Perspectivas e Desafios Para a Economia Portuguesa
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- Carla Neto Molinari
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1 Perspectivas e Desafios Para a Economia Portuguesa APCMC 14/Out/2014 José António Cortez
2 Onde estamos Onde nos conduziu a política do memorando desenhado pela «troika». Conhecer os problemas estruturais da economia portuguesa. Ter presente os condicionantes externos da Governação do país. Para onde queremos ir O reforço da internacionalização sem perder de vista o mercado doméstico. A redução da dependência externa, nos planos financeiro e económico. Valorizar os factores competitivos diferenciadores do que fazemos e vendemos (o território e os recursos humanos).
3 O que Evoluiu Favoravelmente
4 Balança Corrente e de Capital Fonte: Banco de Portugal
5 Balanças de Bens e Serviços
6 Evolução do Saldo Primário do Orçamento de Estado (% do PIB)
7 Evolução das Taxas de Juro das Obrigações da Dívida Pública a 10 anos Fonte: Jornal de Negócios
8 O que se agravou
9 Dívida Pública
10 Investimento (FBC) (em volume, milhões de euros) Fonte: INE
11 Taxa de Desemprego
12 Desemprego de Longa Duração (em % do desemprego total) Fonte: INE
13 Crédito Bancário a Sociedades Não Financeiras (Taxa de variação homóloga) Dez. 11 Set. 12 Dez. 12 Set. 13 Dez. 13 Jul.14 Empréstimos Concedidos a PME a Grandes Empresas a "Empresas Exportadoras" taxas de juro bancárias taxas de juro "zona euro" Fonte: Banco de Portugal
14 Evolução da Economia (variação do PIB, em valores reais) Fonte: INE e Banco de Portugal
15 PROBLEMAS ESTRUTURAIS DA ECONOMIA PORTUGUESA 1. Dimensão, níveis de organização e de autonomia financeira de grande parte do nosso tecido empresarial muito baixos; 2. Elevada dependência do sector empresarial do crédito bancário com elevado endividamento (no caso das grandes empresas com forte componente externa) e rácios de capitais próprios insuficientes (empresas descapitalizadas); 3. Concentração do sector dos chamados bens transacionáveis em actividades e produtos sujeitos a uma forte concorrência externa (nomeadamente das economias emergentes) e muito baseado em mão-de-obra intensiva e em factores de competitividade-custo;
16 4. Reduzindo valor acrescentado nacional daquilo que produzimos e vendemos com forte conteúdo importado das exportações e do consumo interno (além da dependência energética); 4. Desajustamento entre as qualificações dos portugueses e as necessidades da economia; 4. Elevados custos de contexto (da burocracia e das condições de exercício da actividade, à morosidade da justiça e aos custos da energia e dos commodities ).
17 CONDICIONANTES EXTERNOS: A dependência dos credores (a «troika»); A dependência da política europria e dos compromissos assumidos (reforçados com a assinatura do Tratado orçamental); A internacionalização e as exportações dependentes da evolução da conjuntura internacional (crescimento baixo).
18 Perspectivas (a macroeconomia)
19 Perspectivas da Economia Mundial para 2014 e 2015 (Taxa de variação anual) Fonte: FMI, Outubro Produção Mundial E.U.A Japão Zona Euro Alemanha França Itália Espanha Grécia Irlanda PORTUGAL Reino Unido Polónia Rússia China Ìndia Brasil
20 Cenário macroeconómico para Portugal ( ) (Taxa de variação) PIB 1.0 (0.9) Consumo Privado 1.7 (1.9) Consumo Público -1.1 (-0.7) Investimento (FBCF) 1.1 (1.6) Exportações (bens ou serviços) Importações (bens ou serviços) 4.1 (3.7) (6.4) IPC 0.0 (0.0) Taxa Desemprego Fontes: 2014 Proposta da 2ª Alteração ao O.E. para 2014 (entre parêntesis previsões do B. de Portugal, Boletim de Outuno DEO 14-18
21 Contas Públicas e Balança Externa ( ) (em % do PIB) Saldo Global do O.E Saldo Primário Despesa Total Despesa com juros Receita Total Carga Fiscal Dívida Pública Saldo da Balança de Bens e Serviços Salda da Balança de Bens Saldo da Balança de Serviços Fontes: Para 2014, Proposta da 2ª Alteração ao O.E. para 2014 (salvo balança de serviços números da Comissão Europeia) Para 2015 a 2018 DEO (salvo saldo das balanças de bens e serviços C. Europeia)
22 Tratado Orçamental: Evolução necessária para cumprir o critério da dívida (Reduzir anualmente um vigésimo do excesso face ao valor de referência) PIB nominal Saldo orçamental Global Saldo Primário do O.E. 1.0% 2.2% 6.5% 1.5% 1.6% 5.9% 2.0% 1.0% 5.3% 2.5% 0.3% 4.6% 3.0% -0.3% 4.0% 3.5% -0.9% 3.4% 4.0% -1.5% 2.8% Fonte: Banco de Portugal
23 Crescimento da produção e do Emprego Potenciais (valores passados e previsões da OCDE) PIB potencial (Média anual em % de variação) Emprego potencial zona euro total OCDE E.U.A Reino Unido China Alemanha França Holanda Espanha Itália Irlanda Grécia PORTUGAL Áustria Bélgica Finlândia Polónia Suécia Rep. Checa Dinamarca Fonte: OCDE 2014
24 Opções de Política e Desafios
25 Mudar ou não mudar 1. Não Mudar Passar da austeridade por exclusão para a austeridade por projecto : de uma solução conjuntural para resolver o problema de um desequilíbrio das contas públicas excessivo e insustentável para uma doutrina virtuosa de regulação económica. elimina os mais fracos e reforça o poder dos mais fortes; Como o país não reúne condições para ter «austeridade expansionistas», teremos um crescimento estagnante durante várias décadas (com um empobrecimento do país a conviver com o síndroma do viver acima das nossa possibilidade ); O reequilíbrio das contas públicas com o PIB em baixa é sempre precário, exigindo uma carga fiscal forte e custos dos serviços públicos que, nomeadamente, desencorajam o IDE.
