Acompanhamento reprodutivo de fêmeas suínas por ultra-sonografia. Fortaleza, Ceará Dezembro de 2003

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Acompanhamento reprodutivo de fêmeas suínas por ultra-sonografia. Fortaleza, Ceará Dezembro de 2003"

Transcrição

1 1 Universidade Estadual do Ceará Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Faculdade de Veterinária Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias Annira Aquino Cortez Acompanhamento reprodutivo de fêmeas suínas por ultra-sonografia Fortaleza, Ceará Dezembro de 2003

2 2 Universidade Estadual do Ceará Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Faculdade de Veterinária Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias Annira Aquino Cortez Acompanhamento reprodutivo de fêmeas suínas por ultra-sonografia Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Veterinárias. Área de concentração: Reprodução e Sanidade Animal. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Toniolli Fortaleza, Ceará Dezembro de 2003

3 3 Universidade Estadual do Ceará Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Faculdade de Veterinária Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias Título do Trabalho: Acompanhamento reprodutivo de fêmeas suínas por ultrasonografia Autor (a): Annira Aquino Cortez Aprovada em 09 / 12 / 2003 Banca Examinadora: Prof. Dr. Ricardo Toniolli Orientador Profa. Dra. Lúcia Daniel M. da Silva Co-orientadora / Examinadora Dra Edna Kotsias Bandeira Co-orientadora/ Examinadora Prof. Dr. José Nailton Bezerra Evangelista Examinador

4 4 Cortez, Annira Aquino Acompanhamento reprodutivo em fêmeas suínas por ultra-sonografia/ Dissertação do Programa de Pós- Graduação em Ciências Veterinárias. Fortaleza: UECE, p: il.; 29,7 cm Dissertação Mestrado UECE. FAVET. 1. Suíno - Ultra-sonografia, gestação, lactação. I. Acompanhamento reprodutivo de fêmeas suínas por ultra-sonografia. CDD:

5 5 O que somos é o presente da vida para nós; O que nos tornamos é o nosso presente para a vida. Caetano Veloso

6 6 A Deus, aos meus pais, irmãos, namorado e amigos. Dedico.

7 7 AGRADECIMENTOS À Deus, por me dar saúde e força para caminhar todos os dias da minha vida em prol dos animais, e capacidade e empenho para proporcioná-los bem-estar e saúde. Aos meus pais, José Jackson Chagas Cortez e Deusanira Aquino Cortez, por sempre se esforçarem para que eu pudesse realizar o curso de pós-graduação, e por me apoiarem em todas as fases da minha vida. À minha irmã Annice Aquino Cortez e amiga Michelle Costa e Silva, pela colaboração e apoio na realização deste experimento, no qual, sem elas, não poderia ter sido realizado. Ao meu namorado, Eudson Almeida dos Santos, pelo apoio, colaboração, paciência e dedicação durante todo o experimento. Aos funcionários da granja Regina Agroindustrial S/A, em especial ao Sr. Carlos Augusto Batista Braga, Srta. Elizete Vieira de Sousa e Sr. Raimundo Nonato Alves Marques, que me forneceram todas as condições possíveis e impossíveis para realização do experimento. A Nutricell, representante da Pie-Medical Equipment B. V. no Brasil, pelo fornecimento do aparelho de ultra-sonografia modo-b, utilizado neste trabalho. À Fundação Cearense de Amparo à Pesquisa (FUNCAP), pelo apoio financeiro com o fornecimento da bolsa de pesquisa. À equipe do Laboratório de Reprodução Suína e Tecnologia do Sêmen, em especial ao meu orientador, prof. Dr. Ricardo Toniolli, aos alunos de Medicina Veterinária, Daniel Queiroz Barros, Fernanda Ribeiro Remédios, Mayrá Lobato

8 8 Pequeno, Camila Oliveira de Vasconcelos e Silvia Vale, e à técnica laboratorial Sra. Maria Rocilda de Oliveira pela colaboração e apoio durante o curso de pósgraduação. Às minhas co-orientadoras, Profa. Dra. Lúcia Daniel Machado da Silva e Dra. Edna Kotsias Bandeira e ao Prof. Dr. José Nailton Bezerra Evangelista, pela disponibilidade e sugestões para o engrandecimento do trabalho. Aos meus colegas e amigos da turma de pós-graduação , em especial Aníbal Ballarotti Nascimento e Kenio Patrício Lima de Oliveira, pelos bons e maus momentos vividos durante o curso. A todos que me auxiliaram, de alguma forma, na realização deste trabalho e durante o curso de pós-graduação. Aos animais, que sem a sua existência, a Medicina Veterinária não teria sentido algum.

9 9 RESUMO Este trabalho teve como objetivo determinar o melhor método ultrasonográfico para o diagnóstico precoce de gestação e acompanhar a involução uterina por ultra-sonografia modo-b, observando sua interação com o desmame. Fêmeas suínas (n=63) foram submetidas ao eco-ultrassom (Eco), Doppler (Dpp) e ultra-sonografia modo-b (US-sonda 3,5 MHz) nos períodos gestacionais: P1 (14-20d), P2 (21-27d), P3 (28-34d) e P4 (35-41d). A acuidade (Ac-%), sensibilidade (Se- %) e especificidade (Sp-%) dos métodos foram comparadas pelo Qui-Quadrado (p<0,05). A altura uterina (AU) foi mensurada por US (sonda 3,5MHz) em 78 fêmeas suínas, do parto ao desmame, a cada 3-4 dias, e 4 dias após o desmame. As fêmeas foram divididas em duas (G2, n= 26), três (G3, n=26) e quatro (G4, n= 26) semanas de lactação. O estro foi detectado a cada 12 h, sendo determinados o intervalo desmame-estro (IDE) e o intervalo parto-estro (IPE). Os parâmetros foram comparados por ANOVA e teste t de Student pareado (p<0,05). A Ac da US foi superior ao Eco em P1 e P2 e ao Dpp em P2 e P3. A Se do Eco foi inferior ao Dpp em P1 e P2 e à US em todos o períodos. A Se do Dpp foi inferior a US em P1. A Sp do Dpp foi inferior ao Eco em todos os períodos e à US no P2, P3 e P4. O Eco foi mais específico que a US em P1 e P4. Após o parto, a AU diminuiu no 7º, 11º e no 18º dias, mantendo-se semelhante até o 25º dia de lactação. Três dias antes do desmame, a AU de G2 foi superior a G3. No desmame, os grupos não diferiram significativamente. Entre o pré-desmame e o desmame, apenas G2 apresentou uma redução significativa. No pós-desmame, a AU de G2 e G3 foram semelhantes e superiores a G4. O IDE de G4 foi superior a G2 e G3, que não diferiram entre si. O IPE de G2, G3 e G4 foram diferentes, sendo G4 superior aos demais. A US é o método mais precoce para o diagnóstico de gestação aos 21 dias e é eficiente no acompanhamento da involução uterina. O desmame após duas semanas de lactação, de acordo com os parâmetros reprodutivos estudados, pode ser realizado nas granjas suinícolas. Entretanto, o desmame após três semanas de lactação é economicamente mais viável.

10 10 ABSTRACT This work had as objective determines the best ultrasonographic method for the early pregnancy diagnosis and to accompany the uterine involution for B-mode ultrasound, observing their interaction with the weans. Sows (n=63) were submitted to Ultrasonic Pulse-Echo System (Echo), Doppler (Dpp) and B-Mode Ultrasound (USprobe 3,5 MHz) in the pregnancy periods: P1 (14-20 days), P2 (21-27 days); P3 (28-34 days) and P4 (35-41dias). The acuity (Ac-%), sensibility (Se-%) and specificity (Sp-%) of the methods they were compared by the Qui-square (p <0,05). The uterine height (AU) was measured for US (probe 3,5MHz) in 78 sows, of the pigbirth to the it weans, every 3-4 days, and 4 days after the wean. The females were divided in two (G2, n = 26), three (G3, n=26) and four (G4, n = 26) weeks of nursing. The oestrus was detected each 12 h, being certain the interval wean-oestrus (IDE) and the interval of the pigbirth-oestrus (IPE). The parameters were compared by ANOVA and pair test t of Student (p <0,05). The Ac of US was greater than Echo in P1 and P2 and Dpp in P2 and P3. The Se of the Echo was smaller than Dpp in P1 and P2 and to US in all the periods. The Se of Dpp was smaller than US in P1. The Sp of Dpp was smaller than Echo in all the periods and US in P2, P3 and P4. The Echo was more specific than US in P1 and P4. After the pigbirth, the AU decreased in the 7th, 11th and in the 18th days, staying similar until the 25th day of nursing. Three days before at the wean, AU of G2 was superior G3. In the wean, the groups didn't differ significantly. Among it previous-wean and the wean, G2 just presented a significant reduction. In later-wean, AU of G2 and G3 were similar and superiors G4. The IDE of G4 it was superior G2 and G3, that didn't differ to each other. IPE of G2, G3 and G4 were different, being G4 superior to the others. US is the most precocious method for the pregnancy diagnosis to the 21 days, and is efficient for the accompaniment of the uterine involution. The wean after two weeks of nursing, in agreement with the studied reproductive parameters, it can be accomplished in the swine farms. However, the wean after three weeks of nursing it is more economic viable.

11 11 SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS INTRODUÇÃO REVISÃO DE LITERATURA Ciclo reprodutivo e gestação da fêmea suína Diagnóstico de Gestação Palpação retal Dosagens hormonais Biópsia vaginal Métodos ultra-sonográficos Eco-ultrassom Doppler Ultra-sonografia modo-b em tempo real A gestação e o parto O puerpério e a lactação Desmame Intervalo desmame-estro (IDE) A influência da duração do período de lactação A influência da ordem de parto A influência da ingestão de energia A influência da estação do ano A involução uterina JUSTIFICATIVA OBJETIVOS Objetivo geral Objetivos específicos MATERIAL E MÉTODOS Experimento 1: Diagnóstico ultra-sonográfico de gestação Experimento 2: acompanhamento da involução uterina por ultrasonografia modo-b... 30

12 12 Experimento 3: Efeito de diferentes períodos de desmame sobre a involução uterina RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÕES GERAIS PERSPECTIVAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS... 63

13 13 LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS C -Graus Celsius AU -Altura uterina camp -Adenil Monofosfato cíclico d -Dia Dpp -Doppler Eco -Eco-ultrassom FSH -Hormônio folículo estimulante G2 -Período de duas semanas de lactação G3 -Período de três semanas de lactação G4 -Período de quatro semanas de lactação GnRH -Hormônio liberador de gonadotrofina IDE -Intervalo desmame-estro IPE -Intervalo do parto ao estro Kg -Quilogramas LH -Hormônio luteinizante m -Metros MHz -Megahertz ml -Mililitros mm -Milímetros ng -Nanogramas P1 -Período de dias de gestação P2 -Período de dias de gestação P3 -Período de dias de gestação P4 -Período de dias de gestação PGF 2α -Prostaglandina F 2α PPD Período do parto ao desmame r -Correlação estatística R$ -Reais seg -segundos

