MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA MEC

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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA MEC UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ UFPI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PRPPG COORDENADORIA GERAL DE PESQUISA CGP Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica PIBIC UFPI Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Bloco 06 Bairro Ininga Cep: Teresina-PI Brasil Fone (86) Fone/Fax (86) pesquisa@ufpi.br; pesquisa@ufpi.edu.br Resumo Expandido ANÁLISE DE FOTOGRAFIAS DO SORRISO PUBLICADAS EM REDES SOCIAIS PARA IDENTIFICAÇÃO HUMANA Felipe Gonçalves Leal (bolsista do PIBIC/CNPq), Raimundo Rosendo Prado Júnior(Orientador, Departamento de Odontologia Restauradora ) Vinícius Aguiar Lages (Coorientador, Doutorando em Odontologia UNICAMP) Introdução: A identificação pessoal é imprescindível na Ciência Forense, tanto por razões legais quanto por humanitárias, sendo com bastante frequência iniciada antes mesmo de se determinar a causa da morte. Muitos indivíduos são vítimas de homicídios ou encontram-se desaparecidos e a investigação desses casos depende da correta identificação. Métodos rotineiros incluem reconhecimento visual de vestimentas, de objetos pessoais e de impressões digitais, análises de DNA, bem como investigação médica, esquelética, sorológica, de cabelos e dentes. Outros métodos envolvem impressões labiais e análises específicas de peculiaridades morfológicas da dentição. Os dentes são os elementos mais duráveis dos tecidos humanos e os materiais utilizados para confeccionar as suas restaurações também são extremamente resistentes à destruição por substâncias químicas e por elementos físicos (Nckenna, 1986). Atualmente, os peritos atuantes na prática de identificação humana buscam informações em fontes alternativas, tais como fotografias de sorriso, que exibam características específicas de cada indivíduo. Isto torna importante a análise das fotografias presentes nos álbuns de família e eventos sociais de que o desaparecido tenha participado. Surge, aqui, a importância de fotos publicadas em redes sociais como o Facebook, devido ao seu fácil acesso e intensa expansão por todas as classes sociais. A justificativa para esta investigação alternativa está baseada na busca de dados sobre o formato, dimensões e alinhamento dos dentes de um indivíduo, que podem

