UNIÃO GERAL DE TRABALHADORES

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1 UNIÃO GERAL DE TRABALHADORES Boletim de Conjuntura 4º Trimestre de 2016 Nº 01/2017 Março 2017

2 ENQUADRAMENTO COMUNITÁRIO 1. ACTIVIDADE ECONÓMICA De acordo com o Eurostat, no 4º trimestre de 2016, o PIB de 2,0% registou uma variação homóloga de 1,7% na ZE19 (1,8% no 3º trimestre de 2016) e 1,9% na UE28 (1,9% no 3º trimestre de 2016). Em relação ao trimestre anterior, o PIB registou um aumento do PIB de 0,4% na ZE19 (0,4% no 3º trimestre de 2016) e de 0,5% na EU28 (0,4% no 3º trimestre de 2016). Em Portugal, no 4º trimestre de 2016, o PIB registou um aumento de 2,0% em relação ao trimestre homólogo (1,7% no trimestre anterior) e uma variação de 0,6% em relação ao trimestre anterior (0,9% no 3º trimestre de 2016). Boletim de Conjuntura Nº04/2016 Página 2

3 Analisando por Estados-Membros, para os países para os quais existem dados disponíveis, destacam-se os aumentos do PIB face ao período anterior na Estónia (1,9%), Polónia (1,7%) e Lituânia (1,4%). A única queda do PIB em relação ao trimestre anterior registou-se na Grécia (- 1,2%). Em relação ao período homólogo, para os países para os quais existem dados disponíveis, destacam-se os aumentos do PIB na Roménia (4,8%), Eslovénia (3,6%), Croácia (3,5%) e Bulgária (3,4%). No que respeita a diminuições do PIB em relação ao período homólogo, registou-se na Grécia uma variação de 1,1%. 2. PREÇOS Em Fevereiro de 2017, na Zona Euro, a taxa de inflação anual (VH) situou-se em 2,0%, aumentando 0,2 p.p. face ao mês anterior. A taxa de inflação anual da UE28 situou-se em 1,9% (VH) em Fevereiro de 2017, aumentando em 0,2 p.p. face ao valor de Janeiro. A variação mensal do índice situou-se em 0,4% e 0,3% na Zona Euro e na UE28, respectivamente. A taxa de variação da média anual dos últimos 12 meses do IHPC foi de 0,8% para Portugal, de 0,5% para a Zona Euro e 0,5% para a UE28. Boletim de Conjuntura Nº04/2016 Página 3

4 Em Portugal, a taxa de inflação anual (variação homóloga (VH)), medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), situou-se em 1,6%, superior em 0,3 pontos percentuais (p.p.). face ao mês anterior. Este valor representa uma variação mensal de -0,2% entre Janeiro e Fevereiro de De acordo com o Eurostat, o país que registou uma taxa de inflação anual mais alta, em Fevereiro de 2017, foi a Estónia (3,4%) e no sentido oposto encontram-se a Islândia (-0,2%). 3. EMPREGO De acordo com os dados divulgados hoje pelo Eurostat relativos ao Emprego na União Europeia, o emprego na Zona Euro (EA19) cresceu 0,3% no 4º trimestre de 2016 em relação ao trimestre anterior, e 0,2% na União Europeia (UE28). Portugal registou uma variação trimestral de 0,4% no 4º trimestre de Em termos homólogos, Portugal apresentou, no 4º trimestre de 2016, uma taxa de variação positiva de 2,4%, o que compara com os 2,2% registados no trimestre anterior. Na Zona Euro (EA19) essa taxa foi de 1,1%, face a 1,2% no trimestre anterior, e na União Europeia (UE28) a taxa foi de 1,0%, face a 1,1% no trimestre precedente. Boletim de Conjuntura Nº04/2016 Página 4

5 Entre o 4º trimestre de 2015 e o 4º trimestre de 2016, os países com as maiores subidas registadas entre os Estados-membros foram Malta (1,9%), Luxemburgo e Chipre (ambos com 0,9%). Os países que registaram quedas entre os Estados-membros foram Estónia (-1,5%), Grécia (-0,9%), Lituânia (-0,2%) e Croácia (-0,1%). Boletim de Conjuntura Nº04/2016 Página 5

