Projecto AEC/CAF 2014
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- Rafaela de Abreu Maranhão
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1 Projecto AEC/CAF 2014 FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE PAIS DO CONCELHO DE V. N. GAIA Tlms: NIF: Sede: Edifício Douro S. 9 - Piso 1 Rua General Torres n.º Vila Nova de Gaia geral@fedapagaia.pt
2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS A FEDAPAGAIA congratula-se com a decisão da Camara Municipal de concretizar a Escola a tempo inteiro no ensino básico. Acreditamos que o projeto Escola a tempo inteiro, é uma oportunidade de elevar a educação não formal das crianças do primeiro ciclo, de estimular a inteligência e promover a educação cívica. Responde também a uma efetiva necessidade dos Pais, ao proporcionar-lhes um serviço complementar de educação dentro da Escola pública compatíveis com os seus horários laborais. Estamos cientes do esforço financeiro e logístico que este projeto representa para a autarquia mas sabemos também que, neste contexto, o trabalho realizado pelas Associações de Pais na organização de ATL dentro das unidades educativas será indutor de uma maior facilidade de aplicação do projeto pela cultura que as Escolas públicas foram adquirindo e adesão que estes ATL foram acolhendo nos Encarregados de Educação. No âmbito do processo de consulta que Conselho Municipal de Educação lançou aos conselheiros, na apresentação do projeto AEC/CAF, a FEDAPAGAIA após ouvir os seus associados em reunião pública e com base no conhecimento público e publicado desta tema, pretende com este documento evidenciar a perspetiva do Pais acerca do modelo apresentado, mas também alertar para as questões conexas não apresentadas. Acreditamos que o projeto Escola a tempo inteiro, é uma oportunidade de elevar a educação não formal das crianças do primeiro ciclo, de estimular a inteligência e promover a educação cívica. Pág. 01
3 PRESSUPOSTOS GLOBAIS DO PROJECTO Sendo a Educação uma área Técnica e que por isso necessariamente pensada e executada por técnicos como Professores, Psicólogos, Educadoras Sociais, etc são os Pais que primeiro sentem o impacto que as opções educativas têm sobre os seus educandos. O projeto AEC/CAF apresentado não parte do zero porque o município tem já experiência na organização de AEC em anos anteriores e no projeto AAAF (anteriormente designado de CAF) que ajudam a melhoria continua do processo. De igual forma, os ATL que as Associações de Pais têm vindo a organizar nas unidades educativas, não devem ser ignorados para não pôr em causa um trabalho reconhecido pelas comunidades educativas onde estão inseridas, mas também para não lesar as intuições e as pessoas que, até aqui, prestaram este serviço. Assim, consideramos em nosso entender que o novo modelo deve considerar como responsabilidade da Autarquia: A gestão do projeto em todas as escolas do concelho. O recebimento e gestão dos pagamentos dos Pais, através da Plataforma Gaia.edu. A Negociação com as AP s organizadoras ATL em funcionamento e com compromissos laborais para o ano 2014/2015. O Envolvimento no processo de solução das AP s que estão no terreno com sucesso e manifestem esse interesse, assim como outras entidades que façam com sucesso Pág. 02
4 ACTIVIDADES DE ENREQUECIMENTO CURRICULAR Um estudo recente realizado em 16 municípios da Área Metropolitana do Porto, concluiu que as Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) não podem ser planeadas como mais-escola. As AEC potenciam aprendizagens inovadoras e desempenham, para além da função educativa, também uma função de inclusão social. Gostaríamos que esta oportunidade de repensar as AEC fosse aproveitada para lhes dar uma nova dimensão no âmbito projeto educativo do município, valorizando o papel fundamental dos agrupamentos, enquanto entidades responsáveis, de acordo com Despacho n.º 9265-B/2013, como forma de promover uma verdadeira cooperação ativa das direções e professores, potenciadora de um maior sucesso socio educativo. A experiência dos anos anteriores e sobretudo do último ano pela negativa, evidenciou a necessidade de garantir a coordenação e supervisão conjunta das atividades, considerando as orientações, a aprovar nos Conselhos Pedagógicos e ratificar pelos Conselhos Gerais dos agrupamentos. Com vista a um maior sucesso das AEC e um maior envolvimento dos Encarregados de Educação, permitindo a redução do abandono ao longo do ano letivo, o município como entidade organizadora, deveria em nosso entender, produzir algumas orientações: Acesso dos Encarregados de Educação à planificação das AEC nas escolas e via web, por exemplo no site gaia.edu e nos sites dos agrupamentos; Flexibilização dos horários letivos, como forma de estabilização do corpo docente das AEC, permitindo um maior número de horas/docente e evitando a substituição e o absentismo dos professores ao longo do ano. Como alternativa à não flexibilização de horário, considerar a possibilidade de haver turmas de AEC das 16h30 às 17h30 e outras das 17h30 às 18h30; Prever a planificação das Atividades com a coordenação dos professores das respetivas áreas, de acordo com a proposta do Município e o Agrupamento de Escolas; Promover a participação dos professores AEC na reunião nos Conselhos de Docentes para garantir a ligação e continuidade dos projetos educativos dos agrupamentos; Garantir a coordenação e supervisão conjunta dos projetos, com a realização de uma reunião trimestral Inglês como primeira língua e com possibilidade de certificação por parte de empresa acreditada em Portugal. Planear a necessidade de recursos e materiais atempadamente de forma a garantir a disponibilidade de acordo com a planificação. Possibilidade de uso em todas as infra-estruturas das escolas do 1º ciclo e Jardim-deinfância. Pág. 03