14 14 US -Ultra-sonografia modo-b

15 15 INTRODUÇÃO A criação tecnificada de suínos tem evoluído nos últimos tempos a fim de suprir a demanda crescente do mercado de consumo de carne suína. Com isso, os parâmetros produtivos e reprodutivos vêm sendo largamente estudados e melhorados com a finalidade de maximizar a produtividade das granjas suinícolas com uma diminuição nos custos de produção (WALKER, 1972). Para o aumento da produtividade das fêmeas suínas, têm-se buscado medidas de controle de manejo alimentar e sanitário e, principalmente, medidas que possam promover a maximização da performance reprodutiva das fêmeas no rebanho suíno (ALMEIDA, 2003). O número de dias não produtivos por fêmea é um dos fatores capazes de predizer uma possível baixa produtividade das granjas, calculada por um reduzido número de leitões desmamados por fêmea coberta por ano (DIAL et al., 1992 apud KOKETSU et al., 1997b). Fêmeas suínas que são diagnosticadas como não-prenhes afetam negativamente as criações suinícolas pelo aumento do número de dias não produtivos na criação (KOKETSU et al., 1997b). Sob o ponto de vista econômico, estas fêmeas estão ingerindo ração, ocupando espaço produtivo na granja, utilizando mão-de-obra e produtos veterinários, sem oferecer retorno produtivo (SOUSA, 2002) Assim, a falha no diagnóstico precoce de fêmeas não-prenhes é um dos maiores fatores que influenciam a média de leitões desmamados por fêmea por ano em granjas comerciais, pois o intervalo entre a cobertura e o diagnóstico negativo de prenhez aumenta o intervalo entre dois serviços reprodutivos. Desta forma, a determinação precoce da gestação através da não-detecção do estro e por outros métodos mecânicos, como a ultra-sonografia, pode reduzir o número de dias não produtivos da criação (ALMOND & DIAL, 1986).

16 16 O número de leitões produzidos durante as parições de uma fêmea no decorrer de todo um ano (número de leitões produzidos/fêmea/ano) também é inversamente proporcional ao intervalo do parto à concepção que esta fêmea apresenta em cada uma destas parições. Este intervalo é composto por dois períodos de tempo distintos: o período de lactação e o intervalo desmame-estro (IDE). Apesar do período de lactação ser baseado primariamente no manejo, o IDE é largamente influenciado por fatores biológicos (DEWEY et al., 1994). Como o período de lactação é uma variável que está sob o controle do produtor, uma redução proposital deste período pode ser benéfica para a produção, gerando um aumento na eficiência reprodutiva das fêmeas por aumentar o número de leitegadas por fêmea por ano (KOKETSU e DIAL, 1997b). No entanto, existem algumas barreiras fisiológicas temporárias que limitam a redução do período de lactação, como por exemplo, a involução uterina, definida como o período pós-parto no qual a concepção não é possível, pois o útero se encontra em processo de regeneração para que possa se preparar para uma próxima gestação (GEISSINGER et al., 1980; KIRACOFE, 1980). Assim, é de suma importância a utilização de técnicas não invasivas como o uso da ultra-sonografia modo-b, para o auxílio no estudo da involução uterina, predizendo quando o útero já se encontra preparado para uma nova gestação e, conseqüentemente, possibilitar a definição do melhor momento para o desmame (GEISSINGER et al., 1980; MARTINAT-BOTTÉ et al., 1998). Desta forma, uma técnica de diagnóstico precoce de gestação, o acompanhamento da involução uterina e sua interação com o desmame precoce podem ser bastante importantes para maximizar a performance reprodutiva das fêmeas e gerar redução de custos e retorno econômico para as granjas suinícolas (O REILLY, 1976; KOKETSU e DIAL, 1997b; VIANA et al., 2001).

17 17 REVISÃO DE LITERATURA 1. Ciclo reprodutivo e gestação da fêmea suína O período do ciclo estral da fêmea suína é em torno de 21 dias (18-24 dias), podendo a duração do estro variar de 6-36 horas nas marrãs e de 6-72 horas nas fêmeas adultas. A idade ideal para a cobertura fica em torno de 210 a 240 dias, quando a fêmea atinge cerca de 120 kg, correspondente ao segundo ou terceiro estro, sendo realizadas duas inseminações artificiais, após 24 e 36 horas do início do estro. A duração da gestação na fêmea suína é em torno de 112 a 115 dias (BERTHELSEN, 1973; ALMEIDA, 2003). As fêmeas que não retornam ao estro após a cobertura são tradicionalmente consideradas prenhes (BERTHELSEN, 1973). O custo de uma fêmea não-prenhe pode acarretar prejuízos econômicos em sistemas de produção suinícola intensivo, pois esta aumentará os dias não produtivos de uma granja e tal fato implica em um aumento do custo do leitão terminado. Logo, as fêmeas não-prenhes devem ser detectadas o mais cedo possível após a cobertura, sendo tratadas ou descartadas. Assim, a procura por métodos mais seguros, precisos e precoces para o diagnóstico de gestação tem aumentado na suinocultura, sendo importantes na redução de custos, gerando o retorno à viabilidade econômica com o diagnóstico de problemas de fertilidade (WALKER, 1972; O REILLY, 1976; VIANA et al., 2001). 02. Diagnóstico de Gestação As principais circunstâncias para a aplicação do diagnóstico de gestação são na detecção precoce de falha de concepção, na previsão da produção e descoberta precoce da infertilidade do varrão ou de erros no manejo da cobertura (CAVALCANTI et al., 1983). A detecção precoce de falha de concepção determina o destino das fêmeas não prenhes, que podem ser agrupadas, descartadas ou tratadas. Tal procedimento

18 18 torna possível compensar mais eficientemente o capital empregado em mão-de-obra e alimentação destas fêmeas (WALKER, 1972). A previsão de produção, com a obtenção de dados sobre o tamanho de leitegada, a percentagem de leitões desmamados, a acurácia do teste de gestação e as proporções entre os sexos, pode predizer mais precisamente, a longo prazo, a viabilidade do estoque de alimento, a quantidade de leitões desmamados ou de marrãs em reprodução (WALKER, 1972). Um método de diagnóstico de gestação deve ser preciso, barato, rápido e fácil de ser realizado, podendo ser aplicado precocemente na gestação com altos níveis de especificidade e sensibilidade (WALKER, 1972; VIANA et al., 2001). Os métodos mais utilizados para o diagnóstico precoce da gestação são: a palpação retal, dosagens hormonais, biópsia vaginal e o diagnóstico ultrasonográfico. Alguns métodos visuais, não específicos, incluem a ausência do cio, desenvolvimento de glândula mamária e aumento do volume abdominal (WALKER, 1972; CAVALCANTI et al., 1983; TONIOLLI et al., 1989) Palpação Retal A palpação retal para o diagnóstico de gestação em fêmeas suínas é um método simples, econômico e altamente preciso. Esta técnica não requer equipamento especializado, permite resultados imediatos, sendo bem tolerada pelas fêmeas e permite ao examinador o diagnóstico de anormalidades no trato genital. Esta técnica é relativamente fácil de ser aplicada, podendo ser usada na rotina para o diagnóstico de gestação a partir do 30º dia após a cobertura (BALKE & ELMORE, 1982). Suas vantagens são o diagnóstico imediato e um baixo custo, entretanto, a fêmea suína não apresenta uma anatomia ideal para tal avaliação, existindo um risco de prolapso retal, além do que, nem todas as marrãs apresentam tamanho suficiente para serem palpadas por qualquer examinador, o qual, além de possuir

19 19 habilidade, deve ter, preferencialmente, uma mão pequena para realizar a palpação retal em marrãs (WALKER, 1972). A gestação é determinada pela palpação da artéria ilíaca externa, da artéria uterina média, do cérvix e do corpo uterino caudal. As artérias uterina e ilíaca externa são comparadas pelo tamanho, tônus e presença de frêmito, onde a fêmea é considerada prenhe quando a artéria uterina apresenta frêmito ou se o seu diâmetro for igual ou superior ao da artéria ilíaca externa (WALKER, 1972; SILVA et al., 2001). O cérvix e corpo uterino caudal são avaliados pela consistência e tônus aumentado (BALKE & ELMORE, 1982). WALKER, em 1972, relatou que este método era mais seguro no fim da gestação, pois sua eficácia no início da mesma não estava bem definida naquela época. No entanto, aproximadamente 10 anos depois, CAVALCANTI et al. (1983) observaram que o método de palpação retal apresentou uma acuidade de 78% após o 25º dia de gestação, mas somente atingiu níveis desejáveis, com acuidade de 91% a partir do 29º dia após a cobertura. Já em 2001, em experimento realizado por SILVA et al. (2001), a palpação retal apresentou 95,6% de acerto aos dias de gestação. Desta forma, com o passar dos anos, o sucesso deste método pôde ser obtido em um período gestacional cada vez mais precoce Dosagens Hormonais As dosagens são usadas como diagnóstico de gestação devido às mudanças nos níveis hormonais que ocorrem durante a gestação. Quimicamente, foi observada uma diferença marcante entre os níveis de estrógeno urinário entre as fêmeas não prenhes e período gestacional de dias (WALKER, 1972). STEFANAKIS et al. (2000), avaliando os níveis de sulfato de estrona na urina, obtiveram 90,7% de acurácia no diagnóstico de gestação aos dias após a cobertura. Quanto aos níveis de progesterona, suas concentrações são maiores na gestação precoce. CHADIO et al. (2002) obtiveram uma acurácia de 98,8% ao utilizarem dosagens de progesterona para o diagnóstico de gestação entre 17 e 22 dias após a inseminação artificial.

