Palavras-chave:Assistência Integral à saúde; Direitos do Paciente; Direito à Saúde; Hospitalização.
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- Vasco Caminha Medina
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1 UNIDADE DE CUIDADOS PROLONGADOS (UCP): DIREITO A CONTINUIDADE DO CUIDADO NO AMBIENTE HOSPITALAR Gleice Kelli Santana de Andrade¹ Ane Milena Macêdo de Castro¹ Edivania Anacleto Pinheiro² RESUMO O direito à continuidade do cuidado em conformidade aos princípios da integralidade, equidade e universalidade, consta na portaria Nº 2.809, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2012, que estabelece a organização dos Cuidados Prolongados para retaguarda à Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE), destinado aos usuários com perda de autonomia, com limitações físicas, funcionais, neurológicas e/ou motoras, restritos ao leito, que demandem cuidados prolongados em unidade hospitalar. Constituindo uma estratégia de cuidado intermediária para usuários em situação clínica estável, que necessitem de reabilitação, adaptação e reinserção social, garantindo o acolhimento, acessibilidade e humanização da assistência por meio de atuação multiprofissional. O estudo objetivou-se descrever a Unidade de Cuidados Prolongados (UCP) como continuidade no processo de assistência em saúde. Trata-se de um resumo elaborado pelas enfermeiras do Programa de Residência Multiprofissional em um hospital de Campo Grande-MS. Após a internação hospitalar originada por situação clínica aguda, recorrência ou descompensação de processo crônico, ocorre a articulação com a unidade de internação de leitos de retaguarda do Hospital São Julião para continuidade do tratamento, efetivado pela equipe multiprofissional. Visando a reabilitação, promoção do empoderamento e autonomia para as atividades de vida diárias, assim como o treinamento do cuidador, afim dos cuidados continuados na pós-alta. A assistência biopsicossocial direcionada ao paciente através da equipe multiprofissional, com a inclusão do cuidador no processo de trabalho através da educação em saúde, resulta em avanços expressivos na qualidade de vida dos pacientes no pós-alta. Palavras-chave:Assistência Integral à saúde; Direitos do Paciente; Direito à Saúde; Hospitalização. Grupo Temático: Políticas Públicas e Direitos Humanos 1.Enfermeira Residente, Programa de Residência Multiprofissional em Cuidados Continuados Integrados, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS. gleicekellisantanadeandrade@gmail.com; anemilenamacedoc@gmail.com. 2.Enfermeira Especialista em Urgência e Emergência; Preceptora do Programa de Residência Multiprofissional em Cuidados Continuados Integrados do Hospital São Julião pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS. edivania@saojuliao.org.br.
2 2 OBJETIVOS Descrever a Unidade de Cuidados Prolongados (UCP) como continuidade no processo de assistência em saúde. REFERENCIAL TEÓRICO Um dos maiores desafios do Sistema Único de Saúde (SUS) é o encaminhamento de pacientes crônicos com alta dependência, que necessitam de auxílio para funções vitais básicas, e deixaram de ser considerado de alta complexidade, devido não necessitar de recursos diagnósticos ou terapêuticos de nível terciário. Para não resultar na permanência prolongada desses pacientes em sala de urgência e leitos hospitalares de internação geral em nível terciário, busca-se por leitos de longa permanência. Esses leitos geralmente estão previstos para serem alocados em hospitais de pequeno porte (PAIZIN-FILHO, 2015). Em conformidade aos princípios da integralidade, equidade e universalidade, a portaria Nº 2.809, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2012, estabelece a organização dos Cuidados Prolongados para retaguarda à Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) e demais Redes Temáticas de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), destinado aos usuários com perda de autonomia, com limitações físicas, funcionais, neurológicas e/ou motoras, restritos ao leito, que demandem cuidados prolongados em unidade hospitalar. Constituindo uma estratégia de cuidado intermediária para usuários em situação clínica estável, que necessitem de reabilitação, adaptação e reinserção social, garantindo o acolhimento, acessibilidade e humanização da assistência por meio de atuação multiprofissional (BRASIL, 1990; BRASIL, 2011; BRASIL, 2012). Os Cuidados Prolongados possuem como finalidade, primordialmente, a garantia do acolhimento, acessibilidade e humanização do cuidado ao usuário, a reabilitação do usuário, de forma parcial ou total, a avaliação com atuação multidisciplinar integrada, as necessidades do usuário, o acompanhamento do usuário por meio de Plano Terapêutico Singular, devendo ser o resultado da discussão de caso em equipe, com vistas ao seu retorno ao domicílio, a promoção da continuidade do acompanhamento do usuário após a alta hospitalar, a orientação dos familiares e cuidadores, em parceria com a atenção básica, inclusive atenção domiciliar, a integralidade da assistência atuando de forma articulada às demais equipes de atenção à saúde presentes no território, a redução da ocupação inadequada de leitos de urgência e de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e diminuir as
