidado da criança com obesidade infantil no âmbito do Programa Saúde na Escola Agenda Regulatória Proposta de taxação de bebidas açucaradas Proposta de rotulagem nutricional frontal apoio na regulamentação da publicidade infantil de alimentos
30 Principais mudanças na PNAB 2017 Estratégia Saúde da Família Equipe de Atenção Básica Agentes Comunitários de Saúde Integração da AB e Vigilância Núcleo ampliado de Saúde da Família e AB Gerente de atenção básica
31 Desafios para melhorar a Atenção Básica: 1) Garantir financiamento tripartite compatível com os custos de uma atenção básica com mais acesso, qualidade e resolutiva e considerando diferenças regionais. 2) Consolidar a reestruturação das Unidades Básicas de Saúde: reformas, ampliações, construções, equipamentos, informatização com prontuário eletrônico (estratégia e-sus AB) e conectividade. 3) Ampliar o acesso, a qualidade, a resolutividade e a capacidade de cuidado da atenção básica, intensificando a oferta de dispositivos de qualificação do trabalho na atenção básica como: apoio institucional, cooperação, pagamento por desempenho, telessaúde, aumentar o escopo de práticas, matriciamento, formação de estudantes e residentes, protocolos clínicos e de encaminhamento
32 Desafios para melhorar a Atenção Básica: 4) Ampliar a integração das Unidades Básicas de Saúde com outros pontos de atenção das redes para de fato possibilitar a coordenação e continuidade do cuidado. 5) Consolidar todas as ações previstas de provimento, fixação e formação do programa mais médicos, na perspectiva de construir uma política sustentável de gestão do trabalho para o conjunto dos trabalhadores da Atenção Básica. 6) Aperfeiçoar os mecanismos de gestão e cooperação e coordenação interfederativa entre os governos federal, estadual e municipal.
33 Desafios para melhorar a Atenção Básica: 7) Ofertar processos contínuos e de grande alcance de formação, educação permanente e continuada de forma orgânica com as instituições de ensino e pesquisa; tornando as UBS espaços de formação, inovação e compartilhamento de saberes.
34 ...que a Atenção Básica pudesse se transformar na imensa e generosa porta de entrada para o SUS, sendo uma ampla rede de serviços, próxima dos usuários, de acesso universal, resolutiva, produtora de cuidado integral, promovedora de cidadania e consciência sanitária. (Cecilio, 2014)
35 Obrigada! MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica
Encontro Estadual para Fortalecimento da Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica
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