20 20 Assim, as amostras tanto de estrógeno, quanto de progesterona podem ser usadas para indicar a gestação. Contudo, tais testes são usados mais experimentalmente que na rotina prática, pois têm como desvantagens o tempo requerido para a avaliação, a necessidade de coleta de urina ou sangue e o alto custo (WALKER, 1972) Biópsia Vaginal A biópsia vaginal torna possível o diagnóstico de gestação por observar alterações histológicas no epitélio vaginal da fêmea suína (TONIOLLI et al., 1989). As amostras do epitélio vaginal são coletadas utilizando-se um instrumento de biópsia que é completamente inserido na vagina anterior e o tecido coletado é levado ao laboratório conservado em formalina a 10% sendo processado, corado e avaliado pela microscopia óptica. As principais características analisadas são o número de fileiras celulares, presença de criptas e infiltrado leucocitário, características da membrana basal e presença de mitoses celulares. As fêmeas gestantes apresentam as seguintes características: epitélio baixo com duas a três camadas de células, ausência de criptas e infiltrado leucocitário, núcleos bem corados, regulares e ausência de mitoses (McCAUGHEY, 1979, TONIOLLI et al., 1989). A biópsia vaginal mostra-se altamente precisa alcançando 100% de acerto em todos os períodos de gestação examinados. Embora tenha demonstrado como principal característica a alta precisão, esta não tem caráter prático para a rotina no campo, baseando-se nas seguintes características da técnica: 1. Necessidade de laboratório especializado; 2. Necessidade de um profissional com experiência em técnicas histológicas e interpretação das características da mucosa vaginal; 3. Repetição de biópsias devido ao fato de que, após corte histológico, montagem em lâmina e coloração, possa não haver presença de epitélio, provavelmente por erro no momento da biópsia ou por erro no posicionamento do tecido no bloco de parafina para corte histológico; 4. O resultado não é imediato, levando de 3 a 4 dias para ser obtido; 5. A aplicação da técnica pode provocar algum sangramento, fato

21 21 que não agrada ao proprietário da granja e pode ser a porta de entrada para uma infecção (TONIOLLI et al., 1989) Métodos ultra-sonográficos Eco-ultrassom A técnica é baseada na detecção de diferenças acústicas entre os conteúdos do útero gravídico e outros tecidos abdominais, através da emissão de uma radiação da energia ultra-sônica pulsátil de um transdutor em contato com o tecido do animal. O pulso atravessa o tecido numa velocidade de 1.500m/seg e quando entra em contato com tecidos de diferentes densidades acústicas, alguma energia é refletida ao transdutor onde é convertida em energia elétrica e amplificada em um sinal de disparo (ecos), resultando em uma combinação de sinais audiovisuais, isto é, presença de som e luz (LINDAHL et al., 1975; CAVALCANTI et al., 1981). Em 1975, a utilização do eco-ultrassom diagnosticava a gestação 30 dias após a cobertura, onde tal método não requeria manipulação especial, sendo, na época, um resultado de extraordinária revolução. As gestações foram diagnosticadas já aos 23 dias de gestação, contudo a acuidade do diagnóstico foi baixa até cerca do 30º dia. A partir deste até o 90º dia de gestação, a acuidade foi de 100% (LINDAHL et al., 1975). Aproximadamente 15 anos depois, a porcentagem de acerto obtido com o aparelho já foi de 96,6% entre 21 e 27 dias de gestação (TONIOLLI et al., 1989). Apesar dos sinais obtidos das várias porções uterinas provavelmente contribuírem aos padrões de ecos associados com a gestação precoce em suínos, os líquidos alantoidiano e amniótico desempenham o maior papel. Estes líquidos além de serem transmissores de som, também promovem excelente contraste na densidade acústica ao feto e aos tecidos maternos (LINDAHL et al., 1975). A onda é refletida no útero que está distendido pelos líquidos amniótico e alantoidiano presentes (CAVALCANTI et al., 1981). O líquido alantoidiano no útero da fêmea gestante aumenta rapidamente do 23º dia de gestação até o 65º dias, enquanto que o líquido amniótico aumenta do 30º até

22 22 cerca do 80º dia e o máximo crescimento das membranas fetais ocorre entre o 30º e 65º dias. Uma menor velocidade de crescimento do feto é verificada entre o 30º e 60º dias de gestação, enquanto que a maior velocidade de crescimento fetal é entre o 90º dia e o fim da gestação (LINDAHL et al., 1975). O período mínimo para a maior precisão do diagnóstico de gestação (30 dias), coincide com mudanças no conteúdo dos líquidos do útero. O início do crescimento rápido das membranas fetais e o período máximo para a realização do teste, no 90º dia, também coincidem com um rápido declínio na proporção do conteúdo de líquido no útero gravídico. Assim, a técnica é recomendada em fêmeas entre o 30º e 90º dias de gestação (LINDAHL et al., 1975). O eco-ultrassom apresenta como vantagens: sua confiabilidade, facilidade e rapidez na realização do exame, requerendo aproximadamente um minuto por fêmea testada, economia e segurança para a fêmea e para o examinador (O REILLY, 1976) Doppler A gestação em fêmeas suínas pode ser diagnosticada pela detecção ultrasônica do pulso fetal com o uso de Doppler ultra-sônico visto que este pode ser usado com sucesso a partir da sexta semana de gestação até o parto. A técnica consiste na aplicação de um transdutor diretamente na região abdominal ventral ou intra-retal (FRASER, 1968). O Doppler consiste em determinar a circulação fetal por meio da amplificação de sinais ultrassônicos. O ultra-som refletido e amplificado mostra o fluxo sangüíneo do coração do feto, do cordão umbilical e dos vasos uterinos (CAVALCANTI et al., 1981). A ultra-sonografia por Doppler tem maior eficiência entre 30 e 40 dias de gestação, com sensibilidade variando entre 83 e 100% (VIANA et al., 2001). O Doppler abdominal do 14º dia ao 39º dia após a cobertura ou inseminação artificial apresentou eficiência e praticidade no diagnóstico precoce da gestação, proporcionando o conhecimento dos resultados de imediato, logo após a realização

23 23 do exame, sem a necessidade de envio de material ao laboratório ou esperas adicionais (SILVA et al., 2001). O alto nível de acerto da técnica, a partir dos 21 dias de gestação, é considerado como um resultado interessante, pois vem ao encontro de valores fisiológicos do ciclo reprodutivo da fêmea suína. Após os 21 dias de gestação, o método apresenta uma porcentagem de acerto superior a 90%, chegando a 100% após os 35 dias de gestação (SILVA et al., 2001). Assim, o Doppler é um procedimento fácil, rápido e eficiente, adequado à prática de campo, auxiliando na detecção precoce de falhas na concepção, possibilitando um aumento da eficiência reprodutiva da criação (SILVA et al., 2001) Ultra-sonografia modo-b A ultra-sonografia modo-b é baseada na emissão de raios ultra-sônicos que são gerados por um transdutor que atravessa em linha reta até encontrar os tecidos de diferentes densidades acústicas. Quando as ondas ultra-sônicas chocam-se a estes tecidos, estas são refletidas e retornam ao transdutor, que também é utilizado como receptor, transformando-se em sinais elétricos, sendo demonstradas em um monitor como uma imagem de duas dimensões do interior do animal (INABA et al., 1983). A ultra-sonografia em modo-b tem como principais vantagens a precocidade de diagnóstico, sendo possível a partir do 19º dia de gestação, rapidez e facilidade de realização. Imagens de um útero gravídico já podem ser observadas pela primeira vez no 19º dia após a última cobertura algumas fêmeas, já apresentando uma porcentagem de acerto de 30% no diagnóstico. No 20º e 21º dia de gestação, a porcentagem de diagnósticos corretos aumenta para 73 e 91%, respectivamente e a partir do 22ºdia, a porcentagem é de 100%. Os fetos somente podem ser detectados a partir do 32º dia de gestação. O movimento dos fetos é ocasionalmente observado no útero gravídico após o 60º dia de gestação (INABA et al., 1983). A sensibilidade da ultra-

24 24 sonografia em modo-b aos 21 dias de gestação é de 97,5% e de 100% aos 28 dias (VIANA et al., 2001). Assim, fêmeas suínas podem ser avaliadas com mínima restrição e a gestação pode ser detectada em um curto espaço de tempo sem custos inerentes em cada exame individual e com o uso de um equipamento que poderia ser facilmente e eficientemente operado após poucos minutos de prática (INABA et al., 1983). 3. A gestação e o parto À medida que a gestação progride, o útero aumenta gradativamente de tamanho para permitir a expansão do feto, porém o miométrio permanece quiescente para prevenir a expulsão fetal prematura. Os mecanismos que permitem o aumento de tamanho uterino durante a gestação são desconhecidos, mas provavelmente estejam relacionados a fatores hormonais (JAINUDEEN & HAFEZ, 1995). O útero da fêmea suína aumenta em comprimento, peso e diâmetro durante a gestação e a maior parte deste crescimento ocorre entre o 18º e 27º dias (WU et al., 1988). POMEROY (1960 apud LAMBERSON & ECKARDT, 1996) cita que os aumentos do comprimento e da circunferência dos cornos uterinos estão associados ao estiramento local da parede uterina para acomodar os fetos. O parto é definido como o processo fisiológico pelo qual o útero gestante libera os fetos e a placenta do organismo materno. Este é iniciado pelo feto e completado por uma complexa interação de fatores neuronais, mecânicos e endócrinos. Em relação aos fatores endócrinos, o aumento de estrógeno e a diminuição da progesterona influenciam a motilidade uterina no momento do parto através da liberação de PGF 2α ; esta interage com o sistema adenil ciclase da musculatura lisa para baixar os níveis de camp e causar contrações no miométrio (JAINUDEEN & HAFEZ, 1995).

25 25 4. O puerpério e a lactação As fêmeas após o parto, enquanto estão amamentando, passam por uma série de reajustes fisiológicos e anatômicos, tanto no útero, como nos ovários para a restauração da capacidade reprodutiva. O puerpério é definido como este período após o parto em que o organismo retorna ao seu estado normal de não gestante, ou como o intervalo entre o parto e a ocorrência do primeiro estro no qual pode ocorrer a concepção (JAINUDEEN & HAFEZ, 1995). A restauração do útero até seu tamanho de não-prenhe e da sua função após o parto é denominada de involução uterina. Ela depende das contrações do miométrio, da eliminação de infecção bacteriana e da regeneração do endométrio (JAINUDEEN & HAFEZ, 1995). O lóquios ou corrimento uterino que ocorre normalmente durante o puerpério é composto de muco, sangue, restos de membranas fetais, tecidos maternos e fluidos fetais. A expulsão do lóquios termina ao redor da primeira semana após o parto. Esta expulsão e a redução do tamanho uterino são causadas por contrações do miométrio, que são devido a uma liberação contínua de PGF 2α após o parto, a qual interage com o sistema adenil ciclase da musculatura lisa para baixar os níveis de camp e causar contrações do miométrio. Este aumento do tônus uterino promove a sua involução (JAINUDEEN & HAFEZ, 1995). A duração da liberação da PGF 2α é maior nas espécies com placenta cotiledonária, como a vaca, do que naquelas com o tipo difuso, como a fêmea suína. No entanto, a regeneração do endométrio é completada mais precocemente em espécies com placenta difusa, onde o endométrio fica totalmente regenerado entre a segunda e a terceira semana (JAINUDEEN & HAFEZ, 1995). As condições estéreis do útero durante a gestação são interrompidas no parto. Bactérias patogênicas e não patogênicas entram no útero pelo cérvix dilatado multiplicando-se rapidamente no ambiente uterino favorável. O útero normal possui mecanismos de defesa que incluem uma maciça infiltração linfocitária para impedir a invasão bacteriana. A atividade aumentada do miométrio devido ao início da

26 26 atividade estrogênica dos ovários também auxilia o útero na eliminação da infecção pelo cérvix (JAINUDEEN & HAFEZ, 1995). As porcas freqüentemente exibem um estro anovulatório três a cinco dias após o parto, porém o estro e a ovulação ficam inibidos durante este período na maioria dos animais (ANDERSON, 1995; JAINUDEEN & HAFEZ, 1995). Caso seja coberta, a porca não concebe no estro pós-parto, pois os folículos ovarianos são imaturos, com diâmetros médios de 2,7 mm (ANDERSON, 1995). No aspecto endocrinológico, a lactação é caracterizada por elevados níveis de prolactina que causam uma supressão da secreção de gonadotrofinas (BUTTLE, 1991). A maioria das evidências sugere que a aciclia pós-parto, durante a lactação, é causada por uma falha na liberação do GnRH, resultando numa secreção deficiente de gonadotrofinas. Esta liberação é necessária para a restauração do padrão pulsátil da liberação de LH (JAINUDEEN & HAFEZ, 1995). Os ovários da fêmea suína, durante a fase lactacional, apresentam reduzida atividade devido à ação do estímulo da amamentação sobre o eixo hipotalâmico-hipofisário, e conseqüente bloqueio na liberação de GnRH (MOURA, 1985). 5. Desmame Entende-se por desmame a privação dos leitões dos cuidados e alimentação láctea, providos pela fêmea, o que equivaleria simplesmente à separação da leitegada da mãe, após um período em que estiveram juntas depois do nascimento dos leitões (MOURA, 1985). O desmame pode ser natural ou artificial. O desmame natural é caracterizado pelo fim da secreção láctea e desinteresse mútuo entre a fêmea suína e a leitegada, enquanto que o desmame artificial é aquele em que os leitões são separados da porca por interferência do homem e em momento ou época variável. A finalidade do desmame artificial é reduzir o intervalo entre partos e, conseqüentemente, aumentar a produtividade da granja suinícola (MOURA, 1985).

