Conjuntura Macroeconómica Portugal. Setembro 2018
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- Luciano Câmara Salazar
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1 Conjuntura Macroeconómica Portugal Setembro 2018
2 Evolução Macroeconómica Momento Atual Desde o final do ano passado, o crescimento económico apresenta-se mais moderado, em linha com os outros mercados da UE. Apesar de o atual momento se manter favorável, os riscos aumentaram devido aos desenvolvimentos e à incerteza dos mercado externos. Os níveis de dívida, independentemente de estarem a decrescer ainda representam um valor bastante elevado. Caso exista um choque externo, existem sérios riscos de garantir a sustentabilidade. Nos últimos tempos tem havido também algum progresso a nível de reformas estruturais, nomeadamente a nível do setor financeiro. 2
3 Evolução do PIB Crescimento PIB % variação homóloga trimestral Portugal Área Euro A taxa de crescimento do PIB em 2018 encontra-se acima da média da Zona Euro, fixando-se nos 2,1% no último trimestre disponível de A procura interna continua a mostrar alguma expressividade, contrariamente à procura externa que tem abrandado nos últimos tempos. Contudo, a moderação dos indicadores de confiança e a subida dos combustíveis poderão alterar este cenário. O atual momento mantém-se bastante dependente do ciclo positivo de turismo e a mais recente recuperação do setor da construção. Fonte: BdP, INE, EUROSTAT 3
4 Composição do PIB Ótica da Despesa CONTRIBUIÇÕES (% PIB) ,00% 60,00% 40,00% 65,07% 43,11% 20,00% 17,58% 16,32% 0,00% -20,00% CONSUMO PRIVADO CONSUMO PÚBLICO INVESTIMENTO EXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES -40,00% -60,00% -42,08% 4
5 Evolução do PIB Previsões Futuras O crescimento da economia irá abrandar ligeiramente, mas mantendo-se robusto.2017 foi o ano de maior crescimento desde de 2000 e neste ano deverá fixr-se nos 2,2%, estabilizando em 2019 para cerca dos 2%, segundo a última previsão da Comissão Europeia. As condições atuais de melhoria da situação financeira de empresas e dos bancos juntamente com o ciclo positivo da procura interna irão permitir manter um crescimento do nível de investimento. O longo período de desinvestimento que o país atravessou ao longo da crise fez com que o stock de capital existente depreciasse para níveis abaixo da média da zona Euro. Fonte: Programa de Estabilidade 5
6 Saldo Externo Importações e Exportações É esperado que as empresas exportadoras em Portugal continuem a ganhar quota de mercado, aproveitando o ciclo positivo do turismo e a capacidade de expansão do setor automóvel. 6
7 Finanças Públicas Saldo Primário e Défice Saldo primário - em % PIB ( ) 2, % 10% 8% 6% 4% 2% 0% DÉFICE - EM % PIB ( ) 11% 7% 7% 6% 5% 4% 2% 3% Atualmente o país encontra-se com um saldo primário positivo, que se torna negativo ao juntar os ainda pesados juros da dívida pública. Para 2019 é projetado um défice de 0,6% pela Comissão Europeia, contrastando com os 0,2% que constam no Programa de Estabilidade do Governo (próximo slide), que ainda não englobam alguma alteração de políticas como o aumento da pressão de aumentos salariais e o abrandamento projetado da economia. Fonte: BdP, INE, Comissão Europeia 7
8 Finanças Públicas Previsões Futuras Fonte: Programa de Estabilidade 8
9 Finanças Públicas Decomposição da Despesa Dados 2º Trimestre 2018 em % do PIB 16,3% Pensões e Prestações Sociais 11,4% Pessoal 3,4% Juros 1,6% Investimento Público 10,2% Outras despesas Previsões Programa de Estabilidade do Governo Fonte: BdP, INE, Programa de Estabilidade 9
10 Dívida Pública Evolução em %Pib e Volume % Dívida Pública em %PIB Trimestral ( ) milhões de euros Dívida Pública - volume ( ) Depois de atingir um dos seus máximos históricos em 2016, ultrapassando os 130% do Pib seguiu-se uma descida em 2017 de 4,2%. Para 2018 é previsto que decresça para os 122,5% e em 2019 para os 119,5% devido principalmente aos superávit e ao crescimento do PIB nominal. Uma vez mais, a comissão é um pouco mais conservadora do que o Programa de Estabilidade, tendo previsões ligeiramente mais pessimistas. Fonte: BdP, INE 10
11 Dívida Pública Previsões Futuras Fonte: BdP, INE 11
