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1 Área: CV ( ) CHSA ( ) ECET (x) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ UFPI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA Coordenadoria de Pesquisa CPES Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Bloco 06 Bairro Ininga Cep: Teresina-PI Brasil Fone (86) pesquisa@ufpi.edu.br FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO CONTROLADA NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE TRÊS PROCEDÊNCIAS DE Albizia niopoides Benth. Fernando Costa Cavalcante Noronha (discente ICV/UFPI), Zetis Pinheiro Alves Pereira Neto (discente UFPI), Bruna Anair Souto Dias (Orientadora, Engenharia Florestal/CPCE/UFPI) RESUMO: O trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o crescimento de mudas de três procedências de angico-branco (Albizia niopoides Benth.) sob doses de fertilizante de liberação controlada. O experimento foi instalado em blocos casualizados, dispostos no esquema fatorial 3 x 5, correspondendo a três procedências das sementes (Redenção, PI, Eugenópolis, PI, São Paulo) e cinco doses de fertilizantes de liberação controlada (FLC) (D1 3,5 kg; D2 7,5 kg; D3 11,5 kg; D4 15,5 kg e D5 19,5 kg de FLC/m³ de substrato), com seis repetições, e parcelas compostas por dez plantas, num total de 900 mudas. O fertilizante de liberação controlada utilizado foi o Osmocote. Aos 103 dias após a semeadura foram avaliadas a altura e diâmetro das mudas. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e teste de média (Teste de Tukey) e regressão. A altura de mudas de Albizia niopoides é afetada significativamente pela interação entre doses de FLC aplicadas e pela procedência das sementes. Já o diâmetro das mudas foi afetado significativamente (p 0,05) pelo efeito principal de doses de FLC e procedências das sementes. Palavras-chave: Osmocote. Fertilização florestal. Angico branco. INTRODUÇÃO Albizia niopoides (angico-branco) é uma espécie florestal nativa da América do Sul, no Brasil é encontrada em vários estados, desde o Rio Grande do Sul até o Pará, com uma menor ocorrência no nordeste brasileiro. Essa espécie está em alguns estados na lista de plantas ameaçadas de extinção, como no estado de Mato Grosso e Paraná (CARVALHO, 2008). Ocorre em locais com solos de boa disponibilidade hídrica, férteis e profundos, com textura areno-argilosa e bem drenados, como em solos rasos e de fertilidade química baixa (CARVALHO, 2003). O angico branco é uma espécie com um potencial apícola e medicinal. A árvore possui uma floração exuberante sendo muito utilizada para a arborização em parques, estradas e ruas, é uma espécie indicada para recuperação de áreas degradadas e para reposição de matas ciliares (CARVALHO, 2003). No processo de produção de mudas, um dos aspectos importantes, que está diretamente relacionado com a sua qualidade é o regime de adubação, sendo pouco difundido em espécies nativas (KNAPIK et. al., 2005). Entre os fertilizantes utilizados destacam-se os fertilizantes de

2 liberação controlada (FLC), que vão sendo liberados de forma gradativa para as mudas (VALERI e CORRADINI, 2000). Além da fertilização, deve-se considerar a origem das sementes, visto que a variabilidade genética de uma espécie está associada com a sua distribuição geográfica (BIERNASKI, HIGA e SILVA, 2012). Para cada população existe uma variação individual, ocorrendo árvores com diferentes características fenotípicas devendo ser colhidas sementes de árvores matrizes que apresentam características fenotípicas superiores (PIRES et al., 2011). Portanto este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o crescimento de mudas de três procedências de angico-branco (Albizia niopoides Benth.) sob doses de fertilizante de liberação controlada. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no viveiro florestal da Universidade Federal do Piauí - UFPI, Campus Professora Cinobelina Elvas CPCE, Bom Jesus, Piauí. A espécie florestal estudada foi selecionada de acordo com o potencial econômico, sendo ela a Albizia niopoides (Benth.) (angicobranco). As sementes de Albizia niopoides foram coletadas de matrizes superiores selecionadas em Redenção, PI, Eugenópolis, PI e a outra procedência foi adquirida, sendo a coleta realizada em matrizes em São Paulo. Como recipiente para produção das mudas foi utilizado tubetes de polietileno de formato cilíndrico-cônico e capacidade de 50 cm 3. Para preenchimento dos tubetes foi utilizado substrato comercial (Carolina Padrão), composto de Turfa de Sphagno, Vermiculita expandida, calcário dolimítico, gesso agrícola e fertilizante NPK (traços). O experimento foi instalado em blocos casualizados, dispostos no esquema fatorial 3 x 5, correspondendo três procedências das sementes (Redenção, PI, Eugenópolis, PI, São Paulo) e cinco doses de fertilizantes de liberação controlada (FLC) (D1 3,5 kg; D2 7,5 kg; D3 11,5 kg; D4 15,5 kg e D5 19,5 kg