27 27 O período de lactação, que na natureza teria uma duração, em média, de dias, tem sido progressivamente reduzido para 3 semanas nas granjas suinícolas, sendo o período mínimo de 14 dias e o máximo de 28 dias (BUTTLE, 1991; SOUSA, 2002). Se o período de gestação for considerado de 114 dias, com o desmame realizado na terceira semana de lactação, poderão ser obtidos aproximadamente 2,5 partos/fêmea/ano (MOURA, 1985). A retirada dos leitões ou o seu desmame induzem o desenvolvimento folicular, o estro e a ovulação dentro de três a cinco dias (ANDERSON, 1995; JAINUDEEN & HAFEZ, 1995). As concentrações plasmáticas de prolactina começam a diminuir na primeira hora da retirada dos leitões, alcançam baixos níveis dentro de 4 a 6 horas e, simultaneamente, a secreção de gonadotrofinas reinicia-se (BUTTLE, 1991; HARTMANN et al., 1997). A concentração de GnRH no tecido hipotalâmico aumenta por volta de 60 horas pós-desmame, enquanto que na área do sistema porta-hipotalâmico-hipofisário esta elevação é verificada 96 horas após o desmame e a baixa concentração hipofisária de LH na fase lactacional eleva-se após o desmame (MOURA, 1985). KOKETSU et al. (1996), mensurando as concentrações de LH durante a lactação e um dia após o desmame, observaram que os níveis de LH mantinham-se baixos (0,55 ng/ml) durante a lactação, contudo, apresentaram um aumento significativo após o desmame (0,96 ng/ml). O aumento das gonadotrofinas na circulação sangüínea é acompanhado pelo desenvolvimento dos folículos ovarianos e de secreção de estrógeno (MOURA, 1985). Após a luteólise ou desmame, folículos viáveis de 1-4 mm são recrutados e selecionados ao crescimento pré-ovulatório e ovulam 4-7 dias depois ou tornam-se atrésicos (PRUNIER & QUESNEL, 2000). As concentrações plasmáticas de estradiol-17β aumentam gradativamente e terminam por ocasião da onda pré-ovulatória de LH no estro (ANDERSON, 1995). Estes mecanismos fisiológicos são mediados pelo sistema nervoso central e envolvem secreção de gonadotrofinas e baixos níveis de prolactina, quando a atividade reprodutiva é normal. Na ausência ou anormalidade na secreção de

28 28 gonadotrofinas e/ou altos níveis de prolactina, a atividade reprodutiva fica prejudicada (BUTTLE, 1991). As fêmeas suínas retornam ao estro entre três e sete dias depois do desmame, com cerca de 80% das fêmeas tendo apresentado estro dentro deste período (HULTÉN et al., 1995; SOEDE et al., 2000). Entretanto, TRENTINI (1999) estima que pelo menos uma a cada 20 fêmeas não apresentará cio até 10 dias após o desmame dos leitões, caracterizando assim o anestro pós-desmame, sendo a maior freqüência deste em animais jovens, após a sua primeira cria ser desmamada. O anestro pode ser definido como a falha de apresentação do estro, que pode ser devido à inatividade dos ovários que parece estar associada com a inibição da produção endógena ou da liberação de FSH (TRENTINI, 1999). Pode-se dizer que a seqüência hormonal que desencadeia o estro e a ovulação fica bloqueada basicamente quando a fêmea suína perde mais elementos corporais para os leitões através do leite do que consegue repor através da alimentação, por comer pouco, por ter uma alimentação mal balanceada, por amamentar muitos leitões ou por um período muito longo (TRENTINI, 1999). 6. Intervalo desmame-estro (IDE) O intervalo entre o desmame e o momento em que a fêmea é inseminada parece estar diretamente relacionado com a prolificidade subseqüente. Foi observado por DEWEY et al. (1994) que fêmeas cobertas nos dias 2-4 após o desmame apresentaram um maior tamanho de leitegada em comparação a fêmeas cobertas 5-7 dias da retirada dos leitões. Em média, as fêmeas que conceberam 5 dias após o desmame apresentaram 0,30 leitões/leitegada a menos do que as fêmeas que conceberam no período anterior. De forma semelhante, as fêmeas cobertas nos dias 7-10 após o desmame pariram 1,02 leitões a menos do que as fêmeas cobertas nos dias 1-4. KOKETSU et al. (1997a) também observaram que fêmeas cobertas entre sete e doze dias após o desmame apresentaram menores taxas de parição (81,0 + 1,1%) quando comparadas com as taxas de parição das fêmeas cobertas entre 1-6 dias

29 29 pós-desmame (86,6 + 0,4%). Não se sabe se a redução no tamanho da leitegada é devido a uma diminuição na taxa de ovulação e/ou devido a um aumento nas taxas de morte embrionária (DEWEY et al., 1994). Desta forma, DEWEY et al. (1994) sugerem que devem ser adotadas técnicas de manejo que façam com que as fêmeas retornem ao estro após o desmame em um intervalo de 4 dias, ou pelo menos 6 dias após o desmame, a fim de que se possa maximizar o número de leitões/leitegada. Entretanto, o intervalo desmameestro é largamente influenciado por fatores biológicos e ainda não se tem um consenso dos reais fatores que influenciam o IDE e as taxas de parição (DEWEY et al., 1994). Alguns autores relatam que o período de lactação influencia diretamente o intervalo desmame-estro e as taxas de parição (DEWEY et al., 1994). Outros autores sugerem que as responsáveis por maiores intervalos desmame-estro e menores tamanhos de leitegadas são a ordem de parto, a ingestão de energia durante a lactação e a estação do ano da parição (ARMSTRONG et al., 1986; KOKETSU & DIAL, 1997a; KOKETSU et al., 1997b). Existem ainda trabalhos sugerindo que a interação destes fatores é que vai influenciar os parâmetros reprodutivos e não um fator isolado (KOKETSU et al., 1997a) A influência da duração do período de lactação MOURA (1985) supõe que quanto menor o período lactacional, maior será o espaço de tempo compreendido entre o desmame e o próximo estro fértil; e que uma redução do tamanho futuro da leitegada é devido às perdas embrionárias resultantes, provavelmente, de distúrbios no processo de implantação que poderão ser mais freqüentes nos desmames mais precoces. Em experimento desenvolvido por DEWEY et al. (1994), os autores obtiveram um período de lactação médio de 27,6 + 7,5 dias, onde o tamanho da leitegada aumentou progressivamente nos períodos de lactação de 20, 25, 27 e 33 dias (11,15 + 2,8; 11,22 + 2,8; 11,72 + 2,9; 11,73 + 3,0, respectivamente), obtendo-se um intervalo desmame-estro de 11,7 + 21,9 dias.

30 30 Em estudos anteriores comparando o intervalo parto-concepção, foi observado um aumento de 0,02 a 0,09 leitões para cada dia a mais no intervalo partoconcepção. Assim, a duração da lactação dentro do intervalo parto-concepção influenciou o tamanho da leitegada (CLARK e LEMAN, 1987). Ao se comparar fêmeas com período de lactação de sete e 42 dias, o intervalo desmame-estro diminuiu de 8,2 para 6,1 dias e a mortalidade embrionária diminuiu de 40,4 para 17,3% quando o período de lactação aumentou de 7 para 42 dias (VARLEY e COLE, 1976). KOKETSU et al. (1997a) observaram que fêmeas com período de lactação entre 8-16 dias apresentaram uma maior proporção de animais com intervalo desmame-estro entre sete e 12 dias. KOKETSU e DIAL (1997b) também confirmaram uma diminuição significativa do intervalo desmame-estro à proporção em que o período de lactação aumentou. As fêmeas desmamadas entre 1-7 dias de lactação, apresentaram um intervalo desmame-estro bastante prolongado (22,3 + 1,08d). As fêmeas desmamadas entre dias de lactação demonstraram cerca de um dia a mais no intervalo desmame-estro (6,49 + 1,02d) em relação às fêmeas desmamadas com mais de 29 dias (5,49 + 1,04d). Assim, foi observada uma taxa de redução de 0,25 dias de intervalo desmame-estro para cada 3 dias a mais no período de lactação. Estes autores sugerem que o efeito do período de lactação sobre o intervalo desmame-estro é bastante modesto e que as taxas de parição não mudam quando o período de lactação aumenta de 14 a 22 dias, sendo a concepção possível pelo menos sete dias antes de se completar a involução uterina. Contudo, um período de lactação muito curto, como de apenas 1-7 dias parece realmente comprometer a fertilidade (KOKETSU e DIAL, 1997b). KOKETSU et al. (1997b) observaram que o anestro era mais freqüente em fêmeas submetidas ao desmame entre 1 e 7 dias e entre 14 e 16 dias de lactação em relação àquelas submetidas ao desmame entre 17 e 19 dias. As fêmeas com um período de lactação inferior a 7 dias apresentaram maiores taxas de retorno ao estro que àquelas com um maior período de lactação.