3 3 internações recorrentes ocasionadas por agravamento de quadro clínico dos usuários em regime de atenção domiciliar (BRASIL, 2012). O Brasil precisa atender às novas necessidades sociossanitárias com o aumento de indivíduos com perda de sua autonomia parcial ou total resultantes de traumas raquimedulares ou sequelas de doenças crônico-degenerativas. O SUS deve direcionar o processo reabilitador dos usuários ao promover o desenvolvimento de suas capacidades adaptativas, habilidades, recursos pessoais para, com o objetivo de promover autonomia ou parte desta. Para que isso ocorra, faz-se necessário a avaliação e acompanhamento de uma equipe multiprofissional. É justamente a partir de tal trabalho que se almeja alcançar uma abordagem integral sobre os fenômenos que interferem na saúde do indivíduo (SAMUDIO; LOUREIRO; FERREIRA JÚNIOR, 2016). RESULTADOS ALCANÇADOS Após a internação hospitalar originada por situação clínica aguda, recorrência ou descompensação de processo crônico, ocorre a articulação com a unidade de internação de leitos de retaguarda do Hospital São Julião, para que o indivíduo com potencial processo reabilitador seja admitido nessa unidade, é faz-se necessário que a Equipe de Gestão de Alta (EGA) formada pelo médico, enfermeiro e assistente social do serviço de atendimento agudo ou de alta complexidade sinalize essa necessidade para o hospital de retaguarda, a comunicação é feita entre as equipes por meio de um formulário padrão denominado préalta, que contém todas as informações relevantes do paciente em seu contexto biopsicossocial. Depois de realizado esses passos, o paciente é então admitido na Unidade de Cuidados Prolongados (UCP). A continuidade do tratamento é efetivada pela equipe multiprofissional composta por enfermeiro, Médico, Fisioterapeuta, Farmacêutico, Nutricionista, Psicólogo e Assistente social, e com o apoio matricial da Fonoaudiologia, Odontologia e Terapia ocupacional. Visando a reabilitação, promoção do empoderamento e autonomia para as atividades de vida diárias, assim como o treinamento do cuidador, afim dos cuidados continuados no pós-alta. Para realizar as intervenções necessárias, a equipe constrói o Projeto Terapêutico Singular (PTS), este é formado por um conjunto de objetivos a serem atingidos baseados
4 4 nas necessidades identificadas, centrado na recuperação global ou à manutenção, tanto nos aspectos clínicos como sociais do indivíduo durante e após a internação. Este cenário de assistência em saúde possui um novo conceito de cuidado, com foco no autocuidado e autonomia dos indivíduos para suas atividades de vida diárias (AVD), bem como pela inclusão de cuidadores/familiares na reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social. CONCLUSÃO Cresce a demanda de pacientes para cuidados prolongados, especialmente para aqueles com algum grau de dependência, cenário exige a organização dos serviços de atendimento em saúde. Tornou-se desafio para o Brasil garantir a assistência em saúde com foco na reinserção social de indivíduos internados que necessitam de leitos de longa permanência, seja por doenças crônicas ou outras causas que precisem de cuidados de menor complexidade. A assistência biopsicossocial direcionada ao paciente, com a inclusão do cuidador/familiar no processo de trabalho através da educação em saúde, resulta em avanços expressivos na qualidade da continuidade do cuidado no ambiente hospitalar. Este modelo de assistência deve ser entendido como uma necessidade da sociedade, com a finalidade de estabelecer um pacto pela vida e garantir os princípios do SUS.
5 5 REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011 que regulamenta a Lei nº 8.080, de Dispões obre a organização do SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 de junho de Disponível em < Acesso em: 27/07/2017. BRASIL. Lei nº 8080, de 19 de setembro de Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 de setembro de Disponível em < Acesso em: 27/07/2017. BRASIL. Portaria nº 2.809, de 7 de dezembro de Estabelece a organização dos Cuidados Prolongados para retaguarda à Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) e às demais Redes Temáticas de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, 10 de dezembro de 2012; seção 1. Disponível em:< Acesso em: 28/07/2017. PAZIN-FILHO, A.; ALMEIDA, E.; CIRILO, L. P.; LOURENÇATO, F. M.;BAPTISTA, L. M.; PINTYÁ, J. P.; CAPELI, R. D.; SILVA, S. M. P. F.; WOLF, C. M.; DINARDI, M. M.; SCARPELINI, S.; DAMASCENO, M. C. Impacto de leitos de longa permanência no desempenho de hospital terciário em emergências. Rev Saúde Pública, 49:83, SAMUDIO, A. K. M., LOUREIRO, M. D. R., FERREIRA JÚNIOR, M. A. O processo de trabalho da equipe de enfermagem em cuidados continuados integrados. Revista de enfermagem UFPE online, v. 10, n. 7, p , 2016.
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