26 2. Mudar Passar para uma nova estratégia em que o saldo orçamental deixa de ser a variável exógena que determina o conjunto das políticas, para ser um objectivo intermédio a par do crescimento da economia. Uma filosofia integrada (um «mix» de políticas públicas e não medidas avulso); Um novo discurso potenciador de uma mudança de expectativas, ou seja que crie um novo clima económico (questão política); Uma política orçamental assente em três vectores essenciais: manter a tendência de descida do défice (mudança de ritmo), introduzir estímulos à procura (selectivos mas com real significado), operar mudanças no plano da oferta (em articulação com outras políticas).
27 Mudar de Estratégia: Corporizar um novo ciclo de políticas públicas que impulsionem o crescimento da Economia e concretizem as mudanças estruturais por realizar (os ciclos económicos não são como as estações do ano ). Mudar de Estratégia significa, Um conjunto de medidas integradas e convergentes (e não medidas avulso) que provoquem uma mudança no clima e nas expectativas dos agentes económicos. Uma Agenda para o Crescimento
28 Compatibilizar (reequilibrar) a necessidade de prosseguir o processo de consolidação das contas públicas nacionais com a criação de condições sustentáveis para um crescimento duradouro da economia. Uma Agenda de Consolidação das Contas Públicas mais flexível e faseável.
29 Romper com dois mitos (de sinal oposto): A consolidação orçamental gera, por si mesmo, crescimento económico (com a economia mais resistente e competitiva). O crescimento económico, só por si, provoca a consolidação orçamental.
30 Temos, Desafios ao nível da condução da política macro-económica Desafios ao nível da reforma das Administrações Público e do Estado Desafios ao nível do modelo económico para Portugal
31 Proporção das Sociedades de Elevado Crescimento (SEC) no Total das Sociedades (com 10 ou mais pessoas ao serviço): Comparação Internacional Números de 2010 Fonte: INE
32 OS DESAFIOS DO MODELO ECONÓMICO 1. O processo de integração na globalização, potenciando os factores competitivos criadores de vantagens comparativas (ultrapassando critérios sectoriais, dicotomias estáticas); 2. Fazer de Portugal uma plataforma da economia global centrada nos seus recursos humanos e no território (localização e atractividade); 3. Apostar na internacionalização e investir no aumento do valor acrescentado daquilo que produzimos e vendemos (criação de valor nacional); 4. Impulsionar uma nova vaga exportadora, menos dependente de consumos intermédios importados, orientada, mais por critérios de valor do que de volume (com o objectivo de subir na cadeia de valor);
33 5. Favorecer, igualmente, uma política de redução do peso das importações (em 2007, último ano antes da crise representavam 41% do PIB) por substituição de importações, fomentando e apoiando empresas dirigidas para o mercado nacional com reduzida incorporação de bens e serviços importados; 6. Pensar as exportações em termos de cadeia de valor global e considerando não apenas a mobilidade dos bens ou serviços, mas também a mobilidade do utilizador / consumidor (daí a relevância das políticas de território e das políticas de cidade, essenciais na atração de não residentes);
34 7. Afectar uma parte significativa do investimento (público e privado) para a qualificação dos recursos humanos (ajustando-o às necessidades da economia), para a inovação, especialmente em termos de cooperação entre empresas e entre estas e o sistema escolar e de investigação e desenvolvimento e para projectos de eficiência colectiva; 8. Desenvolver um programa integrado de recuperação de empresas viáveis e economicamente relevantes, visando aumentar os padrões organizacionais e de gestão e os seus níveis de autonomia financeira (operações de recapitalização e criação de instrumentos alternativos ao crédito bancário);
35 9. Reduzir os chamados custos de contexto e criar um ambiente mais amigo da actividade empresarial (dos custos da energia e das commodities, passando pela burocracia, o funcionamento da justiça e as infraestruturas de interesse económico).
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