31 31 Estudos indicam que alterações endócrinas e o ambiente uterino podem contribuir com uma maior prevalência de falhas reprodutivas em fêmeas submetidas ao desmame precoce (DEWEY et al., 1994). KIRKWOOD et al. (1984) observaram que os níveis plasmáticos de LH são menores em fêmeas cujos leitões foram desmamados aos 10 dias de lactação em relação ao desmame aos 35 dias, sugerindo uma aberração endócrina em fêmeas com leitões desmamados precocemente. VARLEY & COLE (1976) relatam que existe uma falha na síntese de estrógeno e uma falha na luteinização, podendo gerar cistos foliculares A influência da ordem de parto Em geral, o intervalo desmame-estro aumenta à proporção em que a ordem de parto diminui (KOKETSU & DIAL, 1997a). Fêmeas de primeira parição apresentam maiores intervalos desmame-estro em relação às fêmeas entre a segunda e a décima parição. Em outro estudo de KOKETSU et al. (1997b), também foi observado que fêmeas primíparas retornaram ao estro após a cobertura mais freqüentemente que fêmeas de 3ª ordem de parto e foram as que menos exibiram o estro após o desmame. Este estudo também revelou uma maior proporção de fêmeas na 9ª e 10ª ordens de parto que falharam na manutenção da gestação em relação às fêmeas com ordem de parto intermediária. KOKETSU e DIAL (1997b) sugerem que a baixa performance reprodutiva das primíparas, a qual melhora à proporção em que a fêmea se torna mais velha, pode ser explicada, em parte, pela nutrição destas fêmeas. Desde que estes animais não atingiram seu peso e tamanho de adulto, as necessidades nutricionais são diferentes. Assim, as primíparas podem acabar não recebendo nutrientes suficientes para que sua função reprodutiva possa ser otimizada (KOKETSU e DIAL, 1997b). O sistema endócrino imaturo das fêmeas primíparas também pode ainda não ser capaz de manter uma gestação, causando uma diminuição nas taxas de parição. A produção de progesterona pode ser baixa em algumas fêmeas jovens durante a gestação inicial e é este hormônio o maior responsável pela manutenção da

32 32 gestação (KOKETSU et al., 1997a). As razões para que a performance reprodutiva se deteriore com o passar das parições ainda não está bem clara, mas parece que a morte embrionária e o nascimento de natimortos aumentam em fêmeas com maiores parições devido a diminuições nas taxas de ovulação e fertilização (KOKETSU e DIAL, 1997b). A ordem de parto também pode apresentar uma interação no período de lactação e interferirem no tamanho da leitegada (KOKETSU et al., 1998). As fêmeas primíparas apresentam um menor tamanho de leitegada, tanto em período de lactação precoce, aos dias, quanto em períodos comumente utilizados pelos produtores (23-28 dias), quando comparadas às fêmeas entre a segunda e sétima parição A influência da ingestão de energia ARMSTRONG et al. (1986), controlando a ingestão de energia de fêmeas suínas e observando aquelas que apresentaram estro ou entraram em anestro após o desmame, demonstraram através de dosagens hormonais que a performance reprodutiva e seus hormônios não foram afetados por restrição de energia; mas a freqüência de liberação de LH antes do desmame foi maior em porcas que exibiram estro após o desmame (n=12) que em porcas em anestro (n=5). Após o desmame, as concentrações de LH e estradiol foram semelhantes entre fêmeas em estro e em anestro até o início do pico pré-ovulatório de estradiol nas fêmeas que exibiram estro. KOKETSU et al. (1996) observaram que fêmeas que consumiam mais energia, durante um período lactacional de três semanas, apresentaram sintomas de estro dentro de sete dias do desmame, enquanto que fêmeas que consumiram uma menor quantidade de energia somente apresentaram sintomas de estro após 7 dias. Neste mesmo experimento, a redução da ingestão de energia em apenas uma das três semanas de lactação foi suficiente para afetar o intervalo desmame-estro. A ingestão de energia, durante as semanas de lactação, também foi positivamente relacionada com a freqüência pulsátil de LH, onde este foi maior nas fêmeas que

33 33 apresentaram estro dentro de sete dias após o desmame do que nas fêmeas que apresentaram estro depois deste período. KOKETSU e DIAL (1997b), ao realizarem um experimento onde os animais receberam diferentes níveis de alimentação diária, observaram que aquelas fêmeas que ingeriram acima de 5 kg de alimento/dia apresentaram menores intervalos desmame-estro em relação às fêmeas que ingeriram menos de 3 kg de alimento/dia. Também foi observado que a ingestão de alimentos pode influenciar no período de lactação sendo a interação entre estes dois fatores que irá agir sobre o intervalo desmame-estro e sobre as taxas de parição (KOKETSU e DIAL, 1997a; KOKETSU et al., 1997a). KOKETSU e DIAL (1997a) observaram que em fêmeas alimentadas com um alto nível de energia durante a lactação (> 5,6 kg ração/dia), a duração da lactação não foi associada com o intervalo desmame-estro. Entretanto, em fêmeas com um baixo nível de energia (< 5,6 kg ração/dia) durante a lactação, o intervalo desmameestro aumentou quando a duração da lactação foi menor. A taxa de parição pode ser comprometida nas fêmeas que consomem menos de 5,7 kg de ração/dia e são separadas de sua leitegada com menos de 14 dias de lactação. Desta forma, os efeitos do período de lactação mudam de acordo com a ingestão de alimentos, tanto no intervalo desmame-estro, quanto nas taxas de parição, já que não foram encontradas diferenças significativas entre os períodos de lactação dos animais que ingeriram grande quantidade de alimento (KOKETSU e DIAL, 1997a; KOKETSU et al., 1997a). Ao dosar a freqüência do pulso de LH e as concentrações de glicose e insulina em dois períodos de lactação, 12 e 21 dias, KOKETSU et al. (1998) observaram que para os dois períodos lactacionais, a ingestão de 6 kg de ração diariamente foi associada com maiores freqüências no pulso de LH, maiores concentrações de glicose e insulina antes do desmame e um menor intervalo desmame-estro quando comparado com animais que receberam apenas 2 kg de ração/dia. Desta forma, o aumento da ingestão de alimento pode aumentar a secreção de LH e reduzir o

34 34 intervalo desmame-estro mesmo em fêmeas com período de lactação de apenas 12 dias A influência da estação do ano Nos Estados Unidos, o verão, caracterizado pelos meses de junho a agosto e a primavera (abril a maio) têm sido responsabilizados por baixa performance reprodutiva das fêmeas neste país, sendo observadas altas proporções de retorno ao estro em comparação ao outono e inverno (setembro a novembro e dezembro a março, respectivamente). Um maior número de fêmeas foi removido das criações por anestro durante a primavera e verão do que no inverno. As taxas de parição no verão (79,5 + 0,8%) e primavera (83,3 + 0,9%) também foram significativamente menores do que no outono (87,7 + 0,7%) e inverno (87,6 + 0,6%)(KOKETSU et al., 1997a, b). Provavelmente, as altas temperaturas no verão e primavera afetaram a concepção, a manutenção da gestação e a atividade ovariana (KOKETSU et al., 1997b). Altas temperaturas nas salas de parição durante o verão e primavera também podem ter afetado a taxa de parição pela diminuição da ingestão de alimento durante a lactação (KOKETSU et al., 1997a). 7. A involução uterina Os mecanismos de interação dos fatores que influenciam o desmame e o IDE na performance reprodutiva ainda não são claros em suínos. É possível que a duração da involução uterina esteja envolvida nestas interações. Esta é uma barreira temporária para a gestação em vacas, ovelhas e porcas. Durante o período de uma semana na porca e três semanas na vaca e na ovelha, a concepção não é possível. O estro e a ovulação podem ocorrer neste período, entretanto, se ocorrer fecundação e implantação do embrião no útero, a placentação pode ser potencialmente impossível (KIRACOFE, 1980). O peso e o comprimento uterino em fêmeas suínas somente declinam rapidamente por volta de 21 a 28 dias seguintes ao parto; depois disto, ambos

35 35 mantêm-se constantes. O endométrio é mais fino e as glândulas uterinas são menos numerosas (ANDERSON, 1995). DEWEY et al. (1994) sugerem que, além de alterações endócrinas, o ambiente uterino pode contribuir para uma maior prevalência de falhas reprodutivas nas fêmeas suínas cujos leitões foram desmamados precocemente. Segundo RUMMER e ELZE (1980), o endométrio e o miométrio de fêmeas que tiveram seus leitões desmamados com duas semanas de lactação apresentaram numerosos sinais de regeneração e involução uterina pós-parto inadequados. GEISSINGER et al. (1980) observaram que o endométrio de fêmeas suínas, imediatamente após o parto e nos dias 1, 2, 3 e 4 pós-parto, encontrava-se consideravelmente danificado, evidenciado por áreas de tecido necrosado e presença de leucócitos em torno das células epiteliais superficiais. No sexto dia pósparto, o número de leucócitos diminuiu e a regeneração das células epiteliais superficiais foi evidente. Entretanto, no oitavo dia pós-parto, estas células já apareceram semelhantes às células epiteliais superficiais do fim da fase luteal, isto é, 15 dias após o estro. E sendo neste período da fase luteal que ocorre a implantação embrionária, os autores sugerem que, a partir do 8º dia pós-parto, o útero já se encontrou preparado para uma nova implantação embrionária. Do 17º ao 26º dia pós-parto, as células epiteliais superficiais foram similares ao período folicular inicial, isto é, 21 dias pós-estro e as camadas subepiteliais estavam edematosas. O período de infertilidade após o parto é seguido por duas a três semanas nos quais a fertilidade é possível, entretanto, não otimizada. A extensão com que a involução uterina contribui para a subfertilidade durante este período é difícil de se determinar. A morte embrionária nas criações suinícolas durante este período parece ser a maior causa de redução no tamanho da leitegada, assim, mudanças no ambiente uterino associadas à involução deste podem ser essenciais na otimização da fertilidade (KIRACOFE, 1980). Desta forma, a fim de compreender os mecanismos da involução uterina sobre a reprodução em fêmeas suínas, esta vem sendo estudada nesta espécie por meio

Precocidade Sexual e a Inseminação Artificial em Tempo Fixo

Precocidade Sexual e a Inseminação Artificial em Tempo Fixo 4º Workshop Precocidade Sexual. Precocidade Sexual e a Inseminação Artificial em Tempo Fixo José Luiz Moraes Vasconcelos DPA FMVZ UNESP Botucatu, SP vasconcelos@fca.unesp.br Precocidade em novilhas Nelore

Leia mais

NUTRIÇÃO DE OVELHAS GESTANTES

NUTRIÇÃO DE OVELHAS GESTANTES NUTRIÇÃO DE OVELHAS GESTANTES Acadêmicas: Caroline Wrague e Luiza P. Nunes INTRODUÇÃO: A produção ovina ocorre predominantemente em sistemas de criação extensiva no Sul do Brasil. A quantidade e qualidade

Leia mais

MELHORAMENTO GENÉTICO

MELHORAMENTO GENÉTICO MELHORAMENTO GENÉTICO Mudança do material hereditário do rebanho de forma a capacitá-lo para produzir leite, mais economicamente em um determinado ambiente. Genética é a ciência que estuda a variação e

Leia mais

Diabetes Gestacional

Diabetes Gestacional Diabetes Gestacional Introdução O diabetes é uma doença que faz com que o organismo tenha dificuldade para controlar o açúcar no sangue. O diabetes que se desenvolve durante a gestação é chamado de diabetes

Leia mais

Ciclo Sexual ou Estral dos Animais Domésticos Prof. Dr. Wellerson Rodrigo Scarano Departamento de Morfologia Instituto de Biociências de Botucatu

Ciclo Sexual ou Estral dos Animais Domésticos Prof. Dr. Wellerson Rodrigo Scarano Departamento de Morfologia Instituto de Biociências de Botucatu Controle Hormonal da Gametogênese Feminina Ciclo Sexual ou Estral dos Animais Domésticos Prof. Dr. Wellerson Rodrigo Scarano Departamento de Morfologia Instituto de Biociências de Botucatu Ovários Formato