6 4. Taxa de Desemprego O Eurostat estima que em Janeiro de 2017, a taxa de desemprego (ajustada para a sazonalidade) para a Zona Euro, se tenha situado em 8,1%, diminuindo 0,1 p.p. em relação ao mês anterior (8,2%) e diminuindo 0,8 p.p. em termos homólogos (10,3%). Na UE28, a taxa de desemprego estimada foi de 9,6%, mantendo-se relativamente ao mês anterior. Em Portugal, a taxa de desemprego (ajustada para a sazonalidade) estimada foi de 10,1%, diminuindo 0,1 p.p. em relação à percentagem registada no mês anterior (10,2%). Em termos homólogos, a taxa de desemprego registou uma diminuição de 2 p.p. (12,1%). Em Janeiro de 2017, o país que apresentava a taxa de desemprego mais elevada foi Espanha (18,2%). Portugal encontrava-se em 5º lugar. No sentido oposto estava a Islândia (2,9%), com a taxa de desemprego mais baixa da Europa. Boletim de Conjuntura Nº04/2016 Página 6

7 5. CUSTOS DO TRABALHO E PRODUTIVIDADE De acordo com os dados divulgados pela OCDE observou-se que, no conjunto dos países da OCDE, os custos unitários do trabalho no 4º trimestre de 2016 aumentaram 0,3%, o que compara com 0,5% no trimestre anterior. Neste período, a produtividade do trabalho aumentou 0,3%, valor mais alto no último ano. Boletim de Conjuntura Nº04/2016 Página 7

8 Em Portugal, os custos unitários do trabalho no 4º trimestre de 2016 aumentaram 0,5%, o que compara com um aumento crescimento nulo no trimestre anterior. No referido trimestre, a Zona Euro, registou uma subida de 0,3% nos custos unitários do trabalho. Recorde-se que os custos unitários do trabalho, medem a relação entre o custo médio do trabalho (salários pagos ao trabalhador e contribuições patronais para a Segurança Social) e a produtividade, sendo considerados uma das fontes de mediação da competitividade de um país. Boletim de Conjuntura Nº04/2016 Página 8

9 ENQUADRAMENTO NACIONAL 1. ACTIVIDADE ECONÓMICA De acordo com o INE, no 4º trimestre de 2016, o PIB registou, em termos homólogos, um aumento de 2,0% em volume (variação de 1,7% no trimestre anterior), tendo sido revisto em alta em 0,1 p.p. face à Estimativa Rápida. A aceleração do PIB resultou do maior contributo da procura interna, que passou de 1,1 p.p. no 3º trimestre para 2,5 p.p., observando-se uma recuperação do Investimento e um crescimento mais intenso do consumo privado. O contributo da procura externa líquida foi negativo (-0,6 p.p.), após ter sido positivo no trimestre anterior (0,6 p.p.), com as Importações de Bens e Serviços a apresentarem uma aceleração mais acentuada que as Exportações. 3,0 2,5 Taxas de Crescimento do PIB Var. Homóloga (%) 1,0 0,9 0,8 Taxas de Crescimento do PIB Var. Trimestral (%) 0,9 2,0 1,5 1,7 1,7 1,6 1,4 1,7 2,0 0,7 0,6 0,5 0,6 0,6 0,6 1,0 0,5 0,0 1,0 0,7 1,0 1,0 3ºT 14 4ºT 14 1ºT 15 2ºT 15 3ºT 15 4ºT 15 1ºT 16 2ºT 16 3ºT 16 4ºT 16 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 0,2 0,3 0,1 0,3 0,3 3ºT 14 4ºT 14 1ºT 15 2ºT 15 3ºT 15 4ºT 15 1ºT 16 2ºT 16 3ºT 16 4ºT 16 0,2 Fonte: INE Fonte: INE Comparativamente com o 3º trimestre, o PIB aumentou 0,6% em termos reais, taxa inferior em 0,3 p.p. à do trimestre anterior. O contributo da procura interna foi positivo, contrariamente ao observado no trimestre anterior, traduzindo, principalmente, a evolução do Investimento. Em sentido contrário, a procura externa passou a registar um contributo negativo, devido ao forte crescimento das Importações de Bens e Serviços. Boletim de Conjuntura Nº04/2016 Página 9

10 2. PREÇOS Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em Fevereiro a variação mensal do IPC foi -0,2% (-0,6% no mês anterior e -0,4% em fevereiro de 2016). A variação média dos últimos doze meses registou uma taxa de 0,7%, taxa idêntica à registada no mês anterior. Já a variação homóloga dos preços passou de 1,3% em janeiro para 1,6% em Fevereiro de 2017, devido em parte à aceleração dos preços da classe dos Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas. A um nível mais desagregado, por classes de despesa, são de destacar os aumentos das taxas de variação homóloga da classe dos Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (classe 1) e dos Bens e serviços diversos (classe 12), com variações de 2,4% e 0,4%, respetivamente (1,3% e -0,1% no mês anterior). Em sentido oposto, assinalam-se as diminuições das taxas de variação homóloga da classe do Vestuário e Calçado (classe 3), das Comunicações (classe 8) e do Lazer, recreação e cultura (classe 9), com variações de -1,8%, 1,9% e 0,8%, respetivamente (-0,7%, 2,5% e 1,4% no mês anterior). Boletim de Conjuntura Nº04/2016 Página 10