de FLC/m³ de substrato), com seis repetições, e parcelas compostas por dez plantas, num total de 900 mudas. O fertilizante de liberação controlada utilizado foi o Osmocote. No preparo do substrato, foi realizada a mistura das doses, separadamente, ao substrato comercial. Após o preenchimento dos tubetes com o substrato, a semeadura foi realizada manualmente, utilizando uma semente por tubete. Após a semeadura, os tubetes foram dispostos em bancada suspensa em estufa coberta por agrofilme de polietileno transparente de 150 micra e cobertura interna de tela sombrite de 50% cor prateada. Durante o experimento foram realizadas irrigações diárias, de acordo com a necessidade. Aos 103 dias após semeadura foram mensuradas a altura da parte aérea (H) (mensurada com auxílio de uma régua posicionada em nível do substrato até o meristema apical da muda) e diâmetro do coleto (DC) (medido com auxílio de paquímetro digital) das mudas. Os dados foram submetidos ao teste de normalidade (Lilliefors) e de homogeneidade das variâncias (Cochran). Posteriormente, à análise de variância (ANOVA) e ao verificar diferenças significativas, pelo teste F a 5% de probabilidade, foi aplicado o teste de média (Teste de Tukey a 5% de probabilidade) e calculado o coeficiente de variação (CV). Na escolha das equações de regressão foram considerados o coeficiente de determinação ajustado (R 2 aj), a significância dos coeficientes e o significado biológico dos modelos. As análises foram realizadas empregando o software STATISTIC 8.0 (STATSOFT INC., 2008).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Aos 103 dias após a semeadura, foi observado que a altura e o diâmetro do coleto das mudas de angico-branco foram influenciadas significativamente (p 0,05) pelo efeito principal da dose de FLC aplicada e pela procedência das sementes (Tabela 1). Assim como foi observado efeito significativo (p 0,05) da interação dose e procedência das sementes para a altura das mudas (Tabela 1). Tabela 1. Resumo da análise de variância da altura e diâmetro do coleto de mudas de angico-branco (Albizia niopoides) aos 103 dias após semeadura. Bom Jesus, PI. Fonte de variação Grau de liberdade QUADRADO MÉDIO Altura Diâmetro do coleto Dose 4 38,92* 0,959* Procedência 2 21,93* 2,194* Dose x Procedência 8 2,12* 0,030 ns Bloco 5 7,72* 0,473* Resíduo 720 1,02 0,054 CV% 16,6 13,3 * (p 0,05) e ns (p > 0,05), pelo teste F. CV coeficiente de variação. Tanto para a altura (Figura 1) como para o diâmetro do coleto das mudas de Albizia niopoides, foi observado que com a aplicação de 19,5 kg de FLC/m³ de substrato houve valores inferiores de altura e diâmetro das mudas, quando comparado a atura e diâmetro nas demais doses (Figura 2). Foi observado um comportamento quadrático dos resultados, para as três procedências (Figura 2). Figura 1. Altura da parte aérea de mudas de Albizia niopoides aos 103 dias após semeadura. Letras maiúsculas comparam procedência das sementes em cada dose de FLC. Letras minúsculas comparam doses de FLC de cada procedência de sementes. Letras maiúsculas iguais ou letras minúsculas iguais, indicam igualdade pelo Teste Tukey (p > 0,05). Bom Jesus, PI.

4 Figura 2. Altura e diâmetro do coleto de mudas, aos 103 dias após semeadura, de três procedências de Albizia niopoides sob doses de FLC (Fertilizantes de liberação controlada). Bom Jesus, PI. CONCLUSÃO A altura de mudas de Albizia niopoides é afetada significativamente pela interação entre doses de FLC aplicadas e pela procedência das sementes. Já o diâmetro das mudas foi afetado significativamente pelo efeito principal de doses de FLC e procedências das sementes. Ressalta-se a importância de avaliar outras variáveis de crescimento de mudas e de qualidade para concluir qual tratamento poderia gerar mudas de bom padrão de qualidade.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BIERNASKI, F. A.; HIGA, A. R;. SILVA, L. D. Variabilidade genética para caracteres juvenis de progênies de Cedrela fissilis Vell.: subsídio para definição de zonas de coleta e uso de sementes. Revista Árvore, vol.36, n.1, p , 2012; CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, v p. CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, v. 3. KNAPIK, J. G.;ALMEIDA, L. S.; FERRARI, M. P.; OLIVEIRA, E. B.; NOGUEIRA, A. C. Crescimento inicial de Mimosa scabrella Benth., Schinus terebinthifolius Raddi e Allophylus edulis (St. - Hil.) Radl. sob diferentes regimes de adubação. Boletim Pesquisa Florestal, Colombo, PR, n. 51,p , PIRES, I.E.; RESENDE, M.D.V.; SILVA, R.L.; RESENDE JR, M.F.R. Genética Florestal. Viçosa, MG, Ed. Arka p. STATSOFT INC. Statistica data analysis system version 8.0. Tulsa: Statsoft Inc., VALERI, S. V.; CORRADINI. L. Fertilização em viveiros para produção de mudas de Eucalyptus e Pinus. In: GONÇALVES, J. L. M.; BENEDETTI, V. Nutrição e fertilização florestal. Piracicaba: Instituto de Pesquisa Florestal, Capítulo 6, p