DIREITO ADMINISTRATIVO

Transcrição

1 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Aquisição e Alienação dos Bens Públicos Prof. Gladstone Felippo

2 - A Administração Pública também adquire bens móveis e imóveis para consecução de seus fins. Tais aquisições podem ser originárias (independem de manifestação de vontade) ou derivadas (observam uma cadeia de transmissibilidade do bem).

3 1. Aquisição contratual O Estado pode celebrar contratos visando adquirir bens. Dentre as espécies contratuais, destacam-se a venda e compra (necessidade de licitação, ressalvada a hipótese do inciso X do art. 24 da Lei n /93); doação; Permuta e Dação em Pagamento. - Convém salientar que a aquisição contratual tem caráter de contrato privado da Administração e não de contrato administrativo.

4 2. Usucapião O Estado também pode usucapir bens, tendo em vista que a Lei Civil não afastou o Poder Público no art (casos de desapropriação indireta). 3. Desapropriação Forma de aquisição originária. Não confundir com a desapropriação amigável, que é materialmente uma venda e compra (aquisição derivada).

5 4. Acessão Art do CC. A forma mais comum de aquisição por acessão é a construção de benfeitorias em terrenos públicos, nos casos de utilização de bens por particulares. 5. Aquisição causa mortis O Poder Público pode ser beneficiário de sucessão testamentária. Se o proprietário falecer ab intestato, inicia-se o procedimento de Herança Jacente.

6 6. Aquisição legal (ex vi legis) Algumas formas de aquisição de bens resultam de comandos legais específicos. Uma destas formas é a denominada Teoria do Concurso Voluntário, estatuída no art. 22 da Lei n /79 Estatuto do Parcelamento do Solo Urbano.

7 Outra forma legal de aquisição é o perdimento de bens, previsto no Código Penal e na Lei n /92. No Direito Penal, o perdimento favorece apenas à União. Na Lei de Improbidade Administrativa, os bens serão da pessoa política que tenha sido lesada pela improbidade. A ultima forma legal de aquisição é a reversão, prevista na Lei n /95, onde os bens do concessionário passam ao domínio público ao término da concessão.

8 Alienação de Bens Públicos: A alienação de bens públicos é regulada, de forma geral, pela Lei n /93, em seu art. 17, que já foi objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade n RS. Há quem sustente que a Lei n /93 regula apenas a alienação de bens da União. Em se tratando de bens imóveis (art. 17, I), a Lei elencou alguns requisitos/condições para a alienação.

9 Alienação de Bens Públicos: Quando móveis (art. 17, II), necessidade apenas de avaliação prévia e licitação por leilão, dispensada a autorização legislativa específica. Basta a genérica.

10 Instrumentos de Alienação de Bens Públicos: 1. Venda A alienação direta de bens imóveis segue o rito do art. 17 e seu inciso I. Contudo, a licitação será dispensada nos casos de alienação gratuita ou onerosa, previstos nas alíneas f, h e i do art. 17, I, da Lei Geral de Licitações.

11 Instrumentos de Alienação de Bens Públicos: 2. Doação A doação, para os bens imóveis da União, só é permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo. Por esta razão, também dispensa a licitação.

12 Instrumentos de Alienação de Bens Públicos: 3. Permuta A permuta de bens imóveis da União só é admitida no caso de outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 da Lei n /93 (imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha). No caso dos bens municipais (RJ), há a possibilidade de permuta de áreas de recuo e investidura. Aqui também a licitação é dispensada.

13 Instrumentos de Alienação de Bens Públicos: 4. Bens cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento É o caso, por exemplo, dos imóveis adquiridos por herança jacente. Estes imóveis podem ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as regras do art. 19 da Lei n /93. OBS.: Esta dação em pagamento difere daquela instituída no art. 17, I a. Neste dispositivo, a Administração oferece um bem em pagamento. No art. 19, ela recebe e aliena.

14 Instrumentos de Alienação de Bens Públicos: 5. Investidura É a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação. A investidura, por sua natureza, também dispensa licitação, mas imprescinde da autorização das autoridade competente.

15 Instrumentos de Alienação de Bens Públicos: 6. Retrocessão retorno do bem expropriado ao antigo proprietário. Dispensa autorização legislativa específica (está no CC) e licitação (inviável a competição) e o ex proprietário deve pagar o preço atual da coisa.