Leia mais

PROGRAMAS DE IATF EM NOVILHAS ZEBUÍNAS

PROGRAMAS DE IATF EM NOVILHAS ZEBUÍNAS ANEXO TÉCNICO DO MANUAL DE SINCRONIZAÇÃO E INSEMINAÇÃO EM TEMPO FIXO EM BOVINOS PROGRAMAS DE IATF EM NOVILHAS ZEBUÍNAS Os protocolos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) são utilizados de forma

Leia mais

Cuidados essenciais para maior produtividade na criação de bovinos

Cuidados essenciais para maior produtividade na criação de bovinos ebook Avanza Cuidados essenciais para maior produtividade na criação de bovinos Sumário 01 02 03 04 05 Introdução - Aumente a produtividade da sua criação Fertilização In Vitro Transferência de Embriões

Leia mais

Diagnóstico Precoce de Prenhez

Diagnóstico Precoce de Prenhez UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE VETERINÁRIA BIOTECNOLOGIA DA REPRODUÇÃO ANIMAL Diagnóstico Precoce de Prenhez Vicente José de F. Freitas Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução www.uece.br/lfcr

Leia mais

EFICIÊNCIA REPRODUTIVA EMPRENHAR A VACA O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL APÓS O PARTO

EFICIÊNCIA REPRODUTIVA EMPRENHAR A VACA O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL APÓS O PARTO TIAGO LEIVA EFICIÊNCIA REPRODUTIVA EMPRENHAR A VACA O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL APÓS O PARTO Cria em gado de corte: o bezerro é o produto comercializado. Gado de leite (alta produção): a vaca precisa parir

Leia mais

FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 1 UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Atividade Presencial: estudo através de Textos e Questionários realizado em sala de aula SOBRE A FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO CADA ESTUDANTE DEVERÁ IMPRIMIR E LEVAR

Leia mais

HORMÔNIOS SEXUAIS SISTEMA ENDÓCRINO FISIOLOGIA HUMANA

HORMÔNIOS SEXUAIS SISTEMA ENDÓCRINO FISIOLOGIA HUMANA HORMÔNIOS SEXUAIS SISTEMA ENDÓCRINO FISIOLOGIA HUMANA GLÂNDULAS SEXUAIS GÔNADAS MASCULINAS = TESTÍCULOS GÔNADAS FEMININAS = OVÁRIOS PRODUZEM GAMETAS E HORMÔNIOS SEXUAIS CONTROLE HORMONAL DO SISTEMA TESTÍCULOS

Leia mais

OVÁRIOS. Fonte de gametas e hormônios

OVÁRIOS. Fonte de gametas e hormônios OVÁRIOS Fonte de gametas e hormônios OVOGÊNESE No feto células germinativas multiplicamse ovogônias Cresce meiose I para na prófase I ovócito I nascimento milhares de ovócitos primários. Ovócito primário

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA BOVINOS LEITEIROS

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA BOVINOS LEITEIROS UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA BOVINOS LEITEIROS Prof. Ricardo Alexandre Silva Pessoa MANEJO DE VACAS SECAS E PERÍODO DE TRANSIÇÃO ponto de vista tecnológico = alimentar

Leia mais

Inseminação Artificial em Tempo Fixo em Vacas Leiteiras

Inseminação Artificial em Tempo Fixo em Vacas Leiteiras Inseminação Artificial em Tempo Fixo em Vacas Leiteiras Serviços em Pecuária de Leite Avaliação Ginecológica e Diagnóstico de Gestação com Aparelho de Ultrassonografia Exames Laboratoriais IATF Inseminação

Leia mais

ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO. Curso Inicial & Integração Novos Representantes

ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO. Curso Inicial & Integração Novos Representantes ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Curso Inicial & Integração Novos Representantes 1 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO O conjunto de órgãos do sistema reprodutor feminino tem como função principal

Leia mais

Manejo reprodutivo de caprinos e ovinos

Manejo reprodutivo de caprinos e ovinos Manejo reprodutivo de caprinos e ovinos Professor: Aparecido Porto da Costa Disciplina: Caprinovinocultura E-mail: aparecidoport@hotmail.com Introdução Importância Produtividade do rebanho => obter sucesso

Leia mais

PRIMEIRO CIO PÓS-PARTO DAS CABRAS E OVELHAS NO NORDESTE

PRIMEIRO CIO PÓS-PARTO DAS CABRAS E OVELHAS NO NORDESTE PRIMEIRO CIO PÓS-PARTO DAS CABRAS E OVELHAS NO NORDESTE Prof. Adelmo Ferreira de Santana Caprinocultura e Ovinocultura E-mail afs@ufba.br Departamento de Produção Animal Escola de Medicina Veterinária

Leia mais

Classificação: valores

Classificação: valores ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS BARREIRO 1º Teste Sumativo DISCIPLINA DE BIOLOGIA 12ºano Turma A TEMA : Reprodução Humana 20 de Outubro de 2011 90 minutos Nome: Nº Classificação: valores A professora:

Leia mais

UM NOVO FOCO NA GESTÃO DAS CENTRAIS DE INSEMINAÇÃO

UM NOVO FOCO NA GESTÃO DAS CENTRAIS DE INSEMINAÇÃO UM NOVO FOCO NA GESTÃO DAS CENTRAIS DE INSEMINAÇÃO No inicio da inseminação artificial (IA) no Brasil, em meados da década de 1970, os principais argumentos gerenciais dos técnicos e produtores para a

Leia mais

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO Universidade Federal do Ceará INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO Doutorando: MV Msc Rodrigo Vasconcelos de Oliveira Introdução Bovinocultura=> + eficiência reprodutiva Limitações: Anestro pós-parto longo

Leia mais

Gabriel Mantelato Rogatto Graduando 3º ano Zootecnia

Gabriel Mantelato Rogatto Graduando 3º ano Zootecnia Gabriel Mantelato Rogatto Graduando 3º ano Zootecnia Introdução Brasil -> Nordeste Maior Produtor II)Canindé - Leite I)Boer - Carne III)Saanen - Leite Retirado de: www.caprilproduction.com Manejo Reprodutivo

Leia mais

BIOLOGIA - 1 o ANO MÓDULO 42 APARELHO REPRODUTOR FEMININO

BIOLOGIA - 1 o ANO MÓDULO 42 APARELHO REPRODUTOR FEMININO BIOLOGIA - 1 o ANO MÓDULO 42 APARELHO REPRODUTOR FEMININO Fixação 1) (UERJ) O gráfico abaixo ilustra um padrão de níveis plasmáticos de vários hormônios durante o ciclo menstrual da mulher. a) Estabeleça

Leia mais

Mas por que só pode entrar um espermatozóide no óvulo???

Mas por que só pode entrar um espermatozóide no óvulo??? Mas por que só pode entrar um espermatozóide no óvulo??? Lembre-se que os seres humanos só podem ter 46 cromossomos, sendo um par sexual, por exemplo: se dois espermatozóides com cromossomo sexual X e

Leia mais

Exercícios de Reprodução Comparada

Exercícios de Reprodução Comparada Exercícios de Reprodução Comparada Material de apoio do Extensivo 1. (PUC) Os seres vivos podem reproduzir-se sexuada ou assexuadamente. Sobre este assunto, destaque a afirmativa correta: a) A reprodução

Leia mais

Cuidados com a gestante. Profª Drª Rosângela de Oliveira Alves EVZ/UFG

Cuidados com a gestante. Profª Drª Rosângela de Oliveira Alves EVZ/UFG Cuidados com a gestante Profª Drª Rosângela de Oliveira Alves EVZ/UFG Período gestacional Cadelas 56-60 dias Gatas 58-72 dias (63) Data do cruzamento Objetivos Parto seguro Bem-estar da cadela/ gata e

Leia mais

Módulo 4. Construindo uma solução OLAP

Módulo 4. Construindo uma solução OLAP Módulo 4. Construindo uma solução OLAP Objetivos Diferenciar as diversas formas de armazenamento Compreender o que é e como definir a porcentagem de agregação Conhecer a possibilidade da utilização de

Leia mais

DA MULHER Manual prático para viver com saúde os melhores anos da vida

DA MULHER Manual prático para viver com saúde os melhores anos da vida Dr. JOSÉ BENTO Médico ginecologista e obstetra A MELHOR IDADE DA MULHER Manual prático para viver com saúde os melhores anos da vida Sumário Apresentação... 7 Introdução... 11 Capítulo 1 Um corpo de mudanças...

Leia mais

Quais hormônios regulam a ovogênese?

Quais hormônios regulam a ovogênese? Controle Endócrino da Ovogênese Ciclo Sexual Feminino Prof. Dr. Wellerson Rodrigo Scarano Departamento de Morfologia 1 Quais hormônios regulam a ovogênese? 2 1 CONTROLE HORMONAL DA OVOGÊNESE A ovogênese

Leia mais

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho Câncer de Próstata Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho O que é próstata? A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão muito pequeno, tem

Leia mais

O Câncer de Próstata. O que é a Próstata

O Câncer de Próstata. O que é a Próstata O Câncer de Próstata O câncer de próstata é o segundo tumor mais comum no sexo masculino, acometendo um em cada seis homens. Se descoberto no início, as chances de cura são de 95%. O que é a Próstata A

Leia mais

Indução e sincronização de cio em caprinos

Indução e sincronização de cio em caprinos Indução e sincronização de cio em caprinos Plínio de Oliveira FASSIO 1 ; Larissa de Oliveira FASSIO 2 ; Angélica Campos MARTINS 3 ; Claudiane de Assis SOUZA 3 ; Vanessa Daniela Lázara de ASSIS 3 ; André

Leia mais

GUIA PARA PACIENTES. Anotações

GUIA PARA PACIENTES. Anotações Anotações ENTENDENDO DO OS MIOMAS MAS UTERINOS GUIA PARA PACIENTES 1620641 - Produzido em maio/2010 AstraZeneca do Brasil Ltda. Rodovia Raposo Tavares, km 26,9 CEP 06707-000 - Cotia/SP ACCESS net/sac 0800

Leia mais

INTRODUÇÃO A etapa de cria na cadeia produtiva da carne bovina é muito importante, e caracteriza-se como um período fundamental no processo de

INTRODUÇÃO A etapa de cria na cadeia produtiva da carne bovina é muito importante, e caracteriza-se como um período fundamental no processo de d e b e z e r r o d e c o r t e INTRODUÇÃO A etapa de cria na cadeia produtiva da carne bovina é muito importante, e caracteriza-se como um período fundamental no processo de produção. As técnicas utilizadas

Leia mais

Calf Notes.com. Calf Note #99 Mortalidade de Bezerros e Distocia. Introdução

Calf Notes.com. Calf Note #99 Mortalidade de Bezerros e Distocia. Introdução Calf Notes.com Calf Note #99 Mortalidade de Bezerros e Distocia Introdução Durante anos observamos que partos difíceis têm um efeito dramático na saúde e sobrevivência de bezerros. Quando as vacas precisam

Leia mais

Instalações Máquinas Equipamentos Pessoal de produção

Instalações Máquinas Equipamentos Pessoal de produção Fascículo 6 Arranjo físico e fluxo O arranjo físico (em inglês layout) de uma operação produtiva preocupa-se com o posicionamento dos recursos de transformação. Isto é, definir onde colocar: Instalações

Leia mais

sistemas automatizados para alimentação: futuro na nutrição de precisão

sistemas automatizados para alimentação: futuro na nutrição de precisão matéria da capa sistemas automatizados para alimentação: futuro na nutrição de precisão Texto: Sandra G. Coelho Marcelo Ribas Fernanda S. Machado Baltazar R. O. Júnior Fotos: Marcelo Ribas O avanço tecnológico

Leia mais

AMAMENTAÇÃO A ESCOLHA NATURAL!