12 Evolução do Emprego Taxa de Desemprego Taxa de Desemprego ( ) Portugal Zona Euro O desemprego atualmente fixa-se nos 6,7%, estando 1,6% abaixo da média da Zona Euro. Este é o valor mais baixo desde pelo menos No entanto este valor ainda representa uma grande percentagem de trabalhos precários, apesar de já se encontrar ajustado de Sazonalidade. O mercado laboral é expectável que se mantenha robusto, embora com uma lenta taxa de melhoria, mas com um significante crescimento do emprego nos setores mais dependentes do trabalho. Fonte: BdP, INE 12
13 Taxas de Juro Dívida Pública Gestão da Dívida A gestão da dívida tem aliviado o peso dos juros através de processos de buy-back que totalizaram 4,3 Biliões de Euros em dívida de curto prazo, dos quais 2,8 Biliões referentes a exchanges e 1,6 Biliões de outright buybacks. As necessidades de financiamento estão projetadas para reduzir entre 2018 e 2020 antes de voltarem a aumentar em 2021 (pagamentos de PPP s) Como é visível, Portugal mantém-se vulnerável às variações de mercado como é visível no gráfico. A S&P melhorou em Setembro o outlook de Estável para Positivo. Fonte: BdP, INE, Investing.com, Expresso 13
14 Evolução da Poupança Taxa Poupança e Benchmarking Os últimos dados disponíveis (Março 2018) apontam para uma taxa de 5,1% em Portugal e de 12% na Zona Euro (Dados BdP). Portugal tem a taxa de poupança mais baixa da União Europeia no 1º trimestre de Segundo o Eurostat e ajustada de sazonalidade esta foi de 4% (1/3 da média Europeia). O investimento, representado pela FBCF, no 1º trimestre situou-se nos 5,1% tendo diminuído para metade face ao ano anterior. Na Zona Euro o valor é de 3,6%. Fonte: BdP 14
15 Mercado Imobiliário Hot Topic Os preços das casas subiram 12,2% no primeiro trimestre de 2018, acelerando de 9,2% no ano de O mercado é impulsionado sobretudo pelo turismo e investimento estrangeiro, tendo as transações subido 15,7% em volume. Este fenómeno é sobretudo mais expressivo em Lisboa e no Porto, onde os valores subiram bem mais do que a média. Estima-se que investidores foram atraídos por medidas como os vistos Gold ou reduções de impostos, o que explica o forte aumento dos preços, em paralelo com o decréscimo do crédito à habitação. Os preços deverão decrescer no médio-prazo à medida que a construção for recuperando. O mercado imobiliário apresenta ainda alguns problemas tais como uso ineficiente das propriedades e a volatilidade dos preços de venda e arrendamento. 15
16 Reformas Estruturais Destaques do Trimestre O aumento do salário mínimo definirá o nível salarial de um maior número de trabalhadores, sem aparentemente afetar o emprego. A eficiência do sistema de justiça está a melhorar, contudo os tempos de execução ainda permanecem nos piores da UE. A corrupção permanece uma área preocupante para o mundo empresarial, sendo referenciada por 58% dos gestores com um dos grandes problemas. O mercado da energia está em desenvolvimento, apesar dos preços ainda estarem acima da média da UE. A segmentação do mercado de trabalho será reduzida através do acordo tripartido assinado em Junho pelo governo e pelos parceiros sociais para promover um maior dinamismo das negociações coletivas e para reduzir os contratos a termo, aumentando a conciliação com a vida familiar. A sustentabilidade da Segurança Social parece assegurada, contudo é necessária especial atenção às alterações demográficas no médio-prazo. Os bancos Portugueses continuam o processo de desalavancagem, melhorando as suas posições de capital, reduzindo o crédito malparado e os seus custos tendo regressado em 2017 aos lucros. Apesar de todas estas melhorias, os bancos ainda sofrem de baixa profitability, tem almofadas de capital reduzidas, bem como elevados rácios de crédito malparado. Os pagamentos de PPP estão estáveis (1,6 biliões de Euros), contudo novos projetos estão previstos para os próximos anos. Foi definida uma nova estrutura para os hospitais, no sentido de melhorarem os atrasos e a eficiência do seu serviço. O número de trabalhadores e a fatura de salários aparenta estar em continua pressão para aumentar (acima dos targets orçamentais). 16
17 Contactos www Conjuntura Macroeconómica Portugal Setembro 2018 BOOKER INFO
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