5 COMPONENTE DE APOIO ÀS FAMILIAS Entendemos que a Componente de Apoio às Famílias (CAF) permite às famílias, que por via das suas limitações laborais ou outras o não podem fazer, proporcionar aos seus filhos um espaço que privilegie as necessidades de apoio na consolidação das aprendizagens, permitindo a realização dos trabalhos de casa e de igual forma acompanhar a necessidade de tempo lúdico para a criança poder brincar. São muitos os estudos que têm sido realizados ao longo dos anos no sentido de melhor compreender a importância do brincar para o desenvolvimento global do ser humano. Os especialistas consideram que as atividades lúdicas pressupõem a vivência do prazer de agir e de representar. Estas atividades podem ser brincadeiras livres, jogos, trabalhos manuais, atividades rítmicas, entre outras. Correspondem a momentos de encontro entre fantasia e realidade, diversão e aprendizagem. Ao brincar, a criança, de forma lúdica, vai-se apropriando da realidade, estabelecendo as suas relações sociais e utilizando toda a sua corporeidade, nas suas dimensões motora, cognitiva e afetiva. Brincando, aprende-se a conviver, a partilhar, a cooperar, a competir, a liderar, a ganhar ou a perder. Valorizamos um projeto que tenha presente o facto de as crianças passarem hoje muito tempo dentro da Escola e seja capaz de fazê-las sentir uma vivência diferente, considerando: À semelhança do reforço alimentar da tarde, considerar a possibilidade de fornecer o pequeno-almoço no acolhimento algumas crianças entram na escola às 7h30; Refazer as turmas para o período AEC/CAF em grupos privilegiando as preferências de atividades; Incluir atividades desportivas de grupo que fomentem o espirito de equipa, privilegiando a parceria com entidades desportivas locais, onde seja possível a utilização de instalações e equipamentos públicos de proximidade; Na contratualização desta componente do projeto, privilegiar a prestação do serviço, em algumas atividades dos professores de AEC da unidade educativa maior estabilidade do quadro de professores de AEC e melhor apoio nos TPC pela possibilidade de interação com os professores titulares de turma; Na contratualização desta componente a entidades parceiras (Associações, Coletividades, IPSS s; Clubes, etc), privilegiar a escolha das atividades tendo por base o conhecimento das realidades das escolas, a faixa etária e a planificação dos conteúdos; Quando contratualizada esta componente às Associações de Pais, o pagamento da C. M. de Gaia deve, considerando a experiencia de protocolos anteriores, passar pela Fedapagaia; Desafiar as famílias a participar no processo educativo, abrindo as portas da CAF para que possam conhecer o trabalho realizado e envolverem-se de forma ativa e cooperante. Pág. 04
6 INTERRUPÇÕES LECTIVAS Embora o programa apresentado seja focado apenas no período letivo, mas considerando que no âmbito da política municipal de apoio à família têm vindo a ser dinamizadas atividades para ocupação das crianças nos períodos de interrupções letivas, estendemos por antecipação a nossa apreciação à CAF em interrupções letivas. Considerando que o objetivo ocupar as crianças, a sua organização deve ser orientada para lhes proporcionar atividades que possibilitem vivenciar experiências enriquecedoras que estimulem a aquisição de novos conhecimentos e, por outro lado, a criatividade, incluindo jogos desportivos coletivos e jogos tradicionais, mas também atividades de cariz lúdico-cultural e recreativas. Com base na experiência das edições anteriores, consideramos que a melhoria deste serviço que o município disponibiliza às famílias, passa por: Permitir verdadeiramente a conciliação com os horários de trabalho dos encarregados de educação, entendemos que deveriam manter o horário disponibilizado pela CAF entre as 07h30 e as 19h30. Em caso de impossibilidade, pelo menos, garantir a possibilidade das crianças poderem ficar antes das 9h00. Relativamente ao valor de inscrição, por semana de atividades, contemplar para além do almoço os lanches da manhã e tarde. Minimizar o impacto da elevada rotatividade de monitores, utilizando localmente um coordenador de projeto responsável pela planificação e gestão dos recursos - cada professor faz normalmente uma manhã ou uma tarde, em muitos casos não conhecem os locais, as crianças não tem atividades planeadas e não tem recursos materiais; Considerando a prática de escolha de uma unidade educativa por agrupamento, selecionar considerando as condições do espaço, nomeadamente a cantina, as infra estruturas desportivas e os espaços lúdicos. Pág. 05
7 MONITORIZAÇÃO E SUPERVISÃO DO PROJECTO Nesta fase de desenho e implementação do projeto, no âmbito do CME e à semelhança do proposto para a elaboração projeto municipal de educação, sugerimos a criação de uma comissão para acompanhar o desenvolvimento e implementação do projeto. Com a operacionalização e o desenvolvimento do projeto, acreditamos ser fundamental: A definição clara de um responsável operacional do projeto, com conhecimento concreto do desenvolvimento do projeto no terreno e que possa ser um interlocutor de proximidade com Direções dos Agrupamentos, os Professores e Associações de Pais; O acompanhamento da execução das planificações AEC/CAF; A deteção e intervenção em situações anómalas (faltas excessivas de profs ou alunos, indisciplina, etc.); Elaborar um relatório síntese de final ano com o envolvimento das 3 partes interessadas, Município, Escola e Pais. Esperamos, que estas sugestões dos pais de Vila Nova de Gaia possam contribuir para uma escola de sucesso no nosso concelho. Grupo de Trabalho da Fedapagaia: Amadeu Campos, Ângelo Cardoso, Carlos Gonçalves, Pedro Castro. Pág. 06
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