AMAMENTAÇÃO A ESCOLHA NATURAL! AMAMENTAÇÃO A ESCOLHA NATURAL! Um guia para usar o Método de Ovulação AMAMENTAÇÃO Billings durante QUE a amamentação COISA NATURAL DE SE FAZER! Julyanne White, SRN AMAMENTAÇÃO A ESCOLHA NATURAL! Amamentação

Leia mais

Adaptações Cardiovasculares da Gestante ao Exercício

Adaptações Cardiovasculares da Gestante ao Exercício Desde as décadas de 60 e 70 o exercício promove Aumento do volume sanguíneo Aumento do volume cardíaco e suas câmaras Aumento do volume sistólico Aumento do débito cardíaco que pode ser alcançado Aumento

Leia mais

Nutrição e Manejo de Vacas de leite no pré-parto

Nutrição e Manejo de Vacas de leite no pré-parto FCA-UNESP-FMVZ Empresa Júnior de Nutrição de Ruminantes NUTRIR Departamento de Melhoramento e Nutrição Animal-DMNA Site: www.gruponutrir.com.br diretorianutrir@gmail.com Nutrição e Manejo de Vacas de leite

Leia mais

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR 1

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR 1 1 SISTEMA ANTILUTEOLÍTICO E MORTE EMBRIONÁRIA EM FÊMEAS BOVINAS JEAN CAIO FIGUEIREDO DE ALMEIDA¹, ANA KELLY MENDES DA SILVA¹, GESSIANE PEREIRA DA SILVA¹, BRENDA JULIANE SILVA DOS SANTOS¹, CAMILA DE ALMEIDA

Leia mais

SEQÜÊNCIA DE PULSO. Spin-eco (SE); Inversion-recovery (IR); Gradiente-eco (GRE); Imagens eco - planares (EPI).

SEQÜÊNCIA DE PULSO. Spin-eco (SE); Inversion-recovery (IR); Gradiente-eco (GRE); Imagens eco - planares (EPI). SEQÜÊNCIA DE PULSO Spin-eco (SE); Inversion-recovery (IR); Gradiente-eco (GRE); Imagens eco - planares (EPI). VANTAGENS DAS SEQÜÊNCIAS MAIS RÁPIDAS Maior conforto para o paciente; Imagens de órgãos em

Leia mais

CHECK - LIST - ISO 9001:2000

CHECK - LIST - ISO 9001:2000 REQUISITOS ISO 9001: 2000 SIM NÃO 1.2 APLICAÇÃO A organização identificou as exclusões de itens da norma no seu manual da qualidade? As exclusões são relacionadas somente aos requisitos da sessão 7 da

Leia mais

O que é câncer de mama?

O que é câncer de mama? Câncer de Mama O que é câncer de mama? O câncer de mama é a doença em que as células normais da mama começam a se modificar, multiplicando-se sem controle e deixando de morrer, formando uma massa de células

Leia mais

Excreção. Manutenção do equilíbrio de sal, água e remoção de excretas nitrogenadas.

Excreção. Manutenção do equilíbrio de sal, água e remoção de excretas nitrogenadas. Fisiologia Animal Excreção Manutenção do equilíbrio de sal, água e remoção de excretas nitrogenadas. Sistema urinario Reabsorção de açucar, Glicose, sais, água. Regula volume sangue ADH: produzido pela

Leia mais

Saiba quais são os diferentes tipos de diabetes

Saiba quais são os diferentes tipos de diabetes Saiba quais são os diferentes tipos de diabetes Diabetes é uma doença ocasionada pela total falta de produção de insulina pelo pâncreas ou pela quantidade insuficiente da substância no corpo. A insulina

Leia mais

RESPOSTAS REPRODUTIVAS DE OVELHAS SUBMETIDAS A PROTOCOLOS DE INDUÇÃO DE ESTRO DE CURTA E LONGA DURAÇÃO

RESPOSTAS REPRODUTIVAS DE OVELHAS SUBMETIDAS A PROTOCOLOS DE INDUÇÃO DE ESTRO DE CURTA E LONGA DURAÇÃO RESPOSTAS REPRODUTIVAS DE OVELHAS SUBMETIDAS A PROTOCOLOS DE INDUÇÃO DE ESTRO DE CURTA E LONGA DURAÇÃO Josilaine Aparecida da Costa Lima 1 ; Aya Sasa 2 1 Acadêmica do curso de Zootecnia da UEMS, Unidade

Leia mais

A IMPORTÂNCIA DO MANEJO NO PERÍODO SECO

A IMPORTÂNCIA DO MANEJO NO PERÍODO SECO A IMPORTÂNCIA DO MANEJO NO PERÍODO SECO Ricardo Dias Signoretti 1 Na prática, o período seco e transição (pré-parto) constituem-se num desafio aos técnicos e produtores de leite, que devem ficar atentos

Leia mais

fmvz-unesp FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA - BOTUCATU Curso de Pós-Graduação em Zootecnia Nutrição e Produção Animal

fmvz-unesp FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA - BOTUCATU Curso de Pós-Graduação em Zootecnia Nutrição e Produção Animal fmvz-unesp FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA - BOTUCATU Curso de Pós-Graduação em Zootecnia Nutrição e Produção Animal SISTEMA DE PRODUÇÃO X QUALIDADE DA CARNE OVINA Raquel Abdallah da Rocha

Leia mais

7ª série / 8º ano 2º bimestre U. E. 10

7ª série / 8º ano 2º bimestre U. E. 10 7ª série / 8º ano 2º bimestre U. E. 10 Tipos de reprodução Reprodução é a capacidade que os seres vivos têm de gerar descendentes da mesma espécie. A união dos gametas é chamada fecundação, ou fertilização,

Leia mais

Para compreender como os cistos se formam nos ovários é preciso conhecer um pouco sobre o ciclo menstrual da mulher.

Para compreender como os cistos se formam nos ovários é preciso conhecer um pouco sobre o ciclo menstrual da mulher. Cistos de Ovário Os ovários são dois pequenos órgãos, um em cada lado do útero. É normal o desenvolvimento de pequenos cistos (bolsas contendo líquidos) nos ovários. Estes cistos são inofensivos e na maioria

Leia mais

PUBERDADE. Fase fisiológica com duração de 2 a 5 anos, durante a qual ocorre a maturação sexual

PUBERDADE. Fase fisiológica com duração de 2 a 5 anos, durante a qual ocorre a maturação sexual Puberdade PUBERDADE Transição entre a infância e a vida adulta Transformações físicas e psíquicas complexas Fase fisiológica com duração de 2 a 5 anos, durante a qual ocorre a maturação sexual Desenvolvimento

Leia mais

PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DE FLORESTAS TROPICAIS-PG-CFT INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA-INPA. 09/abril de 2014

PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DE FLORESTAS TROPICAIS-PG-CFT INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA-INPA. 09/abril de 2014 PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DE FLORESTAS TROPICAIS-PG-CFT INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA-INPA 09/abril de 2014 Considerações Estatísticas para Planejamento e Publicação 1 Circularidade do Método

Leia mais

Diferimento de pastagens para animais desmamados

Diferimento de pastagens para animais desmamados Diferimento de pastagens para animais desmamados Marco Antonio Alvares Balsalobre Eng. Agrônomo doutor em Ciência Animal e Pastagens Diretor de Produto da Bellman Nutrição Animal LTDA Mirella Colombo Moscardini

Leia mais

Gestão na Suinocultura Com Foco na Produtividade

Gestão na Suinocultura Com Foco na Produtividade Gestão na Suinocultura Com Foco na Produtividade Marco Lubas Cuiabá 05-05-2010 Produtividade 1. Quanto está produzindo? 2. Quanto é o potencial de sua produção? 3. Quais os Limitantes? PRODUTIVIDADE X

Leia mais

PLANEJAMENTO DA MANUFATURA

PLANEJAMENTO DA MANUFATURA 58 FUNDIÇÃO e SERVIÇOS NOV. 2012 PLANEJAMENTO DA MANUFATURA Otimizando o planejamento de fundidos em uma linha de montagem de motores (II) O texto dá continuidade à análise do uso da simulação na otimização

Leia mais

Aplicação da Metrologia no Serviço de. Hospitalar

Aplicação da Metrologia no Serviço de. Hospitalar Aplicação da Metrologia no Serviço de Instalações e Equipamentos de uma Unidade Hospitalar Carlos Patrício, Presidente da ATEHP Director do Serviço de Instalações e Equipamentos do CHTS, EPE Introdução

Leia mais

Padrões hematológicos de vacas leiteiras no período de transição

Padrões hematológicos de vacas leiteiras no período de transição 1 Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária www.ufpel.edu.br/nupeec Padrões hematológicos de vacas leiteiras no período de transição João Paulo Meirelles Graduando em Medicina Veterinária Samanta

Leia mais

EMBRIOLOGIA HUMANA. -Disciplina: Genética e Embriologia. -Profª: Ana Cristina Confortin -2014/1

EMBRIOLOGIA HUMANA. -Disciplina: Genética e Embriologia. -Profª: Ana Cristina Confortin -2014/1 EMBRIOLOGIA HUMANA -Disciplina: Genética e Embriologia -Profª: Ana Cristina Confortin -2014/1 ÚTERO * Compreender a estrutura do tero é base para compreensão dos ciclos reprodutivos e da implantação do

Leia mais

O corpo humano está organizado desde o mais simples até o mais complexo, ou seja, do átomo microscópico ao complexo organismo humano macroscópico.