11 3. EMPREGO A população empregada, estimada em 4.643,6 mil pessoas, diminuiu em relação ao trimestre anterior, à semelhança da evolução ocorrida em quase todos os 4º trimestres da série iniciada em No 4º trimestre de 2016, o decréscimo foi de 0,4% e abrangeu 17,9 mil pessoas. O decréscimo trimestral da população empregada foi explicado, principalmente, pelas diminuições ocorridas nos seguintes segmentos populacionais: homens (23,6 mil; 1,0%); pessoas com ensino não superior, sendo de destacar aquelas que completaram, no máximo, o 3º ciclo do ensino básico (42,3 mil; 1,9%); pessoas empregadas no setor da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (34,5 mil; 10,1%); que trabalham por conta própria (27,1 mil; 3,4%); e com diferentes regimes de duração do trabalho, sobretudo os empregados a tempo completo (15,9 mil; 0,4%). 2,0 1,5 Evolução da População Empregada Var. Anual (%) 1,9 1,6 1,8 1,0 0,8 0,5 0,0 0,2 3ºT ºT ºT ºT ºT ºT ,5 Em relação ao trimestre homólogo de 2015, a população empregada aumentou 1,8% (82,1 mil), prolongando a série de variações homólogas positivas registadas desde o 4.º trimestre de O aumento homólogo da população empregada ficou a dever-se, essencialmente, ao acréscimo do emprego nos seguintes segmentos populacionais: ambos os sexos, destacandose as mulheres (57,2 mil; 2,6%); pessoas dos 45 aos 64 anos (75,2 mil; 4,1%) e pessoas com mais do que o ensino básico, principalmente aquelas com nível de escolaridade completo correspondente ao ensino superior (81,7 mil; 7,1%) Boletim de Conjuntura Nº04/2016 Página 11

12 4. DESEMPREGO A taxa de desemprego no 4º trimestre de 2016 situou-se em 10,5%, tendo-se mantido inalterada em relação ao 3º trimestre de 2016, contrariando as diminuições trimestrais observadas nos dois últimos trimestres. A população desempregada, estimada em 543,2 mil pessoas, diminuiu 1,2% em relação ao trimestre anterior (6,3 mil). Este decréscimo contraria os acréscimos observados nos 4º trimestres dos últimos dois anos. Em relação ao trimestre homólogo de 2015, a população desempregada diminuiu 14,3% (90,7 mil), prolongando o ciclo de decréscimos homólogos iniciado no 3º trimestre de Em 2016, a população desempregada apresentava a seguinte composição: 1. Por sexo: 50,8% de homens e 49,2% de mulheres. 2. Por grupo etário: 17,8% de jovens (15 a 24 anos), 23,0% de pessoas dos 25 aos 34 anos, 21,2% dos 35 aos 44 anos, 38,1% com 45 e mais anos. 3. Por nível de escolaridade: 52,2% de pessoas que completaram, no máximo, o 3.º ciclo do ensino básico, 28,8% o ensino secundário e pós-secundário e 19,0% o ensino superior. 4. Por setor de atividade: 11,5% de pessoas desempregadas à procura de primeiro emprego e 88,5% à procura de novo emprego. 5. Por duração da procura de emprego: 37,9% de desempregados à procura de emprego há menos de 12 meses e 62,1% à procura de emprego há 12 e mais meses (longa duração). Boletim de Conjuntura Nº04/2016 Página 12

13 -6,0-8,0-10,0-12,0-14,0-16,0-18,0-10,2 Evolução da População Desempregada Var. Anual (%) -9,2-10,2-9,8-11,2-14,3 Fonte: INE 3ºT ºT ºT ºT ºT ºT ,0 0,0-5,0-10,0-15,0 Evolução da População Desempregada Var. Trimestral (%) -0,3 2,4 1,0-12,6-1,8 3ºT ºT ºT ºT ºT ºT ,1 Em relação ao desemprego registado mensalmente nos Centros de Emprego, a última informação disponível refere-se ao mês de Fevereiro de De acordo com os dados do IEFP, estavam inscritos nos Centros de Emprego cerca de indivíduos, o que corresponde a uma variação homóloga de -15,3% (menos desempregados) e a uma variação mensal de -1,4% ( indivíduos). Boletim realizado com informação disponível até ao dia: Boletim de Conjuntura Nº04/2016 Página 13