PARAMETROS DE CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA CULTURA DO PIMENTÃO
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- Maria de Fátima Santarém Espírito Santo
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1 Área: CV ( ) CHSA ( ) ECET ( x ) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ UFPI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA Coordenadoria de Pesquisa CPES Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Bloco 06 Bairro Ininga Cep: Teresina-PI Brasil Fone (86) pesquisa@ufpi.edu.br PARAMETROS DE CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA CULTURA DO PIMENTÃO Mathersom de Sousa Araújo (ICV/UFPI), Carlos José Gonçalves de Souza Lima (Orientador. Departamento de Engenharia Agrícola e Solos UFPI) RESUMO Este trabalho conduzido na área experimental do Colégio Técnico de Teresina e teve como objetivo avaliar a influência e o efeito de diferentes lâminas de irrigação e doses de potássio nos parâmetros de produção e de qualidade da cultura do pimentão. Os maiores valores de evapotranspiração da cultura do pimentão observados durante a 1 a, 2 a e 3 a colheitas foram 3,84; 3,79 e 4,81 mm dia -1 e os menores foram 0,82; 2,96; 2,51 mm dia -1. A condição do experimento possibilitou uma produtividade de 8,25 t ha -1. Não houve diferença quanto às lâminas de irrigação na produtividade. Palavras chave: Solanácea, evapotranspiração e fertirrigação. INTRODUÇÃO A produção de hortaliças necessita de tecnologias adequadas para um melhor manejo da água e dos nutrientes, visando atender o mercado com produções em quantidades e qualidades necessárias. Na cultura do pimentão utilizam-se híbridos por apresentarem elevado potencial de produção. A produção brasileira de pimentão em 2010 atingiu aproximadamente 249 mil toneladas, concentrando-se principalmente nas regiões Sudeste com 44%, Nordeste com 31%, Sul com 15% e Norte 1%, com produtividade média de até 20 t ha-1, sendo a região Sudeste a maior consumidora (IBGE, 2012). A necessidade hídrica da cultura do pimentão é de 600 a 900 mm, podendo chegar a mm para períodos longos de crescimento (DOORENBOS & PRUITT, 1977). A eficiência da fertirrigação é determinada pelo bom funcionamento do sistema de irrigação. Para disso, é necessário um sistema de irrigação bem dimensionado para possibilitar uniformidade de aplicação (TRANI; CARRIJO, 2004).
2 O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência e o efeito de diferentes lâminas de irrigação e doses de potássio nos parâmetros de produção e de qualidade da cultura do pimentão. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na área experimental do Colégio Técnico de Teresina, situado a 05º 02 de latitude sul, 42º 47 de longitude oeste e altitude de 74 m. Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados em esquema fatorial 4 x 4, totalizando 16 tratamentos, com quatro repetições e a unidade experimental representada por vinte plantas. Os tratamentos foram formados pela combinação de quatro lâminas de irrigação (0,6; 0,80; 1,0 e 1,2ETc) e quatro doses de potássio (0; 0,5; 1,0 e 1,2DR) em relação a dose recomendada (DR), de acordo com a concentração de potássio no solo (TRANI & CARRIJO, 2004). Foram adotadas mudas da cultivar Tiberius, transplantas para o campo em espaçamento de 1,0 x 0,5 m e o tutoramento das plantas feito com fitilhos. Adotou-se irrigação localizada por gotejamento, que operou com vazão média de 2,5 L h-1. Os gotejadores foram acoplados às linhas de irrigação, onde se instalou microrregistros, possibilitando aplicações diferenciadas de acordo com cada tratamento. A lamina de irrigação foi estimada pela evapotranspiração de referência (ETo), usando a equação de Penman-Motheith (ALLEN et al., 1998), e o Kc conforme a fase fenológica da cultura, de acordo com Doorenbos & Pruitt (1977). A fertirrigação foi realizada diariamente, seguindo a mesma frequência da irrigação. Os parâmetros de produção foram avaliados após o início do período produtivo, sendo determinado o número de frutos por planta, produção comercial e total, peso e comprimento médio dos frutos comerciais e totais, seguindo parâmetros de classificação do mercado. RESULTADOS E DISCUSSÃO Variáveis climáticas As temperaturas máximas e mínimas em cada período de colheita foram 37,4; 37,9; 39,6ºC (máximas) e 20,4; 20,6 e 21ºC (mínimas) para a 1ª, 2 a e 3 a colheita (Figura 1). A partir destes valores é possível observar a variação da amplitude térmica durante os intervalos de colheitas que se mantiveram entre 17 a 18,6ºC, sendo bem superior as condições observadas por Doorenbos e Pruitt (1977), que afirmam que o pimentão desenvolve-se satisfatoriamente em clima com temperatura diurna entre 18 e 27ºC e noturna entre 16 e 18 o C. Ao longo do ciclo da cultura as temperaturas permaneceram crescentes, podendo ser considerado um dos fatores responsáveis pela redução no ciclo da cultura e intervalo de colheita.