O corpo humano está organizado desde o mais simples até o mais complexo, ou seja, do átomo microscópico ao complexo organismo humano macroscópico. 1 O corpo humano está organizado desde o mais simples até o mais complexo, ou seja, do átomo microscópico ao complexo organismo humano macroscópico. Note essa organização na figura abaixo. - Átomos formam

Leia mais

OS 14 PONTOS DA FILOSOFIA DE DEMING

OS 14 PONTOS DA FILOSOFIA DE DEMING OS 14 PONTOS DA FILOSOFIA DE DEMING 1. Estabelecer a constância de propósitos para a melhoria dos bens e serviços A alta administração deve demonstrar constantemente seu comprometimento com os objetivos

Leia mais

Pontos de controlo críticos:

Pontos de controlo críticos: Pontos de controlo críticos: Pontos de Controlo Critico Valores Padrão Medidas Peso à 1ª cobrição Idade ao 1º Parto 350 kg

Leia mais

Melhorar A Eclodibilidade De Ovos Armazenados

Melhorar A Eclodibilidade De Ovos Armazenados Melhorar A Eclodibilidade MELHORAR A ECLODIBILIDADE USANDO PERÍODOS DE INCUBAÇÃO CURTOS DURANTE A ARMAZENAGEM DE OVOS (SPIDES) 09 Ovos armazenados por longos períodos não eclodem tão bem quanto os ovos

Leia mais

Como estimar peso vivo de novilhas quando a balança não está disponível? Métodos indiretos: fita torácica e hipômetro

Como estimar peso vivo de novilhas quando a balança não está disponível? Métodos indiretos: fita torácica e hipômetro Como estimar peso vivo de novilhas quando a balança não está disponível? Métodos indiretos: fita torácica e hipômetro Introdução O principal objetivo nos sistemas de criação de novilhas leiteiras é conseguir

Leia mais

4 Segmentação. 4.1. Algoritmo proposto

4 Segmentação. 4.1. Algoritmo proposto 4 Segmentação Este capítulo apresenta primeiramente o algoritmo proposto para a segmentação do áudio em detalhes. Em seguida, são analisadas as inovações apresentadas. É importante mencionar que as mudanças

Leia mais

Sensores Ultrasônicos

Sensores Ultrasônicos Sensores Ultrasônicos Introdução A maioria dos transdutores de ultra-som utiliza materiais piezelétricos para converter energia elétrica em mecânica e vice-versa. Um transdutor de Ultra-som é basicamente

Leia mais

EXERCÍCIO E DIABETES

EXERCÍCIO E DIABETES EXERCÍCIO E DIABETES Todos os dias ouvimos falar dos benefícios que os exercícios físicos proporcionam, de um modo geral, à nossa saúde. Pois bem, aproveitando a oportunidade, hoje falaremos sobre a Diabetes,

Leia mais

A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL

A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL Programa BemVindo - www.bemvindo.org.br A OMS - Organização Mundial da Saúde diz que "Pré-Natal" é conjunto de cuidados médicos, nutricionais, psicológicos e sociais, destinados

Leia mais

Capítulo 3. Avaliação de Desempenho. 3.1 Definição de Desempenho

Capítulo 3. Avaliação de Desempenho. 3.1 Definição de Desempenho 20 Capítulo 3 Avaliação de Desempenho Este capítulo aborda como medir, informar e documentar aspectos relativos ao desempenho de um computador. Além disso, descreve os principais fatores que influenciam

Leia mais

Podemos encontrar uma figura interessante no PMBOK (Capítulo 7) sobre a necessidade de organizarmos o fluxo de caixa em um projeto.

Podemos encontrar uma figura interessante no PMBOK (Capítulo 7) sobre a necessidade de organizarmos o fluxo de caixa em um projeto. Discussão sobre Nivelamento Baseado em Fluxo de Caixa. Item aberto na lista E-Plan Podemos encontrar uma figura interessante no PMBOK (Capítulo 7) sobre a necessidade de organizarmos o fluxo de caixa em

Leia mais

Azul. Novembro. cosbem. Mergulhe nessa onda! A cor da coragem é azul. Mês de Conscientização, Preveção e Combate ao Câncer De Próstata.

Azul. Novembro. cosbem. Mergulhe nessa onda! A cor da coragem é azul. Mês de Conscientização, Preveção e Combate ao Câncer De Próstata. cosbem COORDENAÇÃO DE SAÚDE E BEM-ESTAR Novembro Azul Mês de Conscientização, Preveção e Combate ao Câncer De Próstata. Mergulhe nessa onda! A cor da coragem é azul. NOVEMBRO AZUL Mês de Conscientização,

Leia mais

IMUNOCASTRAÇÃO. Universidade Estadual de Londrina Camila Lorena de Lucio 4º ano de Zootecnia.

IMUNOCASTRAÇÃO. Universidade Estadual de Londrina Camila Lorena de Lucio 4º ano de Zootecnia. IMUNOCASTRAÇÃO Universidade Estadual de Londrina Camila Lorena de Lucio 4º ano de Zootecnia. Cronograma 1.Introdução 2. Suínos 3. Bovinos 4.Imunocastração 5. Considerações finais 1. Introdução A castração

Leia mais

MELHORANDO A PRODUTIVIDADE DAS MATRIZES SUÍNAS PARTE II. Nutrição da matriz gestante

MELHORANDO A PRODUTIVIDADE DAS MATRIZES SUÍNAS PARTE II. Nutrição da matriz gestante Data: Agosto/2001 MELHORANDO A PRODUTIVIDADE DAS MATRIZES SUÍNAS PARTE II Nutrição da matriz gestante O princípio geral para um programa nutricional de matrizes suínas bem sucedido, basea-se na premissa

Leia mais

DIFERENTES DIETAS ALIMENTARES E SUAS RELAÇÕES COM O DESENVOLVIMENTO.

DIFERENTES DIETAS ALIMENTARES E SUAS RELAÇÕES COM O DESENVOLVIMENTO. V EPCC Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar 23 a 26 de outubro de 2007 DIFERENTES DIETAS ALIMENTARES E SUAS RELAÇÕES COM O DESENVOLVIMENTO. Izamara Maria Fachim Rauber 1 IZAMARA_MARIA_FACHIM_RAUBER.doc,

Leia mais

SAÍDA DO MERCADO DE TRABALHO: QUAL É A IDADE?

SAÍDA DO MERCADO DE TRABALHO: QUAL É A IDADE? SAÍDA DO MERCADO DE TRABALHO: QUAL É A IDADE? Ana Amélia Camarano* Solange Kanso** Daniele Fernandes** 1 INTRODUÇÃO Assume-se que idade avançada e invalidez resultam em perda da capacidade laboral, o que

Leia mais

ZOOLOGIA E HISTOLOGIA ANIMAL

ZOOLOGIA E HISTOLOGIA ANIMAL ZOOLOGIA E HISTOLOGIA ANIMAL Sistema Endócrino Prof. Fernando Stuchi Introdução Os mensageiros químicos do corpo (hormônios) são produzidos pelas glândulas endócrinas ou glândulas de secreção interna,

Leia mais

Realizando o ensaio de ultra-som

Realizando o ensaio de ultra-som Realizando o ensaio de ultra-som A UU L AL A Na aula anterior, você ficou sabendo que o ultra-som é uma onda mecânica que se propaga de uma fonte emissora até uma fonte receptora, através de um meio físico.

Leia mais

Sistemas de Gestão Ambiental O QUE MUDOU COM A NOVA ISO 14001:2004

Sistemas de Gestão Ambiental O QUE MUDOU COM A NOVA ISO 14001:2004 QSP Informe Reservado Nº 41 Dezembro/2004 Sistemas de Gestão O QUE MUDOU COM A NOVA ISO 14001:2004 Material especialmente preparado para os Associados ao QSP. QSP Informe Reservado Nº 41 Dezembro/2004

Leia mais

estação de monta Escolha do Leitor

estação de monta Escolha do Leitor estação de monta Realmente existe importância na gestão da fazenda e benefício para o produtor que se utiliza do período reprodutivo? Luís Adriano Teixeira* 32 - ABRIL 2015 A Estação de monta (EM) período

Leia mais

Unidade 1 - REPRODUÇÃO E MANIPULAÇÃO DA FERTILIDADE

Unidade 1 - REPRODUÇÃO E MANIPULAÇÃO DA FERTILIDADE Que modificações ocorrem no organismo feminino após a nidação? A nidação e as primeiras fases de gestação encontram-se sob estreito controlo hormonal. A hormona hcg estimula o corpo lúteo a produzir hormonas,

Leia mais

INTERPRETAÇÃO DAS PROVAS DE REPRODUTORES LEITEIROS

INTERPRETAÇÃO DAS PROVAS DE REPRODUTORES LEITEIROS AZ042 Bovinocultura de Leite Aula 14 INTERPRETAÇÃO DAS PROVAS DE REPRODUTORES LEITEIROS Prof. Rodrigo de Almeida Entendendo as Provas de Touros Canadenses Informações de Produção Provas de produção Baseado

Leia mais

Escola Básica Vasco da Gama de Sines A REPRODUÇÃO HUMANA

Escola Básica Vasco da Gama de Sines A REPRODUÇÃO HUMANA Página1 A REPRODUÇÃO HUMANA Reprodução sexuada e dimorfismo sexual A reprodução é uma função dos seres vivos que permite dar origem a outros seres da mesma espécie. Reprodução sexuada Na espécie humana

Leia mais

Abordagem de Processo: conceitos e diretrizes para sua implementação

Abordagem de Processo: conceitos e diretrizes para sua implementação QP Informe Reservado Nº 70 Maio/2007 Abordagem de Processo: conceitos e diretrizes para sua implementação Tradução para o português especialmente preparada para os Associados ao QP. Este guindance paper

Leia mais

Profa. Maria Fernanda - Química nandacampos.mendonc@gmail.com

Profa. Maria Fernanda - Química nandacampos.mendonc@gmail.com Profa. Maria Fernanda - Química nandacampos.mendonc@gmail.com Estudo de caso Reúnam-se em grupos de máximo 5 alunos e proponha uma solução para o seguinte caso: A morte dos peixes ornamentais. Para isso

Leia mais

Parâmetros Genéticos

Parâmetros Genéticos MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA MELHORAMENTO ANIMAL Parâmetros Genéticos 1. INTRODUÇÃO Os parâmetros genéticos são

Leia mais

Vida Útil de Baterias Tracionárias

Vida Útil de Baterias Tracionárias Vida Útil de Baterias Tracionárias Seção 1 Introdução. Seção 2 Vida Útil Projetada. ÍNDICE Seção 3 Fatores que Afetam a Vida Útil da Bateria. Seção 3.1 Problemas de Produto. Seção 3.2 Problemas de Manutenção.

Leia mais

2. Como devo manusear o sêmen durante a sua retirada do botijão?

2. Como devo manusear o sêmen durante a sua retirada do botijão? CUIDADOS NO MANUSEIO DO SÊMEN CONGELADO O manuseio adequado do sêmen congelado é essencial para manter ótimos resultados nos programas de inseminação artificial, tanto no sêmen sexado como no sêmen convencional.

Leia mais

GAMETOGÊNESE. especializadas chamadas de GAMETAS. As células responsáveis pela formação desses gametas são chamadas de GÔNIAS

GAMETOGÊNESE. especializadas chamadas de GAMETAS. As células responsáveis pela formação desses gametas são chamadas de GÔNIAS Embriologia GAMETOGÊNESE É o processo de formação e desenvolvimento de células especializadas chamadas de GAMETAS As células responsáveis pela formação desses gametas são chamadas de GÔNIAS Espermatogônias

Leia mais

Luz, olho humano e óculos Capítulo 12 (pág. 219)

Luz, olho humano e óculos Capítulo 12 (pág. 219) Luz, olho humano e óculos Capítulo 12 (pág. 219) Raios de Luz - Alguns filósofos gregos pensavam que nossos olhos emitiam raios que permitiam enxergar os objetos; - Só nos é possível ver quando há luz

Leia mais