ACHADOS TOMOGRÁFICOS DE DOENÇA NASOSSINUSAL EM CRIANÇAS E EM ADOLESCENTES COM FIBROSE CÍSTICA
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- Carlos Damásio Lagos
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1 ACHADOS TOMOGRÁFICOS DE DOENÇA NASOSSINUSAL EM CRIANÇAS E EM ADOLESCENTES COM FIBROSE CÍSTICA Michelle Manzini Claúdia Schweiger Denise Manica Leo Sekine Carlo S. Faccin Letícia Rocha Machado Paula de Souza Dias Lopes Otávio Bejzman Piltcher Paulo José Cauduro Marostica
2 Introdução Alterações na tomografia computadorizada de seios da face (TCSF), sem clara correlação entre os achados clínicos e tomográficos pulmonares. O envolvimento nasossinusal pode exacerbar a doença pulmonar. Havendo discrepância entre sinais e sintomas e achados de imagem, não está bem estabelecido o papel da TCSF no seguimento clínico dos pacientes com fibrose cística. CAVEL et al., 2013; RASMUSSEN et al., 2012; MC MURPHY et al., 2007 FREITAS et al., 2013, RASMUSSEN et al., 2012
3 Objetivos Descrever achados tomográficos presentes em pacientes pediátricos portadores de fibrose cística. Correlacionar os achados da tomografia com aqueles da endoscopia nasal, da espirometria, do índice de massa corporal, do escore de Shwachman-Kulczycki e da colonização crônica por Pseudomonas aeruginosa. Determinar se a TCSF muda conduta terapêutica. Avaliar a evolução da doença nasossinusal em pacientes pediátricos portadores de FC, mediante análise de TCSF realizada em diferentes momentos.
4 Métodos - Estudo transversal. N calculado: 38 pacientes Critérios de Inclusão Pacientes com diagnóstico de FC confirmado Até 16 anos 2000 a 2013 Ambulatório Otorrino/ Pneumologia Infantil TCSF disponível Critérios de exclusão CENS prévia à TCSF em análise. Não-autorização do paciente ou responsável em participar do estudo.
5 Métodos Coleta de dados 1. Relação de pacientes que participam do Ambulatório de Pneumologia Infantil com FC. 2. Selecionados aqueles que haviam feito TCSF. 3. Aplicados critérios de inclusão e exclusão. Termo de consentimento informado Termo de compromisso de uso de dados
6 Métodos Modificação de conduta terapêutica: TCSF, isoladamente, indicou tratamento ou mudança de conduta clínicos (antibiótico sistêmico, corticoide sistêmico ou tópico nasal) ou cirúrgicos. Foram considerados estatisticamente significativos os resultados com p<0,05.
7 Tabela 1 - Características clínico-demográficas do grupo estudado Sexo (feminino) 30 (49,18%) Idade na TCSF (anos) 9,16±3,37 VEF 1 (escore Z) 1,87±0,76 IMC (kg/m 2 ) 17 (15-19) Escore de Bhalla 5 (1-10) Escore de Shwachman-Kulczycky 85 (80-91) Escore de Lund Mackay 13,74±6,87 Colonização crônica Pseudomonas 16 (26,23%) Insuficiência pancreática 51 (83,61%) Mutações: uma leve/ leve e grave/duas graves N = 61 Resultados 1 (1,64%)/ 2 (3,30%)/ 31 (50,82%)
8 Resultados Os achados da TCSF não se associaram à presença de sintomas. Houve mudança de conduta clínica em um caso. Colonização por Pseudomonas apresentaram maior escore de Lund Mackay (18,50 vs 14,00) (p=0,04). Colapso subsegmentar na TCT tinham escore de Lund- Mackay na TCSF de 17,50 (14,00-20,75) enquanto que os que não o apresentavam, tinham mediana de 14 (7,50-19,00) (p=0,01).
9 Resultados O escore de Lund Mackay apresentou tendência a correlação negativa em relação ao escore de Shwachman-Kulczycki (r = -0,24 e p=0,09). Não houve associação entre o valor do escore de Lund Mackay e a presença de sintomas nasossinusais (p= 0,45). A média anual de variação do escore de Lund-Mackay foi de 0,74±1,80. Esse cálculo foi possível em 11 pacientes. Os pacientes sem bronquiectasias na TCT tiveram, em média uma regressão no escore de Lund Mackay de -1,25, enquanto aqueles com bronquiectasias mais graves baseando-se no escore de Bhalla, tiveram um aumento de 2,39 no mesmo escore (p=0,03).
10 Resultados Variação do Bhalla teve correlação positiva (r = 0,74, p =0,01) e do Schwachman, correlação negativa ((r= - 0,85 p<0,01) com a variação do Lund-Mackay respectivamente. Sem correlação entre variação do Lund-Mackay e VEF 1. Escore z do IMC com a variação do escore de Lund Mackay (r = -0,54 e p=0,08).
11 Discussão - Estudo retrospectivo. Maior série de casos de pacientes de até 16 anos com diagnóstico de FC submetidos a TCSF de rotina. Sem prejuízo adicional aos pacientes. - TCSF não deve ser critério isolado para adoção de condutas terapêuticas. - Endoscopia nasal deve ser realizada em consulta! - Há associação entre achados da TCSF e de TCT e quadros clínico e nutricional, principalmente quando se leva em consideração o DLM.
12 Conclusões - TCSF não auxilia na tomada de conduta clínica em relação à patologia nasossinusal em pacientes com fibrose cística. O exame não deve ser solicitado de rotina, sugere-se reservar sua indicação para pacientes com deterioração nasossinusal ou pulmonar apesar do tratamento clínico adequado. - Há associação entre achados da TCSF e de TCT e quadros clínico e nutricional, principalmente quando se leva em consideração o DLM.
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