2 compor um conjunto único e específico. Além disso, há uma tendência do uso de câmeras digitais, que possibilitam a produção de tomadas fotográficas ou filmagens, em que se pode fazer a aproximação ou busca de um foco central na face dos indivíduos, mais especificamente no sorriso (Bollinger et al, 2009). Objetivo: O presente trabalho objetiva demonstrar a importância e a aplicabilidade das fotografias de sorriso obtidas em redes sociais como fonte de informação para a identificação humana, através da análise de correlação destas com fotografias intrabucais de uma amostra específica. Metodologia: A pesquisa será dividida em 2 etapas: I - Coleta de imagens do sorriso (fotografias) entre os alunos de graduação do 1º, 2º e 3º do curso de Odontologia da UFPI; e II - Análise de imagens do sorriso dos alunos por peritos do Instituto de Medicina Legal (IML) do Piauí, professores e estudantes do último período do curso de Odontologia. Para a realização da primeira etapa da pesquisa, 30 estudantes regularmente matriculados nas turmas iniciais do curso de graduação em Odontologia da UFPI serão sorteados e avaliados. Os estudantes, por meio da aplicação de TCLE, foram convidados a ceder imagens intrabucais e extrabucais, além de permitir o acesso a fotos publicadas no Facebook (rede social). Para a realização do referido trabalho, na primeira etapa foram obtidas três tipos de fotografias intrabucais( lateral direita, lateral esquerda e frontal ) dos 30 voluntários, com o auxilio de uma câmera fotográfica (Sony CyberShot, DSC W210, 16.1 megapixels). Essas fotografias simulariam pessoas que se encontra desaparecidas, sendo posteriormente analisadas com o intuito de ser associada ou não a determinado corpo não identificado (vítima simulada). Para viabilizar a segunda parte da pesquisa, as fotografias de sorriso obtidas dos alunos de graduação da UFPI, através do facebook, foram consideradas como produzidas em vida (antemortem), os 30 alunos foram agrupados em 3 grupos no facebook, cada grupo formado por 10 alunos, ao qual os avaliadores possuíam acesso. As fotos postadas no facebook erram acessadas com o auxilio de um Ipad e ao mesmo tempo as fotos intrabucais eram expostas na tela de um computador para a realizaçãoo do confronto odontolegal. De modo que cada uma das três fotos intrabucais correspondia a uma pessoa de um dos grupos. Cada avaliador acessou o facebook dos alunos do estudo e analisou fotografias do sorriso dos mesmos, ao final preencheu um formulário (APÊNDICE 2) fazendo a associação entre a fotografia intrabucal e a vítima correspondente e citando características dentais importantes para a identificação. Resultados e Discussão: Quando analisado os dados, foi possível observar que a vitima simulada 1 foi identificada por todos os avaliadores. Com relação a vitima simulada 2 os professores, corresponderam, ao grupo de profissionais que apresentaram o melhor desempenho, 100% desses profissionais conseguiram identificar-la, seguido pelos alunos, onde 85% conseguiram identificar a vítima, já o grupo formado pelos peritos obtiveram o pior índice 75%. No entanto, os dados relativos a vítima simulada 3 mostraram que o grupo de peritos apresentaram os melhor resultado, todos eles obtiveram a identificação positiva da vitima simulada 3, seguida por 90% dos professores e 78% dos alunos. Isso mostra que tanto os estudantes do último período como os profissionais com mais experiência apresentam capacidade técnica para analisar as fotografias do sorriso e chegar a uma identificação positiva. Silva(2012), em estudo semelhante corrobora que tanto estudantes do ultimo período quanto estudantes de pós-graduação na área de odontologia legal são capazes de identificar pessoas através de fotografias do sorriso.

3 Tabela 1. Índice de acerto dos avaliadores para cada uma das vítimas simuladas; ALUNOS(%) PROFESSORES(%) PERITOS(%) VÍTIMA 1 14(100) 10(100) 4(100) VÍTIMA 2 12(85) 10(100) 3(75) VÍTIMA 3 11(78) 9(90) 4(100) Tabela 2. Número de vezes em que as características foram apontada pelos avaliadores.

4 Vítima Simulada 1 Vítima Simulada 2 Vítima Simulada 3 Características Alunos Peritos Professores Alunos Peritos Professores Alunos Peritos Professores Alinhamento incisal Apinhamento Coloração Desvio de linha média Diastemas Facetas desgaste de Fratura coronaria Giroversão Inclinação / / / Morfologia incisais das Morfologia dentes anteriores dos Espaço entre caninos e prémolares

5 Segundo Randof(1993) apud McKenna, algumas características, como irregularidades de forma, de posição, de estrutura e de número dos dentes, patologias (cáries, abrasão e exostose alveolar) são importantes de serem observadas para uma identificacão através do sorriso. No presente trabalho, as caracteriasticas citadas variaram de acordo com os grupos de vítimas, no entanto, a morfologia dos dentes anteriores foram citadas por 75% e 82% dos avaliadores para a identificação das vítimas número 1 e numero 2, respectivamente, já para a identificação da vítima número 3 a morfologia das incisais foi determinante, sendo citada por 60% dos avaliadores. Assim, constatamos que tanto os estudantes do último período como os profissionais com mais experiência apresentam capacidade técnica para analisar as fotografias do sorriso e chegar a uma identificação positiva de uma pessoa desaparecida e um corpo não identificado. E que as redes sociais como Facebook podem ser utilizadas para localizar fotografias de sorriso úteis para identificação de pessoas desde que as mesmas apresentem uma boa qualidade e permitam a visulaização e identificação de particularidades odontológicas para se estabelecer uma identificação humana positiva.