AVALIAÇÃO DA PRESCRIÇÃO, DISPENSAÇÃO E USO DE QUETIAPINA EM UMA FARMÁCIA DE MEDICAMENTOS EXCEPCIONAIS DE TERESINA, PI.

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Rita Cavalheiro de Barros
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1 Área: CV ( X ) CHSA ( ) ECET ( ) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ UFPI Coordenadoria de Pesquisa CPES Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Bloco 06 Bairro Ininga Cep: Teresina-PI Brasil Fone (86) PRÓ-REITORIA DE PESQUISA pesquisa@ufpi.edu.br AVALIAÇÃO DA PRESCRIÇÃO, DISPENSAÇÃO E USO DE QUETIAPINA EM UMA FARMÁCIA DE MEDICAMENTOS EXCEPCIONAIS DE TERESINA, PI. Dilamar Mota Neto (ICV), Carla Solange de Melo Escórcio Dourado (Orientadora, INTRODUÇÃO Depto de Bioquímica e Farmacologia UFPI) Atualmente, estima-se que os transtornos mentais correspondem a 12% de todas as patologias existentes. As verbas destinadas ao cuidado com saúde mental, na maioria dos países, não chega a 1% do montante total em saúde. No Brasil, 2,4% do orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) são voltados para este tipo de tratamento. Diante disso, a pesquisa teve como objetivo avaliar a prescrição, dispensação e uso de quetiapina em uma farmácia de medicamentos excepcionais em Teresina, Pi. METODOLOGIA Trata-se de um estudo observacional descritivo do tipo transversal, no qual, através da análise de laudos e prescrições fez-se uma caracterização do tratamento de pacientes usuários de quetiapina na Farmácia de Dispensação do Componente Especializado (FMCED).

2 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Farmácia de Dispensação do Componente Especializado de Teresina-Pi, estão cadastrados pacientes esquizofrênicos, usuários de quetiapina. Dentre esses pacientes, são do sexo masculino e 987 do sexo feminino. Dos 70 selecionados para o estudo, 51 foram do sexo feminino o que corresponde a 72,9% e 19 do sexo masculino correspondendo a 27,1% como informa o gráfico 1. GRÁFICO 1: Distribuição dos pacientes usuários de quetiapina quanto ao sexo na FMCED em Teresina-Pi. SEXO MT 1002 MP FT FP FT MP FP 51 MT Legenda: FP: femininos pesquisados; FT: femininos totais; MP: masculinos pesquisados; MT: masculinos totais. TABELA 3: Valores do nível de significância (p-valor) calculados através do teste estatístico t student de comparação entre as médias (inicial e final) das variáveis IMC e peso corporal. Variáveis comparadas N p-valor* IMC inicial - IMC final Peso inicial - Peso final *p-valor para diferença das médias, considerando a hipótese alternativa a média do estado atual paciente ser maior que a média do estado de entrada (α 0,05). do

3 De acordo com os dados observados na tabela 3 pode-se comprovar através do teste de t student, em que o resultado apresentou p-valor<0,05, que o IMC dos pacientes analisados aumentou, em relação ao inicio do tratamento com quetiapina na FMDCE-PI. Corroborando, com o aumento do IMC, também foi detectado aumento no peso. GRÁFICO 4: Distribuição dos pacientes por CID na Farmácia de Dispensação do Componente Especializado de Teresina-Pi CID F20.0 F20.1 F20.2 F20.3 F20.4 F20.5 F20.6 F20.8 CID Fonte: Farmácia de Dispensação do Componente Especializado de Teresina-PI, Legenda: F 20.0: esquizofrenia paranóide; F 20.1: esquizofrenia hebefrênica; F 20.2: esquizofrenia catatônica; F 20.3: esquizofrenia indiferenciada; F 20.4: depressão pós-esquizofrênica; F 20.5: esquizofrenia residual; F 20.6: esquizofrenia simples; F 20.8: outras esquizofrenias. De acordo com a observação do gráfico 4 percebe-se que pacientes da FMCED possuiam esquizofrenia hebefrênica, correspondendo a maioria dos pacientes, 90 pessoas a esquizofrenia paranóide, 45 indivíduos com esquizofrenia indiferenciada, 26 pessoas com esquizofrenia residual, esquizofrenia (27), esquizofrenia simples (12), esquizofrenia catatônica (10) e depressão pós-esquizofrenia (6). Detectou-se essa descrição no sistema da FMCED (HÒRUS), pois nos laudos na grande maioria estava descrito apenas o termo esquizofrenia.

4 Através do gráfico 5 pode-se fazer uma análise de como é feita a descrição dos médicos nos laudos em relação a estabilidade dos pacientes após o uso da quetiapina. GRÁFICO 5: Avaliação dos pacientes em relação ao efeito estabilizador da quetiapina. PACIENTE AVALIADO I N NR S 23% 34% 2% 41% Legenda : I: ilegível; N: não estabilizou; NR: não relatou; S: estabilizou De acordo com os dados observados nos laudos, pode-se constatar que 23% dos pacientes já estavam estabilizados com o tratamento, entretanto 41% ainda não haviam se estabilizado com o uso de quetiapina, em 2% dos laudos não havia nada relatado quanto ao estado do paciente e em 34% a descrição estava ilegível. Na pesquisa realizada na FMCED percebeu-se que a maioria (41%) dos pacientes não haviam se estabilizado com o tratamento de quetiapina. Em outro estudo os efeitos colaterais foram a razão para a descontinuidade do tratamento em 80% dos pacientes não aderentes intencionalmente, dessa forma dedui-se que esses pacientes não conseguiram se estabilizar porque não continuaram o tratamento, esses pacientes também consideraram o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença tão intensos quanto os acarretados pelos efeitos adversos dos antipsicóticos (NICODELI et al, 2011).

5 CONCLUSÃO Com a realização deste estudo pôde-se concluir que houve um aumento significativo do IMC dos pacientes após o tratamento com quetiapina e que mais de um terço dos pacientes esquizofrênicos em uso de quetiapina estavam clinicamente desestabilizados. Recomenda-se, portanto a implantação de um programa de acompanhamento farmacoterapêutico na FMCED, visto que esses pacientes são portadores de uma doença crônica que necessita de orientação e cuidados relativos ao uso correto de seus medicamentos. A fim de aumentar a adesão à farmacoterapia, promover a reinserção social e melhoria de sua qualidade de vida desses pacientes. REFERÊNCIAS GONÇALVES, Marcos. Atenção farmacêutica a usuária portadora de transtorno psicossocial. 89 f. Monografia (Graduação em Farmácia) Universidade Federal do Piauí, Departamento de Bioquímica e Farmacologia, NICOLINO, PAULA S.; VEDANA, KELLY, G.G.; MIASSO, A.I.; CARDOSO, L. Esquizofrenia: adesão ao tratamento e crenças sobre o transtorno e terapêutica medicamentosa. São Paulo: Ver Esc Enferm USP, PALAVRAS-CHAVE: quetiapina, obesidade, esquizofrenia.

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