3 Figura 1. Temperatura máxima, média e mínima registradas no período da 1ª, 2ª e 3ª colheita com intervalos de 66, 76 e 103 dias. Os valores máximos de umidade relativa (UR%) foram observados durante a 1 a e 3 a colheitas, com as máximas de 87,5% e 85,5% e mínimas de 53% e 43,5% (Figura 2). Os valores máximos da umidade relativa quando associadas às temperaturas mais amenas (Figura 1) e menores valores de radiação solar (Figura 3), é possível observar menor evapotranspiração da cultura (ETc). Ao contrário das temperaturas altas acompanhadas da umidade relativa baixa, que além de aumentar a ETc, provocam também queda de flores e de frutos recém-formados. Conforme Goto e Tivelli (1998), a faixa considerada como ideal para o desenvolvimento da cultura é de 50 a 70%. Os maiores valores de evapotranspiração da cultura do pimentão observados durante a 1 a, 2 a e 3 a colheitas foram 3,84; 3,79 e 4,81 mm dia -1 e os menores foram 0,82; 2,96; 2,51 mm dia -1. Figura 2. Umidade relativa (UR) e evapotranspiração da cultura (ETc) durante o experimento. Os maiores valores de radiação solar foram observados durante o mês de setembro de 2014, período que correspondem às 2 a e 3 a colheitas.
4 Figura 3. Radiação solar (RS) e evapotranspiração de referência (ETo) durante o experimento. Produtividade A tabela 1 representa o resumo da análise de variância para os fatores K, L e interação K x L, relacionados à produtividade (Prod) e vazão (Q). Tanto os fatores isoladamente K, L, quanto à interação K x L não apresentaram significância para os parâmetros analisados. Como as lâminas de irrigação aplicadas durante o ciclo da cultura foram 171, 288, 284 e 341 mm, que correspondem a 60, 80, 100 e 120% da ETc, esperaram-se respostas significativas, já que as lâminas definidas estão entre a necessidade mínima e superior a máxima exigida. Também não houve efeito significativo para as doses de K, quanto à produtividade e vazão (Q). Em relação à produtividade em função das doses de K, esperaram-se resultados positivos, mas os atrasos no início da diferenciação dos tratamentos, que ocorreu no período de 38 a 107 DAT, a primeira colheita foi aos 66 DAT, onde o início da diferenciação e a primeira colheita foram de 28 dias. O intervalo entre a primeira e segunda colheita foi de 11 dias devido às altas temperaturas associadas a baixas umidades. Tabela 1. Resumo ANAVA para produtividade (Kg ha -1 ), eficiência do uso da água (Kg m -1 ) e vazão dos gotejadores (L h -1 ). Fonte de variação GL Prod Q Valores de F Lamina (L) 3 2,02 ns 0,41 ns Doses de potássio (K) 3 1,30 ns 0,70 ns L*K 9 1,10 ns 0,26 ns Bloco 2 27,39 ** 2,86 ns CV % 31,49 6,4 Média geral 8252,54 1,55 ** - significativo a 1 e 5% de probabilidade; ns - não significativo; CV coeficiente de variação.
5 Os resultados obtidos diferiram do trabalho de Albuquerque el al. (2011), que trabalhando com o Maximos F1 submetidos a cinco lâminas de irrigação e duas doses de potássio obteve com a dose de 80Kg ha -1, combinados com as lâminas de 80 e 120% da ETc, produtividades de 12,77 e 15,84 t ha -1. Estes resultados foram obtidos em região de clima tropical úmido, com temperatura média do mês mais frio superior a 18 C e precipitações de outono e inverno. A condição climática em que este trabalho foi conduzido é diferente das condições de Teresina, onde a temperatura média pode chegar a 29 C. Na condição do experimento só foi possível uma produtividade de 8,25 t ha -1. CONCLUSÃO Considerando as condições em que o presente trabalho foi desenvolvido e com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que: não há diferença quanto às lâminas de irrigação na produtividade, neste caso para produtividade máxima pode-se aplicar a lâmina mínima. REFERÊNCIAS Albuquerque, F. da S. et al. Crescimento e rendimento de pimentão fertigado sob diferentes lâminas de irrigação e doses de potássio. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental v.15, n.7, p , 2011 Campina Grande, PB, UAEA/UFCG. ALLEN, R.G.; PEREIRA, L.S.; RAES, D.; SMITH, M. Crop evapotranspiration: Guides for computing crop water requirements Food and Agriculture Organization of the United Nations FAO; Rome, p. (FAO Irrigation and Drainage Paper, 56). DOORENBOS, J.; PRUITT, W. O. Crop water requirements. Rome: FAO, p. (FAO. Irrigation and Drainage Paper, 24). IBGE/SIDRA. Levantamento sistemático da produção agrícola Disponível em: < Acesso em 19 maio de TRANI, P. E.; CARRIJO, O. A. Fertirrigação em hortaliças. Campinas: Instituto agronômico, p. (Série Tecnologia APTA, Boletim Técnico IAC, 196).
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